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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Gastrite e seu tratamento alternativo

A gastrite é uma inflamação da mucosa do estômago e se caracteriza pela falta de apetite, indigestão, gosto amargo na boca, sede em excesso, náuseas e vômitos. Nas manifestações mais graves ocorrem ainda fortes dores no estômago, podendo ser contínuas ou espasmódicas.

Alimentação excessiva, mastigação insuficiente, uso de condimentos irritantes, ingestão de bebidas junto às refeições, tabagismo, alcoolismo, estresse e ansiedade são as principais causas da doença.

O tratamento da gastrite requer um diagnóstico realizado por um profissional sério e que entenda do assunto, pois os sintomas podem ser confundidos com os da úlcera gastroduodenal e o do câncer no estômago, por isso é importante recorrer a médicos para que sejam analisados, de forma correta, todos os sinais.

É aconselhável que seja suspenso o uso de fumo, bebidas alcoólicas, café e chá preto. Também é importante evitar o consumo de carnes, pescados, frituras, gorduras, refrescos e refrigerantes.
No entanto, além desses cuidados, a medicina alternativa é um tratamento eficaz contra a gastrite. Hortaliças, frutas e plantas são uma boa opção para quem deseja amenizar ou se livrar de vez dos sintomas da gastrite.

Veja como você pode se tratar por meio desses alimentos:
Hortaliças• Acelga: chá das folhas (50g para um litro de água). Tomar uma xícara do chá, uma hora antes das refeições.

• Alface: chá das folhas (60g para um litro de água). Tomar quatro xícaras ao dia.

• Cebola: compressa local de cebola crua ralada, com duração de 1 hora.

• Chuchu: comer chuchu cozido, mas com pouco tempero.

Frutas
• Mamão: fazer refeições exclusivas três vezes na semana; mastigar 10 a 15 sementes de mamão diariamente.

• Melão: suco natural (sem açúcar). Substituir refeições (desjejum ou jantar) pelo suco, quatro vezes na semana. Vale também triturar as sementes e misturar com água e mel de abelhas e tomar três xícaras ao dia em temperatura morna.

• Pera: fazer refeições exclusivas três vezes na semana.

Plantas
• Bardana: chá das folhas, flores e raízes (20g para um litro de água). Tomar quatro xícaras diariamente.


• Maracujá-açú: fazer suco natural. Tomar 250 ml, quatro vezes ao dia.

• Tamarindo: chá da polpa do fruto (50g para um litro de água). Tomar cinco xícaras ao dia.

Além dessas receitas existem outros tratamentos, como a geoterapia e a hidroterapia. A geoterapia é feita com compressa de argila na região do ventre, com duração de duas horas. Já a hidroterapia é uma compressa quente sobre o estômago com chá de camomila (80g para um litro de água). Enfim, várias são as opções de cura para quem sofre de gastrite. Basta mudar alguns hábitos para parar de sentir dor.

Fonte Assessoria de Imprensa - Portal Educação

Jogadores patológicos: nem sempre o perfil é fácil de identificar

Desorganizado e emocionalmente instável, com comportamentos inadequados e alcoólista, impulsivo ou com personalidade mais regular. Esses são quatro traços de personalidade básicos associados ao jogo compulsivo, de acordo com uma pequisa feita pela Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha.

Ainda, de acordo com os pesquisadores espanhóis, em apenas um desses casos o jogo compulsivo pode ser considerado um transtorno difícil de ser tratado. “É preciso entender que cada um desses subgrupos precisa de um tratamento diferente, pois apresentam desafios específicos”, afirma Susana Murcia, uma das autoras do estudo e especialista em Jogo Patológico.

Os resultados da pesquisa, que acompanhou mais de 1170 indivíduos, foram publicadas no periódico Canadian Journal of Psychiatry. Os pesquisadores apontam que esses traços de personalidade foram classificados como jogadores patológicos de subtipo I,II, III e IV. Aqueles com maior impulsividade foram os casos mais críticos.

Classificação generalizante pode induzir ao erro
O jogo patológico é considerado um transtorno psiquiátrico quando a pessoa tem pouco ou nenhum controle no ato de resistir ao impulso de jogar. Esse tipo de comportamento normalmente impacta negativamente a família e o trabalho. Esse tipo de condição é considerada um transtorno do controle dos impulsos.

“Essa classificação generalizante é controversa, pois cria um grupo heterogêneo. Mas o que propomos é que há subgrupos e que a impulsividade nem sempre é o único traço de personalidade envolvido no comportamento de jogo de azar compulsivo”, dizem os pesquisadores.

No subtipo I – desorganizados e emocionalmente instáveis – dizem os pesquisadores, o indivíduo tem rompantes de comportamento esquizóide, alta impulsividade, episódios de abuso de álcool e outras drogas e alteracões psicopatológicas. No subtipo I,I os comportamentos de risco são menores, mas há isolamento social e abuso de álcool.

Já no subtipo III, proposto pelos pesquisadores espanhóis, a procura pela sensação de recompensa é alta assim como a impulsividade, mesmo que se observe menos alterações psicológicas. E no subtipo IV o jogador compulsivo não tem alterações de personalidade, é um indivíduo adaptado, sem outros transtornos associados e também não apresenta dependência ou episódios de abuso de álcool ou outras drogas.

Aqueles com o subtipo II foram os que tiveram grandes dificuldades de resposta aos tratamentos, com recaídas constantes e são os que precisaram de maior atenção e estratégias de prevenção, sendo observados por mais tempo e sem previsão média para a alta.

Fonte O que eu tenho

Dieta de baixa carga glicêmica reduz riscos de doenças crônicas em pessoas com sobrepeso ou obesas

Pessoas com sobrepeso ou obesas que seguem uma dieta rica em fibras e com menos carboidratos diminuem a presença de marcadores de inflamações relacionadas a diversos tipos de cânceres e doenças cardiovasculares, afirma estudo americano.

O estudo, realizado por pesquisadores do Centro Fred Hutchinson de Pesquisas em Câncer, nos EUA, envolveu 80 pessoas adultas – metade delas com sobrepeso ou obesas. Durante 28 dias, todos os participantes alternaram entre uma dieta com alta carga glicêmica ou uma com baixa carga glicêmica. A escolha da alimentação para cada pessoa foi feita aleatoriamente pelos autores do estudo.

Uma alimentação com alta carga glicêmica aumenta rapidamente os níveis de açúcar no sangue. Carboidratos processados, como açúcar branco, frutas em calda enlatadas e farinha branca, por exemplo, têm elevada carga glicêmica. Certos tipos de amido, como os presentes na batata e pão branco provocam alterações glicêmicas maiores e mais rápidas do que até mesmo o açúcar. Já as fibras, como pães integrais, cereais e legumes, possuem baixa carga glicêmica.

De acordo com os resultados, divulgados no periódico The Journal of Nutrition, os adultos com sobrepeso ou obesidade que seguiram a dieta com baixa carga glicêmica e rica em fibras apresentaram uma redução de cerca de 22% na presença da proteína C-reativa (CRP), que é um marcador biológico de atividade inflamatória no organismo.

Além disso, esse grupo também aumentou em 5% os níveis sanguíneos da adiponectina, um hormônio fundamental na prevenção de cânceres como o de mama, de diabetes tipo 2, de doenças hepáticas e endurecimento das artérias.

“Reduzir fatores inflamatórios é importante para diminuir uma ampla gama de riscos à saúde. Mostrar que uma dieta de baixa carga glicêmica pode melhorar a saúde é importante para os todas as pessoas que estão com sobrepeso ou obesas”, afirma Marian Neuhouser, principal autora do estudo.

Segundo Neuhouser, mudar os hábitos alimentares não é algo fácil de se fazer. Mas, sempre que possível, uma pessoa deve escolher carboidratos que são menos propensos a aumentar a glicose no sangue, como feijão, soja, lentilha, leite e frutas como maçãs, laranjas, e peras. A pesquisadora também recomenda evitar alimentos altamente processados e com grande quantidade de açúcar e farinha brancos, além de bebidas adoçadas com açúcar e cereais matinais.

Fonte O que eu tenho

Agressividade no local de trabalho: homens e mulheres se ofendem mais dependendo do sexo de quem foi maltratado

Em uma reunião de trabalho, ser testemunha de maus tratos para com um colega de trabalho pode gerar emoções negativas. E a intensidade dessas emoções podem variar se o colega de trabalho é do mesmo sexo que você ou não, diz um estudo.

A pesquisa, feita por especialistas da Universidade A&M do Texas, nos EUA, e liderada por Kathi Miner, é uma das primeiras a documentar como os relacionamentos profissionais e as emoções negativas sentidas durante um evento podem variar de acordo com “empatia de gênero”. Os resultados foram publicados no periódico Sex Roles.

Os maus tratos no ambiente profissional violam uma das convenções mais importantes sobre o trabalho, que se baseia no respeito mútuo entre os trabalhadores. E, além de impactar quem é o alvo principal, esses maus tratos também impactam a saúde mental daqueles que observam a situação, algo que já foi comprovado por outras pesquisas sobre o tema.

O estudo se baseou em entrevistas feitas com mais de 450 trabalhadores da área de alimentação – garçons, garçonetes e outros trabalhadores cuja profissão envolve servir o público de alguma maneira – e demonstrou que as mulheres que eram testemunhas de grosserias contra outras mulheres tinham altos níveis de ódio, sentimento de desmoralização, medo e ansiedade. Algumas eram até mesmo mais impactadas do que aquelas que eram alvo de maus tratos. Quando o alvo da agressividade eram homens, esses sentimentos negativos eram menos intensos.

Da mesma forma, entre os homens esses sentimentos eram tão intensos quando eles observavam outro homem sendo maltratado e menor quando o colega de trabalho era mulher.

Entre as mulheres o sentimento mais intenso era o de se sentir desmoralizada, enquanto entre os homens a raiva, medo e ansiedade superavam a desmoralização. Mas entre ambos os gêneros o impacto negativo na saúde mental eram de intensidade similares no total.

Fonte O que eu tenho

Exercícios e coração: atividades cotidianas durante o horário de trabalho também protegem contra ataques cardíacos




Um conjunto de estudos feito com indivíduos de diversas etnias e níveis sócio econômicos traz novas comprovações de que a atividade física realizada durante o tempo de lazer e mesmo durante o trabalho – como pequenas atividades para realizar tarefas cotidianas – diminui significativamente o risco de mortes por problemas cardíacos.

O mesmo estudo, curiosamente, aponta que ser propietário de um carro – e utilizá-lo para tarefas que poderiam ser feitas a pé – ou ter o hábito de assisitir TV aumenta esse mesmo risco. Os resultados foram apresentados no periódico European Heart Journal e constituem a divulgação de um estudo maior entitulado Interheart, feito com mais de 29 mil pessoas, de 262 centros de pesquisa localizados em 52 países na Ásia, Europa, Oriente Médio, África, Austrália e Américas.

“Até agora poucos estudos focaram nos diferentes aspectos da atividade física tanto nos momentos de lazer quanto no trabalho e os impactos dessas atividades nos riscos de ataques cardíacos”, diz Claes Held, principal autor do estudo.

De acordo com Held os dados relativos à exercícios e risco cardiovascular estão consolidados, mas o estudo atual olha para essas atividades físicas do ponto de vista global, ou seja, não somente em um período do dia, mas na somatória de pequenas atividades, incluindo aquelas realizadas durante o horário de trabalho e que podem variar de subir as escadas à fazer esforços um pouco mais pesados.

Esses benefícios, dizem os autores, independe de outros fatores de risco, como gênero, etnia, alimentação, tabagismo e situação sócio-econômica.

De forma inversa, hábitos que promovam o sedentarismo – o que inclui o hábito de ver muita TV e andar de carro independente da tarefa a realizar –, principalmente se combinados, aumenta os riscos de doenças cardíacas e ataques do coração em até 27%.

Possuir um carro ou uma TV foi tão indicativo do nível de sedentarismo que os pesquisadores indicam até mesmo que ambos podem se tornar “marcadores” do hábito, ou seja, indicativos confiáveis de que possuir esses itens pode ser associado diretamente a um menor nível de atividade.

Um dado curioso foi que atidades físicas intensas durante o trabalho – como aquelas realizadas por indivíduos da construção civil, por exemplo – apesar de proteger a saúde do coração não é o melhor cenário observado.

Uma atividade moderada é associada à diminuição em até 22% nos riscos de um ataque do coração. Quando essa atividade era intensa, os riscos caiam “apenas” 11%. No caso de atividades físicas intensa durante os períodos de lazer esse efeito protetivo diminuia os riscos de um ataque do coração em até 24% contra 13% de atividades físicas moderadas.

Essas diferenças entre os benefícios das atividades físicas intensas durante lazer ou trabalho é uma questão ainda em aberto para os pesquisadores e, afirmam os autores, será necessário mais estudos para determinar o porquê disso.

Fonte O que eu tenho

Novo hormônio encontrado em músculos anima pesquisadores e pode ajudar a combater a obesidade

A descoberta pode levar ao desenvolvimento de novos tratamentos para combater diabetes, obesidade, entre outras doenças, incluindo câncer.

Pesquisadores do Instituto Dana-Farber de Câncer, nos EUA, conseguiram isolar um hormônio natural a partir de células do músculo que desencadeia alguns dos principais benefícios à saúde dos exercícios físicos. Os resultados foram publicados no periódico Nature.

O hormônio foi apelidado de ” irisin”, depois de Iris, uma deusa grega mensageira. De acordo com o principal autor do estudo, Pontus Bostroöm, a descoberta é um primeiro passo importante para a compreensão dos mecanismos biológicos que traduzem o exercício físico em mudanças benéficas por todo o corpo.

De acordo com a equipe de pesquisa, a proteína – que serve como um mensageiro químico – se configura como uma candidata altamente promissora para o desenvolvimento de novos tratamentos para diabetes, obesidade e talvez outras doenças, como Parkinson e também câncer.

Efeito poderoso
Para este estudo, os pesquisadores usaram modelos animais e culturas para mostrar que irisin tem um efeito direto e poderoso no tecido adiposo branco, depósitos de gordura subcutânea branco que armazenam calorias em excesso e que contribui para a obesidade.

Quando os seres humanos e os ratos fazem exercícios, os níveis de irisin sobem nos músculos e isso muda em um gene que provoca a conversão de gordura branca em gordura marrom, a chamada gordura “boa”. Isso é benéfico porque a gordura marrom queima mais calorias em excesso do que o exercício sozinho.

Algo semelhante aconteceu quando os pesquisadores injetaram quantidades modestas de irisin em ratos sedentários que eram obesos e pré-diabéticos O irisin imitou o efeito do exercício, exceto que seu gasto de energia subiu “sem alterações em movimento ou ingestão de alimentos”.

Os ratos desenvolveram uma melhor tolerância à glicose com apenas 10 dias de tratamento, e também perderam um pouco de peso. Bruce Spiegelman, biólogo celular que participou do estudo, acredita que o efeito poderia ter sido maior se o tratamento tivesse durado mais tempo.

Não houve sinais de toxicidade ou efeitos colaterais, o que foi previsto já que os pesquisadores limitaram o aumento de irisin a níveis tipicamente causados por exercício.

Testes clínicos com irisin podem ter início em dois anos
Em parte porque é uma substância natural e porque as formas humanas e dos ratos da proteína são idênticas, Spiegelman acredita na possibilidade do mover uma droga baseada em irisin rapidamente em testes clínicos, “talvez dentro de dois anos”, prevê.

Os pesquisadores dizem que a descoberta ainda é superficial. Eles continuam a explorar os possíveis benefícios do hormônio em doenças metabólicas como o diabetes, resistência à insulina e obesidade, que constituem uma crescente epidemia em todo o mundo, bem como as doenças neurodegenerativas como o mal de Parkinson.

Spiegelman acrescenta que como a evidência crescente implica obesidade e sedentarismo no desenvolvimento do câncer, é concebível que os medicamentos baseados em irisin possam ter valor na prevenção e tratamento da doença.
Fonte O que eu tenho

Quer emagrecer? Comece com uma boa noite de sono

Um novo estudo sueco mostra relação direta entre o sono e a manutenção do peso. De acordo com a pesquisa, após uma noite em claro, áreas do cérebro responsáveis pela sensação de fome se tornam mais ativas, o que explicaria a teoria de que dormir mal engorda.

Os pesquisadores Christian Benedict e Helgi Schiöth, do departamento de neurosciência da Universidade de Uppsala, na Suécia, mostraram em artigo anterior que uma única noite passada em claro, no caso por um homem jovem e saudável, limitou o gasto de energia na manhã seguinte. Esta pesquisa também mostrou que estes indivíduos sentiram mais fome.

No novo estudo, Christian Benedict, ao lado de Samantha Brooks, Helgi Schiöth e Elna-Marie Larsson, da Uppsala e pesquisadores de outras universidade na Europa, examinaram sistematicamente quais as regiões do cérebro envolvidas na sensação de fome são influenciadas pela falta de sono. Por meio de exame de ressonância magnética, os pesquisadores estudaram o cérebro de 12 homens com peso normal enquanto eles viam imagens de alimentos. Os pesquisadores compararam os resultados depois de uma noite de sono normal com outra na qual eles passaram a noite inteira em claro.

“Depois de uma noite inteira sem dormir, estes homens mostraram nível altos de ativação em áreas do cérebro envolvidas no desejo de comer. Tendo em mente que o sono insuficiente é um problema crescente na sociedade moderna, nossos resultados podem explicar porque maus hábitos de sono afetam no ganho de peso de uma pessoa”, explica Christian. Os resultados foram publicados no periódico The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism.

Fonte O que eu tenho

Alimentos crus (in natura) são mais nutritivos

Alimentos quando cozidos, fervidos, enlatados ou pasteurizados perdem enzimas, vitaminas e minerais. Para ter uma idéia, o pimentão é rico em vitamina C, porém se ele for cozido perde completamente o teor vitamínico.

Na falta de nutrientes, o corpo rouba estas substâncias do sistema imunológico, acarretando em: gripes e resfriados, aumento de peso, acumulo de gordura localizada, cansaço, indisposição, ansiedade, queda de cabelo, enfraquecimento de unhas e podendo levar a quadros patológicos. Então, para prevenir e melhorar a saúde, o ideal é optar por alimentos crus como por exemplo: cenoura ralada, folhas verdes escuras, broto de alfafa, linhaça, frutas e vegetais diversos.

Mas atenção, nem todos os alimentos são interessantes para ser consumidos crus: o feijão e lentilha são ricos em ferro, no entanto este nutriente só fica biodisponível através da cocção.

Outros alimentos são carne e ovo, que somente quando cozidos apresentam melhor absorção de proteínas pelo nosso corpo.

Fonte:http://www.sonutricao.com.br/conteudo/artigos/alimentos_crus/

Instituto cria cardápio para prevenir câncer

Dicas incluem alimentos com ômega 3, brócolis, couve e exercícios físicos regulares

O Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), ligado à Secretaria de Estado da Saúde e à FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), criou uma lista de alimentos que auxiliam no combate e prevenção contra o câncer.

Segundo a secretaria, o consumo de alimentos com variedade, qualidade e quantidade adequadas é um dos principais fatores na prevenção da doença.

Algumas substâncias como o ômega 3, encontrado em peixes (como o salmão), e os polifenóis (presentes na maçã) diminuem a formação de compostos inflamatórios, o envelhecimento celular e, consequentemente, a proliferação de células de um tumor.

Já as fibras solúveis, presentes em alimentos como brócolis, couve-manteiga e couve-flor, inibem a formação do tumor, diminuindo a possibilidade de mutações genéticas.

Os hábitos diários também podem aumentar o risco de desenvolvimento do câncer, como o sedentarismo. A prática de atividade física, por exemplo, diminui a resistência à insulina, tornando menor o risco de câncer colorretal.

A ingestão alimentar excessiva, que leva a um aumento de peso, altera a taxa de glicemia no sangue e provoca um aumento da insulina, aumentando, assim, o risco do surgimento de tumor no pâncreas, no fígado e nos rins.

Outro efeito da obesidade a longo prazo é a diabete, que está relacionada com o desenvolvimento de câncer de fígado, endométrio, cervical e mamário.

Na contramão do consumo saudável também há alimentos que potencializam o desenvolvimento de um câncer e que devem ser evitados ou, então, consumidos com moderação, já que são ricos em gordura saturada.

Bons exemplos são os de origem animal – carne vermelha, leite integral e derivados e bacon -, que podem causar inflamação e alteração dos níveis de hormônios no sangue. A inflamação e o excesso de açúcar no sangue levam à intoxicação das células, o que favorece o desenvolvimento de tumores.


Fonte: http://www.enfermagematualizada.com/conteudo.php?id=2378

Estresse leva à fadiga adrenal. Entenda o problema

Disfunção afeta o funcionamento da glândula supra-renal e pode ser facilmente confundida com depressão, anemia, labirintite e outros problemas

Você vai dormir mais cedo, mas acorda cansado mesmo assim. Tira uma folga na segunda-feira para prolongar o fim de semana e quando volta do passeio parece que nem saiu. São sensações características do mau funcionamento da glândula supra-renal. Descoberta há cerca de 10 anos, a fadiga adrenal é considerada a síndrome do século XXI.

O cardiologista Marcos Antônio Natividade, pós-graduado em terapia ortomolecular e mestre em fisiologia do envelhecimento, explica que a supra-renal é a primeira glândula a ser atingida pelo estresse. Ela é responsável por defender o corpo de traumas físicos, incluindo frio, calor e fome.

— Quando a glândula supra-renal está funcionando mal e não está secretando os hormônios que deveria, além do cansaço excessivo, ocorrem infecções e gripes frequentes, ansiedade, irritabilidade, alterações do sono, baixa libido e ereções não mantidas, tonturas, baixa concentração e memória, apatia, compulsão por doces, salgados, cafeinados e frituras, depressão e medo sem causa aparente — enumera o médico.

Ainda pouco conhecida, a fadiga adrenal, muitas vezes, é confundida com depressão, pânico, fibromialgia, labirintite, anemia ou palpitações. De acordo com Natividade, quando diagnosticada a disfunção, deve ser feita uma reposição com hormônios biodênticos, que são iguais aos secretados pela glândula supra-renal. Se não tratado, o problema pode desencadear doenças como obesidade, diabetes, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e osteoporose.
Excesso de trabalho, má alimentação, sedentarismo e aborrecimentos são causas que podem induzir à fadiga adrenal. A prevenção está na já conhecida fórmula alimentação saudável aliada a exercícios físicos, além de reservar momentos para o descanso.

— Comer castanhas, verduras, frutas, alimentos integrais e peixes, fazer atividade física três vezes por semana, descansar no mínimo dois finais de semana por mês e tirar 30 dias de férias por ano. Isso é fundamental para se viver com saúde e bem-estar — recomenda o especialista.

Fonte Zero Hora

Consumidores brasileiros apoiam redução de sódio, açúcar e gordura em alimentos industrializados

Para consultados em pesquisa, leis favorecem mais ao fabricante do que ao consumidor

A redução de sódio, açúcar e gordura nos alimentos industrializados é apoiada por 95% dos consumidores que participaram do estudo Percepção do Consumidor sobre a Qualidade dos Alimentos, realizado pela Proteste — Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, entre junho e agosto de 2011. Os resultados do estudo foram publicados no site da entidade em janeiro.

Segundo 86,5% dos consumidores, os alimentos devem ser livres de bactérias patogênicas e nutricionalmente balanceados. Na opinião de 77% dos entrevistados, os produtos exportados têm melhor qualidade do que os nacionais. Na hora da compra, preço é o fator mais importante para 85%.

No que se refere à legislação, os entrevistados avaliam que as leis atendem mais ao fabricante do que ao consumidor. Além disso, eles atribuem à falta de fiscalização o fato de ainda encontrar produtos contaminados ou estragados no mercado, sem contar a baixa qualidade nutricional. A fiscalização recebeu nota 3,8 na pesquisa — em uma escala de um a 10.

Fiscalização também depende do consumidor
A Proteste estimula o próprio consumidor a fiscalizar a qualidade dos produtos e denunciar o fabricante ou estabelecimento, caso encontre algo de errado.

— Um alface mal lavado ou um fio cabelo no prato já são motivos para você agir. O mesmo vale para latas estufadas ou itens fora da validade no supermercado — diz a nutricionista Manuela Dias.

Problemas como alimentos refrigerados fora da geladeira e infestação de insetos ta,bém merecem atenção. Em caso de irregularidade no local, a reclamação deve ser feita diretamente com o estabelecimento. Ao constatar problemas no produto somente quando chegar em casa, volte ao local com a norta fiscal e o produto, ou entre em contato com o SAC. Se a solução do supermercado ou restaurante não for satisfatória, você pode procurar a Vigilância Sanitária Municipal e fazer uma denúncia.

Fonte Zero Hora

Zumba: combinação de dança latina e exercício cardiovascular

Com o slogan "Esqueça o exercício, venha para a festa", atividade toma conta de academias

Sempre que leio sobre pessoas arrebatadas pela febre da dança, meu mundo parece pequeno demais. Ah, dançar a mazurca até meus colegas de salão serem forçados a me carregar para casa em uma maca improvisada ao amanhecer; ah, dispensar um convite para jantar com Scott e Zelda porque eu literalmente não consigo parar de dançar o charleston.

Estilos mais recentes como o country "achy-breaky" e a lambada não me atraíam em nada: um me fazia pensar em um cabelo "mullet à la ratazana"; a outra, em uma "surra pélvica". Até onde sei, Macarena quer dizer "sala ampla onde mulheres se maquiam" em português.

Mas, recentemente, comecei a fazer zumba, o fenômeno de dança e fitness que, na última década, em 125 países, fez 12 milhões de pessoas suar — desde Wyclef Jean até a escritora Susan Orlean.

Posso dizer, sem sombra de dúvida, que isso foi o mais perto que já cheguei de enlouquecer em termos de dança. Explico: há algumas semanas, quando fui a um elegante coquetel no edifício San Remo, fui convencido por um colega amante do vinho a ensaiar uma pequena coreografia de zumba, que chamo de Disco Pony. Fazendo um punho com a mão direita acima da cabeça, girei apoiado no pé esquerdo e dei uma pirueta de 360 graus. Como resultado, um garçom veio me repreender com um "Com licença, senhor!".

Minhas origens zumbeiras são humildes. Inicialmente, o que me trouxe até a Z, como a chamo, foi o desejo de me tornar mais flexível e ágil. Sim, fiquei impressionado com essa combinação de dança latina e exercício cardiovascular, que pode fazer você perder de 500 a mil calorias um uma hora de suor. Mas, minha principal motivação foi a vontade de remediar minha impassibilidade corporal. Às vezes me pareço com um Frankenstein, e há partes do meu corpo que não se mexem desde 1965.
Como muitos, comecei no website Zumba.com . Lá, descobri como, em meados dos anos 1990, o colombiano Alberto Perez, professor de fitness conhecido como Beto, esqueceu-se de levar suas músicas de aeróbica para uma aula. Aproveitando algumas fitas de salsa e merengue que tinha na mochila, Perez começou a improvisar o que, eventualmente, se tornaria a Zumba.

Digitando meu CEP no website, soube que havia 648 aulas em um raio de oito quilômetros. Como dizem em Hollywood, tanto incentivo pode até matar.

Já estou cortejando a Z há dois meses. A maior parte dos meus pulos e piruetas foi dada na Universidade de Nova York e em três ACMs de Manhattan. Embora existam aulas especializadas, como Aqua Zumba e Zumba Gold (uma variedade mais lenta, para a terceira idade), a grande maioria das aulas está aberta a pessoas de todos os níveis, e seguem este formato: uma professora chega vestindo roupas pretas coladas e uma expressão facial de empolgação militante; ela liga o som (muito Ricky Martin e salsa, com uma pitada do híbrido latino-caribenho conhecido como reggaeton) e começa a dançar sem dizer nada. Nós, 15 ou 20 alunos (a maioria mulheres), todos com roupa de ginástica, explodimos em nossa coreomímica.

O slogan institucional da Zumba é "Esqueça o exercício, venha para a festa". Na Z-fest, ninguém vai contar o ritmo da música para você, nem demonstrar a coreografia antes da música começar: você está aqui para se divertir, meu amigo, não para um seminário de pós-graduação no Dance Notation Bureau. De fato, um dos meus professores na ACM de Chinatown disse a seus alunos, três dos quais chegando perto dos 70 anos de idade: "Vocês precisam relaxar o rosto. Vocês não saem à noite todos tensos. Imaginem que há uma garota ou um garoto lindo na balada".

Essa deve ser a festa mais exaustiva a que você já foi. Você pode ser convocado a, digamos, erguer as pernas na altura dos ombros ou a se arrastar pelo chão apenas por meio da mágica de contrair as nádegas. Seu corpo vai doer. Você vai descobrir que pode torcer partes inimagináveis do seu corpo. Você será pego pela empolgação e vai exagerar. Durante as músicas lentas, seu rosto terá uma expressão ao mesmo tempo trágica e urgente: você levou um tiro no estômago, mas está atrasado para um compromisso.

Eu consigo acertar 50 ou 60 por cento da coreografia, o que é mais ou menos a média. Certos ritmos latinos e seus passos complexos me escapam. Mas meu calcanhar de Aquiles é minha abordagem muito literal: Sempre que um professor sinaliza um movimento no meio da música, por exemplo, apontando para a direita ou mostrando três dedos para indicar repetições, eu me asseguro de fazer dessas ações prescritivas as protagonistas da minha dança. Sou como o estudante de idiomas que cumprimenta um passante com "Lição 1: bom dia!".

Até agora, minha professora favorita é Yvonne Puckett. Quando li no website Zumba.com que essa artista veterana de 73 anos havia dançado com Fred Astaire e com Marge e Gower Champion, além de ter atuado em dois filmes de Elvis Presley, corri para a aula dela em Chelsea Piers.

No hangar barulhento e movimentado que é o Chelsea Piers Sports Center, reconheci Puckett logo de cara: um tipo animado, lembrando Carol Burnett, com calças cargo cor de amora e tênis pretos. Emocionado, me apresentei e perguntei "Você acha que Fred Astaire teria abraçado a Zumba?" "Ah, sem dúvida, como qualquer bailarino", ela disse.

"Eu estou tentando colocar um pouco da leveza de Astaire na minha Zumba". Indulgente, ela sorriu, como se eu tivesse dito que havia pessoinhas morando dentro da minha caixa de correio.

Ao contrário de alguns dos meus outros professores, que usam metáforas de guerra e combate ("Soca aí", "Chuta aqui") para animar uma aula, Puckett mostrou ser toda unicórnios e arco-íris; "Liiin-dooo", ela trinava para nós, no mínimo cinco vezes por hora. Eu flutuei de volta para casa em uma nuvem de sorvete de tofu à base de alfazema.

Só me machuquei uma vez. Em uma manhã de domingo, na esperança de melhorar minha performance, fui a uma aula em Alvin Ailey, onde soube que o pessoal era mais jovem e a coreografia mais selvagem.

No balcão de inscrição, pensando em "Revelations", produção extraordinariamente atlética da companhia Ailey, perguntei à animada atendente de 20 e poucos anos, "Isso vai ser Zumba 'Revelations'?" Esticando ambos os braços para os lados e erguendo-os sobre a cabeça para descrever uma gigante auréola, ou concha, ela falou, quase cantando: "Não". Agradeci a ela e a Deus.

Quinze minutos depois, meu professor, Ben Byrd, um ruivo com 20 e tantos anos e uma bandana azul, estava elogiando minha rapidez durante uma música, o que me fez pensar que estava me dando bem.

Mas, cinco minutos depois, minha falta de jeito para tocar o chão com as mãos, agachado em posição de sapo, fez com que ele gritasse "Mais baixo!" para mim. Eu abaixei mais, ele sorriu, agarrou uma das suas próprias nádegas e me fez um sinal de incentivo.

A intensidade da dança aumentou rapidamente, o que foi empolgante. Eu puxei demais, exagerei. Após uma hora, Ben nos liderou por mais 15 minutos: 75 polichinelos, 75 flexões e 75 abdominais, dos quais completei um quinto. No dia seguinte, meu corpo estava pegando fogo. Eu parecia o capítulo sobre Baryshnikov em uma cópia de biblioteca pública das memórias de Gelsey Kirkland: surrado, detonado. Fiz três massagens em cinco dias; fiquei longe da Z por quase uma semana.

Quando, pós-Ailey, retornei para o oásis da ACM de Chinatown, tinha um pouco da altivez do veterano da Broadway a quem se pede para encenar monólogos de Chekhov em um restaurante de beira de estrada. De repente, eu era o Sr. Juilliard. "Você deveria ficar no fundo da classe se vai florear a coreografia", eu disse a uma convencida que fazia uns movimentos desnecessários com os dedos; quando deslizei em uma poça no vestiário, pensei "Cadê o pó de magnésio desse lugar?".

Desde então, meu ego se acalmou e eu voltei a uma modesta tentativa de melhorar meu domínio de 50 a 60 por cento. Mas, afinal, estou mais flexível e ágil? Eu diria que ainda não sei. Parte de mim crê que me esforçar para andar com mais leveza, tendo em vista que sou gay, pode ser algo impossível. Porém, notei que, quando dobro o corpo, já consigo alcançar a ponta dos pés, uma melhora de mais ou menos um centímetro. Também notei que a Zumba me cansa e me debilita bem menos, e às vezes até me energiza. Botão "curtir" do Facebook.

E tem mais: duas ou três manhãs por semana, quando acordo, minha cabeça está tomada por música latina, e eu visualizo os passos que estaria fazendo. Se isso não é loucura, eu não sei o que é.
THE NEW YORK TIMES NEWS SERVICE/SYNDICATE

Fonte Zero Hora

Exame das unhas pode revelar uma série de problemas no organismo

Elas revelam muito mais do que a personalidade do dono — no caso daqueles ansiosos que não as tiram da boca. Um exame das unhas e de suas lesões feito por especialistas pode gerar um verdadeiro arsenal de informações sobre hábitos errados e até doenças sistêmicas que repercutem na estrutura de queratina responsável por proteger a ponta dos dedos. De organização semelhante à da pele, é mesmo lógico que ela revele sinais do organismo humano.

Segundo Aloísio Gamonal, chefe do serviço de dermatologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), os médicos podem extrair informações confiáveis das unhas. Contrariando uma ideia disseminada, as manchas brancas, por exemplo, não estão vinculadas à falta de cálcio, mas, às vezes, a uma carência de zinco. As manchas amarelas são frequentes nas pessoas que fumam muito, mas também naquelas que seguem um longo tratamento com antibiótico com ciclinas.

As unhas saudáveis são aquelas de cor rosada, lâminas finas e flexíveis e formato convexo. Todo o resto representa algum tipo de problema, que precisa ser avaliado por um dermatologista. Há unhas, por exemplo, que apresentam faixas pretas como códigos de barras, que surgem em decorrência de disfunções hormonais, como uma insuficiência das glândulas suprarrenais, da ingestão de certos medicamentos ou de tumores da matriz ungueal, de onde nasce a unha.

A forma e a textura das unhas também fornecem indicações. “Unhas convexas e sem brilho encontram-se, às vezes, em pessoas acometidas por uma doença cardíaca ou pulmonar crônica grave. Costuma-se dizer que unhas secas e frágeis resultam de falta de vitaminas A, B ou E ou de uma carência de cálcio, mas a suplementação, muitas vezes proposta, nem sempre é eficaz. Sabemos tratar de unhas côncavas, que assinalam um eventual deficit de ferro na criança”, explica Gamonal.

As unhas frágeis, quebradiças e que com frequência escamam são um dos efeitos da tireoidite de Hashimoto, com que a nutricionista Maria Rita de Cássia Brito, 57 anos, foi diagnósticada anos atrás. A doença foi descoberta em exames solicitados por um endocrinologista, mas as condições das unhas poderiam ter revelado a doença se o problema fosse relatado a um dermatologista. De acordo com a médica Ana Cláudia de Brito Soares, membro da Diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia — Regional Minas Gerais, uma análise clínica das unhas pode sugerir problemas, mas é imprescindível seguir a investigação com exames.

A fragilidade das unhas mudou os hábitos de Maria Rita, que vai à manicure a cada 15 dias, e não semanalmente; e precisa tirar o esmalte antes da hora, para deixar a região “respirar” um pouco. Não são necessários remédios específicos para a unha, mas ela mesma preparou uma dieta com aportes de vitamina D. “Acho que o problema é um somatório de fatores e tem inclusive relação com um excesso de vitamina A, que afeta a saúde das unhas”, diz a nutricionista.

A alimentação, aliás, tem influência direta sobre a saúde das unhas — elas refletem o status nutricional do organismo. Vitaminas B3, A e C (encontradas na maioria dos alimentos), ferro (em carnes e feijão), magnésio (em verduras escuras), selênio (em castanha-do-pará), zinco (em carnes e alimentos integrais) e biotina (em ovos e iogurte) são ótimos para o fortalecimento, diferentemente do cálcio, que tem pouca influência.

Ajuda especializada
Segundo Ana Cláudia Brito, se a unha não estiver lisa, brilhante e transparente e não for possível enxergar a meia-lua da cutícula, isso é uma indicação de que algo não vai bem. Alterações na coloração, como opacidade, podem sugerir micoses e psoríase; e até melanomas, no caso de áreas acastanhadas. Descolamentos de unhas podem ser traumas, micoses ou alergias. Já alterações na espessura, como unhas muito grossas e rugosas, principalmente no pé, podem indicar problemas de circulação, micose e psoríase.

E as fracas? “Ah, essas ainda são um mistério para a dermatologia. Geralmente, lâminas mais finas podem ser sinal de uma agressão por agente externo, mas também um estado de desnutrição ou anemia”, diz a médica. O importante é investigar. A manicure Eliana de Souza Cardoso, 46 anos, vive uma “ironia do destino”. Todos os dias zela para que as unhas das clientes fiquem bem cuidadas e bonitas, o que não é possível com as suas próprias. Eliana e uma de suas irmãs nasceram com uma deformação na unha, uma estrutura fina, que mal cresce e é cheia de ondulações. Na adolescência, quando o problema a incomodava muito, chegou a procurar um médico, que lhe assegurou ser um problema genético. Fato é que quatro dos três filhos de Eliana e o neto têm o problema.

No salão (e em casa)
Use material individual para corte e limpeza e nunca o empreste a ninguém. Se fizer a unha com manicures, use apenas ferramentas esterilizadas.

Evite retirar as cutículas. Elas são importantes para proteger pele e unha, pois funcionam como barreira protetora para a entrada de germes e materiais estranhos. A cutícula está para a unha assim como a gengiva está para os dentes. Se, ao escová-los, a gengiva for cortada,
sangramentos, dores, inflamações e infecções serão mais comuns.

Ao cortar as unhas, adote um formato quadrado e não as deixe compridas nem curtas — mas sempre retas.

Ao fazer as unhas e suspeitar que alguma está com micose, deixe para limpá-la por último e evite assim a autocontaminação. Imediatamente, procure tratá-la.

Evite usar objetos pontiagudos para limpar sob as unhas, o que pode provocar seu descolamento (onicólise), de tratamento bastante difícil. O ideal é amolecer a sujeira com sabonete e usar uma escovinha, que agride menos.

Esmaltes não prejudicam as unhas. Sua função é embelezar e proteger.

Não use acetona para remover esmaltes antigos, pois, por ser um solvente, ela agride quimicamente o enxofre das unhas. Dê preferência ao óleo de banana.

Os pedacinhos de pele que costumam ficar perto das unhas, os chamados “padrastos” ou espigos, não devem ser arrancados com os dentes, pois certamente inflamarão. Corte-os com tesoura e aplique um creme hidratante.

Encravaram. E aí?
Ao primeiro sinal de inflamação ou dor na região em volta das unhas, limpe o local e aplique um produto à base de antibiótico (neomicina ou garamicina, por exemplo) duas vezes ao dia, até melhorar. Não tente ficar cortando as laterais na tentativa de “desencravar”, porque isso só vai piorar o processo. Nesses dias, evite atividades físicas (esportivas ou no trabalho) que machuquem ainda mais a região.

Se não melhorar em uma semana, procure seu médico ou um dermatologista para uma melhor avaliação. A cirurgia só é indicada em casos mais avançados. Quando realizada por profissionais treinados, existe grande chance de ser única, com pós-operatório rápido e imediato uso de calçados.

Para evitar unhas encravadas, faça sempre um corte reto, nunca arredondado, principalmente nas unhas dos pés. O corte errado é a principal causa de unhas encravadas. A segunda é o uso de calçados apertados. Evite, portanto, os de bico fino ou passe a usar um número maior do que normalmente calça.

Saiba mais
Exame toxicológico
A análise toxicológica das unhas em medicina legal pode revelar sinais produzidos por envenenamento por arsênico, que provoca faixas brancas transversais em todas elas, as chamadas faixas de Mees. O conhecimento pode ser empregado também na luta contra o doping, para o qual o exame das unhas fornece algumas informações. Pesquisadores britânicos desenvolveram uma técnica baseada na análise da extremidade livre das unhas dos dedos do pé que poderia evidenciar, antes de uma competição, traços de produtos ilícitos dopantes, como a testosterona e a pregnenolona, mais de um ano após seu consumo, já que a renovação de uma unha do dedo do pé ocorre entre 12 e 18 meses. O método foi testado com êxito na busca por sinais de heroína ou de cannabis nos toxicômanos. É por motivos como esses que a onicologia — a ciência das unhas — passou a ser uma realidade científica com crescentes possibilidades terapêuticas, tornando indispensável a inserção da semiologia das unhas no ensino e na prática médicos.

Fonte Correio Braziliense

Pesquisadores relacionam fenômeno climático com o vírus influenza

Pessoas usam máscara na Ucrânia durante a pandemia de gripe suína: mutação do vírus influenza surgida em 2009 deixou 17,4 mil mortos em todo o mundo (Viktor Gurniak/Reuters - 31/10/09 )Pesquisadores norte-americanos encontram relação entre o fenômeno climático e as pandemias do vírus influenza, como os milhares de casos de H1N1 em 2009. A explicação está na alteração da migração de pássaros causada pelo resfriamento do Pacífico

A pandemia da gripe A (H1N1), ocorrida em 2009, ainda está presente na memória das pessoas. O surto da influenza — que recebeu o apelido de “gripe suína” depois de testes de laboratório mostrarem que genes do vírus eram semelhantes aos do patógeno encontrado em porcos — causou 17,4 mil mortes ao redor do mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Agora, cientistas afirmam que esse evento tem algo em comum com outras grandes epidemias de gripe ocorridas em 1968, 1957 e 1918, além do grande número de mortos e semelhança entre os micro-organismos fatais: foi antecedido pelo evento climático La Niña.

A relação entre muitos casos de gripe severa e o resfriamento exagerado das águas do Oceano Pacífico na região tropical foi apontada na edição mais recente da revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas) por dois cientistas norte-americanos. Em entrevista ao Correio, Jeffrey Shaman, professor de saúde ambiental da Escola de Saúde Pública da Universidade de Columbia, e Marc Lipsitch, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, explicam que o La Niña se manifestou alguns meses antes das quatro mais recentes pandemias de influenza, entre as quais está incluída a disseminação da gripe espanhola, em 1918.

Os pesquisadores iniciaram o estudo baseados na hipótese de que a ocorrência do La Niña altera os padrões de migração dos pássaros, principais vetores do vírus influenza. Eles, então, avaliaram os registros das temperaturas do Pacífico na região da linha do Equador no outono e no inverno anteriores às pandemias e perceberam que os eventos estão associados. “Além do padrão de voo, descobrimos que o fenômeno modifica a condição física dos pássaros e aumenta o tempo de permanência em algumas áreas, o que propicia uma maior mistura entre as espécies”, diz Shaman. “Tais mudanças fazem com que diversas variantes genéticas (cepas) do agente infeccioso, que normalmente estariam isoladas geograficamente, fiquem reunidas”, explica. Uma vez juntas, é possível que as variantes causem uma infecção simultânea no organismo hospedeiro, ou seja, na ave que as carrega. Isso resulta no rearranjo genético do patógeno, causando o surgimento de um novo tipo de vírus.

Foi um vírus “inédito” que causou a pandemia de 1918, a mais devastadora de todos os tempos. Segundo historiadores, o surto de influenza matou entre 20 milhões e 100 milhões de pessoas no planeta. Estudos sugerem que a cepa desse vírus apareceu em 1916 e foi sofrendo mutações graduais, até chegar à forma letal que contaminou primeiro a Europa e os Estados Unidos, em fevereiro de 1918, quando ainda ocorria a Primeira Guerra Mundial. Por sinal, a gripe causou mais mortes que a guerra, na qual cerca de 15 milhões perderam a vida.

 
Previsão
De acordo com o outro autor do estudo, Marc Lipsitch, a pesquisa pode ajudar os chefes de saúde pública a prever as épocas de maior risco de surtos de influenza e planejar ações para evitar o problema. “De agora em diante, vamos estudar mais intensamente a resposta das aves migratórias às condições do fenômeno El Niño Oscilação Sul (Enos), que abrange o El Niño e o La Niña”, determina. Entre os novos pontos a serem observados estão as taxas de transmissão viral e a diversidade de vírus presentes nas águas exploradas pelos pássaros. O El Niño e a La Niña alternam-se a cada período de três a sete anos, aproximadamente, e ocorrem na região que vai do litoral do Peru à Austrália.

O chefe do Centro de Análise e Previsão do Tempo (Capre) do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Luiz Cavalcanti, afirma que o estudo é interessante e de alto nível. Embora inicialmente possa parecer estranho ligar alterações climáticas a doenças, o meteorologista assegura que o conceito é plausível. “Existem muitas outras doenças relacionadas com o comportamento do tempo e do clima, como a dengue, o reumatismo, as doenças respiratórias e as dores musculares”, cita.

Quanto ao La Niña influenciar no padrão de migração das aves, uma explicação é apresentada por Cavalcanti: “O fenômeno pode provocar flutuações no clima regional e globalmente, mudando os padrões de vento”. O especialista do Inmet diz que as interferências do fenômeno no clima são mais notadas nos meses de verão (dezembro, janeiro e fevereiro) e de inverno (junho, julho e agosto). É justamente no inverno que a influenza é mais frequente em países como Estados Unidos e os do norte da Europa, mais distantes dos trópicos. “Já nos países tropicais, a incidência de gripe é praticamente constante o ano inteiro, mas maiores aglomerações em ambientes fechados durante o inverno aumentam a transmissão”, detalha o infectologista especialista em medicina tropical Manuel Retamozo Palácios, da Sociedade Brasileira de Infectologia.


Porcos
Além de alterar o contato entre as espécies de aves, o La Niña também modificaria o modo como elas se aproximam de animais domésticos, como o porco, alerta a pesquisa. Isso explicaria a nova forma genética da influenza A, que, de acordo com Shaman e seu colega, resultou de uma mistura entre os genes do vírus presente em pássaros e em suínos. “A explicação de transmissão da influenza aviária para o porco, devida a essa anomalia da rotina das aves migratórias, é plausível. O Centro para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, analisou o genoma do H1N1 de 2009 e encontrou genes presentes em vírus de influenza suína da Europa e da Ásia, além de influenza aviária e influenza humana”, detalha Palácios.

A alteração genética do vírus da gripe, que ocorre com frequência, é o que torna tão difícil fazer com que as pessoas escapem da doença infecciosa. “No caso do H1N1, existem dois tipos de mutações: as ‘drift’ (menores), que acontecem a cada um ou dois anos, e as ‘shift’ (maiores), em que é mutado quase 30% do genoma viral — ou seja, criam-se novos vírus”, esclarece o infectologista. Esse é o motivo pelo qual a vacina da influenza deve ser tomada anualmente. “Cada lote no Brasil e nos países do Hemisfério Sul vem com sorotipos que foram frequentes no inverno do Hemisfério Norte”, explica. Ele esclarece, no entanto, que há possibilidade de outros agentes infecciosos originados na Ásia ou na África, contra os quais a vacina não oferece proteção, circulem no país.

Opostos
O El Niño é o oposto do fenômeno La Niña. Isso significa que, nele, as águas do Oceano Pacífico ficam mais quentes que o normal. O termo técnico El Niño Oscilação Sul (Enos) indica as interações que ocorrem entre o oceano e a atmosfera relacionadas às alterações drásticas de temperatura na superfície da água do mar, ao padrão dos ventos e à incidência das chuvas.

Chuvas irregulares
Em termos climáticos, o La Niña afeta os regimes de chuva em regiões tropicais e de latitudes médias, segundo explica Luiz Cavalcanti, chefe do Centro de Análise e Previsão do Tempo, ligado ao Instituto Nacional de Meteorologia (Capre/Inmet). É o que vem acontecendo, nos últimos meses, no Brasil, onde há chuvas irregulares e escassas no Sul do país e temporais no Centro-Oeste e no Sudeste.

Fonte Correio Braziliense

Risco de infarto sobe 20 vezes no dia em que uma pessoa amada morre

Coração apertado, dor no peito e garganta travada, como se estivesse obstruída por algum tipo de obstáculo invisível. Só quem já passou pela experiência de ver alguém querido morrer pode dizer o quando dói a ausência daquele que se ama.

Segundo um artigo feito por cardiologistas da Universidade de Harvard e publicado no Journal of the American Heart Association, a dor não é apenas emocional. De acordo com o trabalho, aqueles que perderam entes queridos estão mais propensos a sofrer ataques cardíacos. No dia em que a pessoa amada morre, os riscos de quem fica enfartar é 20 vezes maior do que em situações corriqueiras. A ameaça diminui ao longo do tempo. Uma semana após o trauma, contudo, a probabilidade de desenvolver problemas cardíacos continua seis vezes maior que a normal. A boa notícia é que as chances reduzem progressivamente durante o primeiro mês. Em outras palavras, os estudiosos provaram cientificamente o que já faz parte da sabedoria popular: só o tempo é capaz de curar um coração partido.

Elizabeth Mostofsky, principal autora do estudo, explica que a equipe analisou os prontuários de cerca de 2 mil adultos que haviam sofrido ataques cardíacos entre 1989 e 1994. Os pacientes responderam a um questionário em que os médicos perguntavam as circunstâncias do infarto e se haviam perdido pessoas importantes no ano anterior ao ataque cardíaco. Se a resposta fosse positiva, os participantes deveriam ainda explicar a data exata da morte, bem como a importância que aquele relacionamento tinha em suas vidas. Por meio de um cruzamento de dados em que comparavam o número de pessoas que tiveram mortes próximas a eles e a reincidência de ataques cardíacos, chegaram à conclusão de que um em cada 320 indivíduos do “grupo de risco” para complicações cardíacas e uma em cerca de 1,4 mil pessoas de baixo risco (sem histórico de infarto) sofrerão problemas no coração ocasionados pelo luto.

Somados ao risco de ataques cardíacos, os derrames cerebrais foram apontados como a causa de 53% das mortes de cônjuges enlutados. “A dor faz com que sentimentos de raiva, depressão e ansiedade apareçam”, explica Elizabeth. “Essas emoções podem aumentar a frequência cardíaca, a pressão arterial e a coagulação do sangue e esses fatores, por sua vez, aumentam as chances de um ataque cardíaco.” A médica destaca ainda que estudos sobre como os sentimentos afetam a saúde física de um indivíduo não são novidade. “O que é inédito no levantamento é que esse é o primeiro estudo a examinar a curva acentuada do risco de ataque cardíaco logo após a perda de alguém importante na vida de uma pessoa.”

Dor avassaladora
Francisco Malaquias é um dos exemplos de como o coração pode não resistir à dor da perda de alguém querido. No último domingo, o tio da jovem Ingrid Anne Carvalho de Freitas, 15 anos — morta em um acidente de carro que tirou a vida de seis pessoas na madrugada de sábado — sofreu uma parada cardiorrespiratória durante o enterro da sobrinha. Ele precisou ser reanimado pelos bombeiros no cemitério e foi levado em estado grave, mas consciente, para o Hospital Regional de Taguatinga(HRT). No sepultamento dos outros jovens mortos no acidente, vários parentes e amigos passaram mal e precisaram ser socorridos.

Além do estresse emocional, a pesquisadora diz que outros comportamentos típicos de pessoas que acabaram de perder alguém especial ajudam a aumentar o perigo de infarto, como dormir pouco, comer menos e ter níveis elevados de cortisol, hormônio relacionado à resposta do organismo ao estresse. Para o cardiologista Jefferson Mattos Junior, o principal impacto do estudo feito por Elizabeth Mostofsky e sua equipe será nos próprios consultórios cardiológicos. Segundo ele, “é comum que o médico fique muito preocupado com os níveis de colesterol e da pressão arterial sistêmica e não preste atenção nos possíveis efeitos psicológicos e comportamentais que um evento desta magnitude possa causar na vida de um paciente, podendo ser um importante gatilho para um infarto”.

Acompanhamento
Guilherme Filomeno, cardiologista, frisa que o estudo também chama atenção para um fator importantíssimo no tratamento de quem passa pelo delicado momento de superação da morte de pessoas próximas: a atenção de quem ficou. “O cuidado que se tem com esse indivíduo tem que ser pessoal, precisa envolver família, amigos e até mesmo os médicos”, reforça. De acordo com Filomeno, o período normal de luto varia de três a seis meses. Nesse meio tempo, quem está ao redor do enlutado deve esperar mudanças de humor e de comportamento. Por isso, ele diz que, em casos nos quais o sofrimento aparenta ser mais agudo que o usual, os próprios médicos devem aconselhar acompanhamento psicológico e até mesmo medicamentos para amenizar os sintomas precedentes ao infarto que o paciente possa vir a apresentar.

Diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Nabil Gorayeb explica que existem mais de 100 categorias de ocasiões emocionais que podem desencadear problemas cardiovasculares — como o luto, o término de um relacionamento amoroso e o desemprego. Para o cardiologista, o estudo de Harvard “confirmou o que já se desconfiava” no meio médico: quando sofrem fortes traumas psicológicos, pessoas com complicações cardíacas prévias têm mais chances de infartar, mas isso não quer dizer que indivíduos sem histórico estejam livres do risco de passar por maus bocados — inclusive relacionados a outras partes do corpo que não o coração. “As emoções podem causar problemas de toda ordem, sejam cardíacos, pulmonares ou gástricos, por exemplo”, enumera. “Os efeitos ocorrerão onde a pessoa é mais sensível, ou seja, depois de uma emoção muito intensa, as áreas em que o paciente tem mais predisposição sofrem.”

Outros gatilhos
Na medicina, problemas fisiológicos causados por emoções recebem diversos nomes, que variam de acordo com os eventos que serviram como estopim para as complicações. Sergio Timerman, cardiologista e um dos diretores da SBC, conta que há vários estudos que apontam que catástrofes naturais ou ataques terroristas, por exemplo, também são fatores que desencadeiam infartos súbitos. Há três anos, o médico fez um estudo em que avaliava o aumento dos casos de ataques do coração em sobreviventes de enchentes em Santa Catarina. Ele conta que a chamada síndrome de estresse pós-traumático causa impacto forte o suficiente para desencadear um infarto. “Em todo lugar acometido por desastre natural ou atentados, há um aumento significativo de morte por problemas cardíacos relacionados diretamente ao problema”, comenta o médico.

Isso acontece porque, assim como na síndrome do coração partido (veja Para saber mais), o estresse desencadeia respostas emocionais que, literalmente, mexem com as estruturas do indivíduo. Embora a origem das duas síndromes seja a mesma, Timerman explica que as causas específicas são diferentes. “Em uma catástrofe, a pessoa é socialmente afetada, pois perde casa, objetos”, diferencia. “Ela entra em um estresse agudo e tem liberação excessiva de adrenalina, que eleva a pressão arterial.” No momento em que a pessoa começar a apresentar os sintomas, como dor no peito e alteração transitória no ritmo dos batimentos cardíacos, Timerman diz que o tratamento deve ser medicamentoso. “Os remédios reverterão o quadro, para evitar que o paciente tenha parada ou arritmia cardíaca.”

Para saber mais
Causas ainda desconhecidas
O primeiro relato da doença se deu no Japão, em 1990. A cardiopatia foi originalmente chamada de Síndrome de Takotsubo — tako significa polvo e tsubo, armadilha. A ideia do nome surgiu por causa das imagens radiológicas do coração acometido pela síndrome, que formam estruturas semelhantes à armadilha feita pelo animal. Desencadeada por fortes estresses emocionais, como um divórcio ou o falecimento de pessoas amadas, acreditava-se que apenas mulheres estavam sujeitas a ela — foi rebatizada de Broken Heart Syndrome, pois o coração feminino seria mais delicado que o dos homens e se “quebraria” mais facilmente após uma desilusão. Entretanto, já se sabe que, embora representem de 83% a 90% dos casos, elas não são as únicas que podem apresentar os sintomas. As causas ainda não estão completamente esclarecidas, mas sabe-se que estão associadas a um aumento excessivo de adrenalina, o que altera subitamente o ritmo dos batimentos e a pressão cardíaca. Outro fator intrigante da doença é que a “ponta” do coração fica dilatada, inerte e inativa, enquanto o resto do órgão continua funcionando normalmente — o que dá a impressão de que o coração está, realmente, partido.

Sergio Timerman, cardiologista e diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia

Comparação estressante
Questões emocionais estão fortemente ligadas a problemas cardíacos. Em 2004, o estudo Interheart listou os principais fatores de risco associados ao infarto do miocárdio — inclusive, emocionais. Das 24.767 pessoas pesquisadas, 11.119 já haviam passado por infarto agudo do miocárdio e foram comparadas a outras 13.648 que não apresentaram sinais clínicos da doença. Veja alguns dados do trabalho:

» O estresse no trabalho ou em casa praticamente triplica o risco de um infarto — risco superior ao do diabetes e quase o mesmo que de tabagismo e de colesterol alto.

» Entre os que estavam trabalhando, 23% dos infartados tiveram vários períodos de estresse no trabalho, contra 17,9% do grupo de controle.

» Um grupo de 11,6% dos que já sofreram infarto tiveram diversos períodos de estresse em casa, enquanto apenas 8,6% dos “saudáveis” enfrentavam controvérsias domésticas.

» Financeiramente, 14,6% do grupo dos enfartados eram estressados — 12,2% do grupo de controle apresentaram problemas com relação a dinheiro.

Fonte Correio Braziliense

Embrapa Cerrados planeja colocar no mercado espécies de maracujá melhoradas

Na história da humanidade, o rico arsenal de sabedoria popular norteou a lapidação científica de seus elementos culturais mais preciosos, em todas as áreas do conhecimento. Foi assim com a medicina, a música, a engenharia e a literatura, que nasceram do saber comum e consolidaram sua forma erudita e sofisticada a partir das raízes do passado e da ciência rústica do próprio povo.

Dentro desse espectro de criatividade e de transformações, a Embrapa Cerrados é um dos mais bem estruturados laboratórios para explorar a passagem do antigo para o novo e confirmar que, das fontes populares, é possível reinventar os frutos da natureza.

Muitos desses alimentos, que nascem e crescem no mato, parecem ásperos, pequenos e pobres em substâncias bioativas, mas, depois, como num passe de mágica, revelam vigor e riqueza energética na pele, na raiz, nas folhas e na polpa. Um simples maracujá nativo como o da espécie Passiflora setacea, por exemplo, esbanja substâncias como flavonoides, poliaminas, esteróis (o colesterol das plantas, precursor de hormônios), vitaminas e sais minerais que ajudam a regular o organismo, e agora está pronto para ganhar espaço nas feiras, mercados e frutarias. Para isso, foi executado um delicado trabalho de melhoramento genético pelo agrônomo José Orlando de Melo Madalena e sua equipe da Embrapa Cerrados, um trabalho que durou dois anos e meio, desde a revelação de suas qualidades.

Hoje, a variedade BRS Pérola do Cerrado, como passou a ser chamado esse pequeno e redondo maracujá esverdeado, está em vias de entrar na cadeia produtiva da região. “Não adianta mostrar que um determinado fruto ou planta faz bem para a saúde, se as pessoas não têm como comprá-los — seja porque não existe a produção comercial sustentável, seja por não existir condições de logística para colocar o produto no mercado”, observa Ana Maria Costa, que coordena o projeto das passifloras nativas. Quem pode tornar possível o acesso à Pérola do Cerrado — de sabor adocicado, mais acentuado do que o da Passiflora alata, o maracujá-doce — é a Rede Passitec, que reúne 27 instituições de pesquisa públicas e privadas e mais de 100 colaboradores.

De acordo com Ana Maria, a rede procura parceiros para viabilizar a venda no mercado do P. setacea e da BRS Vita, ou P. tenuifila. “Concentramos esforços nessas duas variedades em virtude do potencial funcional e medicinal. As pesquisas mostraram que as duas são ricas em compostos antioxidantes e fenólicos (veja arte), importantes para prevenir doenças cardiovasculares, e podem ter efeito benéfico ao sistema nervoso”, explica a agrônoma. Segundo ela, a Rede Passitec existe para gerar tecnologias e fomentar todas as etapas do sistema produtivo, até a cadeia comercial.

Ela destaca o avanço agronômico para o sucesso da rede, que levará as frutas ao mercado tanto para o consumo in natura como para a fabricação de ingredientes para uso em alimentos. Diante desse rico potencial de cerca de 200 espécies nativas conhecidas no Brasil, os técnicos da Embrapa e de instituições parceiras, como Universidade de Brasília (UnB), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), entre outras, se debruçam na análise de cinco passifloras — edulis (maracujá azedo), incarnata (cujos frutos não são comestíveis), alata, tenuifila e setacea. A mais conhecida é a edulis, de forte apelo comercial, não apenas na indústria de sucos e de sorvetes. Sua casca é usada na produção de farinha funcional; as folhas, aproveitadas na elaboração de fitoterápicos; e o óleo das sementes entra na composição de cosméticos.

“Além de nutrir, as espécies poderão trazer benefícios para a manutenção da saúde, evitando problemas de obesidade, prevenindo doenças e ajudando o bom funcionamento do sistema nervoso devido à presença dos antioxidantes e das fibras em sua composição”, afirma Ana Maria Costa. Ela considera que o projeto está na reta final e que as variedades chegarão em breve ao mercado. “Acreditamos que seja apenas uma questão de tempo a consolidação de parcerias com o setor privado para a finalização tecnológica para esses produtos começarem a chegar ao consumidor.”

Sono e estresse
Para confirmar o que o ideário popular manifesta sobre a fruta em termos de poderes curativos e preventivos, a Embrapa e o Hospital Universitário de Brasília (HUB) iniciaram este ano uma parceria para testar os efeitos de quatro passifloras no controle do estresse, da enxaqueca, de tremores em idosos e da obesidade, além de avaliar o poder do fruto na recuperação pós-trauma, no equilíbrio do sono, na regeneração celular e como regulador cardiovascular. No projeto-piloto, foi usado o Laboratório do Sono do HUB, onde 21 voluntários se submeteram aos testes. Enquanto o projeto não estiver concluído, os técnicos da Embrapa e HUB não poderão divulgar os nomes das variedades examinadas ou dizer em que situação atuam melhor.

É um estudo do tipo cego, em que os voluntários não sabem se estão ingerindo a verdadeira polpa do maracujá ou uma mistura inócua, com sabor semelhante. No teste-piloto, foi observada apenas a questão do estresse; e em uma segunda etapa, que começa em fevereiro, será a vez da sonolência. Os primeiros resultados são considerados satisfatórios. “Percebemos que houve uma melhora funcional nas pessoas e uma evidente redução de estresse”, afirma a psicóloga Mônica Müller, que coordena a aplicação dos testes no HUB.

O neurologista Nonato Rodrigues, também da UnB, aplica os exames de polissonografia nos voluntários. Esse exame avalia os parâmetros do sono, tais como o tempo que a pessoa leva para adormecer, os estágios do sono REM e RAM, entre outros aspectos. “As pessoas que participam não podem tomar medicamentos que causem sonolência ou apneia do sono. Também não participam aquelas com problemas de epilepsia ou de narcolepsia”, explica Mônica.

As inscrições para o recrutamento para a etapa final do projeto, desta vez para avaliação do sono, terminam em 5 de fevereiro de 2012 (veja serviço). Os voluntários têm de ter disponibilidade para dormir no laboratório do sono por dois fins de semana, com intervalo de duas semanas. Segundo Mônica, o projeto, além de reafirmar as qualidades funcionais e medicinais das plantas, permite que as pessoas se tratem de distúrbios do sono e do estresse.

Serviço
Interessados em participar do grupo de voluntários para testes do efeito de polpas de maracujá sobre o estresse e o sono devem se inscrever pelo email muller.clinica@gmail.com.

Efeitos
Os flavonoides são compostos presentes em abundância nas frutas, verduras e legumes. Os benefícios causados pela ingestão de frutas e outros vegetais se deve a esse composto, que auxilia na absorção de vitamina C, tem ação anti-inflamatória, antialérgica, anti-hemorrágica e antioxidante. As poliaminas, por sua vez, são moléculas presentes tanto em plantas como em animais e micro-organismos e estão relacionadas a diversas respostas fisiológicas, como a senescência — processo natural de envelhecimento celular — e o estresse.

Fonte Correio Braziliense

Molécula pode beneficiar pacientes que tenham intolerância a nitroglicerina

Poderoso vasodilatador, a nitroglicerina é usada no tratamento de dores no peito, conhecidas como angina, e nas salas de emergência de hospitais, quando pacientes chegam com sinais de infarto agudo de miocárdio. Ela é também a base de quase todos os medicamentos usados atualmente para dilatar as coronárias de pacientes cardíacos. Entretanto, os benefícios para o coração podem ser limitados, devido ao desenvolvimento, pelo corpo, de intolerância ao composto.

Pesquisa realizada no Departamento de Química e Biologia de Sistemas da Escola de Medicina da Universidade Stanford, na Califórnia, identificou uma molécula que, administrada com a substância, pode evitar infartos mais graves em pacientes que desenvolvem essa resistência. A descoberta é fruto do projeto de doutorado do chinês Lihan Sun, realizado com o brasileiro Júlio César Batista Ferreira, também pós-doutorando na instituição.

“Nesse estudo, descobrimos que a intolerância a nitroglicerina não se deve somente à perda do efeito vasodilatador do medicamento. Na verdade, quando precedido do infarto do miocárdio, o uso de nitroglicerina pode causar efeitos devastadores ao coração”, explica Ferreira. De acordo com o pesquisador, a intolerância à nitroglicerina é resultado da inativação da aldeído-desidrogenase 2 (ALDH2), uma enzima essencial para a proteção cardíaca em vítimas de infartos. “O estudo verificou que a molécula ALDA-1, também descoberta pelo nosso grupo em Stanford, é capaz de manter o funcionamento de ALDH2 e evitar efeitos deletérios decorrentes da intolerância à nitroglicerina durante o ataque cardíaco”, diz o cientista.

A pesquisa, que consumiu os últimos três anos e foi publicada recentemente pela revista Science Translational Medicine, foi realizada em animais. O estudo foi coordenado pela professora Daria Mochly-Rosen. “Depois da administração da nitroglicerina por 16 horas, induzimos o infarto do miocárdio nos animais e observamos que o grupo com o composto apresentou disfunção cardíaca maior do que os demais ao longo de três semanas após o infarto. Porém, quando administramos a nitroglicerina combinada à ALDA-1, os efeitos deletérios da tolerância ao medicamento não se manifestaram”, acrescenta Ferreira.

O próximo passo será avaliar os benefícios da ALDA-1 em humanos. O custo do projeto é de US$ 10 milhões. Para tentar viabilizar a iniciativa, o grupo de pesquisadores de Stanford criou a empresa Aldea para arrecadar fundos para a realização dos testes em humanos.

Dinamite
O uso da nitroglicerina pela medicina foi bastante posterior à sua descoberta. Foi o químico italiano Ascanio Sobrero quem primeiro a identificou, em 1847, e batizou-a de piroglicerina. Vinte anos mais tarde, outro químico, o sueco Alfred Nobel, a utilizaria na fabricação da dinamite. Sobrero chegou a observar que a substância provocava dores de cabeça, causadas pela dilatação dos vasos. Mais tarde, o mecanismo do efeito da nitroglicerina nos doentes cardíacos foi descoberto por três cientistas norte-americanos: Robert Furchgott, Louis Ignarro e Ferid Murad.

“O grande problema é a intolerância a ela, decorrente do uso sustentado do medicamento. Os efeitos devastadores resultam da inativação da ALDH2. A ALDH2 é uma enzima mitocondrial cujas funções são essenciais no sistema cardiovascular, entre as quais catalisar a conversão da nitroglicerina ao vasodilatador óxido nítrico e remover aldeídos tóxicos produzidos durante o infarto do miocárdio. Com a inibição dessa enzima pelo excesso de nitroglicerina, esses aldeídos se acumulam no coração e passam a se ligar a proteínas, a lipídios e ao DNA, resultando na morte celular durante o infarto do miocárdio. Com a ALDH2 ativada, é possível remover com mais facilidade esses aldeídos, minimizando os danos ao coração”, explica Júlio César Ferreira, formado em educação física pela Universidade de São Paulo e PhD em química, sistemas biológicos e biodinâmica humana.

Prevenção
Setenta por cento das mortes no Brasil são decorrentes de doenças não transmissíveis: câncer, diabetes, doenças respiratórias crônicas e doenças cardiovasculares. Dessa porcentagem, quase 40% dos óbitos provêm das doenças cardiovasculares: infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca. Dados mais recentes da Sociedade Brasileira de Cardiologia, referentes a 2009, dão conta de 74 mil mortes naquele ano em decorrência de infarto — metade das pessoas afetadas pelo problema não chegam ao hospital com vida.

Diante de dados alarmantes, o que fazer? “Prevenção e detecção precoce”, afirma Maria da Consolação Vieira, presidente da Sociedade Mineira de Cardiologia. “E ela deveria começar ainda na pediatria, já que, cada vez mais, as doenças cardiovasculares acometem pessoas mais jovens.” As causas são várias: obesidade, sedentarismo, hipertensão, diabetes, tabagismo e colesterol elevado, entre outras. A mudança do estilo de vida da sociedade moderna, com a consequente exposição precoce a um ou vários fatores de risco, vem acelerando o processo, de acordo com a cardiologista. Segundo a médica, a pessoa que sentir dor forte no peito deve procurar a urgência de um hospital para ser avaliada por uma equipe preparada para lidar com a situação.

"Nesse estudo, descobrimos que a intolerância a nitroglicerina não se deve somente à perda do efeito vasodilatador do medicamento. Na verdade, quando precedido do infarto do miocárdio, o uso da substância pode causar efeitos devastadores ao coração"

Júlio César Batista Ferreira, pós-doutorando da Escola de Medicina da Universidade Stanford, na Califórnia

Fonte Correio Braziliense

Nova técnica para reconstituição de tímpanos rompidos evita anestesia geral


Seja por acidente ou descuido, algumas pessoas perfuram o tímpano, aquela membrana fina que separa a orelha da parte média do ouvido.

Dor, zumbido, perda da audição e infecções são alguns dos problemas decorrentes, que costumam sumir depois de o buraquinho se fechar. Na maioria das vezes, isso acontece espontaneamente. Quando se passam meses sem que a cicatrização ocorra, porém, é preciso se submeter a uma cirurgia, que, embora simples, exige hospitalização e, no caso de crianças, anestesia geral. Uma técnica desenvolvida por médicos canadenses do Sainte-Justine University Hospital Centre torna o procedimento bem mais simples: em 20 minutos, o paciente vai embora, sem sequer precisar passar pelo centro cirúrgico.

O método de reconstituição do tímpano já foi aplicado em cerca de 400 pacientes a partir de 4 anos, com um índice de sucesso de 92,7%, no caso de adultos, e de 85,6% em relação às crianças. Em um estudo publicado no jornal especializado Archives of Otolaryngology – Head and Neck Surgery, o otorrinolaringologista Issam Saliba descreve o procedimento e afirma que, em comparação à técnica tradicional, a chamada miringotomia com enxerto de gordura e ácido hialurônico é tão satisfatória quanto, com a vantagem de ser mais barata, rápida e não exigir pós-operatório.

Nesta semana, Saliba apresentou o resultado do estudo à imprensa mundial, em uma entrevista transmitida pela internet em tempo real. De acordo com ele, no Canadá, cada procedimento economiza cerca de US$ 1,5 mil, e poupa os pacientes dos 10 a 15 dias que precisam ficar afastados do trabalho ou da escola pela técnica tradicional. “As técnicas tradicionais demoram entre uma ou duas horas, e é necessário preparar um centro cirúrgico. Por isso, no Canadá, geralmente as pessoas esperam um ano, um ano e meio para conseguir fazer a cirurgia. O novo procedimento dispensa anestesia geral, hospitalização e uso de sala de operação, o que faz dele mais rápido, barato e acessível”, garante Saliba.

Embora, no estudo, o médico descreva a experiência do método em adultos, ele se concentra nos pacientes pediátricos, cujos casos costumam ser mais delicados. As operações tradicionais são indicadas a partir dos 7 anos, porque as crianças precisam receber anestesia geral, o que poderia ser arriscado antes dessa idade. No enxerto com ácido hialurônico, porém, o otorrinolaringologista apenas seda os pequenos pacientes e aplica anestesia local, permitindo que o procedimento seja realizado desde os 4 anos, idade em que muitas crianças perfuram o tímpano em acidentes domésticos, como enfiar um lápis no ouvido.

Melhora sensível
Benjamin Côté, 10 anos, foi um beneficiados com a nova técnica. Ele compareceu à coletiva de imprensa para dar seu depoimento e contou que a qualidade de vida melhorou muito depois do enxerto. Devido a constantes infecções no ouvido, o tímpano esquerdo do garoto ficou lesionado, e ele perdeu 50% da audição. “Na escola, era difícil. Eu conseguia escutar os tons graves das vozes masculinas, mas os agudos femininos eram muito confusos. Minhas professoras quebravam a cabeça para tentar me colocar em uma posição na qual eu pudesse ouvir bem, mas perdi muito conteúdo e minha mãe chegou a pensar que eu tinha deficit de atenção”, relatou.

Nadar era outro problema para o menino, que evitava a água com medo de mais infecções. “Ele passou por muitos desafios na escola e no dia a dia. Os primos brincavam na piscina e o Benjamin só podia molhar os pés”, contou a mãe, Melanie Fortier. Aos 8 anos, o garoto passou pelo procedimento no Hospital Universitário de Sainte-Justine. Um ano depois, o tímpano estava completamente restabelecido. Passados quatro meses, porém, Benjamin já havia começado a recuperar a audição.

De acordo com Saliba, o procedimento é feito pelo canal auditivo e a técnica permite que o próprio corpo reconstitua a membrana em cerca de dois meses. Antes de começar o procedimento, é retirado um pedaço de tecido da parte de trás do lóbulo da orelha, com tamanho pelo menos duas vezes maior que a perfuração do tímpano. Esse enxerto vai estimular a vascularização no local e a migração de células até o buraco na membrana; ou seja, é o que fará a lesão se cicatrizar.

O ácido hialurônico, que ajuda na recuperação do tecido, é aplicado em forma de uma fina lâmina incolor, parecida com uma cola, que veda a cavidade média do ouvido. Coberta por gelatina, ela é absorvida pelo organismo em até dois meses. “As pessoas associam o ácido a procedimentos cosméticos, porque ele é usado no preenchimento de rugas e linhas de expressão”, diz John J. Voorhees, professor de dermatologia da Universidade de Michigan, que não participou do estudo de Saliba. “Na verdade, ele consegue preencher as rugas justamente porque estimula a formação de fibroblastos, as células que, na pele, produzem o colágeno.”

Recuperação
Depois do procedimento — Saliba destaca que não se trata de cirurgia —, o paciente sai da clínica e pode ir para a escola ou o trabalho no mesmo dia. Não é necessário um período de recuperação, ao contrário das cirurgias tradicionais. O método, porém, só é válido no caso de tímpanos perfurados sem comprometimento dos ossos. Caso o acidente tenha fraturado os ossinhos que também fazem parte da cavidade média do ouvido, é preciso submeter o paciente a uma operação, para regenerá-los.

Issam Saliba contou que a ideia da técnica surgiu há cinco anos — “A maçã caiu na minha cabeça”, brincou, fazendo uma referência à lenda de que a lei da gravitação universal foi postulada por Isaac Newton depois que uma fruta em cima do físico inglês enquanto ele estava sentado à sombra de uma árvore. Ele lembrou que a miringotomia com enxerto de gordura e ácido hialurônico é a fusão de duas técnicas já existentes, mas que, sozinhas, não conseguiram muito êxito. “Ambas têm suas vantagens, então imaginei que, juntas, poderiam resultar em uma excelente técnica. Acredito que conseguimos fazer com que isso virasse realidade”, disse.

"As técnicas tradicionais demoram entre uma ou duas horas, e é necessário preparar um centro cirúrgico. Por isso, no Canadá, geralmente as pessoas esperam um ano, um ano e meio para conseguir fazer a cirurgia. O novo procedimento dispensa anestesia geral, hospitalização e uso de sala de operação, o que faz dele mais rápido, barato e acessível"

Issam Saliba, otorrinolaringologista
"Na escola, era difícil. Eu conseguia escutar os tons graves das vozes masculinas, mas os agudos femininos eram muito confusos. Minhas professoras quebravam a cabeça para tentar me colocar em uma posição na qual eu pudesse ouvir bem, mas perdi muito conteúdo e minha mãe chegou a pensar que eu tinha deficit de atenção"

Fonte Correio Braziliense