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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Sarampo na gravidez

Varicela ou sarampo durante a gestação pode ser associada com doenças graves tanto para a mãe como ao recém-nascido.

A pneumonia na mãe durante a vigência da varicela deve ser considerada como uma emergência medica, uma vez que as mulheres grávidas correm o risco de vida pelo comprometimento respiratório que pode levar ao óbito.

A varicela materna nos primeiros e segundo trimestres da gravidez pode causar a síndrome da varicela congênita pode ocorrer em cerca de 2% dos casos.

Os sintomas característicos dessa síndrome consistem nas lesões típicas na pele na distribuição do dermátomo, defeitos neurológicos, doenças oculares e anomalias esqueléticas.

Se a mãe desenvolve erupções da varicela entre os dias 4 antes do parto e dois dias após o parto, surge a varicela neonatal generalizada levando à morte em cerca de 20% dos casos das crianças afetadas.

A herpes zoster normal não foi associado com pneumonia materna, defeitos de nascimento ou problemas no período perinatal. Com base no quadro clínico as conseqüências das infecções pelo vírus varicela-zoster durante a gravidez traz muitos dilemas eticos e medicos para a mãe e o medico.

P.Bozzo e colaboradores pediatras canadenses afirmam que as mulheres grávidas podem tomar a combinação da vacina contra o sarampo (contra varicela), caxumba e rubéola pois são vacinas de vírus vivos atenuados, e não são contra-indicados durante a gravidez Não há evidências de que há aumento do risco de malformações, síndrome da rubéola congênita, ou síndrome da varicela atribuível a estas vacinas. As vacinas contra o tétano são compostos de partículas infecciosas ou toxóides e não causam maior risco para o feto em desenvolvimento.

Fonte :: Can Fam Physician. 2011 May;57(5):555-7.

Lesões de ligamentos do joelho


Os ligamentos trabalham em conjunto com os meniscos( amortecedores dos choques existentes nos joelhos), e freqüentemente nas lesões agudas, ocorre comprometimento de mais de uma estrutura. Nas lesões de ligamentos, pode se observar estiramento com ou sem instabilidade ( o joelho fica mole e facilmente os ossos são deslocáveis) ou surge a ruptura completa do mesmo.Essas lesões acontecem muito comumente em atividades esportivas, quando a perna esta fortemente apoiada no chão e sofre uma rotação brusca.

O indivíduo pode sentir o estiramento ou ruptura do ligamento, o que impede de continuar a atividade que estava praticando. Alguns ligamentos são lesados mais frequentemente do que outros, e cada um requerem um tipo específico de tratamento.

O paciente apresenta alem de dor forte ter também espasmos musculares. Em alguns casos, ha derramamento de sangue dentro do espaço articular chamada de hemartrose. Deve se pesquisar uma possível lesão de menisco associada nessas ocasiões.

Existe também a possibilidade de o comprometimento do ligamento ser crônica e o individuo conta que o joelho trava às vezes não completando o movimento. Nesses casos, esses pacientes não procuram o medico logo que os sintomas iniciam-se, mas quando surgem outros sintomas como fraqueza muscular e piora da capacidade para andar.

O tratamento indicado, como vai depender do ligamento lesado e da gravidade da lesão.

Pode ser necessária reconstrução cirúrgica, especialmente em atletas. O processo de reabilitação, apos a cirurgia, são de extrema importância para garantir a mobilidade completa da articulação. A grande maioria dos casos atinge recuperação completa ou quase completa da movimentação normal do joelho.

O deslocamento de patela ou rotula é uma importante causa de hemartrose e deve sempre ser pesquisada nos casos de trauma agudo do joelho. Essa lesão ocorre quando o joelho esta dobrado e a perna sofre uma força de "rotação para fora". São mais comuns em mulheres, na segunda década de vida.

O indivíduo relata que a patela (rotula) deslocou "para fora", ou então pode falar que o restante do joelho deslocou "para dentro". Porem, geralmente, o deslocamento é visualizado na hora em que ocorre, pois a redução (ou seja, a volta da patela para seu lugar normal) ocorre quando a pessoa estica a perna.

Quando o medico examina o joelho, o paciente vai se queixar dor e desconforto quando a patela for movimentada ou quando o joelho é dobrado. Existem várias formas de tratamento para essa lesão, incluindo imobilização imediata associada a exercícios para fortalecimento muscular, imobilização com gesso por 6 semanas seguida de reabilitação, cirurgia, etc. É importante que se faça um estudo da presença de possíveis fatores predisponentes.

Se o deslocamento ocorrer novamente, é necessário fazer um realinhamento da patela.A ruptura de tendões dos másculos da coxa e da patela pode resultar de uma contração muscular excêntrica, como ocorre, por exemplo, quando um atleta tropeça e tenta não cair. A ruptura do tendão do músculo quadríceps (músculo da coxa) ocorre mais frequentemente apos os 40 anos de idade.

Geralmente, o tendão apresenta algumas alterações degenerativas, o que reforça a hipótese de que tendões normais não se rompem. Raramente, ocorre nos dois membros inferiores. A principal característica é que o paciente não consegue esticar a perna e, quando isso é tentado, observa-se a formação de um "buraco" logo acima da patela.

O tratamento é cirúrgico. A ruptura do tendão da patela ocorre em indivíduos com menos de 40 anos de idade. O paciente não consegue esticar a perna, ativamente. A patela encontra-se deslocada para cima e pode-se sentir um defeito abaixo dela. O tratamento também é cirúrgico.

J.Selfe e colaboradores professores de educação física da Universidade de Lancashire em Preston, Reino Unido chamam atenção para as dores da região principalmente quando a pessoa precisa fazer durante uma tarefa de descida de rampa.

Os autores investigaram o efeito da bandagem patelar em 13 pacientes com diagnóstico de síndrome da dor femoropatelar realizada numa descida a passo lento. Foi gravado com câmaras infra-vermelho de TV e plataformas de análise de pesos nos sistemas de análise de movimentos.

Os pacientes que sofrem de síndrome da dor femoropatelar demonstraram melhora da dor e controle da torção do joelho durante a descida em passo lento após a aplicação da bandagem.

Fonte :: Gait Posture. 2011 May 11.

Cirurgia da catarata


Dentro do olho existe uma lente que se chama cristalino A catarata é umaopacificação ( deixa de ficar transparente) do cristalino e acomete, principalmente, pessoas acima de 60 anos de idade. A partir dessa faixa etária é que a doença tem a maior prevalência, acometendo cerca de 50% das pessoas dessa idade na população em geral.

A catarata é causada pela idade, a absorção de raios solares amarelos, lesões por traumatismos nos olhos ou medicamentos, sendo que o principal sintoma é que embaça a visão, limitando as atividades simples do dia-a-dia. Em casos agudos pode causar uma cegueira que é reversível.

 Na fase inicial, a catarata pode ser atenuada através do uso de lentes corretivas. Entretanto, com a progressão da doença, a cirurgia se faz necessária para que seja recuperada a qualidade da visão.

Anos atrás a cirurgia da catarata era uma cirurgia extremamente invasiva, com cortes de aproximadamente 10mm, requerendo internação de mais de uma semana, cinco a seis pontos para fechar a incisão e causava diversas consequências. Hoje, com apenas um corte de 2mm, e sem sutura, é possível reverter situações em que a visão esteja sensivelmente prejudicada.

A técnica minimamente invasiva, já é consagrada e tem se apresentado com uma ótima opção. O método utiliza anestesia local, aplicada na forma de colírio, e a principal vantagem é a inserção de uma lente dobrável. Muitas vezes, os pacientes nem precisam usar óculos depois. O retorno às atividades é em torno de três dias.

A catarata é dividida em congênita, traumática ou por radiação. Devido à opacificação do cristalino (lente ocular), os portadores passam a apresentar como sinais da doença os seguintes sintomas:
  • Visão turva, borrada ou embaçada;
  • Grande dificuldade para enxergar à noite;
  • Aumento da sensibilidade à luz;
  • Percepção de aura em torno de pontos de luz;
  • Necessidade de luzes fortes para conseguir ler adequadamente;
  • As cores ficam amareladas.

A.Behndig e colaboradores de varios Hospitais da Suecia fazem uma revisão de um milhão de cirurgias de catarata do Registro Nacional Sueco de Catarata das cirurgias realizadas de 1992-2009 que representa 95,6% das cirurgias realizadas na Suécia durante esse periodo. A taxa de cirurgia de catarata aumentou 4,47 para 9,00 cirurgias por 1000 habitantes.

A idade média dos pacientes aumentou até 1999, mas tem diminuido lentamente desde então. Acuidade visual pré-operatória tem aumentado de forma constante. A distribuição entre os sexos se manteve estável até 2000, após o qual a proporção de mulheres diminuiu lentamente. O registo mostrou os bons resultados da cirurgia. Endoftalmite ( inflamação do olho devido a cirurgia diminuiu de 0,10% para menos de 0,040%.

Fonte :: J Cataract Refract Surg. 2011 Ago; 37:1539-45

Síndromes Sensibilidade Central: fibromialgia

L.L.Kindler e colaboradores do Centro de Estudos da Dor Integral, da Universidade da Flórida, em Gainesville tentaram analisar os dados das áreas de enfermagem, reumatologia, odontologia, gastroenterologia, ginecologia, neurologia e ortopedia para avaliar as semelhanças ou contestações nas síndromes de dor crônica estudado por cada especialidade.
 
Uma busca de literatura foi realizada através da literatura usando a fibromialgia , disfunção da articulação temporomandibular, síndrome do intestino irritável, bexiga irritável ou cistite intersticial, dor de cabeça, somatização, dor lombar crônica, dor cervical crônica, síndromes funcionais etc Cada termo foi associado com a fisiopatologia e ou de uma sensibilização nervosa central.
 
A literatura existente apresenta uma considerável sobreposição na causa desses diagnósticos. Dada o enfoque psicossomático através do qual muitos desses transtornos são vistos, a demonstração de ligações baseadas em evidências apóia a origem comum entre esses transtornos.
 
Segundo os autores a denominação de Síndromes Sensibilidade Central representa uma nomenclatura emergente mais adequada que poderia ser adotada por pesquisadores que investigam cada uma destas perturbações. Além disso, um paradigma comum seria útil na promoção da informação cruzada entre os pesquisadores.
 
Os cientistas e os clínicos poderiam transmitir de maneira mais eficaz a compreensão e o tratamento da fibromialgia e outras desordens comuns da dor crônica através de uma apreciação das causas compartilhadas.

Fonte :: Pain Manag Nurs. 2011 Mar;12(1):15-24

Manual da TPM: saiba o que comer e o que evitar naqueles dias

 


Exercícios e comidas certas podem ajudar a aliviar sintomas

Está chegando aqueles dias. Momentos de fúrias, choro sem sentido, vontade de comer doces, retenção de líquido. A tensão pré-menstrual pode ser um verdadeiro inferno astral na vida das mulheres. Apesar de parecer tudo igual, os sintomas podem ser diferentes de acordo com o tipo de TPM.

Ansiedade, irritabilidade e oscilações do humor são a descrição perfeita para você? Evite café, refrigerantes à base de cola, laticínios, chocolate e álcool nestes dias. Aposte nos alimentos ricos em vitamina B6, como os pães integrais. Eles têm nutriente que ajudam na produção de serotonina, responsável pela sensação de bem-estar. Os exercícios mais leves como ioga e alongamento são os mais indicados.

Agora, se você sente compulsão por açúcar, fadiga e dor de cabeça tente fazer uma caminhada, natação ou hidroginástica para aliviar os sintomas. Fique longe do chocolate, álcool e frutas muito doces. Opte por algum carboidrato complexo junto com uma proteína, como uma fatia de pão integral com peito de peru.

Está inchada, tem a sensação de que ganhou peso e seios estão doloridos? Fuja das comidas muito salgadas e laticínios. Para desinchar, coma frutas com bastante água, como melancia, melão e tangerina e tome água de coco. No lugar de ficar deitada reclamando, fala uma caminhada, natação ou hidroginástica.

Bateu aquela depressão, sente-se confusa, tem insônia e perda de memória? Nada de queijos e drinks.

Uma xícara de café pode dar um up no humor. Só não vale exagerar e tomar vários cafezinhos durante o dia. Para dar chega pra lá na deprê, faça atividades aeróbias, como dança ou lutas marciais.

Fonte Diário Catarinense

Conheça os 10 mandamentos contra o câncer

Instituto do Câncer de São Paulo elabora lista do que fazer para evitar a doença


O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), ligado à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, elaborou algumas dicas importantes que podem auxiliar a prevenir o surgimento da doença. Atitudes simples de serem incorporadas ao dia a dia são fundamentais para prevenir o câncer, que atualmente é a segunda maior causa de mortes entre a população.

O primeiro, e uma das principais recomendações, é não fumar. O tabagismo é responsável por 30% das mortes de pacientes oncológicos e um ponto desencadeante de diversas outras doenças. Outro fator importante é não consumir bebidas alcoólicas em excesso, pois o álcool potencializa significativamente os efeitos do tabaco.

— Evitar o tabagismo e a ingestão de bebidas alcoólicas já vai ajudar, e muito, na manutenção da saúde das pessoas, já que ambos estão associados ao aparecimento de inúmeros tipos de tumores — afirma Gilberto de Castro Jr., oncologista do Icesp.

Para o oncologista Paulo Hoff, adotar algumas atitudes que podem evitar o câncer também implicam em mudanças de comportamento.

— As dicas listadas pelo Instituto do Câncer de São Paulo, de certa forma, são os conselhos que damos aos nossos pacientes no consultório. As informações são amplamente disseminadas, mas a prática muitas vezes exige uma mudança grande nos hábitos. Parar de fumar, mudar a alimentação, por exemplo, são algumas delas — salienta o especialista.

Hoff alerta, ainda, que são poucos os brasileiros que realmente adotam medidas preventivas contra o câncer, e que muitos ainda vivem na ilusão de que nunca serão vítimas da doença. Segundo o médico, a doença surge por causa de uma série de fatores, entre eles o genético, mas que os hábitos de vida têm uma grande influência na hora de determinar quem vai ficar doente ou não.

Veja as dicas e previna-se:
1. Não fume. Mesmo uma pequena quantidade de tabaco pode fazer um grande estrago.

2. Não abuse de bebidas alcoólicas, principalmente se estiver violando a regra número um.

3. Mantenha hábitos de sexo seguro. Use camisinha. O contato com alguns vírus transmitidos por via sexual, como o papiloma vírus humano e o HIV podem desencadear no surgimento de alguns tipos de câncer.

4. O sexo seguro é caminho, ainda, para evitar os vírus da hepatite B (para a qual há vacina) e da hepatite C, ambos com potencial para levar ao câncer de fígado.

5. Evite o consumo excessivo de açúcares, de gorduras, de carne vermelha, de porco e das processadas. Invista em uma dieta saudável, rica em verduras, legumes e frutas.

6. Na mesma linha da dieta saudável, vale reforçar a importância de evitar o consumo de alimentos com muito sódio e conservantes, como é o caso dos enlatados, embutidos e fast foods em geral.

7. Cuidado com o sol. Use filtro solar diariamente e evite a exposição entre 10h e 16h. Na praia ou na piscina, lance mão, também, de barreiras físicas, como chapéu, camiseta e guarda-sol.

8. Pratique atividades físicas todos os dias. Recomendação de que o exercício tenha duração mínima de 30 minutos.

9. Mantenha-se atento à sua saúde. Procure assistência especializada caso note qualquer anormalidade em seu corpo.

10. Faça um check-up anual e realize todos os exames de diagnóstico precoce (screening) indicados pelo seu médico. Esta também é uma atitude fundamental.
Fonte Diário Catarinense

Especialista cobra melhor atendimento dos que sofrem de transtorno bipolar

A saúde pública brasileira pode ser considerada um exemplo da necessidade de o Estado investir mais no Sistema Único de Saúde (SUS) e nas universidades federais e estaduais para garantir uma das necessidades básicas do cidadão e assim que ele busque sua felicidade. A especialista em transtornos afetivos e coordenadora do laboratório de psiquiatria da Universidade de Brasília (UnB), Maria das Graças de Oliveira, destacou que a rede pública enfrenta um quadro “caótico”, o que inviabiliza, por exemplo, o tratamento de cerca de 12,4 milhões de pessoas com uma doença conhecida como transtorno bipolar.

Esse transtorno afetivo é caracterizado por uma oscilação brusca de humor, quando passam por momentos de “pseudofelicidade” ou euforia, para logo depois entrar em depressão. A psiquiatra disse que do total de pessoas com transtorno bipolar, 1,8 milhão sofre do tipo 1 da doença, o estágio mais grave.

“Na verdade, nem os serviços públicos nem os serviços privados tem capacidade de atender a um contingente desses. Não tem serviços de saúde mental para todo mundo”, ressaltou a médica.

Maria das Graças acrescentou que a maioria dos brasileiros, principalmente os mais pobres, portadores do transtorno bipolar não contam com atendimento ambulatorial e, muito menos, psicoterapia. Para dar essa oportunidade de atendimento pelo SUS, seria necessário investimentos maciços nos hospitais públicos e universitários, especialmente em equipamentos de alto custo no mercado.

A coordenadora do Laboratório de Psiquiatria da UnB cobrou das próprias universidades públicas a responsabilidade por pesquisas de desenvolvimento de tecnologias que permitam “abordagens psicossociais” mais viáveis economicamente para atender um número maior de pacientes bipolares que vivem momentos de uma “felicidade artificial”. “É óbvio que a indústria farmacêutica não vai fazer isso, ela vai pesquisar medicamentos. Quem tem que pesquisar [isso] somos nós da universidade. Eu diria que temos o dever ético de fazê-lo”.

Pesquisas científicas demonstram que essa doença, que oscila entre momentos de euforia e depressão, geralmente é diagnosticada com mais precisão entre os 18 e 25 anos. Segundo ela, estudos mais recentes mostram que, em muitos casos, os portadores da bipolaridade já apresentam os sintomas de um humor patológico desde a infância.

Essa pseudofelicidade, no caso do transtorno bipolar, é caracterizada por estados de impulsividade, arrogância, pensamento acelerado, fala rápida e com atropelo de palavras sem permitir a terceiros participarem da conversa, pouco período de sono e, o mais grave, atos de inconsequência que lhe trazem repercussões negativas a curto prazo.

Maria das Graças aposta nas trocas de experiências entre as pessoas com bipolaridade, pela formação de grupos de apoio, criando uma “rede de proteção”, em que a pessoa e seus familiares se sintam acolhidos. Ela foi uma das responsáveis por viabilizar, em 1999, a Associação Brasileira de Familiares Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (Abrata) que atua no Hospital das Clínicas de São Paulo.

“O motivo é sentir que você não está sozinho no mundo. Isso já é muito bom. Já tem, psicologicamente um efeito de proteção coletiva”, disse a psiquiatra. Ela acrescentou que o grupo funciona como uma forma de o paciente aprender a lidar melhor com a doença, a partir das experiências de outra pessoa.

Um grupo parecido atua a cerca de dois anos em Brasília, é o Núcleo de Mútua Ajuda a Pessoas com Transtornos Afetivos (Apta), também concebido por Maria das Graças e outros profissionais da Faculdade de Medicina da UnB. Os integrantes reúnem-se todos os sábados, entre as 15h e as 16h30. Para participar dos encontros, basta entrar em contato com a Faculdade de Medicina pelo telefone (61) 3107-1978.

Fonte Correio Braziliense

Clássico sobre leucemia é traduzido para o português e facilita tratamento

Ao contrário do que ocorria há poucas décadas, a leucemia não é mais vista como uma sentença de morte. O diagnóstico da doença, no entanto, principalmente em crianças, invariavelmente devasta, tira o chão de pais e familiares. Com os cariocas Rodrigo e Isabel Capistrano não foi diferente. A pequena Isabela, filha caçula do casal, tinha somente 1 ano e 10 meses quando foi diagnosticada com leucemia. Nos primeiros momentos após a notícia, o desespero e a sensação de impotência se impuseram, desnorteando pensamentos e atitudes. “É claro que já havíamos ouvido falar da doença. Quem nunca ouviu? Ninguém acredita, porém, que ela possa chegar tão perto da gente. Bela era um bebê. Tivemos o apoio da família e de amigos, mas foi um livro elaborado por uma médica americana que nos manteve de pé e nos deu um rumo”, afirma. Trata-se de Você e a leucemia —um dia de cada vez, escrito por Lynn S. Baker, em 1975. O exemplar em inglês chegou às mãos dos Capistrano por intermédio de um amigo médico.

Com a certeza de que Rodrigo e Isabel buscariam todas as informações possíveis a respeito da leucemia, o presente veio com uma recomendação: “Não tomem como verdade absoluta tudo o que encontrarem na internet sobre o assunto. Busquem informações realistas, de fontes confiáveis”, alertou o médico. O conselho foi seguido à risca e o livro se revelou tão importante que os pais de Isabela decidiram batalhar para a publicação do trabalho em português. O apoio veio da Cordvida e da farmacêutica Pfizer. A obra ganhou os olhos e a atenção dos brasileiros e já está na segunda edição no país. “Lemos a versão em inglês em dois dias. A linguagem clara, totalmente compreensível aos leigos e muito acessível até para as crianças possibilitou que entendêssemos a doença e o tratamento. Ele trouxe alento, instrução, sabedoria e esperança”, avalia Isabel Capistrano.

Segundo a própria autora descreve na apresentação da obra, quando o livro foi elaborado a ideia era fazer com que pacientes, familiares e amigos se ajustassem a uma doença devastadora e se preparassem para a possibilidade de uma possível perda. O trabalho foi adotado pelos profissionais da saúde que lutavam contra o mal diariamente em hospitais e clínicas. Sempre que chegavam às livrarias, os exemplares se esgotavam. Nos anos 1980, os avanços em relação à abordagem terapêutica e à expectativa de cura da leucemia eram tantos que Baker percebeu que era hora de fazer a primeira das muitas revisões que se seguiram.

A combinação de drogas quimioterápicas com esquemas de manutenção e o tratamento profilático da doença no sistema nervoso central melhoraram significativamente a sobrevida do paciente, passando de 40% a 50% na década de 1970 para 70% a 80% no anos 1990. Dependendo do tipo de leucemia, a probabilidade de remissão é maior. “Agora, meu propósito é preparar a maioria das crianças diagnosticadas e suas família para uma vida com leucemia — e o que virá depois. Meu desafio é oferecer uma visão realista e positiva, ao mesmo tempo deixando claro o fato de não haver cura para todos”, escreve a médica nas primeiras páginas.

 


Avanços
O termo leucemia refere-se a um grupo de doenças complexas que afetam a produção dos glóbulos brancos. Segundo dados da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), é a enfermidade maligna mais comum na infância, correspondendo a aproximadamente 30% dos casos de câncer pediátrico. Oitenta e cinco por cento das leucemias em crianças são da forma linfoide aguda (LLA), 10% mieloide aguda (LMA) e 5% mieloide crônica (LMC). As leucemias linfoides crônicas (LLC) não se manifestam nos pequenos. “Aprendemos a associar as drogas disponíveis, a amenizar a toxicidade, a proporcionar melhor qualidade de vida durante o tratamento e a promover chances reais de cura”, garante o oncopediatra Vicente Odone Filho, chefe da Unidade de Onco-hematologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).

“O tratamento da LLA foi o que mais avançou e as chances de cura chegam a 90%, mas estamos trabalhando para alcançar os mesmos resultados na quimioterapia contra as outras leucemias”, observa.

O oncopediatra considera o livro como uma ferramenta. “Nós, médicos, nem sempre temos habilidade para traduzir aos leigos a realidade do tratamento e as chances do paciente. O texto e as ilustrações de Você e a leucemia nos ajudam a cumprir essa tarefa de forma primorosa”, avalia Filho. A psicóloga Fernanda Damasceno pondera que o melhor caminho para ajudar pacientes e cuidadores é a verdade. Ela sustenta que estar informado e esclarecido é fundamental para fortalecer quem luta contra a leucemia. “Publicações com linguagem simples e ilustrações podem, inclusive, aproximar a criança, os familiares e a equipe médica. A família passa a ter melhor noção do que virá a passar. Aprende a suportar as dificuldades e a comemorar cada vitória”, considera Fernanda, que atua na Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadora de Câncer e Hemopatias (Abrace).

Desafios
A pedagoga Márcia Maria de Paiva Rodrigues, 41 anos, sabe muito bem como são os dias de luta. Ela própria batalhou contra um tumor de mama há cinco anos. Em dezembro do ano passado, porém, quando a LLA atingiu seu filho caçula, Alexandre Rodrigues Pinto, 5 anos, o choque foi inevitável. Mesmo diante da notícia de que ele tinha LLA de risco básico e que a idade do pequeno era favorável a uma boa resposta ao tratamento, Márcia tinha noção que era preciso ser forte e ainda ajudar a família a entender o que viria.

Ela não esconde que o tratamento é penoso. O garoto toma quimioterápicos na veia todas as segundas-feiras. Medicamentos orais são ministrados diariamente em casa. “As punções e os exames são doloridos. Fazer uma criança entender que está doente e que terá restrições por um tempo é um desafio gigantesco. Alê me perguntou muitas vezes porque eu permitia a quimioterapia que fez parte do cabelo cair”, diz.
Márcia parou de trabalhar para se dedicar exclusivamente a Alexandre. Nos períodos em que ele esteve internado, ela passou a perceber que a maioria das famílias não tem acesso a boas informações. “Muitas pessoas chegam a acreditar que a leucemia é contagiosa. Livros como o dessa médica americana podem promover mudanças de atitude. Ser realista e positivo aumentam nossas chances de vencer a doença”, acrescenta.

Fonte Correio Braziliense

Óleo usado para aliviar problemas intestinais pode levar à pneumonia

Belo Horizonte — Apesar da fama de ser poderoso contra as cólicas intestinais de bebês, o óleo mineral é um grande inimigo de crianças, adultos e até idosos. Segundo especialistas, há muito esse “falso amigo” deveria ter sido proibido no país, em vez de estar ao alcance de todos nas prateleiras dos supermercados e nos balcões de farmácias. O alerta ganhou peso com um quadro que tem assustado pediatras: o número de casos graves de crianças internadas depois de aspirar o óleo triplicou no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC/UFMG), em Belo Horizonte. Somente este ano, já são 15 casos graves da chamada pneumonia lipoídica, que ocorre por aspiração, ingestão ou inalação do óleo mineral. Nos últimos três anos, o número de internações do tipo não passava de cinco por ano.

A realidade já é considerada por médicos como a epidemia de 2011. Pneumologista pediátrico do HC/UFMG e membro do Comitê de Pneumologia Pediátrica da Sociedade Mineira de Pediatria, Cássio Ibiapina conta que o número de internações no hospital é preocupante. “Mas não é uma particularidade nossa. Sabemos que a rede privada e também outros hospitais têm recebido uma quantidade maior de pacientes com esse tipo de problema”, diz, acrescentando que um dos motivos para o quadro pode ser a automedicação. “Muitas vezes, o óleo é usado para hidratação da pele, mas sempre há aquele parente que o indica para a prisão de ventre. E é aí que mora o perigo”, alerta.

Quando um recém-nascido é forçado a tomar o líquido, em vez de o produto ir para o esôfago e o estômago, cai direto no pulmão. “Por ter um sabor ruim, a criança engasga e aspira o óleo. Ele vai para o pulmão e, como não é eliminado naturalmente, vem a pneumonia”, explica o médico. Foi o que ocorreu com o filho de Alessandra Mendes Baião Andrade no início do ano. Mãe dos gêmeos Caio e Douglas, 5 meses, Alessandra, ao ver que os dois meninos há dois dias não evacuavam, procurou o posto de saúde perto de casa, mas, como os funcionários estavam em greve, resolveu ir a uma farmácia. “Lá, me disseram para dar-lhes o óleo. Foi o que fiz. Douglas tomou sem nenhum problema, mas, quando fui dar a dose ao Caio, ele engasgou e ficou sem ar. Tossia muito. Fiquei desesperada e bati sem parar nas costas dele e o óleo não voltou. Como ele foi ficando mole nos meus braços, levei-o para o hospital”, recorda.


Diagnosticado como caso grave de pneumonia lipoídica, com o líquido espalhado por todo o pulmão, Caio foi transferido às pressas para o HC/UFMG. “No caminho, tive medo de ele não aguentar. Foi internado no CTI em 17 de março e só saiu de lá em 20 de abril. Os médicos chegaram a dizer que ele só iria sobreviver por milagre”, lembra a mãe do bebê. Caio sobreviveu e Alessandra garante que nunca mais quer saber do óleo, que quase lhe levou o filho.

Esse “nunca mais” também deveria ser adotado pela rede de saúde de todo o país, sustenta o presidente da unidade mineira da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva e chefe do Serviço de Endoscopia do Hospital João Paulo II da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), Paulo Bittencourt. De acordo com ele, o óleo mineral não poderia jamais estar sendo vendido como ocorre hoje. “Esse produto deveria ser proibido. Hoje em dia, há muitos outros medicamentos que ajudam o funcionamento do intestino”, diz, ressaltando que, ao fazer a broncoscopia, os médicos não conseguem remover todo o óleo do pulmão.

“As células macrófagos do pulmão, como não conseguem destruir esse corpo estranho, acabam absorvendo as gotículas”, explica, acrescentando que quem ingere o óleo poderá ter problemas crônicos de respiração para o resto da vida. “Apesar de em menor grau, o risco de ingerir a dose é não só para recém-nascidos; adultos e idosos também podem ser vítimas.”

Médicos
A culpa pela procura da dose perigosa não é só do cidadão leigo. De acordo com Paulo Bittencourt, muitos médicos prescrevem o líquido, sem saber que podem estar colocando em risco a vida de um bebê. “Na maioria das vezes, é por indicação médica que as pessoas compram o óleo. E isso nos deixa ainda mais alertas”, afirma. Segundo Cássio Ibiapina, até mesmo pediatras desconhecem a nocividade do medicamento.

O farmacêutico Hairton Ayres diz que a procura pelo óleo, cujo valor gira em torno de R$ 5, é grande e, muitas vezes, quem compra tem nas mãos a prescrição médica. “O uso do líquido é um hábito de antigamente.

Ninguém imaginava que um produto aparentemente inofensivo fosse perigoso. Desde 2001, a própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alerta a todos sobre o risco”, conta, dizendo que o papel do farmacêutico é o de avisar aqueles que procuram a substância. “Muitas mães chegam aqui e, preocupadas com o intestino da criança, acabam levando qualquer laxante.

Algumas com prescrição médica. Orientamos a mudar a alimentação, fazer massagens no bebê e movimentos com a perna. Até sete dias sem evacuar é algo normal”, diz.

Fonte Correio Braziliense

Laboratório norte-americano vê chances reais em vacina contra a heroína

O vício em heroína é um dos mais devastadores: a ideia da vacina é impedir chegada da substância ao cérebro (Laurent Vu The/AFP - 3/5/11)
O vício em heroína é um dos mais devastadores: a ideia da vacina é impedir chegada da substância ao cérebro

A morte prematura da cantora inglesa Amy Winehouse e a nova internação em uma clínica de reabilitação da atriz Vera Fischer reacenderam o debate sobre os malefícios da dependência química. De acordo com um relatório publicado recentemente pela Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 280 milhões de pessoas entre 15 e 64 anos consomem drogas ilícitas, apesar das evidências sobre o perigo que essas substâncias representam à saúde. Para diversos cientistas, a solução pode estar na mesma abordagem que praticamente erradicou a poliomelite e o sarampo do mundo todo: a vacina.

O princípio da imunização contra o vício é aparentemente simples — fazer com que o organismo entre em contato com pequenas dosagens de uma substância invasora e produza anticorpos para combatê-la. A ideia é inibir o efeito cascata provocado pelas drogas: quanto mais se usa, mais se quer. A vacina seria capaz de quebrar o ciclo, impedindo que a substância chegasse até o cérebro, onde é processada. Sem usufruir das sensações induzidas pelas drogas, o usuário deixaria de usá-las.

O problema é que chegar à fórmula da vacina é difícil, porque, diferentemente de vírus e bactérias, cujas proteínas são grandes e fáceis de reconhecer, as moléculas das drogas são muito pequenas e passam despercebidas pelo organismo em sua viagem até o cérebro. Laboratórios dos Estados Unidos e da Inglaterra, contudo, não param — e os resultados positivos começam a aparecer. O trabalho mais recente foi produzido pelo Instituto de Pesquisa Scripps, na Califórnia. Neste mês, os cientistas anunciaram a criação de uma vacina que ataca a heroína, droga que, somente nos EUA, causa perdas anuais calculadas em US$ 22 bilhões.

De acordo com os pesquisadores, que publicaram o resultado na revista da Sociedade Americana de Química, a estratégia foi bem-sucedida no combate à heroína e a outros componentes da droga, que, ao chegarem ao cérebro, produzem os efeitos eufóricos. O principal autor do estudo, Kim Jandra, afirmou que, em 25 anos dedicados à pesquisa de vacinas contra o vício, nunca viu uma resposta imune tão forte. Os estudos foram realizados em ratos, mas a expectativa dos cientistas é que efeitos semelhantes sejam observados em humanos.

Jandra afirma que há 40 anos os cientistas tentam encontrar uma vacina viável contra a heroína, mas sem sucesso, porque, injetada no organismo, ela se converte rapidamente em diversas substâncias, os metabólitos, cada um deles produzindo efeitos psicóticos diferentes. A equipe do pesquisador, então, procurou desenvolver uma nova abordagem, chamada imunofarmacoterapia, pela qual foi possível não apenas identificar as substâncias ainda na corrente sanguínea como bloquear sua chegada ao cérebro (veja infografia).

O mecanismo
Para verificar os efeitos, os cientistas primeiramente induziram o vício em ratos de laboratório. Nas gaiolas, havia uma manivela que, impulsionada pelos próprios animais, liberava doses da droga. Depois, os pesquisadores aplicaram a vacina e notaram que rapidamente o organismo dos ratos gerou anticorpos contra a heroína e seus metabólitos. Além disso, eles diminuíram a autoadministração, puxando a alavanca menos vezes. Já em outro grupo de ratos, que recebeu apenas vacina contra os efeitos da morfina, a frequência com que os animais consumiam a droga era a mesma. Segundo Jandra, isso é sinal de que a imunofarmacoterapia funciona de fato, impedindo que todos os metabólitos da heroína sejam combatidos pelo sistema imunológico.

“Antes das pesquisas clínicas, precisamos fazer mais estudos em animais, principalmente para checar se há recaídas”, disse o cientista ao Correio. Ainda assim, ele está bastante animado com os resultados. “Essa abordagem é absolutamente viável. Já conseguimos desenvolver vacinas semelhantes para cocaína, nicotina, matafetamina e distúrbios alimentares. Então, sim, acredito plenamente que outros tipos de dependência podem ser tratados com imunização”, afirma.

Nos Estados Unidos, Jandra sofreu críticas da colega Kathleen Kantak, psicóloga da Universidade de Boston que, em um artigo para a revista News Scientist, escreveu que a abordagem seria antiética, pois caberia ao usuário decidir se quer ou não parar com o uso de drogas por vontade própria, e não induzido pelo bloqueio de efeitos provocado pela vacina. Além disso, ela acredita que o dependente poderia sofrer de overdose — sem experimentar a “viagem” da heroína, injetaria mais e mais quantidades da substância na veia.

Em resposta, Jandra diz ao Correio que não cabe a ele nem aos colegas fazer julgamentos do tipo. “Não sou político e vou deixar para essas pessoas decidirem o que é ético ou não”, afirma. “Essas vacinas serão úteis para aqueles que estão comprometidos a largar o vício. Os que não estão interessados em se livrar da dependência poderiam, de fato, usar mais drogas em resposta à vacina. Se sofreriam de overdose? Acredito que seja possível, embora não muito provável.”

Defesa
“Os tratamentos para reabilitação de dependentes em heroína visam tanto a desintoxicação quanto a abstinência da droga. Essas opções, porém, trazem com elas efeitos colaterais sérios”, observa Neil Stowe, pesquisador do Instituto Scripps que também assina o artigo, em defesa da vacina. “Por exemplo, outros opioides, incluindo a metadona, são usados para prevenir a crise de abstinência, mas essa terapia continua expondo o paciente ao ópio; então, o indivíduo continua dependente e vulnerável ao relapso”, acredita.

Jandra e Stowe também participaram de um grupo de pesquisadores que conseguiram criar uma vacina contra a cocaína que, em ratos, também se mostrou promissora. “Os resultados foram dramáticos na proteção dos efeitos da cocaína. Acredito que essa abordagem será bastante promissora em humanos”, conta Ronald G. Crystal, professor de genética da Faculdade de Medicina de Weill Cornell, que fez parte da equipe.

Da mesma forma da vacina contra a heroína, a imunização que tem a cocaína como alvo conseguiu evitar que as moléculas da droga chegassem ao cérebro depois de consumidas. Segundo Crystal, os efeitos da vacina duraram 13 semanas, o maior intervalo de tempo já obtido em pesquisas do tipo. “Com isso, não seriam necessários tratamentos caros, com diversas infusões. Acredito que rapidamente conseguiremos fazer testes em humanos. Atualmente, não há vacinas antidrogas aprovadas em nenhum lugar do mundo”, diz ao Correio.

Em relação às questões éticas, o médico afirma que os danos provocados pelas drogas precisam de abordagens mais incisivas. “A cocaína é um problema sério e grave em todo o mundo e necessitamos desesperadamente de um método que realmente funcione”, argumenta.
 
Fonte Correio Braziliense