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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Índice de interação medicamentosa pode superar os 20% entre pacientes com múltipla prescrição

"A influência de um medicamento sobre o outro no organismo, provocando o que se chama de interação medicamentosa, na maioria das vezes reverte em prejuízos para os pacientes. Uma boa saída para evitar alterações é analisar com mais profundidade os hábitos do paciente no dia-a-dia. Isso porque as interações medicamentosas não são provocadas apenas pela relação medicamento-medicamento. Fatores externos como a poluição ambiental, além da alimentação, tabaco e as próprias doenças já existentes no organismo do paciente, podem resultar em efeitos inesperados quando associados a outras drogas". Maior Quantidade de Remédios Favorece os Efeitos Adversos no Organismo O aparecimento no mercado de novos tipos de medicamentos para o tratamento de diversos tipos de males tem contribuído para ampliar a quantidade de interações medicamentosas entre as pessoas que ingerem mais de um tipo de remédio. A interação medicamentosa ocorre quando há influência recíproca de um remédio sobre o outro. Isso porque quando um deles é administrado sozinho produz o efeito quase sempre esperado pelo médico. Já quando é receitado junto com outras drogas, ervas ou até mesmo alimentos, pode não ter o resultado que se deseja, o que caracteriza a interação. As interações medicamentosas, no entanto, não causam apenas efeitos maléficos ao organismo do paciente, retardando o tratamento. Estudos comprovaram que a consorciação entre o ácido acetilsalicílico, princípio ativo da conhecidíssima aspirina, e a dipirona, por exemplo, aumentam os efeitos terapêuticos. Até mesmo a ingestão de cafeína, contida no tradicional cafezinho, pode potencializar o efeito da aspirina no combate à dor de cabeça, outro exemplo de interação comprovado em estudos recentes. Entre as principais causas da ocorrência de interações medicamentosas está a prescrição de vários medicamentos para serem tomados ao mesmo tempo pelo mesmo paciente. Segundo estimativas, os casos variam em até 5% para os pacientes que fazem uso de diversos tipos de medicamentos e podem superar os 20% para pacientes que usam entre 10 e 20 tipos de remédios. Para o farmacêutico gaúcho Wilson Pereira de Souza, outro fator importante que favorece o surgimento dos efeitos das interações é o mau hábito dos brasileiros de tomarem medicamentos por conta própria. "A automedicação favorece em muito o surgimento de sintomas não desejáveis, além de representar um perigo real para a saúde", disse. Administração dos Medicamentos Têm Influência Decisiva A forma como o medicamento é administrado influencia na ocorrência ou não das interações medicamentosas. Se houver a necessidade do paciente ingerir mais de uma espécie de remédios, é recomendado que o faça em horários distintos, para que não haja o risco de ocorrer interação. Na opinião de Wilson Souza, há maiores possibilidades de que um determinado medicamento anule o efeito do outro quando são tomados entre um curto espaço de tempo. "Os farmacêuticos precisam ficar atentos a este tema, já que muitas vezes, os efeitos novos da interação não se manifestam nos primeiros dias", adverte. A forma de apresentação dos medicamentos, em comprimidos, drágeas, etc, também são fatores que levam às interações medicamentosas. De acordo com Souza, aqueles remédios que permanecem por mais tempo no organismo têm mais chance de interagir com outras novas drogas que o paciente venha a tomar. Idosos São os Mais Atingidos As condições físicas do paciente são determinantes para que ocorram os efeitos das interações decorrentes de medicamentos. Neste sentido, os idosos são as vítimas potenciais da múltipla prescrição. "Essa parcela da população sofre com os efeitos colaterais de apenas uma droga, imagine então quando são receitados diversos tipos de remédios", comenta o farmacêutico. Ele alerta que nestes casos, é preciso uma avaliação mais profunda sobre as condições físicas do paciente, para que não haja risco de uma interação medicamentosa mais adversa. Os mais idosos, ao lado dos recém-nascidos, são os mais afetados pelos efeitos contrários produzidos pelas interações medicamentosas. De um lado está o organismo já enfraquecido, do outro, um organismo ainda não totalmente preparado e amadurecido. Boas Condições de Saúde Evitam as Interações Existem diversos tipo de interações que estão ligadas às condições do próprio paciente. Neste caso, as pessoas consumidoras de álcool, os diabéticos e os que apresentam problemas de tireóide, por exemplo, podem desenvolver interações com determinados medicamentos, enquanto outros sem esses problemas, mas com a mesma prescrição, não serão vítimas dos efeitos de interação. Fatores internos e externos podem estimular o aparecimento dos efeitos do uso de diversos tipos de drogas ao mesmo tempo. Os pacientes com alterações nos rins, no fígado, ou com determinados hábitos alimentares e até mesmo submetidos à poluição do ar, possuem peculiaridades que aumentam os riscos da interação. No caso dos alimentos, a quantidade e o tipo ingeridos podem prejudicar a missão do medicamento no organismo. Na avaliação de Wilson Souza, os alimentos, assim como os remédios, são passíveis de provocar interações medicamentosas. A quantidade de fatores relacionados às condições dos pacientes é grande. A área médica considera atualmente este fator tão importante como as características dos próprios remédios. FDA Faz Advertência, Mas Consumo da Erva de São João Continua Embora a Food na Drug Administration (FDA), órgão dos Estados Unidos responsável pelos medicamentos, já tenha emitido uma advertência sobre interações provocadas pelo uso da erva de São João ('Hypericum perforatum') em consorciação com medicamentos anti-retrovirais, o consumo da planta permanece em alta. Por melhorar o desempenho do sistema imunológico, a planta vem sendo usada em grande escala pelos portadores do HIV. Segundo pesquisas realizadas na Alemanha e na Áustria, a planta possui uma substância chamada hypericina que também é altamente consagrada por sua ação anti-depressiva e capaz de reduzir os sintomas de melancolia, angústia, insônia, cefaléia, ansiedade, exaustão e pânico. Segundo matérias relativas à pesquisa realizada, a Europa hoje é líder na prescrição e consumo da erva de São João. Os números revelam que por ano são prescritas algo em torno de três milhões de receitas. De fato, de acordo com estudo realizado em 40 clínicas psiquiátricas da Alemanha, com 324 pacientes, ficou confirmado o efeito da erva no tratamento da depressão. O diretor do hospital médico da Universidade de Giessen, Helmut Woelk, chegou a afirmar, segundo notícias publicadas em jornais brasileiros, que a erva poderia ser considerada como primeira opção no tratamento de pacientes com depressão suave ou moderada. Os estudos de Woelk concluem que a erva é tão eficaz quanto a imipramina, comercializada no Brasil com nome TofranilÒ, com a vantagem de provocar menos efeitos colaterais. A Erva de São João já vem sendo reconhecida por alguns como uma espécie de Prozac natural, mas também está virando exemplo típico de interação medicamentosa entre os tratamentos alternativos e alopáticos. Em estudos realizados na Europa e Estados Unidos, ficou claro que a erva de São João pode interferir com a ação do medicamento indinavir, um inibidor usado para tratar a Aids. Médicos do Instituto Nacional de Alergia e Enfermidades Infecciosas, dos EUA, observaram que os pacientes que tomaram a erva e o medicamento juntos tiveram a concentração do antidepressivo reduzida acentuadamente no seu sangue. Outros pesquisadores, estes da Universidade de Zurique, mostraram que a erva interferia no efeito da ciclosporina, medicamento usado para prevenir a rejeição à órgãos transplantados. Na Inglaterra, o governo alertou o público também para as interações que a erva de São João pode causar em associação aos tratamentos de enfermidades cardíacas, asma, Aids e pílulas anticoncepcionais. Substâncias do Álcool e do Cigarro Interagem com Medicamentos Os hábitos individuais precisam ser analisados antes do fármaco prescrever. Isso porque os tipos de substâncias que são ingeridas regularmente pelo paciente precisam ser conhecidos para que os remédios receitados não provoquem alterações na eficácia terapêutica. As interações alimento-medicamento ocorrem da mesma forma que as de medicamento-medicamento. Um sinal de que poderá haver a interação é quando o paciente permanece na boca com o gosto desagradável do medicamento ingerido. A ocorrência de diarréia após o consumo de um medicamento pode sugerir a interação alimento-medicamento. As drogas sociais, álcool e tabaco, possuem a mesma influência que os alimentos. Como agente sedativo e hipnótico, o álcool (etanol) associado a outras drogas pode representar efeitos clínicos importantes. Os antidepressivos e as drogas sedativas são os exemplos mais comuns de interação com o álcool. O etanol também potencializa os efeitos farmacológicos de muitas drogas não-sedativas, como os vasodilatadores e os hipoglicêmicos orais. Em relação ao cigarro, a quantidade de substâncias liberadas, como o monóxido de carbono, cianureto, nicotina, significa um grande potencial o desenvolvimento de interações medicamentosas. Estudos a respeito da interação fumo-medicamento mostram que o cigarro pode reduzir a absorção de insulina, aumentar as chances de acidentes vascular encefálico e ainda provocar a cardiopatia isquêmica em mulheres que consomem anticoncepcionais orais. Copyright © 2001 eHealth Latin America 30 de Janeiro de 2001 http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3960&ReturnCatID=1786

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