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segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Epidemia de ebola deixa quase um milhão de pessoas sem comida e gera crise humanitária

Carl de Souza /AFP
Mulher suspeita de contrair ebola tem a temperatura medida em hospital em Kenema, em Serra Leoa
Aldeias inteiras foram isoladas em quarentena 
Se a epidemia de ebola já matou mais de mil pessoas desde fevereiro na África Ocidental, um dos efeitos colaterais tão grave quanto o próprio surto é a crise humanitária vivida na região, onde quase um milhão de pessoas estão privadas de água e comida.

De acordo com último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 2.100 africanos já foram infectados com o vírus na Libéria, Serra Leoa, Guiné e Nigéria. Em cinco meses, 1.145 pacientes já morreram.

E para limitar o contágio, regiões gravemente afetadas na fronteira comum entre esses países foram colocadas em quarentena, deixando mais de um milhão de pessoas isoladas e privadas de alimentos e outras necessidades básicas. Médicos e voluntários estrangeiros contam que vilas inteiras foram postas em quarentena e deixadas à própria sorte, “em modo semelhante ao usado em aldeias na Idade Média contaminadas pela peste negra”. 

Equipes médicas e agentes de saúde enfrentam problemas e resistência para tentar controlar a epidemia, já que quase não há voluntários para forçar essas comunidades a se isolarem. Parentes também estão trazendo de volta pacientes dos centros de saúde para morrer em suas aldeias de origem, agravando o risco de propagação do vírus.

Pacientes fogem de centro médico
Embora o número de mortes causadas pelo vírus cresça a cada dia, muitos habitantes de comunidades começam a demonstrar ceticismo quanto à doença. Na noite de sábado, um grupo de homens armados e uma multidão invadiram um posto médico em Monróvia, capital da Libéria, saqueado equipamentos e destruindo o local. No total, dos 29 pacientes internados no centro com ebola, nove morreram e outros 20 que estavam sendo monitorados tiveram de fugir, aumentando o risco de contaminação. 

Ainda não se sabe ao certo o paradeiro desses 20 fugitivos. Um funcionário do ministério da saúde local afirmou que os todos suspeitos de contaminação sobreviventes haviam sido transferidos para outro posto médico. No entanto, de acordo com repórteres de agências internacionais que acompanhavam o tumulto, 17 teriam escapado do hospital. 

Ainda não se sabe o motivo para a invasão do posto médico. O ministro da Saúde assistente da Libéria, Tolbert Nyenswah, afirmou que os manifestantes estavam indignados pelo fato de pacientes de todo o país estarem sendo trazidos para a capital Monróvia. Outros relatos dão conta que a multidão queria fechar à força o centro médico de quarentena. 

A invasão do hospital é considerado um grande revés na luta contra o ebola, já que a transmissão do vírus é feita pelo contato corporal direto entre a pessoa e o paciente contaminado. De acordo com último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), 1.145 pessoas morreram por conta do ebola no Oeste da África, sendo mais de 400 somente na Libéria.

Enquanto isso, a equipe do Médicos Sem Fronteiras abriu neste domingo uma nova clínica em Monróvia, que pretende ser a maior em tratamento de Ebola na Libéria. Já a unidade O centro, que invadida no sábado também deve reabrir nesta segunda-feira. 

O Globo

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