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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Remédios antigos - Pílulas de Vida do Doutor Ross



PÍLULAS DE VIDA DO Dr. ROSS - ALÓINA + ASSOCIAÇÃO

Aloína (principio ativo do Alce socrcotino) 16,2 MG; Pó de ipecacunha (da raiz cephaelis ipacunha) 4), O MG; Extrato de beladona (das folhas da Atropa Bella Dona) 2 MG; excipientes que q.s. para 1. Para uma pílula. Medicação Laxativa e Purgativa, suave. - Como laxativo-1 ou 2 pílulas à noite ao deitar. - Como purgativo-3 ou 4 pílulas. Crianças-doses proporcional á idade. - Siga corretamente o modo de usar; não desaparecendo os sintomas, procure orientação Médica. – Glaxe Smiphkline Brasil LTDA. Estrada dos Bandeirantes 8464 – Rio de Janeiro – RJ CNPJ 33.247.743/000-10 – MS 1. 0107. 0142.  Contem 24 Pílulas. Conservar em lugar fresco e seguro

Mosquito é encontrado em cartela de medicamento

RIO - Ao abrir a embalagem do medicamento Omeprazol, fabricado por um dos maiores laboratórios de genéricos do país - o EMS - a leitora Sandra Santinoni encontrou um "brinde" indesejado: um mosquito imprensado na cartela de comprimidos. Segundo a internauta, ela chegou a retirar as cápsulas para o consumo e, só depois, percebeu o incidente:


"Abri a caixinha nova, peguei uma cartela - no quarto escuro e sem óculos - destaquei dois comprimidos e tomei. Ao puxar a mesma cartela, vi alguma coisa preta. Quando enxerguei o mosquito, fiquei muito preocupada. Remédio é para te deixar melhor e não piorar", observou a internauta, que enviou a foto ao Eu-repórter.


Embora tivesse registrado o caso na Delegacia do Consumidor (Decon) da Gávea e cedido o material para perícia, a leitora escreveu* ao jornal O GLOBO no dia 16.05.2011 para informar que o fabricante não teve culpa:

"Estive pensando muito nesse final de semana e cheguei a conclusão de que o Laboratório EMS não teve culpa nesse incidente do inseto. Já trabalhei em laboratório e sei como são as condições de higiene exigidas, e realmente um caso como esse só pode se tratar de sabotagem ou falsificação", ressaltou.


 O laboratório EMS, responsável pela produção do remédio, disse que o caso já está esclarecido e que o fato é inédito nos seus 50 anos de existência. A empresa afirma que encaminhou um novo produto à consumidora e aguarda o recebimento da amostra para iniciar as investigações. A empresa ressaltou que trabalha com os mais altos padrões sanitários de qualidade durante a fabricação e a embalagem. A EMS se declarou habilitada e certificada pelas autoridades regulatórias nacionais e internacionais, tais quais Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil, Agência de Medicamentos Europeia (EMEA), na Europa, e a Invima (Colômbia).

Em situações semelhantes, a denúncia pode ser encaminhada ao Procon ou à Vigilância Sanitária pelos contatos: (21) 2333-3787 ou visa.denuncias@saude.rj.gov.br.

O material é encaminhado para perícia e se a análise confirmar que não houve erro na etapa de produção, a farmácia que comercializou o produto passa por inspeção e pode sofrer sanções. O valor da multa é calculado de acordo com a ocorrência, que pode chegar a R$ 1.071,04 por infração.

* Atualização em 17.05.2011, às 18h: a leitora entrou em contato com O GLOBO para informar que retirou a queixa da Delegacia do Consumidor (Decon) da Gávea, por acreditar que o laboratório EMS não teve culpa no incidente. A fabricante também se pronunciou, dizendo que o caso já foi solucionado.Este texto foi escrito com a ajuda de uma leitora do Globo.


Médicos "desligam" metade do cérebro de criança em operação pioneira

Garota de um ano tinha convusões diárias por causa de uma doença neurológica

Em uma cirurgia pioneira, médicos "desligaram" metade do cérebro de uma menina de um ano de idade portadora de uma doença neurológica rara que acarreta frequentes convulsões. Angelina Mills, de Norfolk, no leste da Inglaterra, apresentou os primeiros sintomas da síndrome de Sturge-Weber no nascimento, quando a doença normalmente se manifesta.

Angelina Mills teve lado do cérebro "desligado"

A síndrome congênita é causada por má formação nos vasos de um dos lados do cérebro, normalmente o mais fraco. É comum que a doença seja acompanhada de convulsões e cause dificuldade de aprendizado.

Como praxe, o tratamento da síndrome de Sturge-Weber é sintomático, através do uso de medicamentos anticonvulsivos, terapia física para reduzir a fraqueza, cirurgia plástica para remover a mancha e monitoramento de sinais de glaucoma.

A cirurgia que "desligou" o lado afetado do cérebro de Angelina, conduzida no hospital infantil de Great Ormond Stret, em Londres, foi considerada "pioneira".

Abalo

O pai da menina, Stephen Mills, disse à BBC que a família sabia da chance de Angelina ter a síndrome, mas que ele continuava otimista sobre a saúde da garota.

Ele contou que não quis acreditar a princípio que sua filha sofresse do problema, apesar de Angelina ter nascido com uma mancha vermelha no rosto, um dos sintomas da doença, causada pelo inchaço dos vasos.

– As primeiras convulsões abalam tanto que é difícil acreditar no que está acontecendo. Não parecia real.

A mãe de Angelina, Lisa Massingham, disse que a doença praticamente eliminou a vida social da família, que evitava fazer programas fora de casa por temor de convulsões.

– Durante nove meses, desde que ela tinha 18 semanas, nunca saíamos de casa com Angelina. Ela tinha convulsões todos os dias. Era assustador. Sabíamos que tantas convulsões poderiam levar a um ataque e ela poderia morrer.

Choque

O casal disse que ficou em choque quando o hospital sugeriu desligar a camada mais externa do lado direito do cérebro de Angelina. A princípio, disse Stephen, os pais tinham dificuldade até de falar no assunto.

– A princípio, aceitar algo tão drástico foi demais para mim, quanto mais conversar sobre isso com Lisa.

Lisa diz que eles não "conseguiam liberar as emoções".

Depois da cirurgia, Angelina agora é "uma criança totalmente diferente", diz a mãe. A menina é bastante "ativa" e a família pode levar uma vida normal.

– Desde a operação, ela nunca mais teve convulsões. Cruzo os dias todos os dias para não voltem a acontecer, e elas nunca mais aconteceram. Angelina é uma garota brilhante e vê-la me traz inspiração todos os dias.

Viúva ganha na Justiça direito de usar esperma de marido morto

Homem morreu antes da realização da fecundação in vitro

Reprodução/The Daily Telegraph

Uma viúva australiana ganhou nesta segunda-feira (23) uma batalha legal pelo esperma congelado de seu marido morto, apesar de não ter autorização escrita do doador, algo que é uma exigência no Estado de Nova Gales do Sul para a realização do procedimento de fecundação in vitro.

A decisão judicial concede à viúva, Jocelyn Edwards, de 40 anos, poder sobre os espermatozoides de seu marido, mas ela terá que sair de Nova Gales do Sul para se submeter à fertilização in vitro.

Jocelyn diz que "foi a decisão correta".

– Mark [o marido] ficaria tão contente. Vamos ter nosso filho. Isso é o que penso fazer. Agora só quero desfrutar desse momento. Foi um tempo muito longo e difícil para mim.

Jocelyn e Mark Edwards se casaram em 2005 e, após tentarem sem sucesso ter um filho, em meados de 2010 foram a uma clínica de reprodução assistida. Após avaliar as opções, escolheram a fertilização in vitro e marcaram uma reunião em 6 de agosto de 2010 para assinar os formulários de autorização e começar o tratamento, mas na véspera o marido morreu em um acidente de trabalho.


No dia seguinte à sua morte, um juiz autorizou a extração dos espermatozoides e, desde então, ficaram congelados em um laboratório à espera que a justiça australiana decidisse a quem pertenciam.

Campanha de vacinação contra a gripe é prorrogada em São Paulo

A Secretária Municipal de Saúde de São Paulo decidiu prorrogar novamente a camapanha de vacinação contra a gripe no município, que se encerraria hoje, até a próxima sexta-feira (27). Entre 25 de abril e 18 de maio, a prefeitura distribuiu 1,3 milhões de doses da vacina.

Devem tomar a dose pessoas de 60 anos ou mais, profissionais da saúde, gestantes, população indígena e crianças de 6 meses até dois anos.

Além dos postos de saúde, que ficam abertos das 8h às 17h, as vacinas estão sendo aplicadas no Instituto Pasteur (av. Paulista, 393) e nos terminais rodoviários do Tietê e da Barra Funda, das 8h às 20h.

A relação dos postos pode ser consultado no site da secretaria.

Até a última quarta-feira (18), 4,5 milhões de pessoas tinham sido imunizadas em todo o Estado de São Paulo, de acordo com a Secretaria da Saúde. A meta da campanha é imunizar 5,5 milhões no Estado.

Empresa diz que Ronald McDonald ainda vai vender muitos lanches

A McDonald's Corp rejeitou os pedidos de avaliação do impacto da sua comida sobre a obesidade infantil, e disse que a marca registrada do palhaço Ronald McDonald ainda vai vender muitos "McLanches Felizes" para as crianças nos próximos anos.

McDonald's Corp./Associated Press

"Esta é uma questão de escolha e nós acreditamos no processo democrático", disse o executivo-chefe da empresa, Jim Skinner, durante reunião com seus acionistas sob uma onda de aplausos entusiasmados. "Trata-se do direito pessoal e individual de escolha."

Os acionistas da maior cadeia de fast food do mundo rejeitaram a proposta que exigiu um relatório sobre o papel da rede na epidemia de obesidade infantil, dizendo que os clientes eram livres para fazer suas próprias escolhas alimentares.

"Ronald McDonald é um embaixador a serviço do bem e não vai a lugar nenhum", disse Skinner com firmeza.

Entre os dissidentes na reunião estava Donald Zeigler, diretor da Prevenção e Estilo de Vida Saudável da Associação Médica Americana, que questionou quando a cadeia de lanchonetes vai parar de usar o palhaço para promover seus produtos.

Zeigler, que também é professor da Rush University Medical Center, foi um dos 550 profissionais de saúde que assinou uma carta aberta ao McDonald's.

Na terça-feira (17), um grupo de vigilância colocou anúncios em jornais de todo o país, pedindo que o McDonald's pare de se promover por meio do palhaço, de brindes e de outras táticas.

Cerca de 17% das crianças e adolescentes são obesos, de acordo com CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA. O excesso de peso na infância aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2, colesterol alto, hipertensão e uma série de outras doenças.

O McDonald's é alvo de críticas há anos em razão de suas táticas de marketing e vendas do McLanche Feliz para crianças, que incluem brinquedos como estímulo.

A rede permite que os pais troquem o leite ou o suco por refrigerante, e também oferece maçãs fatiadas com molho de caramelo e nuggets de frango como alternativas para batatas fritas e hambúrgueres.

A cadeia de restaurantes tem opções mais saudáveis no cardápio, incluindo saladas e farinha de aveia, mas os críticos argumentam que ainda há muita gordura, sal e açúcar em suas refeições.

Mesmo a farinha de aveia, observou um crítico, contém quase a mesma quantidade de açúcar que uma barra de chocolate Snickers.

Skinner defendeu a estratégia do McDonald's, que resultou em pesadas vendas e lucros para os acionistas.

Mas, como apontam especialistas, crianças obesas com frequência se tornam adultos obesos, sobrecarregando o sistema de saúde inteiro.

Ironicamente, Miles White, presidente e executivo-chefe da farmacêutica Abbott Laboratories, é diretor do conselho do McDonald's desde 2009.

A Abbott faz uma ampla gama de medicamentos, incluindo estatinas para baixar o colesterol, e dispositivos médicos, como stents (dispositivos para dilatar vasos sanguíneos), usados em pacientes cardíacos com artérias obstruídas.

Propagandas antigas - Para abortar a gripe - Euceina Werneck



“Específico da Gripe Euceina Werneck Faz abortar a influenza, venha ou não acompanhada de febre.”

1 de março de 1920.

Hoje o anúncio poderia ser considerado incorreto por usar o verbo ‘abortar’.

Convênios: empresas alegam que superaram problemas

Marítima Saúde Seguros, Unimed Paulistana e Unimed Seguros esclarecem que o índice da ANS tem como base o ano de 2009 e já não condiz com a realidade atual. A Unimed Paulistana diz que passou por processo de Direção Fiscal e se recuperou, obtendo lucro líquido de R$ 44,9 milhões.

A Marítima diz que encerrou o ano de 2010 com lucro líquido de R$ 16,5 milhões, aumento de 22,9% na comparação anual. Já o desempenho da Unimed Seguros registrou crescimento de 47% em 2010, em relação ao mesmo período de 2009. No primeiro quadrimestre de 2011, a elevação salta para 60%.

A Itálica diz trabalhar para melhorar seus índices de avaliação. Informa ainda que a situação dos credenciados alegada pelo associado citado na reportagem reflete uma situação dos prestadores que não mais aceitaram atender associados advindos da Avimed, por não terem sido pagos pela Avimed – dividas que não são de responsabilidade da Itálica.

O Grupo São Cristóvão Saúde diz que, ao escolher um plano de saúde, o consumidor deve levar em consideração o tempo da empresa no mercado, a posição financeira e crescimento. O grupo diz que completará 100 anos em dezembro e está entre as 50 maiores empresas em patrimônio líquido do País.

A Federação das Unimeds do Estado de São Paulo (FESP) diz que considera fundamental mostrar o caminho a ser percorrido e as dificuldades das operadoras de saúde, como as novas imposições da ANS e bitributação.

Convênios: avalie o número de queixas

Outra maneira de o consumidor saber se o seu plano de saúde está bem é analisar a qualidade do atendimento.
“Existem alguns indícios de que a empresa já não está indo bem: muitos descredenciamentos de prestadores de serviços, profissionais e laboratórios sem a substituição (normalmente isso ocorre porque o plano não está pagando).

ambém é recomendável conversar com os profissionais e perguntar se estão recebendo em dia ou atrasado”, diz Juliana Ferreira, advogada do Idec.

Outro fator que deve ser analisado é o Ranking de Reclamações da ANS, no site da operadora (veja acima) – uma ferramenta mais dinâmica, já que é atualizada mensalmente.

Dentre as 18 empresas citadas pelo JT, 13 foram relacionadas no ranking de queixas das empresas de grande porte da agência reguladora de fevereiro de 2011, o último divulgado.

São elas: Golden Cross (4º), Samcil (6º), Amico (7º), Amil Saúde (8º), Unimed Paulistana (15º), Prevent Senior Private (19º), Green Line (31º), Bradesco (42º), Unimed Seguros Saúde (57º), Marítima (61º), Intermédica (64º), Porto Seguro (71º) e Assimédica (75º).

No ranking de reclamações contra empresas de médio porte aparecem Itálica (2º), Trasmontano (42º), Serma (61º), São Cristóvão (22º), Omint (81º). Prevent Senior Corporate ficou no ranking das pequenas operadoras ( 6º).

Atenção à saúde financeira do seu convênio

Onze dos 18 maiores planos de saúde do País estão em dificuldades financeiras. É isso o que indica um levantamento feito pelo JT com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que classificam os balanços (ano de 2009, último disponível) repassados pelas próprias operadoras.


Para os clientes, uma empresa do setor com problemas econômicos pode significar piora no atendimento e nos serviços prestados, com redução da rede credenciada e demora para marcação de consultas, exames e outros procedimentos médicos.

A ANS mede o desempenho das operadoras em cinco faixas de valores numa escala de zero a um; quanto mais próximo de zero, pior a situação. Dos 18 maiores planos analisados pela reportagem (Green Line, Unimed Paulistana, Unimed Seguros Saúde, Trasmontano de São Paulo, Serma, Assimédica, Prevent Senior Private, Prevent Senior Corporate, Marítima Seguros, São Cristóvão, Amil Saúde, Amico, Golden Cross, Intermédica, Omint, Porto Seguro e Bradesco Saúde e Itálica), seis deles (Unimed Paulistana, Trasmontano de São Paulo, Serma, Assimédica, Prevent Senior Corporate e Itálica) estão na pior faixa de desempenho financeiro, com pontuação de 0,00 a 0,19.

Outros cinco estão na segunda pior faixa de avaliação (de 0,20 a 0,39). São eles: Green Line, Unimed Seguros Saúde, Prevent Senior Private, Marítima Seguros e São Cristóvão. Omint ficou na faixa intermediária (de 0,40 a 0,59). Amil Saúde, Amico, Golden Cross e Intermédica ficaram na segunda melhor faixa (entre 0,60 e 0,79). Porto Seguro e Bradesco alcançaram os melhores índices (de 0,80 a 1).

Uma fonte ligada ao setor das operadoras confirmou que a situação financeira das empresas realmente é grave e causada pelo excesso de novos procedimentos obrigatórios inseridos no rol pela ANS. Dirigentes do setor queixam-se de que a inclusão de exames, cirurgias e tratamentos complexos e mais caros tem impacto muito alto nas contas das operadoras de saúde.

Eraldo Cruz, gerente geral da ANS para o acompanhamento econômico das operadoras, afirma que algumas dessas empresas já estão sendo acompanhadas em um plano de recuperação.

“Outras chegaram até a passar por um regime de direção fiscal e algumas até já saíram dessa situação”, diz. A ANS não divulga a relação de operadoras sob intervenção, alegando questões de segurança, já que isso poderia afugentar os clientes desses planos o que agravaria a situação da empresa.


A recente quebra da Samcil é um exemplo de como os consumidores podem ser prejudicados quando a saúde financeira da operadora vai mal. A empresa foi obrigada a repassar sua carteira de clientes e a Green Line assumiu essa responsabilidade, porém, até agora o quadro não é nada tranquilizador para a clientela.

O aposentado Edson Aparecido Patrão, 58 anos, é uma das vítimas e já havia percebido uma piora no serviço antes de a carteira de clientes ser repassada à Green Line.

“Os hospitais próprios estão praticamente abandonados. Fiquei três meses aguardando autorização para alguns procedimentos que consegui em oito dias num hospital público – onde fui mais bem atendido do que no convênio”, conta. Sobre o repasse para a Green Line, desabafa: “Ninguém mandou carta nem nada para nos avisar sobre o que estava acontecendo. A única coisa que recebi foi o boleto para continuar pagando a mensalidade.”

Já o casal de aposentados Leonildo Barbiéri, 72 anos, e Henriqueta Perez Barbieri, 70, sofreu com a quebra da Avimed – que teve os clientes repassados para a operadora Itálica em 2009. Segundo o casal, o atendimento piorou tanto que Leonildo esperou meses por uma cirurgia de joelho.

Após muita luta, a filha do casal, a empresária Sonia Peres Barbiéri Bortolin, 47, decidiu usar a portabilidade e migrar da Itálica para o Prevent Senior. “Foi a alternativa. Cerca de 80% das clínicas e hospitais se descredenciaram após o repasse para a Itálica.”

O cliente pode ver o estado financeiro de seu plano acessando o site da ANS. A informação ainda pode ser obtida no Disque ANS (0800 701 9656). “O essencial é que, antes de contratar, o consumidor faça uma pesquisa, avalie cada operadora e compare o desempenho delas. Seja na ANS ou nosso site (www.procon.sp.gov.br) onde pode saber quantas reclamações a empresa tem”, finaliza Samantha Pavão, técnica do Procon-SP.

InCor obtém aval para transplantar pulmões que seriam descartados

No ano passado, ainda em fase de testes, 24 pulmões foram recuperados no instituto - que é referência em transplantes no País. A expectativa da equipe médica é conseguir dobrar o número de cirurgias; hoje há ao menos 85 pessoas na fila no Estado de SP


A equipe do Serviço de Cirurgia Torácica e Transplante Pulmonar do Instituto do Coração, em São Paulo, foi autorizada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) a implantar pulmões recondicionados em pacientes.
Esses órgãos ficam aptos depois de passar por uma técnica, desenvolvida na Suécia, que lhes devolve a capacidade de oxigenar o sangue - sem o procedimento, seriam descartados. As primeiras cirurgias com a nova técnica estão previstas para agosto.

Na primeira fase da pesquisa, no ano passado, 24 pulmões foram recuperados no Incor, sem que fossem implantados nos pacientes. O nível de oxigenação no sangue que circula pelos pulmões "salvados" melhorou em média 150%. No mesmo período, o Incor fez 30 transplantes do órgão. A expectativa é de que a técnica permita que se dobre o número de pacientes transplantados.

"O pulmão é o órgão que mais rapidamente se degenera. De dez doadores não-vivos de rim, a chance de aproveitar o pulmão desses doadores é de 10%. Acreditamos que poderemos alcançar entre 15 e 20% com o recondicionamento dos órgãos", afirma o chefe do Serviço de Cirurgia Torácica e Transplante Pulmonar do Incor, Fabio Jatene.

O pulmão sofre impacto grande nos traumas que levam à morte cerebral (condição que permite o transplante) - seja porque foram diretamente atingidos, seja durante o tratamento para tentar salvar o paciente, que recebe muito soro a fim de estabilizar a pressão e manter os rins em funcionamento. Esse líquido acaba infiltrando os pulmões, e provocando os chamados edemas pulmonares. Os órgãos perdem a capacidade de oxigenação e acabam descartados.

São esses os órgãos que podem ser reaproveitados. Eles são retirados em bloco (os dois pulmões) do doador, colocados num recipiente e ligados a um aparelho de circulação extracorpórea. Uma solução mais densa do que o soro é injetada pela artéria pulmonar e circula pelo órgão, "atraindo" o líquido que está nas células, pelo processo chamado de osmose. A solução - protegida por patente - pode ser aquecida ou resfriada.

Resultados. Pelo protocolo de pesquisa autorizado pela Conep, 20 pacientes receberão o pulmão recondicionado no Incor e serão acompanhados por um ano para a publicação dos resultados. O paciente terá de assinar um termo de consentimento e ele pode, inclusive, recusar o órgão recuperado.

"É uma técnica segura, já utilizada em outros países. Recentemente, o Hospital Geral de Toronto publicou os dados de 31 transplantes com pulmões recondicionados. E os resultados são iguais aos pulmões normalmente utilizados", afirma Jatene. Hoje, 85 pacientes aguardam na fila para transplante pulmonar, somente no Estado de São Paulo.

Segundo Jatene, o sucesso da técnica leva os pesquisadores a discutir se mesmo os pulmões que têm as condições consideradas ideais para o transplante devam também passar pela processo de recondicionamento, para aumentar a capacidade de oxigenação.

Brasilienses participam de caminhada contra o câncer em comemoração aos 25 anos da Abrace

Brasília - Brasilienses saíram hoje (22) cedo de casa em prol de crianças e adolescentes com câncer e doenças do sangue. Cerca de 600 pessoas participaram de uma caminhada no Eixão, uma das principais avenidas da capital federal, para comemorar os 25 anos da Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias (Abrace).


Ao som de um trio elétrico, funcionários, apoiadores, pais e crianças atendidas pela organização acompanharam o evento, com balões azuis e vermelhos, além de camisetas e bonés da entidade. Um trem com vagões coloridos levava as crianças e adolescentes assistidos pela entidade, entre elas, a estudante Nathália Silva, de 15 anos, diagnosticada com leucemia quando tinha 6 anos de idade.

A mãe da garota, Maria Aparecida, conta que, por meio da associação, conseguiu o tratamento para a filha. “Sempre nos ajudaram com remédio e cesta básica”, disse a diarista e moradora da Ceilândia, cidade do Distrito Federal (DF).

Depois da construção do hospital pediátrico, que deve começar a funcionar no segundo semestre, a presidenta da Abrace, Ilda Peliz, disse que a entidade vai trabalhar para que os hospitais da capital façam transplante de medula óssea. Sem essa estrutura, os brasilienses que necessitam desse tipo de transplante são levados para o Paraná, Rio de Janeiro e interior de São Paulo, segundo ela. O hospital da entidade irá oferecer consultas, cirurgias, exames de diagnósticos, quimioterapia e diálise.

Criada em 1986, a organização filantrópica ajuda crianças de baixa renda diagnosticadas com câncer, oferecendo cesta básica, transporte, apoio psicológico, remédios, hospedagem e até com pequenas reformas na casa das famílias atendidas. Os recursos são provenientes de doação de pessoas físicas ou empresas.

Corrida contra o Câncer de Mama reúne mais de 6 mil pessoas no Rio

Rio de Janeiro - Mais de 6 mil pessoas participaram hoje (22) da 43ª Corrida e Caminhada contra o Câncer de Mama, no Aterro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro. O percurso de 5 quilômetros foi liderado pelo queniano Joshua Kiprugut Kemei, de 28 anos, que venceu na categoria masculina. Entre as mulheres, a vencedora foi a também queniana Eunice Jepkirui Kirwa, de 27 anos.


A prova é realizada desde 1999 em várias cidades do país (como Curitiba, Brasília, Salvador, Ribeirão Preto). Para o produtor executivo do evento, Onésimo Affini, a iniciativa tem resultado, principalmente, na maior conscientização da população sobre o câncer.

“Ao longo de 12 anos, a principal vitória é a desmistificação da doença. O câncer de mama tem cura, só precisa ser encontrado cedo. Um tumor demora muitos anos para crescer, coisa de quatro a seis anos!, disse, ao destacar a importância de as mulheres fazerem o autoexame. “É uma maneira importante de encontrar uma anomalia e procurar um médico, se for o caso. Neste sentido a gente consegue, com o evento, consciência”, destacou o produtor.

Apesar do número de mais de 6 mil participantes, os organizadores contabilizaram 5 mil inscritos. Parte do dinheiro obtido com as inscrições (R$ 40, cada) é doada para instituições de prevenção e tratamento da doença na cidade onde ocorre o evento. Nesta edição, foram arrecadados R$ 80 mil que serão doados ao Hospital Mário Kröeff, que conta com um serviço especializado e atendimento pelo Serviço Único de Saúde (SUS), na Penha, zona norte do Rio.

Os médicos da instituição participaram da corrida hoje, fazendo uma triagem a partir de exames clínicos gratuitos. Foram feitos mais de 60 atendimentos. Quatro casos foram apontados com de alto índice de risco de câncer de mama e foram encaminhados para um diagnóstico mais preciso no hospital.

O chefe do Serviço de Mastologia da instituição, Luiz Antônio Silveira, defende que todas as mulheres façam o exame desde o momento em que a mama começa a se desenvolver. Segundo ele, no caso de pacientes mais jovens, a visita anual ao ginecologista é suficiente, mas, algumas situações, e em pacientes mais velhas, é preciso atenção redobrada.

“Pacientes que já tiveram alguma alteração nas mamas, como hiperplasia, ou pessoas que têm mãe, tia ou irmã com caso de câncer de mama, precisam de atenção maior para identificar a doença no início. [Se houver] qualquer alteração você já dirige o tratamento rapidamente para tentar pegar a doença em fase inicial”, ressaltou o especialista. Ele lembrou que os homens não estão livres da doença. Estatísticas mostram que entre 1% a 2% dos casos de câncer de mama são masculinos. “Na realidade o homem tem a mesma estrutura da glândula feminina, mas não desenvolve”, afirmou o médico.

O câncer de mama é apontado como o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o que mais causa mortes entre as mulheres no Brasil. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), são registrados 50 mil novos casos de câncer de mama todos os anos no país. Do total, 12 mil casos resultam em morte.

Mesmo diante desse cenário, o diretor clínico do IBCC, Marcelo Alvarenga Calil, diz que as pessoas têm procurado mais os serviços de saúde especializados e cada vez mais cedo. "A associação da conscientização da população com equipe médica, mamógrafos, métodos, diagnósticos e tratamento adequados faz com que a gente detecte [a doença] precocemente, conseguindo a cura.”

Há resistência corporativa contra fim de manicômios, diz ex-coordenador de saúde mental

Brasília – A semana que terminou marcou a passagem da mobilização anual pela luta antimanicomial, processo que ganhou respaldo legal e das políticas públicas com a instituição da Lei nº 10.216, há dez anos, conhecida como Lei da Reforma Psiquiátrica.

A política de saúde mental no país ainda é alvo de críticas pela incompleta implantação e centralização das estratégias de atendimento nos centros de Atenção Psicossocial (Caps), como mostrou a Agência Brasil em reportagem especial publicada no ano passado.

Para o médico Domingos Sávio Alves, que coordenou a área de saúde mental do Ministério da Saúde na década de 90, as críticas têm viés corporativo em função da perda de espaço dos psiquiatras com a chamada “desospitalização”, por meio do fechamento de leitos de longa permanência. Atualmente, ele faz parte da equipe do Instituto Franco Basaglia, uma instituição civil sem fins lucrativos que atua na área da saúde mental e da reforma psiquiátrica no Brasil. Leia a seguir os principais trechos da entrevista:


Agência Brasil - Alguns setores como a Associação Brasileira de Psiquiatria [ABP] afirmam que a Lei 10.216 ainda não foi integralmente implantada. Passados dez anos desde a sua assinatura, por que há essa crítica?
Domingos Sávio – Isso é compreensível. Nós tivemos 200 anos de uma cultura na qual a assistência psiquiátrica se resolvia com internação. Isso chegou a um ponto tão forte que, quando eu cheguei ao Ministério da Saúde, no começo da década de 90, os leitos psiquiátricos do SUS [Sistema Único de Saúde] representavam 19,5% de todos os leitos disponíveis para internação. Era mais leito do que na pediatria e mais do que o número de leitos de clinica cirúrgica. Era uma aberração. Tratar pacientes graves em regime aberto é uma história praticamente recente no Brasil. Então, nesse sentido, a lei de 2001 não foi integralmente cumprida e nem tem como. Você não pode fazer uma desospitalização que não seja programada. Tirar pessoas há muito tempo internadas ou mesmo de curta internação [e substituir esse atendimento] por um processo de viver em comunidade é muito complexo. Vai demorar mesmo.

ABr – Mas além disso, há avaliação de que o atendimento está ficando restrito aos Caps, por muito tempo, e é pouco multidisciplinar...
Domingo Sávio - É estranha essa crítica de que faltam equipes multiprofissionais. É o contrário. A implantação dos serviços comunitários é que quebrou a hegemonia do psiquiatra nas equipes, entendeu? Esse é um dado fundamental.

ABr – Há razão para essa mudança de avaliação?
Domingos Sávio – Os críticos alegam que houve esvaziamento do papel do psiquiatra. Mas é claro, se você está tirando a pessoa do hospício para levar para o tratamento comunitário... Na medida em que você está tratando da pessoa em espaços abertos, que ela tem que voltar para casa e para a convivência familiar, pegar ônibus, essa pessoa não pode estar impregnada [de medicamentos]. Esse poder de medicalização é uma tendência comum dos médicos, não é nem do psiquiatra, é de todos os médicos, eu sou médico, sou neurologista. Então isso foi esvaziado, porque tem que achar outras formas de cuidar com o mínimo de medicação. Isso tem que colocar como mérito da reforma e não como um demérito.

ABr – Mas não houve uma certa desassistência às pessoas com problemas de saúde mental?
Domingos Sávio - Nós tínhamos 32 mil leitos psiquiátricos. O tempo médio de permanência de um paciente em um hospital psiquiátrico era 30 dias, portanto, você atende em um mês 32 mil pessoas. Hoje há 1.650 Caps, com uma média, por unidade, de 200 pessoas. Ou seja, você faz 320 mil atendimentos. Não houve desassistência, pelo contrário. Aumentou-se a capacidade de assistência de uma maneira muito mais ética e contemporânea. O hospital psiquiátrico, do ponto de vista técnico, está superado. Ele foi criado há 200 anos num ato heroico do [médico francês Philipe] Pinel de tirar as pessoas dos porões para levar para o campo da medicina e o isolamento era o instrumento de tratamento baseado no princípio que é o mesmo aplicado às bactérias. É preciso isolar para conhecer e entender. Com os avanços da psicofarmacologia, da psicanálise, e outros tipos de possibilidade de intervenção, além da conquista dos direitos humanos, não é possível trabalhar com aquela perspectiva.

ABr – Com a desospitalização mudaram atribuições e divisão de tarefas no tratamento?
Domingos Sávio – Houve uma compreensível perda de hegemonia nas equipes. Qual é a regra do hospital? O médico que manda na enfermeira, no técnico de enfermagem e que aplica o medicamento no paciente. O hospital, sobretudo o psiquiátrico, tende a ser uma coisa hierárquica. No Caps não tem isso. É uma equipe multiprofissional, os técnicos de referência podem ser o médico ou não. É uma maneira de cuidar em que você compartilha saberes. Até porque a doença mental não é nem chamada de doença porque não se sabe o que é. A classificação pela Organização Mundial da Saúde é de transtorno mental, exatamente porque não se classifica como uma doença.

ABr – Mas, será que a sociedade e o Estado absorveram essa nova cultura de desospitalização? Muitos juízes, a pedido dos parentes, mandam internar as pessoas...
Domingos Sávio - O processo da reforma psiquiátrica como um todo implica três linhas. Primeiro, implica a mudança da assistência. Segundo, esse novo modelo precisa ser incorporado pelos profissionais e pelas famílias, para que haja a alteração da cultura. E, terceiro, precisa da consolidação em lei, que já temos. O processo de legitimação cultural é demorado. A maioria das internações a mando de juízes não ocorria a pedido de famílias, mas a pedido de vizinhos. Mas os juízes, na verdade, determinam o tratamento e não a internação. Então, existem outras formas de tratamento, como no Caps, no ambulatório, em hospitais gerais. Na medida em que se esclarece para um juiz as outras possibilidades de tratamento, em geral, eles aceitam. O que existe de maneira forte ainda? As interdições, aí sim por parte da família. É uma questão que está ligada à questão de heranças.

ABr – Algumas leis, como ainda ocorre com o Estatuto da Criança e do Adolescente ou a Lei Maria da Penha, parecem passar por um processo de maturação. Será o caso da Lei nº 10.216?
Domingos Sávio - Mas melhorou muito sabia? A gente tem [no Instituto Franco Basaglia] um programa voltado aos direitos do paciente psiquiátrico. A partir da implantação da lei, as demandas das pessoas foram mudando. Antigamente, procuravam a gente por maus-tratos em hospitais psiquiátricos. Depois da lei, a demanda foi mudando por conta do direito propriamente dito. Agora, o processo é lento porque o Judiciário é muito mais lento do que a incorporação de uma ação social.

ABr – Da instituição da lei para cá, ocorreu o fenômeno do crack. Há uma nova categoria de dependentes químicos de uma droga que é extremamente nociva. Isso pode criar uma sobrecarga para os Caps. Há condições para atender a essa demanda?
Domingos Sávio - Qual é a novidade do crack? É o problema de ser da rua. Porque o uso de cocaína não é disseminado, não tem comparação com o álcool. No Brasil, se há problema epidemiológico, é com o álcool, que é [consumido por] quase 10%. A cocaína não chega a 0,4% da população adulta, mas é consumida por um determinado tipo de pessoa, em casa. O que eu acho que incomoda no crack, entre aspas, é o fato de ser na rua, é visível demais. Ou seja, é uma mazela muito visível que incomoda bastante. Outro aspecto é que, como é um fenômeno novo, a gente tem que ter estratégias novas para lidar. Isso é mais ou menos o que foi colocado no plano de enfrentamento do crack, com os Caps, as casas de apoio transitório. Uma estratégia também importante e criativa são os consultórios de rua, com equipes volantes que vão cuidar das pessoas onde elas estão.

ABr – O governo vai anunciar o Plano Brasil sem Miséria, previsto para junho. Para acabar com a extrema pobreza tem que necessariamente atender essa população, não?
Domingos Sávio - Sem dúvida. Porque essa população é a miséria acrescida de outra miséria. É a miséria humana propriamente dita, porque não é a miséria só financeira. É a miséria da impossibilidade de criar e fortalecer laços sociais. Essas pessoas têm uma baixíssima autoestima e uma perspectiva de vida zero, porque aquilo, seguramente, vai levá-las a sequelas graves, até a morte. Essas pessoas devem ser focalizadas. Não tenho dúvida de que, se não forem contempladas, será um equívoco. Estratégias como a acolhida nas casas de apoio transitório suprem um lado, o lado de você poder tirar da rua e falar 'não, você só fica na rua se quiser. Você pode ficar aqui'.

Universidade mineira cria novo material para retirada câncer de mama

Um novo material desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora, promete obter maior precisão na retirada do câncer de mama. Segundo o jornal Folha de S. Paulo desta terça-feira, o produto foi batizado de BLD Marker (sigla em inglês para “marcador da lesão mamária”) e deverá ser lançado comercialmente em maio.

Atualmente, o método utilizado em biópsias é o contraste de iodo, que possui problemas como ser absorvido pelo corpo e causar alergia em alguns pacientes. Segundo o desenvolvedor, o novo material é um polímero que não causa esse tipo de problema.

Mamografia tomográfica aumenta em 12% detecção precoce do câncer de mama

Recentemente aprovada pelo FDA (órgão governamental que regula remédios, procedimentos, equipamentos e alimentos nos Estados Unidos), a mamografia tomográfica/digital – ou tomossíntese – é capaz de aumentar ainda mais a detecção precoce do câncer de mama, em relação à mamografia digital. Segundo o médico radiologista Aron Belfer, o primeiro equipamento instalado na América do Sul já permitiu detectar um aumento de 12% na detecção precoce da doença.

mamografia tomográfica permite detectar câncer mais facilmente

“O exame tomográfico é muito semelhante à mamografia convencional e é feita no mesmo tipo de mamógrafo, fazendo com que a mama permaneça comprimida por mais alguns segundos e fornecendo então essas imagens tomográficas”, informou Belfer.

De acordo com a doutora Vivian Schivartche, especialista no diagnóstico da mama, alguns estudos apontam que a mamografia por tomossíntese detecta entre 7% e 17% mais câncer de mama que a convencional. Na opinião da médica, a vantagem dessa nova técnica é que ela possibilita enxergar o câncer numa fase muito precoce e em mamas densas e heterogêneas, que são difíceis para a tradicional.

“Muito precoce significa tumores menores de um centímetro. Na mamografia tradicional, dependendo da densidade da mama, essa detecção não é tão precoce assim. Para a paciente, a detecção precoce é a coisa mais importante que se procura obter, porque significa uma cirurgia menor, um prognóstico melhor e uma sobrevida maior”, disse a radiologista.

Evolução

Nos Estados Unidos, há mais de dez anos a mamografia digital passou a substituir a tradicional, realizada com filmes de raio-X. Hoje, mais de 70% das clínicas de diagnóstico por imagem já adotaram a tecnologia no país. No Brasil, a mamografia digital pode ser encontrada em alguns centros de diagnóstico.

Se a imagem digital é mais nítida, facilitando a detecção precoce do câncer de mama, a tomossíntese representa um avanço ainda mais relevante para a saúde feminina e permite ver o câncer de uma forma nunca antes possível com a mamografia de rotina. O exame leva poucos segundos a mais que a mamografia 2D. Assim como na mamografia convencional, a mama é comprimida entre duas partes do aparelho. Mas, ao invés de serem geradas duas imagens, são geradas 15 – num arco de 15 graus.

“Na mamografia tomográfica, como a gente vê os planos em separado, não há a superposição de estruturas da glândula mamária. Já nas mamografias convencionais essa superposição cria imagens falsas, que exigem radiografias complementares para esclarecimento. Na avaliação, houve redução de 39% da necessidade de imagens adicionais. Para a paciente, isso significa menos estresse e ansiedade, menos radiação e menos incômodo. Afinal, evita-se que a paciente tenha de retornar ao serviço de radiologia para fazer mais imagens”, explicou Belfer.

Hospital das Clínicas da UFMG inaugura nova unidade para jovens com câncer

O Hospital das Clínicas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) inaugurou uma nova unidade destinada ao tratamento de crianças e adolescentes com câncer.

Com capacidade para atendimento mensal de 30 pacientes acompanhados pela oncologia e 558 pela hematologia, a nova ala tem o objetivo de qualificar e humanizar o tratamento no hospital, minimizando ainda mais o risco de infecções.

Além da infraestrutura básica, a unidade conta com 22 leitos destinados à internação de crianças de 0 a 16 anos com câncer, sendo 20 distribuídos em quatro enfermarias com banheiros e dois leitos isolados com ar filtrado.

A ala foi construída com apoio do Instituto Ronald McDonald e custou mais de R$ 1,3 milhão.

Cuidado com a asma e as alergias durante viagens

Mudanças de clima e cidades podem ser gatilhos das duas doenças. Conheça cinco formas de prevenção


A mudança de clima e ambiente em uma viagem podem ser novos gatilhos para alergias e a asma. Planejamento antecipado, antes de embarcar e curtir, pode contornar o problema e permitir que a viagem seja proveitosa.

A Academia Americana de Alergia, Asma e Imunologia oferece estas sugestões de viagem:

-Emabale todos os seus medicamentos para asma e alergia em bagagem de mão, e os mantenha em seus recipientes originais.

-Continue a tomar seus medicamentos no horário como indicado pelo seu médico

-Prepare-se para possíveis problemas, como alergias alimentares

-Mantenha contato com as informações do seu alergista e um contato de emergência à mão

-Se possível, encontre um alergista em seu destino de viagem

Sem medo da anestesia geral

Pacientes chegam a adiar cirurgias por receio de não voltar da anestesia. Inovações reduzem drasticamente mortes e complicações

A anestesia geral é uma técnica anestésica reversível utilizada em qualquer intervenção cirúrgica na região do abdômen superior, tórax, cabeça, pescoço e cérebro.

Os grandes medos que a anestesia geral provoca são acordar durante a cirurgia ou não acordar após a operação

Dados recentes do relatório Vital Health Report, pesquisa trimestral feita pela Sociedade Americana de Anestesiologia, revelam que até 25% dos pacientes adiam uma cirurgia por receio de algum risco relacionado à anestesia e mais de 75% expressam preocupação em relação ao procedimento. Os grandes medos são acordar durante a cirurgia ou não acordar após a operação.

Não deveria haver motivos para pânico, defendem os especialistas. Afinal, a segurança do procedimento é cada vez maior e as taxas de mortalidade relacionadas à anestesia caíram drasticamente nos últimos 25 anos: de duas mortes por 10 mil anestésicos administrados para um óbito por 200 mil a 300 mil, de acordo com a Sociedade Americana de Anestesiologia. Quando acontecem, as causas estão relacionadas a problemas cardíacos e respiratórios.

“Hoje temos um nível de sofisticação muito grande no que diz respeito ao monitoramento do paciente”, diz o médico Wilson Nogueira Soares Junior, um dos diretores da Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo (SAESP) e membro do comitê de qualidade de anestesia do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

A evolução na realização do procedimento nas últimas três décadas resulta agora em maior conforto para o paciente antes, durante e depois do ato cirúrgico. Importantes inovações técnicas, medicamentosas e de equipamentos trouxeram muito mais qualidade para os procedimentos. “Desenvolvemos rotinas e melhoramos o preparo dos profissionais. Vivemos uma ‘febre de segurança’”, completa o especialista.

Entenda a anestesia

Cerca de 40% dos pacientes acreditam que estar sob anestesia geral é dormir profundamente, enquanto 17% pensam que ela bloqueia os impulsos nervosos de apenas uma pequena área do corpo, sem alterar a consciência. Na verdade, o indivíduo sob anestesia geral está inconsciente e com os impulsos neuromusculares bloqueados.

“São três engrenagens que devem funcionar juntas para o sucesso da anestesia geral: hipnose (não confunda com a técnica que induz ao transe), analgesia e relaxamento muscular”, explica Maria Angela Tardelli, professora adjunta da disciplina de anestesiologia, dor e terapia intensiva da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e co-editora da Revista Brasileira de Anestesiologia.

Embora seja de alta complexidade, o procedimento é simples. O anestesiologista injeta na veia os medicamentos que induzem o paciente ao sono para garantir que ele não tenha consciência e não se lembre de nada (hipnose e amnésia). Depois, o paciente recebe um anestésico, administrado por via inalatória, intravenosa ou intramuscular, para eliminar a dor. Em seguida é aplicado um relaxante muscular que bloqueia temporariamente a passagem dos impulsos elétricos do nervo para o músculo, impedindo contrações involuntárias. Em questão de segundos, o paciente “apaga”.

Os relaxantes musculares alteram o funcionamento dos músculos involuntários, inclusive os responsáveis pela respiração. Por isso, quando a pessoa está sob efeito da anestesia geral, as funções respiratórias são realizadas por ventiladores mecânicos ou respiradores artificiais.

Então é feita a intubação, ou seja, os pulmões são conectados a um aparelho responsável pela respiração por meio de um tubo inserido na traqueia. A intubação traqueal é um procedimento especializado, realizado pelo médico anestesiologista.

Para que o procedimento seja mais seguro é necessário fazer jejum de seis horas para líquidos e de oito horas para os alimentos sólidos. Isso porque qualquer movimentação de algum órgão do sistema digestivo ou excretor pode comprometer a cirurgia. Também deve ser realizada uma entrevista detalhada com o paciente (anamnese) a fim de checar alergias a medicamentos ou doenças que comprometam o procedimento.

Um alegre despertar

Os relaxantes musculares usados na anestesia geral desempenham papel crucial no procedimento, melhorando as condições operatórias e facilitando a intubação e a ventilação mecânica. Mas após o término da cirurgia, o anestesiologista deve usar agentes de reversão para suspender os efeitos desses relaxantes, permitindo que o paciente recupere a função muscular normal mais cedo e respire por conta própria.

A grande importância da recuperação do relaxamento muscular ser rápida é a possibilidade de diminuir a incidência de efeitos colaterais, denominados paralisias residuaais.

“Os músculos do pescoço envolvidos na respiração e na deglutição são muito sensíveis a esses efeitos. Por isso, mesmo que o paciente tenha capacidade de respirar espontaneamente, pode não conseguir tossir ou deglutir adequadamente, o que pode resultar em sérios problemas respiratórios”, explica a médica Maria Ângela Tardelli.

Até pouco tempo os agentes de reversão disponíveis se mostravam lentos (levavam cerca de 18 minutos para trazer o paciente à consciência novamente) e estavam associados a efeitos colaterais indesejáveis, como distúrbios do ritmo cardíaco, gastrointestinal e pulmonar.

A chegada de um novo medicamento ao mercado, o sugamadex sódico, promete diminuir esse tempo na cobrança de consciência e reduzir os riscos de uma reversão incompleta do relaxamento muscular, diminuindo também possibilidades de complicação no pós-operatório.

“Ele tem rápido início de ação e, em estudos clínicos, reverteu o relaxamento muscular moderado e profundo em cerca de três minutos”, diz a professora da Unifesp. Assim, o despertar se torna mais rápido e seguro, diminuindo os temores por parte do paciente.

A decisão pela cirurgia

Saiba o que ponderar e como se preparar para uma operação

Embora todo mundo saiba, em maior ou menor grau, que nenhuma cirurgia é isenta de riscos, muita gente tende a minimizar essa realidade.


Antes de optar por se submeter a uma cirurgia, algumas ponderações precisam ser feitas com bastante cuidado e a decisão final deve ser tomada em conjunto com a equipe médica.

“O médico não deve tomar decisões sozinho. Nossa responsabilidade é dar o máximo de informações para o paciente fazer suas próprias escolhas e, às vezes, até desistir da operação”, analisa Fernando Maluf, chefe da oncologia clínica do Hospital São José.

O especialista se refere aos procedimentos cirúrgicos contra câncer de próstata. Embora bem eficientes contra a doença, eles apresentam risco de causar disfunção erétil e incontinência urinária.

“Tenho pacientes que, diante das mesmas informações, tomam decisões opostas. Uns dizem que topam qualquer coisa e querem lutar até o fim. Outros aceitam a condição e pensam na qualidade de vida, em se livrar da dor apenas”, observa Antônio Buzaid, chefe do centro de oncologia do Hospital São José.

Se a decisão é subjetiva e delicada ao lidar com aspectos objetivos, como a presença de uma doença, imagine ao lidar com fantasias e informações conflitantes. Essa realidade é mais comum em cirurgias plásticas e bariátricas, por exemplo.

Nos dois casos, muitos pacientes depositam esperanças exacerbadas de mudança de vida ao sofrerem uma mudança na aparência. No caso das reduções de estômago, a própria classe médica tem opiniões conflitantes. Enquanto alguns cirurgiões apostam logo na operação, outros médicos preferem investir mais em dietas e medicamentos.

“O preparo psicológico mostra ao paciente que ele não deve esperar milagres, e sim o que realmente a cirurgia é capaz de oferecer”, esclarece o psiquiatra Adriano Segal, especialista em transtornos alimentares.

O médico explica que é necessário um trabalho conjunto entre as especialidades médicas envolvidas antes de qualquer paciente fazer uma redução de estômago. “É preciso um curso para mostrar como será a cirurgia, tirar todas as dúvidas e acabar com as fantasias”, recomenda.

O trabalho psicológico ajuda a compreender como o paciente vê o procedimento e o que esperar dele. “O paciente precisa entender sua motivação”, ressalta Fábio Saito, cirurgião plástico da Clínica Essere e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Pós-operatório

Superados os questionamentos iniciais, é preciso planejar corretamente a fase posterior à cirurgia, quando o paciente estará em recuperação. Os médicos recomendam fornecer detalhes sobre o cotidiano profissional e pessoal para verificar se as recomendações de pós-operatório não precisarão sofrer ajustes.

Tais recomendações são elaboradas considerando, entre outras coisas, o que é mais comum na vida e no trabalho das pessoas. Uma cirurgia na face, por exemplo, exige uma recuperação de dez dias, período no qual as manchas avermelhadas ou escuras estão mais evidentes. “Mas se o paciente tem contato direto com o público, pode ser preciso um tempo de afastamento maior”, afirma Saito.

Outro procedimento bastante comum e com pós-operatório simples é o implante de silicone nos seios. Apesar da recuperação rápida, a mulher terá o movimento dos braços limitado e poderá sentir dor mexê-los demais. Isso é ruim e limitante, aponta o médico, para quem requer muito dos braços no dia a dia.

O cirurgião plástico revela que o pós-operatório tem entre as reclamações mais frequentes as queixas por ansiedade. “O paciente deseja um resultado imediato, por isso precisa ser informado antes sobre o tempo de recuperação e sobre equimoses (roxos), edema (inchaço), dor e cicatrizes”, diz.

Complicações e anestesia

Toda cirurgia, por mais simples que seja, tem seus riscos. E a grande maioria dos cirurgiões faz questão de ressaltar isso. “É preciso verificar o histórico do paciente, como a presença de apneia do sono ou qualquer outro problema, ao planejar uma cirurgia”, aponta o cirurgião Ricardo Cohen, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

Saito destaca que todo paciente deve informar seus antecedentes de alergias, tabagismo, uso de medicações e drogas ilícitas. Até medicamentos fitoterápicos precisam ser reportados ao médico e na hora de fazer qualquer check up antes da cirurgia. Embora tais medicamentos sejam naturais, eles podem interferir no resultado de exames e na eficácia de cirurgias.

Até a anestesia deve ser discutida antes da cirurgia. Junto ao anestesista, paciente e médico devem discutir quais procedimentos serão adotados e quais devem ser evitados. “Se o paciente apresenta grandes desvios de coluna, por exemplo, isso pode tornar mais dificil a realização de anestesia peridural, mas não inviabiliza a anestesia geral”, exemplifica Saito.

Contudo, alguns pacientes não se sentem confortáveis com a ideia de uma anestesia geral. “O desejo do paciente vai influenciar na decisão por anestesia local, sedação ou anestesia geral, além de suas condições gerais de saúde”, afirma. “A avaliação individualizada permite uma programação específica de cirurgia, que minimiza os riscos”, completa o médico.

Biópsia sem medo

O exame não indica necessariamente a existência de tumores. Saiba mais


Bióspia é o procedimento no qual se obtém amostras de tecidos, células ou líquidos, que são analisadas por um médico patologista


Ao receber o pedido médico de uma biópsia muita gente se preocupa, já imaginando que o especialista suspeita da presença de um tumor.

Não é preciso ter medo. Trata-se de um procedimento no qual se obtém amostras de tecidos, células ou líquidos, para serem analisadas posteriormente por um médico patologista. Os resultados ajudam a concluir um diagnóstico.

“A biópsia ajuda a elucidar quadros inflamatórios, infecciosos e tumorais (benignos e malignos)”, explica Flávio Ferrarini Pimentel, radiologista especializado em punções e biópsias orientadas por imagem do Fleury Medicina e Saúde.

Ela pode diagnosticar desde doenças inofensivas, como formação de verrugas ou cistos, até as mais preocupantes, como o câncer.

A solicitação pode ser feita quando, por meio de um exame laboratorial ou de imagem, o médico percebe uma alteração significativa e precisa saber exatamente o que é; ou quando o paciente apresenta alguma síndrome clínica (como anemia, baixo número de plaquetas, uma alteração bioquímica) que requer maior investigação.

A biópsia pode ser feita em várias áreas do corpo. E o tamanho da amostra depende da dimensão da lesão ou do órgão onde está localizado o problema. “Em algumas situações retiramos todo o tecido lesionado para análise. Outras vezes, apenas fragmentos ou células”, diz o especialista.

Apesar de ser um procedimento cirúrgico, geralmente a biópsia é bem simples e exige somente anestesia local. “Antigamente quando os médicos detectavam nódulos em um ultrassom, por exemplo, muitas vezes tinham de fazer uma cirurgia de grande porte para saber o que era. A biópsia é uma grande ferramenta que colabora com os diagnósticos e evita riscos desnecessários”, argumenta o médico Flávio Ferrarini Pimentel.

Conheça alguns tipos de biópsia:

Punção aspirativa: consiste em introduzir uma agulha muito fina em um nódulo para retirada de material para análise. Geralmente é indicada para pesquisa em nódulos de tireoide e de mama e linfonodos aumentados, mas também pode ser realizada, por exemplo, em órgãos mais profundos como o pulmão. Ajuda a detectar tanto doenças infecciosas quanto tumorais.

Biópsia excisional: intervenção cirúrgica que remove todo o tecido suspeito para análise. Indicada, por exemplo, quando há linfonodos aumentados na axila ou na virilha.

Biópsia incisional: é feita a remoção de um fragmento da lesão por meio de uma incisão cirúrgica. Indicada quando há presença de lesões maiores.

Biópsia externa: feita na pele ou nas mucosas, sob anestesia local, quando há suspeitas de câncer de pele ou doença que não é possível de ser diagnosticada apenas com o exame físico.

Biópsia endoscópica: pinça fragmentos da lesão no momento da endoscopia. É realizada por cirurgião endoscopista. Pode ser também orientada por ultrassonografia endoscópica.

Biópsia de medula óssea: é a coleta de uma amostra de medula (fragmentos do osso), geralmente realizada sob anestesia. Habitualmente a amostra é extraída do osso da bacia. Indicada para situações em que se pesquisam doenças do sangue – tanto benignas quanto malignas – ou quando há suspeitas de que a medula óssea esteja invadida por um tumor.

Biópsia de linfonodo sentinela: indicada para detectar metástases em quadros de câncer de mama e de pele. O linfonodo sentinela é removido e examinado para determinar se há células de câncer presentes. É baseada na ideia de que os tumores se espalham (metástases linfáticas) de forma ordenada a partir do tumor primário para os linfonodos sentinelas e então para outros linfonodos mais distantes. Resultado negativo sugere que o câncer não se espalhou pelo sistema linfático. Resultado positivo indica que a doença está presente no linfonodo sentinela e pode estar também em outros linfonodos na mesma área. A informação ajuda o médico a determinar o estágio da doença e traçar o melhor plano de tratamento.

Analgésicos podem ser prejudiciais ao coração

Pacientes com histórico de doença cardíaca deveriam evitar até mesmo poucos dias de tratamento


Já se sabe que alguns anti-inflamatórios analgésicos apresentam riscos ao coração. Um novo estudo com mais de 83 mil participantes sugere que mesmo tratamentos com poucos dias de duração podem ser perigosos para pessoas com um histórico de problemas cardíacos.

Um grupo de pesquisadores da Dinamarca constatou que infartados que tomaram analgésicos anti-inflamatórios não-esteroidais (NSAIDs) apresentaram riscos 45% superiores de sofrer outro infarto ou falecer nos primeiros sete dias de tratamento.

Depois do trigésimo dia de tratamento, houve um aumento de 55% a 65% nos riscos para aqueles que não tomaram NSAIDs.

“Demonstramos que tratamentos em curto prazo com a maioria dos NSAIDs estão associados a maiores riscos para coração e circulação. Nossos resultados atuais indicam que aparentemente não inexiste uma janela terapêutica segura para a utilização dos NSAIDs em pacientes enfartados”, disse Anne-Marie Schjerning Olsen, pesquisadora do Hospital Universitário de Copenhague e autora do estudo.

A descoberta está em harmonia com uma declaração científica de 2007 da Associação Americana do Coração, de co-autoria do Dr. Elliot Antman. “Nenhum destes medicamentos é seguro”, disse Antman à Reuters Health.

Para pessoas com riscos cardíacos que sentem dor que não respondem a intervenções não-medicamentosas, Antman aconselha optar pelo medicamento mais seguro na menor dose necessária para o controle dos sintomas, tomando o mesmo pelo período mais curto possível.

Entre os NSAIDs estão alguns medicamentos vendidos sem prescrição médica, como o ácido acetilsalicílico, o ibuprofeno e o naproxeno, além dos inibidores de COX-2 - prescritos para artrite.

Estes últimos foram primeiramente relacionados a um risco maior de infarto e de outros problemas cardiovasculares, sendo que dois medicamentos deste tipo – o rofecoxib e o valdecoxib – foram retirados do mercado em 2004 e 2005, respectivamente. Um terceiro inibidor de COX-2, o celecoxib, continua sendo comercializado.

Mas, estudos subsequentes também causaram preocupações sobre possíveis riscos de infarto apresentados por outros NSAIDs, há mais tempo disponíveis no mercado, dentre eles o ibuprofeno e o diclofenaco.

Para investigar se mesmo tratamentos curtos com os NSAIDs apresentavam riscos a pessoas possivelmente mais vulneráveis, Olsen e sua equipe revisaram dados nacionais coletados de todos os residentes da Dinamarca. Foram identificadas mais de 83 mil pessoas que já haviam sofrido um infarto. A equipe de pesquisa verificou quais delas haviam tomado NSAIDs após o infarto e por quanto tempo.
Durante a realização do estudo, mais de 35 mil participantes faleceram ou sofreram um infarto subsequente.

Mas de 40% dos participantes haviam tomado NSAIDs após o infarto e mesmo o tratamento curto foi associado a maiores riscos, relataram os autores no periódico Circulation. Os NSAIDs mais usados foram o ibuprofeno (23%) e o diclofenaco (13%).

Nem todos os NSAIDs foram associados aos mesmos riscos ao mesmo tempo - o ibuprofeno, o celecoxib, e o rofecoxib, por exemplo, somente foram relacionados a um risco maior de morte ou de infarto entre o sétimo e o décimo quarto dia de tratamento. Os autores ressaltam que os participantes que tomavam diclofenaco apresentaram maiores riscos no início do tratamento do que aqueles que tomavam rofecoxib - medicamento retirado do mercado por questões de segurança.

O naproxeno, outro NSAIDs tarja branca, não foi associado a maiores riscos de morte ou infarto, independentemente da duração do tratamento.

Entretanto, Olsen advertiu em um email que pesquisas anteriores já haviam revelado que pessoas que tomaram o medicamento apresentaram maiores riscos de hemorragia estomacal do que aquelas que tomaram o rofecoxib. Este é um sintoma bastante grave em pessoas com histórico de infarto.
Olsen complementa que, infelizmente, o estudo atual não inclui informações sobre outros fatores de risco dos participantes, como pressão arterial e peso corporal, por isso não está claro como os mesmos poderiam influenciar nos resultados.

E, o mais importante: o estudo não mostrou que os NSAIDs causaram riscos de infarto ou morte, observaram Olsen e seus colegas. Eles cogitaram a possibilidade, por exemplo, que o estado das pessoas que necessitavam tomar NSAIDs fosse mais grave, dessa forma o medicamento em si não estaria por trás dos riscos mais altos.

Em sua declaração de 2007, Antman e sua equipe classificaram os analgésicos de acordo com os mais apropriados para pessoas com riscos de problemas respiratórios, iniciando com os medicamentos supostamente mais seguros – como o acetominofeno e o ácido acetilsalicílico.

“É bom saber que a questão está sendo analisada por outros grupos. Ficamos muito felizes de ver pesquisas como esta”, disse Olsen, do Brigham and Women's Hospital e da Harvard Medical School.

Por Alison McCook

http://saude.ig.com.br/minhasaude/analgesicos+podem+ser+prejudiciais+ao+coracao/n1596966815481.html