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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Pesquisadores usam plantas geneticamente modificadas para criar reagentes e vacinas contra dengue Researchers use genetically modified plants to create vaccines against dengue and reagents

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Duas pesquisas desenvolvidas no Brasil buscam a produção de medicamentos para diagnóstico e imunização da população contra os quatro tipos de dengue a partir da modificação genética de plantas.

Na Universidade Estadual do Ceará, o Laboratório de Bioquímica Humana usa o feijão de corda para produzir a proteína do vírus da dengue e obter a vacina. Na Universidade de Brasília (UnB), o Departamento de Biologia Celular tenta produzir uma parte do vírus da dengue com alface e criar um reagente para detectar a doença.

A intenção dos pesquisadores da UnB é montar um kit para diagnóstico que seja mais barato do que o de origem animal (camundongo) e que o Brasil precisa importar parte da Austrália. O kit terá um reagente produzido com alface na qual foi injetado o gene do vírus da dengue. A alface transgênica produzirá uma partícula viral defeituosa que será aproveitada em reagente, a ser misturado ao sangue coletado. Conforme a reação, o medicamento indicará se o paciente está com os anticorpos do vírus da dengue.

Segundo o pesquisador Tatsuya Nagata, virologista do Laboratório de Microscopia, ligado ao Departamento de Biologia Celular da UnB, a alface é mais eficiente do que bactérias e leveduras tradicionalmente usadas na produção de vacinas. “Bactérias e leveduras têm um sistema celular mais primitivo do que o da alface. O sistema celular da planta é mais próximo do dos seres humanos”, diz.

Nagata afirma que há vantagens em usar um vegetal em vez de reagentes extraídos diretamente de animais. Primeiro, é o fato de, não usando animais na pesquisa, não ter de sacrificá-los. A outra vantagem é que os técnicos de laboratório não correm risco de contaminação no momento de aplicar a injeção nos camundongos.

A pesquisa com reagentes ainda tem ainda dois anos de prazo, e os insumos serão testados em sangue infectado pela dengue e já armazenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). As alfaces geneticamente modificadas são mantidas em local seguro e separado. Nagata não descarta a hipótese que, no futuro, a própria alface possa ser utilizada como vacina. “A metodologia está sugerindo isso, mas [a ideia] ainda não é aceita pelos especialistas em vacinação,porque a dosagem tem que ser corretamente medida.”

No caso do feijão de corda, o propósito é retirar, diretamente da planta, a proteína para a vacina. “Nós inserimos em um vetor os genes que produzem a proteína E do envelope dos quatro sorotipos do vírus da dengue. Em seguida, os introduzimos dentro das células da planta", explica a a bioquímica Maria Izabel Florindo Guedes, responsável pela pesquisa na Universidade Estadual do Ceará.

De acordo com Maria Izabel, à medida que as plantas crescem, as proteínas do vírus da dengue vão se multiplicando. É como se a planta se transformasse em uma biofábrica de grandes quantidades de proteínas do vírus da dengue. Após alguns dias, as plantas são coletadas, trituradas e as proteínas do vírus são extraídas (purificadas), acrescentou a bioquímica.

Segundo ela, as proteínas “candidatas vacinais” já foram usadas na imunização de camundongos. “Os resultados obtidos até o momento mostram que, devido aos altos títulos de anticorpos induzidos pelas proteínas heterólogas [compostas] produzidas em plantas, a proposta é viável e poderá abrir perspectivas para a produção da primeira vacina eficaz e de baixo custo contra a dengue.”

Como se trata de um medicamento para imunização de pessoas, a vacina extraída do feijão de corda geneticamente modificado ainda passará por extenso estudo clínico, que ainda não tem previsão para começar, informa a pesquisadora responsável. Para ser usado no Brasil, todo medicamento tem de ser registrado na Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Brasília - Two polls conducted in Brazil seek to produce drugs for diagnosis and immunization of the population against all four dengue types from the genetic modification of plants.

State University of Ceará, the Laboratory of Human Biochemistry uses the string bean to produce the protein of dengue virus and get the vaccine. At the University of Brasilia (UNB), the Department of Cell Biology tries to produce a part of the dengue virus with lettuce and create a reagent to detect the disease.

The intention of the researchers at UNB is to assemble a kit for the diagnosis to be cheaper than the animal (mouse) and that Brazil needs to import from Australia. The kit will be produced with a reagent in which lettuce was injected the gene of dengue virus. The transgenic lettuce produce a defective viral particle that will be utilized in the reagent to be mixed with the blood collected. As a reaction, the product will indicate whether the patient has antibodies to dengue virus.

According to researcher Tatsuya Nagata, a virologist at the Microscopy Laboratory, attached to the Department of Cell Biology, UNB, the lettuce is more efficient than bacteria and yeasts traditionally used in vaccine production. "Bacteria and yeast have a cell system more primitive than the lettuce. The cellular system of the plant is closer to human beings, "he says.

Nagata says there are advantages to using a vegetable instead of reagents taken directly from animals. First, the fact is, not using animals in research, not having to euthanize them. The other advantage is that laboratory technicians are not at risk of contamination during the injection in mice.

The research reagents still has two years still to run, and the materials will be tested on blood infected with dengue and already stored by the Oswaldo Cruz Foundation (Fiocruz). The genetically modified lettuce is kept in a secure and separate. Nagata not rule out the hypothesis that in the future, the lettuce itself can be used as a vaccine. "The methodology is suggesting this, but [the idea] is still not accepted by experts in immunization, because the dosage has to be properly measured."

In the case of cowpea, the purpose is to draw directly from the plant, the protein for the vaccine. "We put it in a vector genes that produce the protein and the envelope of the four serotypes of the dengue virus. Next, we introduced into plant cells, "explains Maria Izabel Florindo biochemical pa Guedes, who led the study at the State University of Ceará.

According to Maria Isabel, as the plants grow, the proteins of the dengue virus will multiply. It is as if the plant is transformed into a bio-factory for large amounts of proteins of dengue virus. After a few days, the plants are collected, crushed and the virus proteins are extracted (purified) added the biochemist.

She said the protein "vaccine candidates" have been used to immunize mice. "The results so far show that due to high levels of antibodies induced by heterologous proteins [made] produced in plants, the proposal is feasible and could open prospects for the production of the first vaccine effective and low cost against dengue. "

As this is a medicine for the immunization of people, the vaccine extracted from genetically modified cowpea still go through extensive clinical study, which has not projected to begin, says the researcher responsible. To be used in Brazil, every product must be registered with the Health Surveillance Agency (Anvisa).


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