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quarta-feira, 11 de maio de 2011

SP: resoluções da Anvisa impactam contas da Santa Casa

por Verena Souza

10/05/2011

A não reesterilização de cateteres, seringas com dispositivo de segurança e sistemas fechados de injeção aumentam custos da entidade

A Santa Casa de São Paulo anunciou a possibilidade de fechar as portas do pronto-socorro da unidade central até o fim de maio caso não consiga reverter dívida de R$ 120 milhões, incluindo também o Centro de Atenção Integrada à saúde Mental, o Hospital Geriátrico D. Pedro II e o Centro de Saúde Escola Barra Funda. Inúmeros são os motivos para a crise financeira, dentre eles, estão resoluções recentes da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"Pelas novas determinações, cateteres não podem ser reesterelizados - procedimento corriqueiro na Santa Casa. Agora temos que jogá-los fora e cada um custa em médias R$ 2 mil", afirmou o Superintendente da Santa Casa de São Paulo, Antonio Carlos Forte.

Outras medidas que impactaram os custos hospitalares referem-se à obrigatoriedade da nova seringa com dispositivo contra acidente de trabalho, aumento da folha de pagamento e os sistemas de injeções fechados provenientes dos laboratórios. Esta última, segundo Forte, fez com que o produto aumentasse oito vezes.

"Isso pode ser melhor e funcionar na Dinamarca, mas não aqui no Brasil", enfatizou o superintendente.

Além das recentes resoluções, o prejuízo diário de R$ 300 mil decorre também da falta de reajuste nas tabelas do Sistema único de Saúde (SUS) e do aumento da complexidade dos doentes atendidos pela Santa Casa neste ano.

"A tabela está tão defasada que muitos hospitais que atendiam SUS estão fechando as portas e nossa demanda está aumentando. Um hospital como esse não pode receber pela tabela. Tem que ter seu custeio orçamentado", explicou Forte.

O subsídio financeiro destinado pelo governo estadual e federal cobre apenas 60% dos custos da instituição. A Santa Casa recebe em média R$ 120 milhões por ano do governo. "Isso parece muito dinheiro, mas não é. Para outros hospitais de grande porte, este valor representa apenas 1/5 de seus gastos", disse Forte.

Hospitais como o Santa Isabel, da Santa Casa e gerido por meio de uma OSS, e imóveis alugados da entidade destinam recursos mensais para suas unidades 100% SUS. No entanto, a verba ainda é insuficiente.

Negociação

A Santa Casa de São Paulo aguarda agendamento de reunião com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e os secretários do estado e município.

"A gente não quer fechar o Pronto Socorro, mas se começarmos a não ter dinheiro para comprar medicamentos e pagar funcionários, isso será necessário. Não podemos colocar em risco nossos pacientes", disse Forte.

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