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sexta-feira, 9 de maio de 2014

Computação vestível invadirá o mundo corporativo

Reprodução
Computação vestível invadirá o mundo corporativo
À medida que barreiras e preconceitos forem quebrados por consumidores, a adoção de "wearables" ganhará novas proporções
 
Se voltarmos alguns anos, nem imaginávamos o quanto seríamos dependentes de aparelhos para operar tarefas básicas, como encontrar um endereço. O fato é que as ondas de tecnologia trazem consigo promessas de revoluções inevitáveis, como já vimos com o telefone, a televisão, o computador e, mais recentemente, smartphones e tablets.
 
E você já deve ter percebido qual é o hype da vez: estamos falando das tecnologias vestíveis, ou wearables. O conceito engloba qualquer aparato tecnológico que possa ser vestido, como óculos, relógios e pulseiras. Eles também carregam o conceito smart, sugerindo a capacidade de integração entre corpo e ambiente, bem como outros dispositivos e sensores conectados à internet.
 
Estaríamos, então, mais próximos de acessar gadgets que conferiam capacidades adicionais a personagens da ficção, como o agente secreto James Bond e o inspetor Dick Tracy, para executar nossos trabalhos?
 
Basta olhar os lançamentos que dominam diversos eventos de tecnologia: anúncios de relógios inteligentes (ou smartwatches) de fabricantes como Samsung, LG, Motorola e Sony, além do sistema operacional lançado pelo Google para rodar nesse tipo de dispositivo, o Android Wear. Por sinal, a empresa é a criadora do que talvez seja um dos vestíveis mais comentados do mundo, o “Google Glass”. Enquanto isso, outras companhias entram nessa corrida, dando pistas sobre projetos semelhantes.
 
Tudo isso pode soar muito geek, mas o fato é que à medida que barreiras e preconceitos forem quebrados por consumidores, a adoção ganhará novas proporções e, consequentemente, impactará o mundo corporativo.
 
 
Uso nas empresas
E mesmo com esse estigma futurista, o mercado faz previsões positivas. A Deloitte estima que 10 milhões de produtos da categoria serão vendidos até o final de 2014, gerando US$ 3 bilhões de receita.
 
No entanto, antes de se pensar em adoção no mundo corporativo, existem diversos pontos a serem resolvidos, como a duração da bateria, popularização dos preços, segurança e privacidade das informações, dentre outros. E como você, leitor sabe, todos esses tópicos são críticos dentro das empresas. Contudo, como salienta Angela McIntyre, diretora de pesquisa do Gartner para mobilidade, tecnologias vestíveis e outras tendências, os preços cairão com a ampliação do uso entre consumidores e a disseminação dos wearables no ambiente empresarial será inevitável mesmo assim, de médio a longo prazo.
 
“O que temos hoje de concreto são alguns projetos-piloto em andamento, e as conversas sobre wearable estão começando a acontecer entre empresas e fabricantes”, mensura Angela. Dentre as principais aplicações, a especialista destaca o potencial de crescimento para uso de câmeras vestíveis em serviços de campo ou seja, empresas que possuem funcionários realizando operações remotamente. Por exemplo, durante o reparo de peças valiosas de equipamentos, em que é possível transmitir imagens sobre a situação e contar com opiniões de especialistas.

“Essas câmeras estão sendo propostas nas tecnologias vestíveis, mas talvez a forma mais otimizada está nos óculos inteligentes que, por meio da realidade aumentada, fornecem acesso a informações adicionais em seu display”, acrescenta. As indústrias mais beneficiadas por esses óculos incluem companhias que possuem técnicos, engenheiros e outros funcionários de campo, indústrias de manutenção, saúde e manufatura, aponta o Gartner.
 
A companhia prevê um impacto na economia de US$ 1 bilhão por ano até 2017 em trabalhos de campo, proporcionados pela capacidade de identificação e solução de problemas mais rapidamente a partir desses dispositivos, dispensando a necessidade de deslocar outros especialistas a lugares remotos.
 
Outra aplicação possível para os óculos vestíveis está em segurança e policiamento, de modo que as primeiras cenas de operações poderão ser registradas, bem como a atuação dos agentes envolvidos, fornecendo subsídios para outras ações investigativas.
 
A provedora de software de segurança Digitfort, por exemplo, concluiu recentemente a integração de sua solução de segurança VMS (Video Management Software) com o Google Glass. No início deste ano, a empresa foi convidada para fazer parte do programa de desenvolvimento de aplicativos para os óculos do Google, após despertar atenção da fabricante de ferramentas para desenvolvedores Embarcadero com seu aplicativo destinado a smartphones.
 
Por meio do software, é possível capturar imagens da câmera Glass em tempo real e transmiti-las diretamente via 3G ou wireless para uma central de monitoramento, onde são armazenadas. Dessa maneira, a solução pode ser utilizada para ajudar a polícia em operações, transporte, inspeções de carga para empresas portuárias, aeroportos, estacionamentos, e entre outros, detalha Carlos Bonilha, presidente da Digifort.
 
“A aplicação é muito nova no mundo e somos a primeira empresa a utilizar software de segurança VMS no Google Glass. É o futuro, mas o dispositivo ainda está sendo aperfeiçoado e a expectativa é que ele seja lançado até o fim do ano”, comenta Bonilha. O executivo aposta na disseminação do Glass tanto para segurança, quanto para outras aplicações nas empresas, apesar do preço alto.
 
“As empresas que viram o projeto ficaram muito interessadas, já que o sistema de monitoramento móvel hoje é muito precário, pois as câmeras são grandes e precisam de muita bateria. E o Google Glass, apesar de sofisticado, funciona em um sistema simples e é uma alternativa eficiente para monitoramento onde não há câmeras”, acrescenta.
 
Prepare-se para o futuro
O mercado de wearables ainda está em seu estágio inicial, nem mesmo as tecnologias estão maduras o suficiente. Enquanto fabricantes lançam e testam conceitos, tentando medir o potencial do mercado, consumidores e empresas buscam compreender quais benefícios poderão ser extraídos na prática.
 
“Em primeiro lugar, o desafio das empresas será identificar como o negócio poderá ser beneficiado e demonstrar a razão para a adoção”, evidencia Ignacio Perrone, consultor de serviços e tecnologias de comunicação e informação da Frost & Sullivan para a América Latina. O especialista também acredita que a adoção irá acontecer gradualmente, assim como se deu na mobilidade, com smartphones e tablets. “Apenas os executivos do topo terão acesso no início, depois cairá para outros níveis hierárquicos.”
 
Segundo ele, em dois em anos os wearables já serão uma realidade no ambiente corporativo, com grande uso para comunicação, como, por exemplo, para envio de alertas e executar outras tarefas através de aplicações de negócios. A segurança, por sua vez, deve preceder a questão do preço, realça Angela, do Gartner. “As companhias devem assegurar que as informações captadas e transmitidas por esses dispositivos estão criptografadas, como serão armazenadas nos servidores e como será o acesso a elas.”
 
Como primeiro passo, os dois analistas sugerem uma adaptação das políticas de BYOD para os vestíveis, educando usuários e explicando as consequências de usos indevidos e divulgações de informações, como um vídeo gravado por um óculos inteligente. “O melhor a fazer é estar preparado para o futuro e sua imprevisibilidade. Por isso, os CIOs devem focar nos desafios imediatos, que já foram apresentados na tendência do BYOD, recomenda Perrone.

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