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sexta-feira, 17 de junho de 2011

Meias elásticas apenas aliviam sintomas de varizes

Meia calça também ajuda contra sintomas das varizes

Uso combate apenas o inchaço e a dor, mas não evita avanço do problema
Quando um médico prescreve meias elásticas contra varizes, problema comum de circulação, muitas mulheres já entortam o nariz.

A ideia de usar meias apertadas o dia todo nem sempre agrada, especialmente no calor de um país tropical. Pior ainda quando a paciente se dispõe a usar a tal meia e as varizes não param de avançar.

As meias compressoras têm má fama e isso acontece porque muitos conceitos errados estão associados a elas. Ao menos essa é a opinião do angiologista Marcondes Figueiredo, coordenador da diretriz de compressão elástica da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

“É preciso esclarecer algumas coisas”, alerta.

A primeira delas é que meias elásticas não impedem o avanço das varizes. “Elas servem para combater os sintomas. São como óculos, eles não deixam a pessoa menos míope, apenas corrigem a visão”, explica.

A compressão das meias reduz o inchaço das varizes, que costuma incomodar especialmente no final do dia. Assim, o risco de edemas é menor e a mulher também fica livre daquela sensação de cansaço e peso nas pernas.

Esse resultado é obtido com uma compressão de intensidades diferentes ao longo da meia, sendo mais intensa nos pés e menor na perna. Isso favorece o retorno do sangue venoso e evita acúmulo nas veias.

Só até o joelho

Nem toda meia compressora precisa ser como a meia calça, da cintura aos pés. “A maioria das prescrições é para usar meias três quartos”, afirma o médico. Isso porque a maioria das varizes se concentra abaixo dos joelhos.

Se a mulher residir em cidades muito quentes, como as do nordeste brasileiro, o uso da meia não precisa ser feito o dia todo.

“Não dá para esperar que a mulher aguente ficar com essas meias sob o calor de 40 graus”, comenta o médico. O uso apenas no período da manhã já ajuda no controle dos sintomas.

Quem não pode

Existem basicamente duas situações nas quais as meias elásticas devem ser evitadas. A primeira é quando as varizes se tornaram graves o suficiente para abrir feridas na perna. Essas feridas requerem um tratamento anterior ao uso das meias, pois elas podem piorar se forem comprimidas.

O segundo caso acontece quando há entupimento das artérias, a chamada aterosclerose. O problema consiste na formação de placas dentro dos vasos sanguíneos, que têm seu diâmetro reduzido.

“Neste caso, a compressão das meias vai reduzir ainda mais as artérias e prejudicar o problema”, ressalta o especialista.

Veias dilatadas

As varizes, diferente da aterosclerose, atacam as veias e não as artérias. Artérias levam o sangue com oxigênio para as extremidades do corpo. Depois disso, o sangue usa as veias para retornar das extremidades e se abastecer com oxigênio novamente.

Mas no percurso, no retorno venoso, o sangue pode se deparar com dilatações e formar as varizes. A formação delas pode estar ligada a diversos fatores, como excesso de peso, gravidez, idade avançada e postura inadequada no trabalho.

“A incidência é maior em mulheres”, aponta Figueiredo. A relação é de um homem com varizes para quatro mulheres.

Mitos

Calça justa, salto alto, meias apertadas, viagens longas, postura errada no trabalho, existe uma série de mitos e verdades mal compreendidas sobre varizes. Entre os principais, mais questionados nos consultórios médicos, está o uso da pílula.

Especialistas esclarecem que o uso contínuo e prolongado de anticoncepcionais pode provocar retenção de líquidos e dilatação nas veias. Veja outros mitos aqui.

Tratamentos

Quando as varizes ainda são pequenas, com vasos de poucos milímetros, o prejuízo é apenas estético. Como não existem sintomas, é inútil usar meias elásticas. Um dos possíveis tratamentos é com escleroterapia. O médico destrói as microvarizes com injeções no local, sem que haja prejuízo para a circulação.

“É comum dizer que as varizes voltam, mas não é isso que acontece. Outras varizes aparecem com o tempo, mas aquelas foram totalmente destruídas”, esclarece Figueiredo. A solução pode ser refazer o tratamento a cada dois anos, quando novas veias começarem a aparecer.

Em vasos maiores, é necessário cirurgia. O procedimento é simples e pode ser feito, em alguns casos, com anestesia local. Ele consiste na eliminação dos vasos doentes para evitar o avanço do problema, que pode provocar até úlceras nas pernas.

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