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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Mesmo sem aprovação do governo, terapia com ozônio promete acabar com superbactérias e tratar feridas

Técnica usada para tratar infecções e queimaduras não é reconhecida no país O gás ozônio (O3), já usado na indústria química e no tratamento de água, ganha espaço em diferentes ramos da medicina. Chamado de ozonioterapia, a técnica usa o gás para tratar inflamações, alergias de pele, infecções agudas, problemas circulatórios e até de imunidade. O problema é que o Ministério da Saúde não reconhece a eficácia do procedimento. O gás misturado à água, em óleo, ou injetado como vapor em um saco plástico, é aplicado em queimaduras, feridas e na corrente sanguínea com a função de amenizar sintomas. Uma pesquisa recente da USP (Universidade de São Paulo) mostrou inclusive que o ozônio também é capaz de matar as temidas superbactérias (bactérias resistentes a antibióticos), incluindo a KPC, cuja infecção já atinge 13 Estados brasileiros e matou 20 pessoas. Especialistas tentam incorporar terapia com ozônio na saúde pública No Brasil, a técnica é utilizada e defendida por pelo menos 200 médicos que fazem parte da Abroz (Associação Brasileira de Ozonioterapia), mesmo sem apoio do governo. A entidade já fez pedidos recorrentes de inclusão da técnica no SUS (Sistema Único de Saúde). Segundo a diretora da Abroz, Emília Gadelha, a associação negocia há seis anos para incluir a técnica no sistema público. Para isso, já encaminhou uma série de documentos ao governo que comprovam sua eficácia. O Ministério disse que ainda está estudando a proposta. A dificuldade de inclusão no país, segundo a diretora da Abroz, se dá pela burocracia e por conflito de interesses. - É tanta burocracia! Mandamos papéis para o Conselho Federal de Medicina, Conselho Regional de Medicina de São Paulo; fizemos reunião com o Ministério da Saúde. Mas hoje em dia a medicina usa um critério dado pela indústria farmacêutica. Em dezembro de 2010, o ministério realizou uma audiência pública para reunir essas informações. Ao ser questionado sobre a possibilidade de inserção do tratamento, o ministério respondeu por e-mail. - Atendendo ao pedido de entidades médicas, o Ministério da Saúde continuará recebendo informações sobre as tecnologias em estudo e apresentadas na audiência pública até o próximo mês de março. Depois do prazo, as considerações serão enviadas à Citec (Comissão de Incorporação de Tecnologia) para análise e decisão. O governo não disse até quando vai dar uma resposta. A incorporação de tecnologias no SUS é feita a partir da análise da eficácia, efetividade e custo-benefício dos medicamentos e produtos e deve ser acompanhada de regras precisas quanto à indicação e forma de uso. De acordo com a diretora da Abroz, o uso do ozônio nesses tratamentos diminuiria custos para o sistema público, pois os resultados são mais rápidos e os equipamentos necessários, segundo ela, não são caros. Um gerador de ozônio (máquina que converte oxigênio em ozônio) pode ser adquirido por R$ 1.000, em média. - Em termos de saúde pública, acho um desperdício não usar o ozonioterapia. Uma ferida crônica de pé diabético demora de oito meses a dois anos para fechar. Quando médicos cubanos usam o ozônio, demora no máximo dois, três meses. Fora que diminui muito a chance de amputação do membro. Para Hermelinda Pedrosa, coordenadora do Departamento de Pé Diabético da Sociedade Brasileira de Diabetes, faltam evidências científicas que comprovem a eficácia do ozônio do tratamento das feridas causadas pela doença. - No meu conhecimento, a ozonioterapia não dispõe de dados científicos robustos que dizem que a medida traga um efeito positivo. Não é uma ferramenta consensual no campo científico. Combate à superbactéria não é consenso Outro ponto que divide os médicos é a ação antibacteriana do ozônio. O imunologista Glacus de Souza Brito, do Departamento de Imunologia da USP (Universidade de São Paulo) demonstrou o poder do gás em eliminar superbactérias. Um ensaio clínico realizado por ele no Hospital das Clínicas de São Paulo, no Departamento de Cirurgia de Trauma, conseguiu eliminar dez tipos de bactérias hospitalares multirresistentes aos antibióticos com apenas cinco minutos de exposição ao gás. Uma das cepas estudadas foi a KPC. - Seria uma formas de tratar a KPC, mas estamos ainda montando o estudo que tem que ser aprovado no Comitê de Ética da USP. Dada a aprovação, o estudo precisa ainda ser liberado pelo Comitê de Ética Médica Nacional e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para ser usado em seres humanos. Se o procedimento indicado for aceito, terá como método a “ozonização do sangue”, ou seja, será retirada uma amostra de sangue que será misturada ao ozônio e reinjetada na corrente sanguínea. O imunologista diz que o procedimento é seguro. - Não tem efeito colateral, porque depois que o ozônio entra no corpo vira oxigênio em alta concentração, que funciona como um medicamento. O infectologista Carlos Magno Fortaleza, professor da Faculdade de Medicina da Unesp (Universidade Estadual Paulista), no entanto, não reconhece a eficácia da ozonioterapia para tratar superbactérias. - Nunca usei para tratar infecção por bactéria multirresistente e nunca ouvi falar sobre a real eficácia do ozônio em tratamentos infectocontagiosos. http://noticias.r7.com/saude/noticias/mesmo-sem-aprovacao-do-governo-terapia-com-ozonio-promete-acabar-com-superbacterias-e-tratar-feridas-20120128.html

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