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segunda-feira, 26 de março de 2012

RH: a dura tarefa de integrar

Por Rodrigo Araújo

O setor da saúde está aos poucos deixando o conservadorismo de lado. Esse movimento evolutivo começou há alguns anos e deve acentuar daqui pra frente impactando a indústria e promovendo transformações profundas nas organizações, em sua cultura, estratégia e modelo de negócios.

Um dos setores onde mais se observa esta realidade é a indústria farmacêutica. Para se ter uma ideia de como o setor no Brasil ainda pode crescer muito nesta fase, dados do IMS Market Prognosys apontam que o País está na oitava posição no ranking do mercado farmacêutico mundial e movimenta US$ 22,1 bilhões contra US$ 312,2 bilhões dos Estados Unidos. Um outro indicador, aqui são investidos US$ 837 bilhões (per capita), quase seis vezes menos que na Noruega, país referência em saúde, segundo o Human Development Report.

O Brasil atravessa um novo ciclo de investimentos, com altas expectativas para essa indústria, especialmente para os já consagrados fabricantes de genéricos, companhias focadas no segmento de especialidades, do ramo de Consumer Health e mercado de balcão. Atrelado ao contínuo avanço e amadurecimento das regulamentações e compliance– tradicionais obstáculos para o upgrade do setor – espera-se uma nova onda de transformações importantes, com impactos nunca antes visto no setor. Na América Latina, nos dias atuais, a indústria farmacêutica representa a menor fatia do mercado mundial com 5%. A Europa tem 20%.

A indústria farmacêutica está valorizando cada vez mais a medicina especializada, com foco em classes terapêuticas com destaque para dermatologia, oncologia, imunologia e neurociência. Além disso, os principais players estão gradativamente se tornando uma “biofarma” (tendência esta que deverá se reverter pela necessidade de ganho de escala).

As grandes empresas farmacêuticas continuarão sua jornada e vão criar unidades de negócios menores, porém altamente empreendedoras e que permitam rapidamente um spin-off. O mercado de OTC (medicamento com venda isenta de prescrição) tende a triplicar seu tamanho e profissionais desta área juntamente com lideranças em acesso a mercado serão altamente valorizados. Essa constante transformação vai possibilitar um cenário de negócios mais ágil e eficiente, focado em inovação (neste caso mindset) e parcerias, principalmente entre ONGs e a academia junto à indústria.

A questão que fica é como as organizações estão lidando com o processo de mudança e seus impactos nas pessoas. Como o setor tradicionalmente se arrisca pouco e tem uma visão mais segmentada, não se permite/valoriza iniciativas e estratégias mais arrojadas. Aos poucos, percebe-se que existem ações que rompem paradigmas ou mesmo apontam para uma tendência inovadora. Entretanto, o foco essencialmente orientado para eficiência tenderá a limitar os lampejos de criatividade. Independentemente do momento em que encontram os players do setor, decisões importantes serão demandadas de suas lideranças.

O êxito nesta nova fase passa em considerar um diferencial em suas lideranças que encarem as novas demandas e desafios incorporando um novo mindset. Essas características são inerentes aos emerging leaders, que já têm essa visão mais abrangente e ajustam o modelo de gestão a uma realidade diferente e têm conhecimento de outras áreas adaptados às necessidades do mercado.

Soma-se a capacidade de estabelecer uma gestão mais aberta ao novo e que impacte positivamente a cadeia como um todo: dos pacientes, as instituições acadêmicas, ONGs, sociedades médicas, empresas, órgãos públicos e reguladores. A conectividade entre os diferentes agentes seguirá cada vez mais acentuada e haverá maior dependência entre as partes. A integração da cadeia é a chave para integrar a indústria como um todo.

Fonte SaudeWeb

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