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quarta-feira, 22 de junho de 2011

“Registros pessoais de saúde dividem opiniões de médicos”, diz estudo

Um estudo online realizado pela revista Canadian Family Physician denominado “Médicos de Família – perspectivas sobre registros pessoais de saúde” constatou que médicos de primeiros cuidados gostam da ideia que os registros pessoais de saúde tornarão os dados de saúde mais portáveis e abrirão canais de comunicação com os pacientes, mas eles ainda têm muitas perguntas sobre segurança de dados, cargas de trabalho, e como os PHRs (registros pessoais de saúde) podem mudar suas relações com os pacientes.

De acordo com o estudo, os médicos de família estão interessados no conceito geral do PHRs, mas a tecnologia precisa ser integrada com os registros eletrônicos de saúde, e adicionar valor para a clínica familiar antes que os médicos considerem usar PHRs em suas clínicas.

Os médicos acreditam que a adoção do PHR é “inevitável”, e útil para comprometer os pacientes em seu próprio cuidado, segundo pesquisadores da University of Western Ontario em Londres, Ontário. “No entanto, os participantes constantemente levantavam questões sobre gerenciamento de dados, mudanças na relação médico-paciente e problemas com o gerenciamento clínico. Esses questionamentos são três barreiras chaves para a implantação e adoção dos PHRs”.

Enquanto pesquisas anteriores se centraram nas atitudes dos consumidores com o PHRs, este estudo analisou os médicos de família. Os pesquisadores estudaram 10 médicos de família no sudoeste de Ontário em 2009, metade dos quais, ocasionalmente trabalharam em departamentos de emergência ou clínicas de cuidados urgentes e assim viram pacientes que não estavam familiarizados. Seis dos médicos eram usuários do EHR.

As questões levantadas sobre gerenciamento de dados incluíram segurança, gerenciamento e registros de integridades. “Se os pacientes inserem a informação, elas podem não ser acuradas… pode ser que sua interpretação da descrição que é dada a eles”, afirmou um médico para o estudo.

Os pesquisadores concluíram que a integração do PHR com o EHR pode alterar a relação médico pacientes, removendo a filtragem de informação que os médicos fornecem. “Com o acesso completo e independente ao EHR, os pacientes não terão as informações médicas transmitidas por meio de seus médicos. Sem essa tradicional forma de comunicação de informação, os pacientes podem experimentar uma ansiedade desnecessária enquanto tentam interpretar a informação médica complexa armazenada em seus relatórios”.

Esse problema de ansiedade desnecessária é particularmente preocupante no contexto da saúde mental, afirmam os pesquisadores.

O estudo não aborda o fato de que isso já pode estar acontecendo em algumas localidades. Nos Estados Unidos, médicos que queiram ganhar pagamentos bônus da Medicare e Medicaid por “uso significativo” do EHRs devem ser capazes de dar a seus pacientes um resumo eletrônico de seus pedidos de relatórios.

Quase todos os médicos entrevistados no estudo afirmaram que o uso da PHR é necessário e facilitaria a melhor comunicação com os pacientes. “Fornecer os PHRs abre outra oportunidade para comunicação entre as pessoas. Acredito que comunicação nunca é demais”, observou em médico questionado no estudo.

Entretanto os participantes da pesquisa estão cientes da mudança que o PHRs pode causar na interação pessoal para a Internet, por meio de e-mail ou outra forma de mensagem eletrônica. “Temos que ter em mente que a arte da medicina não esta na tecnologia, a arte está no contato cara-a-cara e centrada no cuidado ao paciente que provemos, e é isso que os cura, essa relação terapêutica que temos com eles, e não a tecnologia”, afirmou um médico.

O sistema de saúde do Canadá pode ser governamental, mas, como nos Estados Unidos a taxa por serviço ainda predomina, e o médicos se preocupam sobre a questão de implementar o PHRs. É óbvio que os médicos irão ser contra se o PHRs aumentar a carga de trabalho, mas também podem perder dinheiro se a tecnologia economizar tempo ao baixar a frequência de visitas dos pacientes.

Segundo um participante: “Se você usa o modelo de captação – que não é o serviço por taxa – esse é um incentivo para manter seus pacientes com boa saúde e longe de sua clínica. Não é necessário vê-los para cobrar, para ganhar dinheiro. Então se você está fornecendo cuidado e fazendo isso mais eficientemente e pode melhorar ainda com um PHR, então a adição seria positiva”.

Um médico expressou sua preocupação sobre os PHRs fornecidos por companhias privadas sem interesse direto no cuidado ao pacientes ao sugerir que o College of Physicians and Surgeons of Ontario (Conselho de Médicos e Cirurgiões de Ontário), um departamento regulatório, dá aos médicos o direito de recusar o compartilhamento de dados com fornecedores privados PHR.“Então se os pacientes começarem a exigir que se implemente a informação PHR, é aí que precisaremos de medidas regulatórios de nosso Conselho”.

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