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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Adultos mantêm cordão-umbilical com médicos e ainda visitam pediatra

Relação de confiança faz “vintões” se consultarem com médicos da infância

Ao primeiro sinal de uma dor no estômago ou de uma gripe forte, Maria Beatriz Rizzo não pensa duas vezes e liga logo para o seu médico. O fato passaria despercebido não fossem dois detalhes: o especialista ser um pediatra e Beatriz ter 23 anos.

A advogada é paciente do pediatra Sylvio Monteiro de Bastos desde que estava na barriga da mãe.

- Sempre que fico doente, eu ligo pra ele e explico o que tenho. Se for algo mais grave, posso até encontrá-lo em algum hospital.

O doutor Bastos – ou o “tio Sylvio” – afirma que tem vários “vintões” entre seus pacientes. Todos visitam seu consultório desde a infância.

- Alguns realmente não conseguem cortar o cordão umbilical com o pediatra.

O que explica essa duradoura relação entre médico e paciente – e que faz com que jovens adultos ainda mantenham o hábito de se consultar com o pediatra – é a confiança no médico e seu profundo conhecimento sobre o histórico do paciente. É como explica Sylvio.

- O pediatra é o que restou do antigo médico da família, que visitava os pacientes em casa. Antigamente esse médico fazia parto, cuidava da mãe, das crianças e até dos mais velhos.

Sylvio conta que a maior parte das consultas são por telefone e servem para buscar orientações gerais a respeito de qualquer problema de saúde.

- Pelo telefonema dá para saber se eu chamo o paciente para [o consultório] ou se encaminho [a outro especialista].
Não há qualquer restrição para esse tipo de prática, explica Leda Amar Aquino, do Departamento Científico de Pediatria Ambulatorial da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).

- Não existe proibição porque, quando você se forma em medicina, você é um clínico geral. Então o diploma dá o direito de atender o paciente.

Mas o médico deve avaliar se é capaz, ou não, de atender o paciente.

- Um indivíduo com 20 anos ou mais pode ser acometido por problemas que um pediatra pode dar conta. Mas isso depende de cada profissional se sentir à vontade para tratar ou encaminhar a outro especialista.

“Ele acerta sempre”

O estudante de medicina Fábio Gonçalves Salomão, de 19 anos, não abre mão de se consultar com a doutora Leda. Ele diz que a maioria das consultas é por telefone, mas que vai ao consultório da pediatra pelo menos uma vez por ano.

- A pediatra faz uma consulta geral e indica o especialista, se necessário. A grande vantagem é o conhecimento de todo meu histórico, o que ajuda muito em diagnósticos.

Leda afirma que as visitas dos “vintões” são bem comuns em seu consultório.

- O que acontece e que está além de ser pediatra é a relação estreita entre o paciente e o médico. Eles não se desvinculam porque se sentem seguros.

Uma segurança que surge ao cuidar tanto do corpo como da mente de seus pacientes, diz Sylvio.

- O pediatra é o otorrino, o gastro, o psicólogo da criança. E essa psicologia que a gente faz é que cria o vínculo.

Beatriz até tentou ir a outros médicos “depois de mais velha”, mas disse que a relação é muito diferente, “bem menos íntima”.

- [Para o meu pediatra] eu posso ligo a qualquer hora e pedir orientação. E também é bem mais fácil porque ele acompanhou meu histórico a vida inteira, já sabe o que pode ser ou não. E ele acerta sempre.

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