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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Em caso inédito, criança recebe coração artificial no RJ

Um menino de 10 anos foi a primeira criança no País a receber um coração artificial

Um menino de 10 anos foi a primeira criança no País a receber um coração artificial. Patrick Hora Alves sofre de uma doença cardíaca rara e precisou passar por uma cirurgia para eliminar coágulos do coração, há 15 dias.

Ao fim da operação, o órgão, já enfraquecido, não voltou a bombear sangue para o corpo. Foi necessário, então, instalar o equipamento, que fica fora do corpo. O implante foi feito no Instituto Nacional de Cardiologia, em Laranjeiras, zona sul do Rio de Janeiro.

A doença de Patrick foi descoberta dois anos atrás. Ele começou a se cansar para brincar com os amigos e praticar esportes. Era cardiomiopatia restritiva hipertrófica, doença que provoca o espessamento e rigidez das paredes do ventrículo, dificultando o bombeamento do sangue.

Por um ano e oito meses, ele foi tratado com medicamentos. No mês passado, ele passava por exames para ingressar no cadastro nacional de transplantes, quando foram descobertos dois trombos (coágulos) no coração.

Patrick, foi então, operado para a retirada do coágulo. Nesse tipo de cirurgia, o coração é parado e o bombeamento do sangue para o corpo é feito por uma máquina de circulação extracorpórea. Como seu coração já estava muito debilitado, não voltou a funcionar.

Em adultos, o coração artificial fica dentro do corpo. Em crianças isso não é possível porque não há espaço para as bombas em cada ventrículo. Agora o menino permanecerá internado até que um coração compatível apareça. Ele tem prioridade na fila do transplante. No Brasil, 230 pessoas aguardam um transplante cardíaco.

Médicos fazem paralisação amanhã contra planos de saúde

Consulta em clínicas serão interrompidas; mobilização não atinge o SUS

As três principais entidades médicas nacionais marcaram para esta quinta-feira (7) uma paralisação de 24 horas de todos os médicos do país que atendem por planos de saúde. Os serviços que serão interrompidos são os atendimentos em consultórios particulares. A paralisação não atinge o SUS (Sistema Único de Saúde).

Representantes do CFM (Conselho Federal de Medicina), da AMB (Asosciação Médica Brasileira) e da Fenam (Federação Nacional de Médicos) discutiram nesta quarta-feira (6) os detalhes da mobilização. De acordo com o médico Florisval Meinão, diretor-tesoureiro da AMB, o objetivo da paralisação é alertar a população sobre a relação entre as operadoras e os médicos.

- Nunca fizemos uma paralisação tão organizada e com tanta motivação dos médicos como essa.

Os médicos protestam por reajustes no pagamento das operadoras, regularização dos contratos com as empresas e aprovação de projeto de lei sobre a relação entre médicos e planos. Em São Paulo, a paralisação vai ser marcada por uma passeata na região central da cidade, às 9h30.

Interferência dos planos

O movimento também vai servir para alertar contra a interferência das operadoras no trabalho dos médicos, segundo Aloísio Tibiriçá, 2º vice-presidente do CFM. Pesquisa divulgada em dezembro passado pela APM (Associação Paulista de Medicina) mostrou que as pressões dos planos de saúde interferem em procedimentos necessários para manter a saúde do pacientes.

- Há solicitações de alta precoces, recusas em cobrir procedimentos que os usuários têm direito. É uma intervenção direta e antiética no nosso trabalho.

De acordo com a AMB, existem 160 mil médicos atuando na saúde suplementar. Eles realizam cerca de 223 milhões de consultas por ano e acompanham 4,8 milhões de internações. Ainda segundo a AMB, os planos médico-hospitalares tiveram 129% de incremento na movimentação financeira entre 2003 e 2009, passando de R$ 28 bilhões para R$ 65,4 bilhões. O valor da consulta no mesmo período, diz a AMB, subiu apenas 44%.

Segundo a Fenasaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), entidade que congrega 15 grupos de operadoras de planos de saúde, o reajuste médio do valor das consultas médicas praticado por afiliadas da federação entre 2002 e 2010 variou entre 83,33% e 116,30%.

Trabalhar além do horário prejudica o coração

Estudo britânico mostrou a relação entre as horas extras e o aumento no risco de desenvolver doenças cardiovasculares

Pessoas que geralmente trabalham além do horário podem aumentar significantemente o risco de desenvolveram alguma doença cardíaca, o principal motivo de mortes no mundo, de acordo com cientistas britânicos.

                                                                              Juan Carlos Ulate/Reuters

Pesquisadores revelaram que um estudo mostrou que trabalhar mais que 11 horas por dia aumenta o risco de doenças cardíacas em 67%, se comparados com pessoas que trabalham entre 7 e 8 horas diariamente.

Eles disseram que as descobertas do estudo, adicionadas a outros fatores como pressão arterial, diabetes e hábitos de fumo, poderá ajudar os médicos administrar o risco do paciente.

No entanto, eles também disseram que não está totalmente claro como os longos dias de trabalho atuam no aumento do risco de doenças cardíacas, ou se eles influenciam outros fatores de risco que podem prejudicar a saúde do coração, como alimentação, falta de exercício físico ou depressão.

O estudo, publicado na revista Annals of Internal Medicine, observou 7.100 trabalhadores britânicos durante 11 anos.

Doenças cardiovasculares, como ataque cardíaco, são as principais causas de morte no mundo, responsável pelo óbito de cerca de 17,1 milhões de pessoas ao ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Bilhões de dólares são gastos anualmente no tratamento destas doenças.

Para este estudo, homens e mulheres que trabalham em tempo integral e não tinham problema cardiovascular foram selecionados, no total de 7.095 participantes.

Os pesquisadores coletaram dados dos fatores de risco, como idade, pressão arterial, colesterol, se eles fumavam ou não, diabetes e também perguntaram quantas horas eles trabalhavam, incluindo as horas que estas pessoas trabalhavam em casa.

Durante os 11 anos do estudo, 192 participantes tiveram ataques cardíacos. Aqueles que trabalhavam 11 horas ou mais por dia ficaram 67% mais propensos a terem um ataque cardíaco em relação àqueles que trabalhavam menos.

A pesquisa também utilizou dados de um estudo chamado Whitehall II, que avaliou a qualidade de vida de mais de 10 mil trabalhadores na Grã-Bretanha desde 1985.

Capital registra quase 120 mil casos em 2011; doença está mais contagiosa

Um vírus contagioso e muito resistente, que passou oito anos sem circular intensamente em São Paulo, é o responsável pelo surto de conjuntivite deste ano na região. Até 25 de março, a capital tinha 119.148 notificações da doença, segundo o Centro de Controle de Doenças, órgão ligado à Secretaria Municipal da Saúde. O número de casos na cidade já supera em quase quatro vezes o total verificado no Estado todo nos três primeiros meses de 2010, período que contou com cerca de 32 mil casos.


O enterovírus Coxsackie A24 não era registrado nesta proporção em São Paulo desde 2003. Para os especialistas, a população está mais suscetível a este agente infeccioso justamente pelo longo período sem muito contato com o vírus, que é bastante resistente ao sistema de defesa do corpo e também ao ambiente externo – ele pode permanecer vivo em um telefone, por exemplo, por sete dias.

Segundo os oftalmologistas ouvidos pela reportagem, a quantidade de pessoas afetadas deve ser ainda maior levando-se em conta as duas últimas semanas, que não entraram nos números da Secretaria. “Estamos atendendo, em média, 400, 500 casos de conjuntivite por dia. Normalmente são menos de cem”, diz Denise de Freitas, chefe do Departamento de Oftalmologia do Hospital São Paulo, da Unifesp.

No Hospital das Clínicas, da USP, a média de atendimentos também gira em torno de 500 pessoas por dia, um aumento expressivo. Em 18 de março, quando o JT noticiou a epidemia de conjuntivite na capital, a instituição já contabilizava 300 atendimentos por dia – eram esperados 100 para o período.

A predominância de casos provocados pelo Coxsackie A24 na epidemia deste ano foi identificada pelo Instituto Adolfo Lutz. Capaz de permanecer até uma semana em objetos usados pelo paciente, o vírus também é transmitido na fase latente. “Mesmo sem sintomas, a pessoa pode estar transmitindo”, diz Carolina Paranhos, oftalmologista do Hospital de Olhos de São Paulo.

Em outros casos, a conjuntivite provocada pelo Coxsackie A24 pode trazer sintomas quase instantâneos. “É a conjuntivite explosiva: a pessoa está bem, vai deitar, e acorda com os olhos irritados”, diz Denise. “É uma espécie de gripe dos olhos”, completa.

Os médicos dizem que não há imunidade completa contra a conjuntivite – só a forma viral da doença pode ser causada por 12 tipos principais de vírus. Uma vez contaminado por um agente, o organismo desenvolve defesas contra aquele subtipo específico.

Apesar de ser predominante no surto atual, o Coxsackie A24 não é o vetor mais comum da doença. “O tradicional é a conjuntivite viral por adenovírus, também altamente contagioso”, explica Denise. Por serem mais comuns, os adenovírus têm efeito menor que o Coxsackie A24. Para os especialistas, o contato mais frequente com o adenovírus ao longo dos anos contribuiu para a maior resistência da população contra esse tipo viral.

O Coxsackie A24 costuma provocar hemorragias na conjuntiva – membrana que forra a parte branca dos olhos e a face interna das pálpebras. “A duração da doença é de sete a dez dias”, afirma Aderbal de Albuquerque Alves Júnior, presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia. Os demais sintomas são comuns a todas as conjuntivites.

Contratos entre maiores operadoras e médicos estão irregulares, diz ANS

Resolução da agência de 2004 indica que contratos devem conter cláusula com critérios para reajuste dos honorários dos profissionais, o que é descumprido pelas 30 maiores empresas do setor, responsáveis por 56% do mercado de saúde suplementar

Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) revelam que 100% dos contratos assinados entre as 30 maiores operadoras de plano de saúde do País e os médicos prestadores de serviço estão irregulares. De acordo com resolução da ANS de 2004, os contratos deveriam conter uma cláusula com os critérios para reajuste dos honorários médicos, o que é descumprido pelas empresas.

A irregularidade também vem sendo denunciada pelas entidades médicas, que organizam para amanhã uma paralisação nacional no atendimento eletivo a pacientes de planos de saúde (mais informações nesta página).

Segundo Antonio Endrigo, gerente-geral de Integração Setorial da ANS, as 30 operadoras incluídas no programa de monitoramento da agência representam 56% do mercado de saúde suplementar. "Criamos esse programa em junho de 2010 porque não tínhamos conhecimento de quem estava cumprindo a resolução de 2004", explica Endrigo, que não revelou o nome da empresas abrangidas.

As operadoras que correspondem aos outros 44% do mercado ainda não estão sendo monitoradas pela agência. "São mais de mil empresas. Optamos por deixá-las para um segundo momento, pois seria difícil monitorar todas", diz Endrigo.

A agência solicitou às 30 maiores operadoras que enviassem propostas para adequação dos contratos e afirma que vai multar quem não atender à solicitação. "Depois que chegarmos a um consenso sobre a proposta, as empresas terão um prazo para adequar sua rede credenciada."

Insatisfação. Para representantes dos médicos, no entanto, a solução da agência não é a ideal. "Em vez de perder tempo analisando individualmente mais de 2 milhões de contratos, a ANS deveria simplesmente determinar que fosse feito um adendo contratual", diz o diretor da Associação Médica Brasileira (AMB), Florisval Meinão.

O descumprimento das regras pelas operadoras e a morosidade da ANS em fiscalizá-las, afirmam as entidades médicas, resultou na desregulação econômica na saúde suplementar.

Segundo levantamento da AMB, entre 2003 e 2009, o valor de uma consulta médica foi reajustado em 44%. Já as operadoras tiveram 129% de aumento no faturamento no mesmo período, que passou de R$ 28 bilhões para R$ 65,4 bilhões. Os honorários médicos, que representavam 40% dos gastos das operadoras em 2003, hoje correspondem a apenas 18%.

O valor médio pago por uma consulta é, segundo a AMB, R$ 39. Algumas empresas chegam a pagar R$ 25. Os médicos reivindicam que o mínimo seja R$ 62.

"Descontados os gastos com aluguel e funcionários, nos sobram entre R$ 8 e R$10 por consulta. Isso tem levado ao fechamento de vários consultórios", diz. Cid Carvalhaes, presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo (Simesp).

Interferência. "Se continuar como está, a saúde suplementar vai entrar em colapso", diz Aloísio Tibiriçá, do Conselho Federal de Medicina (CFM). Os médicos, continua Tibiriçá, têm cada vez menos condições de prestar um atendimento ético à população tanto pela defasagem na remuneração como pela interferência das operadoras na autonomia dos profissionais.

Tibiriçá relembra que 90% dos médicos revelaram sofrer interferência das operadoras em sua relação com os pacientes, segundo pesquisa do Instituto Datafolha divulgada no ano passado. Os principais problemas citados foram recusa de pagamento de consultas e procedimentos realizados, pressão para reduzir o número de exames e restrições a doenças pré-existentes.

Para minimizar o problema, os médicos reivindicam que os contratos com as operadoras contenham critérios claros para credenciamento e descredenciamento de profissionais.

Procurada pela reportagem, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde), entidade que congrega 15 grande operadoras de planos de saúde, informou que o reajuste médio do valor das consultas médicas praticado por suas afiliadas entre 2002 e 2010 variou entre 83,33% e 116,30%.

"Os índices são significativamente superiores à variação do Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) no mesmo período, que foi de 56,68%", afirma a entidade, em nota. A Fenasaúde afirmou ainda que os valores são reajustados anualmente nas datas-bases acordadas nos contratos em vigor.

PARA LEMBRAR

Diretores são ligados a empresas

Integrantes de movimentos sociais tentaram barrar, em 2009, a indicação de Leandro Reis Tavares e Maurício Ceschin para cargos de diretores da ANS. O objetivo era evitar que a entidade fosse comandada por uma maioria ligada a operadoras. Ceschin trabalhou na Medial.
Reis Tavares foi chefe médico da Amil Resgate Saúde. Em 2009, também fazia parte da diretoria colegiada Alfredo Luiz de Almeida, ex-superintendente da Rede de Centros Médicos da Empresa de Serviços Hospitalares do Grupo Amil. Para entidades médicas, a presença de pessoas ligadas às operadoras na ANS explicaria a suposta omissão da agência na regulação dos contratos com os médicos.

Nova técnica implanta válvulas de tecido de vaca no coração

Uma nova técnica que substitui a válvula aórtica do coração com um implante feito de tecidos de vaca mostrou um índice de sobrevivência similar ao das operações com coração aberto e aumentou a expectativa de vida, anunciaram cientistas americanos.

A nova técnica de substituição da válvula aórtica por inserção de cateter (TAVR) é menos invasiva que a cirurgia convencional e também pode ser uma opção promissora para pacientes gravemente enfermos, segundo o estudo apresentado na conferência do American College of Cardiology.

O método diminuiu os custos de internação e aumentou a expectativa de vida em até 1,9 ano. Mas também apresentou mais riscos de derrames cerebrais e outras complicações cardíacas.

A técnica TAVR consiste em inserir no coração, através de um cateter instalado em alguma artéria da perna ou da caixa torácica, um tubo que sustenta as tampas de três válvulas interconectadas feitas com tecido de vaca.

Médico responsável por clínica de endoscopia em SC é indiciado

A Polícia Civil de Santa Catarina indiciou nesta terça-feira por suspeita de homicídio culposo (sem intenção de matar) o médico e dono da clínica onde três pacientes morreram após se submeterem a exames de endoscopia. O caso ocorreu em maio do ano passado, em Joaçaba (419 km de Florianópolis).

O gastroenterologista Denis Conci Braga, 32, também foi indiciado por suspeita de lesão corporal culposa. Além dos três pacientes que morreram na clínica outros quatro passaram mal após o exame.

Segundo o inquérito, as mortes foram provocadas pelo uso errado do anestésico dado aos pacientes. Um relatório elaborado pela Vigilância Sanitária de Santa Catarina no ano passado apontou que, na falta da versão em spray do anestésico, Braga teria diluído o anestésico lidocaína em água e dito aos pacientes que o ingerissem.

O procedimento não era indicado pela bula do medicamento e contrariava as orientações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que proíbem a ingestão do anestésico.

Segundo a Polícia Civil, o inquérito segue agora para o Poder Judiciário e em seguida para o Ministério Público, que pode denunciar o médico.

Denis Braga chegou a ser preso após a morte das duas primeiras pacientes, que morreram logo após os exames. Ele pagou fiança de R$ 2.500 e foi solto no mesmo dia. Uma adolescente de 15 anos que também foi submetida ao exame foi internada em estado grave e morreu duas semanas depois.

À época, a Prefeitura de Joaçaba e a Polícia Civil afirmaram que a clínica de Braga tinha apenas alvará para funcionar como consultório e não poderia realizar os exames de endoscopia.

O advogado de Braga, Germano Adolfo Bess, não foi localizado para comentar o caso. No ano passado, ele havia dito que seu cliente afirmou que adotou o procedimento correto e que já havia realizado centenas de endoscopias anteriormente sem nenhum problema.

Clínica espanhola testa vacina contra câncer de mama

Uma clínica espanhola deu início ao teste de vacinas personalizadas para reduzir as recaídas em pacientes que sofreram câncer de mama.

As vacinas são elaboradas com células do sistema imune do paciente e estimuladas com seu próprio tumor para reduzir a progressão da doença.

O estudo foi anunciado nesta terça-feira pela Clínica Universidade de Navarra e é pioneiro em aplicar o tratamento combinado ao padrão.

Os resultados preliminares sobre um eventual aumento de respostas do tumor --redução de tamanho e, inclusive, desaparecimento-- aos tratamentos combinados de quimioterapia e imunoterapia deste teste clínico poderiam ser obtidos em maio de 2012.

O teste foi aprovado recentemente e ainda mantém aberta a fase de recrutamento de pacientes: mulheres diagnosticadas com câncer de mama em estágios 2 e 3, correspondentes a tumores não metastásicos, de mais de 2 cm, com ou sem afetação ganglionar.

As participantes receberão o tratamento convencional (quimioterapia para reduzir o volume da doença, extirpação do tumor e radioterapia), além das vacinas personalizadas antes da cirurgia e posteriormente como manutenção.

O projeto tem dois anos de duração e complementa o tratamento tradicional, com mínimo de seis vacinas e máximo de 14.

As vacinas são elaboradas no laboratório de Tratamento Celular da Clínica Universidade de Navarra com células tumorais extraídas dos próprios pacientes.

Para isso, é realizada uma biópsia do tumor, as células tumorais são processadas e delas são obtidos os antígenos --molécula capaz de induzir uma resposta do sistema imune.

Além disso, são extraídas células do sistema imunológico, assim, as próprias defesas da paciente podem reconhecer o tumor como uma ameaça para o organismo.

Probabilidade de ter filho depois dos 50 anos é de 1%

Engravidar naturalmente após os 50 anos, como no caso da atriz Solange Couto, é uma raridade, mas é uma possibilidade, dizem experts em reprodução.

Segundo o ginecologista Luiz Fernando Dale, da American Society for Reproductive Medicine, há mulheres que menstruam e ovulam até os 58 anos. Mas a qualidade do óvulo diminui, o que reduz as chances.

Dos 45 aos 49 anos, a probabilidade de a mulher engravidar naturalmente é de 3% a 4%, diz Dale. A partir daí, a chance cai para 1%.

A gravidez tardia tem riscos altos, diz Mario Cavagna, da comissão de reprodução da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.

Além de hipertensão, diabetes e parto prematuro, há risco de o bebê ter síndrome de Down. Aos 35, há um caso de Down por 300 nascimentos. Aos 45, há um em 20 nascimentos.

Cavagna afirma, entretanto, que a gestação não é contraindicada se a mulher estiver bem de saúde. "Se não tiver problemas metabólicos e for acompanhada, tem grandes chances de levar uma boa gravidez."

Limites para a maternidade se expandem

É de uma britânica o título oficial de mãe mais velha do mundo por vias naturais. Dawn Brooke deu à luz aos 59, em 1997. Antes, o recorde era de uma americana, de Los Angeles, mãe aos 57.

Com a fertilização in vitro e a opção de recorrer a óvulos de mulheres mais jovens, os limites da maternidade têm se estendido mais. Duas indianas de 70 anos já foram mães usando óvulos de outras.

No "Guinness", entretanto, figura como mãe mais velha a espanhola Maria del Carmen Lara, que teve gêmeos aos 66, após fertilização com óvulos doados nos EUA, em 2006. Morreu três anos após o parto, de câncer.

Gravidez após os 50, natural ou não, representará maior risco à saúde da mãe e do bebê. E isso não tem nada a ver com direito reprodutivo (se homens podem ser pais na velhice, por que não elas?).

O fato é que, com a idade, há mais risco de diabetes, hipertensão, problemas renais e câncer.

Em gestações naturais, há mais chances de problemas genéticos na criança e de abortamentos por má qualidade dos óvulos.

É óbvio que tudo pode dar certo. Mas esses casos sempre serão a exceção da exceção na literatura médica. Ou "milagres da natureza", como preferem acreditar alguns.

Brasil passa a produzir quatro novos medicamentos

O Brasil passará a produzir em parceria entre o governo e laboratórios farmacêuticos quatro novos medicamentos.

O anúncio foi feito nesta terça-feira pelo Ministério da Saúde. Trata-se das drogas atazanavir e raltegravir, ambas para Aids; pramipexol, para mal de Alzheimer; e adalimumabe, para artrite reumatoide de doença de Crohn, que atinge o intestino --no caso desse medicamento, a parceria envolve um projeto de pesquisa antes da fabricação.

A expectativa do Ministério da Saúde é que o Brasil se torne autossuficiente na fabricação dos medicamentos nos próximos cinco anos.

De acordo com a pasta, isso representará uma economia de R$ 700 milhões no período.

PROFISSIONAIS DE SAÚDE

O ministério também publicou nesta terça-feira uma portaria para disciplinar o cadastro de profissionais de saúde. Eles não poderão estar vinculados a mais de dois estabelecimentos públicos. O objetivo é evitar pagamentos indevidos a equipes.

Câmara vai criar comissão para discutir veto a emagrecedor

Em novo capítulo da novela sobre os emagrecedores, um grupo de deputados tentará impedir o veto à sibutramina e a outros inibidores de apetite - como quer a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Após audiência pública ontem, na Câmara, parlamentares da Comissão de Seguridade Social e Família decidiram formar uma subcomissão para discutir o tema.

A deputada Alice Portugal (PC do B-BA) disse que irá pedir uma audiência sobre o assunto com o presidente da Anvisa. Ela defendeu mudanças na legislação, que hoje dá à agência a prerrogativa de decidir os remédios que podem ser utilizados no país.

"Não podemos tirar do prescritor [médico] o direito de optar pela medicação mais adequada ao seu paciente."

O veto aos emagrecedores foi proposto em fevereiro pela Anvisa. Ele atingiria sibutramina, anfepramona, femproporex e mazindol. A decisão final deveria sair em 1º de março, mas foi adiada após manifestações contrárias de sociedades médicas.

A área técnica da Anvisa está finalizando relatório sobre outra audiência pública, realizada em fevereiro. Esse texto deverá ser entregue aos quatro diretores do órgão, que tomarão a decisão final. Não há prazo para isso.

Na audiência pública de ontem na Câmara, médicos e farmacêuticos voltaram a criticar a proposta de veto.

Representante da Anvisa no evento, Maria Eugênia Cury, da farmacovigilância, disse que os riscos que os medicamentos apresentam superam seus benefícios.

Pela área médica, o endocrinologista Ricardo Meirelles disse que o risco só é aumentado se as drogas forem prescritas para pacientes com doenças preexistentes, que, pela bula, não devem receber esse tratamento.

Meirelles afirmou que os medicamentos são essenciais nos casos em que a pessoa não consegue aderir totalmente a uma dieta.

http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/898665-camara-vai-criar-comissao-para-discutir-veto-a-emagrecedor.shtml

Classe médica não descarta descredenciamento de planos

por Verena Souza

05/04/2011

Caso não haja consenso entre médicos e operadoras depois da greve, a categoria pretende radicalizar o movimento

Depois da paralisação dos médicos contra planos de saúde, programada para a próxima quinta-feira (07), as entidades médicas pretendem negociar um acordo com as operadoras. O reajuste dos honorários de forma periódica é a principal reivindicação da categoria.

"Temos que estabelecer uma parceria entre médicos e operadoras para beneficiar os pacientes", disse o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Aloísio Almeida.

No entanto, se os players não entrarem em um consenso, as entidades médicas pretendem radicalizar o movimento. Assista à entrevista, na íntegra, com o representante do CFM AQUI.

*A redação aguarda um posicionamento da ANS, já solicitado, referente aos questionamentos das entidades médicas. No entanto, enviou um parecer referente à paralisação dos médicos no dia 07 de abril.

Deputado considera abertura de CPI para investigar ANS

por Verena Souza

05/04/2011

Nas próximas semanas será aberta audiência pública no Congresso Nacional para discutir atuação da Agência, segundo deputado Eleuses Paiva

O trabalho regulatório da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) foi colocado em xeque nesta terça-feira (05) durante coletiva de imprensa concedida pela Associação Médica Brasileira (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam). O encontro esclareceu como funcionará a paralisação nacional dos médicos, na próxima quinta-feira (07), contra os planos de saúde. Em entrevista à Saúde TV, o deputado federal e vice-presidente da Frente Parlamentar da Saúde, Eleuses Paiva, afirmou existirem denúncias questionando a isenção da agência, uma vez que parte da diretoria da ANS é composta por executivos vindos de operadoras.

Procurada, a ANS ainda não se pronunciou em relação ao depoimento do deputado Eleuses Paiva. No entanto, enviou um parecer referente à paralisação dos médicos no dia 07 de abril.

Parecer:

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não tem por finalidade definir valores referentes ao pagamento das operadores pelos serviços realizados por prestadores de serviços de saúde. Na busca pelo entendimento e equilíbio entre as partes, no entanto, a Agência tem conduzido grupos de trabalho, nos quais atua como facilitadora entre as partes para tratar da remuneração de hospitais e discutir honorários médicos. A ANS também tem participado de discussões sobre o tema na Procuradoria Geral do Trabalho (PGT), junto a entidades médicas, Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e secretarias de Desenvolvimento Econômico (SDE) e de Acompanhamento Econômico (SEAE).

Quanto ao movimento que será promovido pela Associação Médica Brasileira (AMB) no dia 7/4, a ANS entende que é papel das entidades médicas lutar pelos direitos dos profissionais.

A ANS fará atendimento normal aos beneficiários de planos de saúde pelo Disque-ANS 0800 701 9656, pelo Fale com a ANS em www.ans.gov.br, ou nos Núcleos da Agência existentes em 12 cidades do Brasil.

Honorário defasado é a principal queixa dos médicos

por Carolina Garcia

05/04/2011

Má remuneração e intervenção no atendimento fortalecem paralisação da classe na próxima quinta-feira (7)

Representantes da Associação Médica Brasileira (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam) prestaram declarações em coletiva de imprensa nesta terça-feira (5) sobre a paralisação da categoria prevista para 7 de abril. Para os especialistas, a relação entre médicos e operadoras está abalada devido à má remuneração e às constantes intervenções que comprometem a qualidade da assistência em saúde oferecida aos usuários de planos.

De acordo com informações divulgadas na coletiva, os especialistas apontam que, com base nos dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), de 2000 a 2009 - os reajustes autorizados para as operadoras de saúde acumularam 133%. Porém, o IPCA registrou entre o mesmo período um reajuste de 106%. Segundo a classe, a tabela com os valores dos procedimentos e consultas teria como ser melhorada olhando para esses resultados apresentados pela agência reguladora, no entanto, segue desatualizada e muito além de um índice comparativo entre índices de inflação e reajustes da ANS.

O vice-presidente da CFM, Aloísio Miranda, acredita que o "exercício ético da função está ligado a justa remuneração". Para os médicos presentes na coletiva, o valor de R$ 25 ainda pago por uma consulta em alguns planos no Brasil fica longe do valor de R$ 62 – considerado o mínimo pela classe.

Para Florival Meinão da AMB, esse é o movimento mais contundente que a classe médica já elaborou. Meinão enfatiza que a má remuneração compromete a qualidade do atendimento oferecido pela classe e que essa paralisação deve ser considerada um alerta à sociedade. "O desequilíbrio econômico na área de saúde suplementar está afetando nossas idas a congressos, seminários e processos de educação continuada. Isso é grave, gerando uma defasagem do corpo de médicos", enfatiza.

O secretário de Saúde Suplementar da Fenam, Márcio Bichara, apontou que está preocupado com a assistência que tem sido oferecida à população. "Qualquer pessoa pode comprar planos de R$ 90 à R$ 20 e isso revela quão grave é a situação. Novas adesões são vendidas, porém não há uma expansão para os usuários. Não existem projetos de expansão de rede".

Além de inúmeros exemplos e reclamações sobre a má remuneração da classe, o evento ainda contou com sérias denúncias contra a ANS, uma vez que parte da diretoria teria vindo de operadoras e empresas de medicina de grupo. "O Congresso Nacional espera mais dados para investigar e analisar os supostos envolvidos. Caso seja necessário é cogitada a ideia de uma CPI para apurar essa atitude da ANS", explica o deputado federal Eleuses Paiva (DEM/SP).

Outro ponto forte ressaltado no evento foi uma suposta intervenção das operadoras no atendimento médico. Segundo os especialistas, há uma quebra de autonomia da classe quando se relacionam com usuários de planos de saúde.

Durante a coletiva, o diretor da AMB, Florentino Cardoso, apresentou diversos casos de pacientes que, diagnosticados e carentes de cirurgia, são erroneamente reavaliados pelos planos. "Estamos chegando a um colapso de atendimento, onde planos negam coberturas aos pacientes que têm direito e concedem altas precoces de pacientes internados", ressalta.

Para os médicos presentes, a paralisação terá impacto expressivo no setor e com isso esperam por negociações com as operadoras. Caso a negociação não tenha o efeito esperado pela classe, eles prometem “radicalizar o movimento” - como pontuou Márcio Bichara. “Se a paralisação não der o resultado esperado, consideraremos o descredenciamento dos profissionais e a nomeação de todas as operadoras antiéticas em cada Estado”, finaliza o secretário de Saúde.

*A redação aguarda um posicionamento da ANS, já solicitado, referente aos questionamentos das entidades médicas. No entanto, enviou um parecer referente à paralisação dos médicos no dia 07 de abril.

Parecer:

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não tem por finalidade definir valores referentes ao pagamento das operadores pelos serviços realizados por prestadores de serviços de saúde. Na busca pelo entendimento e equilíbio entre as partes, no entanto, a Agência tem conduzido grupos de trabalho, nos quais atua como facilitadora entre as partes para tratar da remuneração de hospitais e discutir honorários médicos. A ANS também tem participado de discussões sobre o tema na Procuradoria Geral do Trabalho (PGT), junto a entidades médicas, Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e secretarias de Desenvolvimento Econômico (SDE) e de Acompanhamento Econômico (SEAE).

Quanto ao movimento que será promovido pela Associação Médica Brasileira (AMB) no dia 7/4, a ANS entende que é papel das entidades médicas lutar pelos direitos dos profissionais.

A ANS fará atendimento normal aos beneficiários de planos de saúde pelo Disque-ANS 0800 701 9656, pelo Fale com a ANS em www.ans.gov.br, ou nos Núcleos da Agência existentes em 12 cidades do Brasil.

Samcil em meio a dívidas

por Saúde Business Web

05/04/2011

Apesar da morte do presidente, a ANS manterá o "regime especial" para tentar evitar a falência da companhia. São R$ 70 mi em dívidas

O presidente e fundador do grupo de saúde Samcil, Luiz Roberto Silveira Pinto, 75 anos, foi encontrado morto na tarde de segunda-feira (04) em seu escritório, mantido dentro do Hospital Panamericano, no bairro Alto de Pinheiros, em São Paulo.

A morte do empresário ocorre em meio a uma grave crise financeira que atinge a Samcil. A operadora está sob regime especial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) - espécie de acompanhamento administrativo - desde janeiro deste ano. A ANS tenta ajudar a instituição a sair da crise e evitar a falência.

Segundo informou o Valor Econômico, a operadora colocou à venda três hospitais para sanar dívidas que somam cerca de R$ 70 milhões. Os três hospitais são o Santa Marta, que fica no bairro paulistano de Santo Amaro, o Santo André e o Jardim, estes últimos situados na região do ABC paulista.

Procurada, a ANS afirmou que a operação de regime especial continua apesar da morte do presidente da empresa. Caso não seja possível recuperar a companhia, a companhia poderá ter de vender ou doar a sua carteira de clientes a outro convênio. A operadora possui cerca de 244 mil beneficiários na Grande São Paulo.

A Samcil, até o momento, também não se pronunciou sobre a morte de Luiz Roberto Pinto.

A diferença entre estar na saúde e ser da saúde

Gostaria de deixar uma mensagem para o dia mundial da saúde, e tenho uma razão muito especial para isso: sou um profissional da saúde.

As pessoas podem questionar como alguém que não é formado em medicina, enfermagem, fisioterapia, nutrição, psicologia, assistência social, farmácia ou outra atividade fim do segmento pode se qualificar como profissional da saúde ?

Bem ... como em um show, o protagonista é o profissional assistencial, mas a saúde exige especialização de administradores, engenheiros, técnicos, advogados, ‘marketeiros’ e de todas as demais profissões que cuidam da retaguarda necessária – pode chamar de figurantes: pessoalmente não fico ofendido, porque sem nós ‘o brilho da estrela’ não acontece.

A comparação é a da ‘velha historinha do Dia e da Noite’: de dia o brilho do Sol (o profissional assistencial) é tão forte que ninguém consegue ver nada no céu além dele, mas a noite é possível observar que no céu existem infinitas estrelas como o Sol (os outros profissionais do segmento da saúde)!

Afinal hospitais, clínicas, centros de diagnóstico e operadoras de planos de saúde no fundo são empresas como as outras, que necessitam comprar, pagar as contas e salários, receber bem seus clientes, limpar o ambiente ...

A diferença é que não basta começar a trabalhar em uma empresa de saúde para se rotular como um profissional da saúde – é necessário agir como um deles e, principalmente, estar motivado para trabalhar em um setor que oferece um produto totalmente diferente dos demais, apesar das dificuldades.

Quem é da Saúde entende esta questão da motivação, mas talvez os dos demais segmentos de mercado não: nós não vendemos cigarro, álcool, comida gordurosa, sonhos em apostas, juros ... nós não vendemos produtos que fazem mal a vida humana.

Muito pelo contrário, fazemos parte de uma atividade chamada Saúde que existe justamente para curar doenças, preservar a vida, dar qualidade de vida ou pelo menos dignidade no final da vida das pessoas.

Por que uma pessoa que trabalha em uma indústria de bebidas, que faz propaganda para incentivar o consumo de uma droga, pode se motivar mais que nós da área da saúde que curamos os danos causados pela ‘bebedeira’ ?

Para falar de boca cheia ‘sou um profissional da área da saúde’ não é necessário ser médico – é necessário cumprir bem o seu papel no segmento, porque cada atividade de apoio é tão importante quanto a prática assistencial.

Da mesma forma que ser formado em enfermagem não credencia qualquer pessoa como profissional da área da saúde : é necessário atender o paciente com humanismo, não colocá-lo em risco, dar conforto nos momentos de crise do paciente e do acompanhante.

É uma questão de vocação : a diferença entre ‘quem está na saúde’ e ‘quem é da saúde’.

Gostaria então de comemorar nosso dia falando (de boca cheia) como profissional da saúde, e demonstrando meu respeito tanto ao fisioterapeuta e aos demais profissionais assistenciais, que sempre são lembrados neste dia, quanto ao recepcionista, o caixa, o servente de higiene, o segurança ... e a mim !!! ... todos que incorporaram no DNA a atenção que a saúde exige.

Tenho tanta certeza do que digo: basta olhar o conteúdo da mídia especializada, em particular o Saúde Business Web, e verificar quantas citações à falta de profissionais qualificados para nosso segmento, porque:

Advogado bom no mercado ‘tem as pencas’ ... mas advogado que entende a necessidade da relação médico-paciente e da relação hospital-operadora ‘tem pouco’;
Administrador bom ‘tem de monte’ ... mas administradores que entendem a complexidade da interdependência das disciplinas médicas e assistenciais ‘são raros’;
Recepcionista que sabe sorrir tem em qualquer loja de varejo ... mas recepcionista que sabe quando deve obrigatoriamente sorrir, e quando não pode se deixar ver sorrindo de forma alguma pelo familiar em ambiente hospitalar (óbito por exemplo) ‘tem pouco’.
Para nós, profissionais de saúde, até no nosso dia ‘não dá pra deixar o ponto em branco’ – não podemos ‘baixar a guarda’ e parar por algumas horas para comemorar, porque ‘não existe pausa para dor e emergência’, não é verdade ?

postado por Enio Salu

Aprimorando a decisão dos projetistas de saúde

Na interlocução com empreendedores e operadores de serviços médico-hospitalares para obtenção de informações voltadas a concepção dos espaços de um projeto arquitetônico e em sequencia dos projetos das engenharias com ênfase nas instalações prediais e especiais, tem sido costumeira a menção dos compartimentos por sua atividade: sala de consulta, três salas de cirurgia, cuidados intensivos com X leitos e assim segue.

Os compartimentos citados compõem as atividades-fim ou centrais sem menção as atividades-meio ou de apoio, que são requeridas não somente pela operação da produção, mas recomendadas pelas Normas Oficiais referentes aos edifício de saúde: RDC-50. No entanto os compartimentos-fim alojam atividades que configuram os “elos” de algum processo de atenção e que deverão ser organizados a partir do “fluxo” e das “rotas” das atividades que serão ativadas.

Os fluxos configuram o sequenciamento dos eventos realizados em seus postos de trabalho que compõem os processos, e as rotas são os caminhos e distancias que separam os locais das atividades.

Aos arquitetos compete compreender como fluem os processos para organizar os compartimentos de forma a minimizar “desperdícios” com esforço humano e tempos, evitando riscos para os pacientes e profissionais participes dos processos.

Uma abordagem metodológica que tem aprimorado o entendimento entre profissionais de saúde que operam os processos e os arquitetos e engenheiros que organizam os espaços é solicitar aos informantes que “desenhem” os eventos que compõem os processos, alinhando sua sequencia ou elos da “cadeia de produção” e indicando o “o que faz!” e o “como faz!”, gerando informações mais esclarecedoras para uma melhor concepção da organização física.

Os profissionais de saúde, ao expressarem graficamente os processos deverão fazê-lo “a mão livre” sem qualquer preocupação métrica de distancias ou dimensões, desgarrados da frequente menção de que “não sei desenhar!”.

Conhecendo o sequenciamento dos eventos de “produção dos serviços” os Arquitetos terão condições de colocar adequadamente os compartimentos de apoio que suportam os “setores de produção”.

Sendo o edifício de saúde organizado espacialmente em setores físicos que acolhem as unidades de produção, com seus processos, necessário será informar aos projetistas a origem dos pacientes – de que setores vem! – e o destino após realizadas as atividades – para onde vão! – ensejando aos projetistas uma compreensão das interfaces setoriais e dos macro-fluxos.

Mesmo recebendo inicialmente uma listagem de compartimento deverão os Arquitetos solicitar aos informantes que “desenhem e informem os eventos que compõem os processos”.

Esta nova solicitação, que os envolvidos na operação saberão atender com presteza, resultará ganhos de conhecimento na concepção e detalhamento dos projetos físicos do edifício.

postado por João Carlos Bross

BNDES aprova financiamento de R$ 77 mi ao Cristália

por Saúde Business Web

05/04/2011

Investimento visa apoiar projetos de pesquisa e desenvolvimento do laboratório

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 77,2 milhões para o Laboratório químico-farmacêutico Cristália, no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde. O programa prevê contribuir para o desenvolvimento de novos produtos farmacêuticos e a expansão da oferta nacional de medicamentos de maior valor agregado.

Com tal investimento, a capacitação tecnológica brasileira no segmento da biotecnologia será expandida. A operação fomentará a pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos farmacêuticos, incluindo medicamentos de base biotecnológica mais modernos e específicos, a preços competitivos, informa o laboratório.

Segundo informações da empresa, o BNDES financiará 11 projetos como: Hormônio do Crescimento, Colagenase, DMA, Peptídeos, Nicotina Transdérmica, entre outros. O Laboratório químico-farmacêutico Cristália foi fundado em 1972, em Itapira, interior de São Paulo. Atualmente, produz e comercializa anestésicos e adjuvantes de anestesia na América Latina.

Especialistas pedem maior controle na venda de anorexígenos em vez de banimento

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Profissionais de saúde e farmacêuticos defenderam hoje (5) no Congresso Nacional uma maior fiscalização da prescrição e da dispensação de medicamentos emagrecedores em lugar do banimento dos remédios.

A possibilidade de retirada dos chamados anorexígenos do mercado brasileiro foi anunciada em fevereiro último pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O principal argumento é que os riscos superam os benefícios propostos pelos produtos.

Durante audiência pública na Câmara dos Deputados, o presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Ricardo Meirelles, ressaltou que o objetivo do tratamento contra a obesidade não é atingir o peso ideal, mas reduzir as consequências provocadas pelo problema.

“Ninguém preconiza o uso indiscriminado de anorexígenos no combate a obesidade”, disse Meirelles. “Estamos falando de doença, não de 2 ou 3 quilos a mais. E uma intervenção que reduza 1% do peso corporal por mês já é considerada sucesso terapêutico, já que reduz fatores de risco para diabetes e doenças cardiovasculares.”

Caso a proposta de banimento dos emagrecedores não vingue, a categoria propõe prescrever o medicamento apenas para pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 30 e pessoas com IMC igual ou superior a 25 e que apresentem fatores de risco como a hipertensão arterial.

De acordo com o representante da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais, Evandro da Gama, 60 milhões de pacientes usam produtos dispensados em estabelecimentos de manipulação no país. Segundo ele, os profissionais passam por treinamento adequado e são capacitados para a dispensação correta dos emagrecedores.

“A Anvisa precisa prestar atenção em parte de sua missão, que é a melhoria na qualidade de vida dos brasileiros”, disse. Para ele, os anorexígenos precisam ter os riscos minimizados por meio da prescrição e da dispensação adequadas. “Se a gente bane, provoca o uso ilícito disso”, afirmou.

O secretário-geral do Conselho Federal de Medicina (CFM), Henrique Batista e Silva, defendeu o direito de acesso e de recusa, por parte do paciente, aos emagrecedores. “O médico e os profissionais da saúde têm esse cuidado: de permitir que o paciente seja bem informado”, afirmou. Segundo ele, não há ainda fundamentos para que os medicamentos sejam retirados do mercado.

Durante o debate, a representante da Anvisa, Maria Eugênia Cury, lembrou que, mesmo com medidas de controle aprovadas, o consumo de anorexígenos no Brasil vem registrando um aumento sustentado. Apenas em 2010, quase 4,5 milhões de prescrições foram emitidas para esse tipo de remédio.

“Está colocada uma questão fundamental de risco sanitário envolvendo a população brasileira. Há problemas de segurança, de efetividade baixa e de não eficácia comprovada”, disse.

O diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, informou que não há prazo para que o órgão decida sobre a proposta. A definição, segundo ele, só será dada quando houver informação suficiente por parte da diretoria colegiada.

Governo baixa novas regras para impedir acúmulo ilegal de emprego por profissionais de saúde

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Ministério da Saúde publicou hoje (5) novas regras para impedir o acúmulo irregular de cargos por profissionais de saúde. Os trabalhadores e gestores públicos terão de justificar os casos de acúmulo de emprego. A Portaria 134, que traz as novas normas, proíbe o credenciamento de profissionais que exercem mais de dois cargos ou empregos públicos no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (Cnes), banco que reúne dados dos trabalhadores do setor. A Constituição Federal só permite aos profissionais de saúde acumular dois empregos.

No caso de o profissional liberal ou autônomo trabalhar em mais de cinco instituições de saúde da iniciativa privada, o cadastro no sistema só poderá ser feito com apresentação de justificativa dos gerentes dos estabelecimentos de saúde, validada pelo gestor municipal, estadual ou do Distrito Federal.

De acordo com a portaria, cabe aos estados, municípios, responsáveis pelas unidades de saúde e ao Distrito Federal atualizar, mensalmente, o cadastro do setor. Antes, a responsabilidade era apenas dos gestores locais. Além disso, os dados como nome e registro do profissional serão confrontados com a base de informações do Conselho Federal de Medicina (CFM). Em caso de situação irregular, o cadastro do profissional pode ser bloqueado.

A portaria estabelece também o controle sobre a carga horária dos funcionários do Programa Saúde da Família, ligado ao ministério. Para ter vínculo em mais de três estabelecimentos públicos ou particulares, o profissional deve ter uma justificativa e autorização prévia do gestor público, além de não poder ultrapassar a carga horária estabelecida. Se for constatado descumprimento da norma, o ministério irá suspender a transferência de recursos para a equipe do programa ao qual o profissional faz parte.

As normas vão vigorar a partir de maio. Em 2011, o governo federal já descredenciou 7.891 agentes comunitários, 1.137 equipes do Saúde da Família e 914 equipes de saúde bucal, em 1.294 municípios. As principais irregularidades são duplicidade de cadastro de profissionais e não cumprimento da jornada de trabalho.

Cremerj alerta para falta de médicos no Rio, em meio ao aumento de casos de dengue

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Em meio ao aumento dos casos de dengue no município do Rio de Janeiro, o Conselho Regional de Medicina (Cremerj) alerta para a falta de médicos na rede municipal de saúde. Segundo o coordenador da Comissão de Saúde Pública do Cremerj, Pablo Vazquez, o número insuficiente de médicos nos hospitais públicos pode comprometer o atendimento aos doentes.

Segundo Vazquez, em um hospital geral como o Souza Aguiar, o maior do Rio de Janeiro, por exemplo, as equipes médicas, que deveriam ter seis clínicos gerais, só têm dois ou três. “Algumas só têm um médico”, afirma.

O coordenador afirma que a situação pode ficar ainda pior se não for prorrogado o convênio da prefeitura com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que se encerra neste mês. A Fiocruz foi contratada para fornecer médicos para a rede municipal de saúde. Caso o contrato não seja prorrogado, haverá um déficit de até 400 médicos na rede, segundo o Cremerj.

Vazquez informou que o assunto será discutido na próxima terça-feira (12) com o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, e o secretário municipal de Saúde, Hans Dohmann. Segundo o coordenador, na pauta da reunião está a prorrogação do contrato por mais um ano, “desde que se tenha, nesse intervalo, o compromisso da secretaria de um amplo concurso, para garantir o atendimento à população”.

De acordo com Vazquez, o Cremerj também está atento aos supostos casos de negligência médica que teriam levado à morte de pacientes, como a estudante Fernanda de Freitas, de 19 anos. Segundo o pai da jovem, Hernani de Freitas, ela morreu de dengue hemorrágica no último sábado (2), depois de ser liberada por uma médica num hospital particular. Os casos serão analisados e médicos poderão ser responsabilizados, caso se confirme o erro no atendimento.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Secretaria Municipal de Saúde informou que estuda a realização de um concurso público, independentemente da assinatura de um novo convênio para fornecimento de médicos. Segundo a secretaria, a rede pública do Rio dispõe de 7 mil médicos.

Para responder ao aumento da demanda por atendimento devido à dengue, a rede contratou profissionais especialmente para atender pessoas com suspeita da doença. De acordo com a secretaria, a rede municipal está preparada para o atendimento adequado às vítimas de dengue.

Até ontem (4), a Secretaria de Saúde registrou 14.720 casos de dengue no município, sendo que mais da metade (7.816) ocorreram em março.

Dose segura de cafeína em energéticos ainda é incerta

Um século depois do julgamento da Coca-Cola, limite da cafeína em bebida ainda é discutido

A mais recente batalha na guerra da cafeína – envolvendo altos níveis da substância nas chamadas bebidas energéticas, especialmente aquelas consumidas por crianças – lembra uma das primeiras.


Ela aconteceu faz um século, numa corte em Chattanooga, Tennessee. O julgamento ocupou manchetes por várias semanas e produziu pesquisas científicas que duram até hoje – mas sem gerar limites federais para a cafeína em alimentos e bebidas.

Esses níveis continuam praticamente sem regulamentação hoje. Como dois pesquisadores escreveram no “The Journal of the American Medical Association”, bebidas energéticas não alcoólicas “podem representar uma ameaça tão grande para a saúde e a segurança pública e individual” quanto as bebidas alcoólicas e “são necessárias mais pesquisas capazes de guiar ações de agências regulatórias”.

Ninguém usava o termo “energético” em 1911, mas a bebida que estava em julgamento em Chattanooga continha a mesma quantidade de cafeína que o Red Bull moderno – 80 mg por porção.

A bebida era a Coca-Cola. Harvey Washington Wiley, o “químico cruzadista” que liderou o Bureau de Química do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, havia aberto um processo judicial contra a Coca-Cola Co., acusando-a de adulterar a bebida ao adicionar um ingrediente prejudicial: a cafeína (os níveis atuais de cafeína da Coca-Cola são bem mais baixos).

Preparando sua defesa, a empresa encontrou uma lacuna na pesquisa existente sobre a cafeína: “Quando os cientistas observaram os dados, viram todos aqueles estudos animais, mas não tinham os dados humanos necessários”, afirmou Ludy T. Benjamin Jr., professor de psicologia da Texas A&M University, que estudou o julgamento. “Então, eles buscaram alguém que pudesse gerar dados humanos, e rápido”.

A Coca-Cola contratou um instrutor de psicologia da Barnard College, chamado Harry Levi Hollingworth. Ele reuniu 16 participantes, com idades entre 19 e 39, incluindo usuários ocasionais, moderados e regulares de cafeína, assim como abstêmios. Num apartamento em Manhattan alugado para a pesquisa, ele testou as habilidades mentais e motoras sob diferentes níveis de uso de cafeína e abstinência. Os participantes tomaram cápsulas de cafeína e placebos – era um estudo duplo-cego, pois sem os participantes, nem os pesquisadores sabiam quem tomava o quê – e “refrigerantes de máquina” com e sem cafeína. Com a aproximação do julgamento, Hollingworth fez tudo isso em apenas 40 dias.

Os participantes mantinham boas anotações. No dia 22 de fevereiro, um usuário regular de cafeína estava livre da substância: “Me senti cabeça-dura o dia todo. Minha cabeça estava mais lerda que o normal”. No dia 25 de fevereiro, um abstêmio consumiu 260 mg de cafeína, o equivalente aproximado a uma xícara de 355 ml de café do Starbucks: “Melhora gradual no humor até 16h. Depois, um período de exuberância, de bem-estar. Ideias extravagantes”.

Hollingworth descobriu que doses moderadas de cafeína estimulavam o desempenho dos participantes em alguns testes, embora alguns tivessem sono insatisfatório após as doses mais altas. Sua presença no julgamento, no dia 27 de março de 1911, foi um ponto alto no processo que durou quatro semanas, dominado por depoimentos anedóticos, contraditórios e desleixados.

“O depoimento de Hollingworth foi, de longe, o mais interessante e técnico”, reportou o “Chattanooga Daily Times”. Porém, o júri nunca emitiu um veredito baseado na ciência, pois uma semana depois o júri concedeu à Coca-Cola um pedido de anulação (após anos de apelos, o caso foi resolvido com um “nolo contendere”).

Hollingworth compilou seus estudos num livro de 1912 que usou uma grafia contemporânea para a substância: “The Influence of Caffein on Mental and Motor Efficiency”. Um editorial do “The Journal of the American Medical Association” daquele ano dava boas-vindas à pesquisa: “É gratificante ter os efeitos sobre o sistema humano de uma droga como cafeína tão investigados por testes científicos rigorosos nas mãos de pesquisadores capazes. Somente desta forma haverá base adequada para conclusões corretas quanto aos possíveis perigos do uso de bebidas contendo cafeína”.

No mesmo jornal, no mês passado, os dois pesquisadores, Amelia Arria, da Universidade de Maryland, e Mary Claire O’Brien, da Wake Forest University, citaram preocupações quanto aos efeitos de bebidas energéticas sobre o sono, pressão arterial e padrões de dependência, e seu uso em coquetéis. “É preciso mais pesquisa, em particular para guiar o processo decisório de agências regulatórias relacionadas ao estabelecimento de um limite máximo cientificamente validado sobre a quantidade de cafeína que um fabricante pode incluir numa única porção de qualquer bebida”, escreveram.

Como o caso de Chattanooga foi descartado, o júri não emitiu nenhum veredito sobre as questões mais amplas discutidas na corte: Que quantidade de cafeína pode ser considerada um exagero? É diferente quando a cafeína é adicionada a bebidas, em comparação à substância naturalmente presente no café? Seu consumo forma hábito? As bebidas podem ser comercializadas para os jovens? Como o governo federal deve regulá-la? Diante de uma nova geração de bebidas com concentrações mais altas de cafeína, tamanhos maiores e fórmulas mais complexas do que a Coca-Cola de 1911, os americanos hoje estão discutindo as mesmas questões. “Não sei se Hollingworth ficaria surpreso”, disse Benjamin, “mas aposto que ele se divertiria com isso”.

*Murray Carpenter

Droga que evita desenvolvimento do diabetes tem efeito colateral

Pacientes que participaram de estudo ganharam peso e sofreram retenção de líquido. Outros riscos também estão sendo pesquisados

As pessoas que possuem alto risco de desenvolver diabetes podem ser capazes de afastar a doença ao tomar a droga pioglitazona, como sugere um novo estudo. Porém, críticos afirmam que os potenciais efeitos colaterais da medicação podem ofuscar os benefícios para aqueles indivíduos que ainda não têm a doença.


A pioglitazona, cujo nome comercial é Actos, pertence ao mesmo tipo de drogas que o remédio para diabetes rosiglitazona, vendido como Avandia, que, como se descobriu, aumenta o risco de ataque cardíaco. O uso de rosiglitazona tem sido bastante restringido nos Estados Unidos.

Acredita-se que a pioglitazona seja mais segura que a rosiglitazona, mas ela tem sido associada a um aumento no risco de insuficiência cardíaca congestiva. A Food and Drug Administration está investigando uma possível associação ao câncer de bexiga.

No novo estudo, uma equipe liderada por pesquisadores do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, em San Antonio, acompanhou pacientes que possuíam níveis elevados de açúcar no sangue, monitorando-os por pouco mais de dois anos, em média.

A incidência anual média da progressão para o diabetes foi de 7,6% para um grupo placebo e 2,1% para pacientes que tomaram pioglitazona, representando uma redução no risco de 72%, afirmaram os pesquisadores. O médico Ralph A. DeFronzo, principal autor do estudo, classificou os resultados como “impressionantes”.

Entretanto, os pacientes que tomaram a droga ganharam peso e sofreram retenção de líquido. Críticos disseram que não está claro se a droga prevenia o diabetes ou simplesmente diminuía os níveis de açúcar no sangue.

O estudo, publicado no The New England Journal of Medicine, foi financiado em parte pela Takeda Pharmaceuticals, fabricante da pioglitazona.

Médicos contrariam Anvisa e defendem venda de emagrecedores

Para especialistas, governo tenta banir comercialização por não conseguir fiscalizar venda

Em meio às tentativas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de banir a venda de medicamentos que moderam o apetite no país, médicos e representantes da indústria farmacêutica defenderam a manutenção da venda dos inibidores na Câmara dos Deputados nesta terça-feira.

Para os representantes do setor convidados para a audiência pública, os remédios emagrecedores podem trazer mais benefícios do que riscos à saúde de alguns grupos de pessoas, como os obesos, porque reduziriam sua exposição a hipertensão e diabetes.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Nutrologia, Paulo Giorelli, cerca de 90% dos pacientes com excesso de peso sofrem de algum tipo de diabete e 70% têm hipertensão. “Nenhuma outra doença mata tanto quanto a obesidade. Se sobrar um remédio só, não será possível vencer essa doença”, diz, referindo-se ao Xenical (orsalite), emagrecedor fora da mira da Anvisa porque em vez de atuar no sistema nervoso central, age no intestino.

A proposta da Anvisa de proibir a sibutramina e os derivados de anfetamina (fenproporex, dietilpropiona e mazindol) foi apresentada em fevereiro, por nota técnica da agência que defendia o cancelamento dos registros de inibidores de apetite que atuam no sistema nervoso central. No mesmo mês, a Anvisa tornou mais rígida a venda desses medicamentos, exigindo receita especial para a compra.

O representante da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Ricardo Meirelles, afirma que as medidas revelam a dificuldade do governo em fiscalizar a comercialização dos remédios de uso controlado. “Aqui no Brasil as coisas têm que ser oito ou oitenta, porque não se tem recursos para uma fiscalização rigorosa”, disse.

Medicamentos são indicados após cirurgias

Os pacientes que passam por cirurgias que restringem sua alimentação ou só permitem uma dieta líquida, ou seja, com necessidade de redução da alimentação, também foram citados por médicos como casos em que os inibidores seriam recomendados.

Para os médicos convidados à audiência na Câmara, a discussão deve se concentrar na forma como os remédios são prescritos. “O que pleiteamos é que se promova o uso consciente desses medicamentos, aliado ao direito de escolha do paciente”, afirmou Henrique Batista e Silva, do Conselho Federal de Medicina.

Para a Anvisa, os remédios anfetamínicos têm eficácia modesta na perda de peso e seus efeitos colaterais podem levar a doenças cardiovasculares e derrames associados à sibutramina, por isso a vontade de bani-los.

Segundo a chefe de Vigilância Pós-Uso/Comercialização da Anvisa, Maria Eugênia Cury, o controle do medicamento tem sua eficácia restrita. “Apesar de estarem sob controle há 20 anos, os inibidores de apetite continuam sendo consumidos em larga escala.”

Banalização do consumo

Médicos e Anvisa concordam sobre essa banalização dos emagrecedores nos últimos anos. Segundo Maria Eugênia, em 2003, o Brasil consumiu 76% da produção mundial de anfepramona e 78% de fenproporex. Além disso, em 2009 e 2010, a sibutramina foi usada na maioria das vezes por seu efeito colateral psicológico.

Nesses anos, ela destacou, ainda, que foram os pediatras os campeões em receitas de fenpreporex. Um terço das crianças brasileiras entre 5 e 9 anos tem excesso de peso e 14% são obesas, de acordo com dados do Ministério da Saúde coletados em 2008 e 2009.

“(Na pediatria) não me parece o uso mais adequado destes medicamentos”, admitiu o representante da SBEM, Ricardo Meirelles. Com isso, ele ressaltou a necessidade de se discutir a orientação da prescrição, em vez do uso.

As deputadas Alice Portugal (PC do B – BA) e Jô Moraes (PC do B – MG), que fazem parte da Comissão de Saúde da Câmara, querem criar uma subcomissão específica para manter o assunto em discussão.