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sábado, 18 de outubro de 2014

Cientistas identificam remédio que protege o coração da doença de chagas

Barbeiro, vetor do Trypanosoma cruzi
Agora, eles tentam desenvolver uma droga que tenha ação semelhante, mas seja mais acessível
 
A doença de Chagas é conhecida por castigar o organismo humano, principalmente na fase mais avançada, quando o parasita toma conta de sistemas importantes, como o cardiovascular. Cientistas do Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, trabalham em uma técnica que poderá proteger o coração desses pacientes, cerca de 12 milhões no mundo, sendo 3 milhões no Brasil.
 
Os resultados alcançados em testes com ratos foram publicados na revista científica Mediators of Inflammation, reforçando a aposta da equipe de chegar a uma terapia eficaz e acessível.
 
“Por meio de exames clínicos, notamos que pessoas com a forma cardíaca grave dessa doença apresentam altos níveis de uma citocina chamada fator de necrose tumoral e de outros mediadores que estimulam a inflamação cardíaca”, explica, ao Correio, Joseli Lannes Vieira, pesquisadora do Laboratório de Biologia das Interações do Instituto Oswaldo Cruz.
 
Segundo a autora principal da pesquisa, essa citocina é uma molécula com ação importante no começo da resposta às infecções. Nos pacientes chagásicos graves, no entanto, é como se a reação inflamatória intensa, benéfica na fase inicial, fosse mantida durante anos. Assim, o excesso de fator de necrose tumoral acabaria provocando danos cardíacos.

Para confirmar essa hipótese, os pesquisadores realizaram um experimento com ratos. Simularam, nas cobaias, sintomas cardíacos da doença e os trataram com infliximab — droga usada no tratamento de males autoimunes e que impede a ação do fator de necrose tumoral.
 
Após 30 dias de tratamento, houve melhoras nos danos cardíacos. “Ao inibir essa citocina, tivemos um efeito benéfico em várias alterações imunológicas, como a redução da fibrose cardíaca, que substitui as células do coração quando elas morrem, e a diminuição das arritmias”, destaca Vieira.

Cardiologista e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Maria do Carmo Pereira diz que ainda são pouco conhecidos os mecanismos que levam a lesões cardíacas, mas a teoria de que, ao se defender do Chagas alojados no coração, o corpo acaba gerando inflamações é muito interessante.
 
“Esse experimento inicial foi inteligente ao bloquear as ações de defesa exageradas do organismo ao parasita”, destaca a especialista, que não participou do estudo.

Anselmo Mota, cardiologista do Hospital do Coração do Brasil, também acredita que as chances de combater os malefícios causados pela doença só podem ser conquistadas ao se conhecer a fundo o efeito dela e as reações provocados por ela no organismo humano.
 
“São muitos os mecanismos associados ao Chagas que podem desenvolver diversos problemas cardíacos, e não conhecemos todos eles. Quanto ao diagnóstico, já estamos avançado, mas as medicações usadas para diminuir a inflação precisam ser mais estudadas”, avalia.
 
Correio Braziliense

OMS alerta sobre os perigos das bebidas energéticas para organismo humano

A cafeína é, segundo Breda, o maior perigo
Ao contrário do café, os energéticos não são consumidos quentes. Logo, a ingestão é mais rápida e em maior quantidade, o que aumenta os riscos de intoxicação
 
As bebidas energéticas se tornaram populares no mundo após ganharem o mercado europeu em 1987. Desde então, pesquisadores têm buscado compreender qual é exatamente a interação delas com o organismo humano.
 
Uma revisão de literatura conduzida pelo Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa alerta: o aumento do consumo desse produto pode representar perigo para a saúde pública, especialmente entre os jovens. Os resultados do levantamento foram publicados na revista de acesso aberto Frontiers in Public Health.

Os energéticos são bebidas não alcoólicas que contêm cafeína, guaraná, taurina e ginseng, entre outros ingredientes.
 
Normalmente, são ingeridos por quem deseja aumentar o desempenho físico e mental antes de uma festa ou de uma maratona de estudo, por exemplo. Mas há um grupo de consumidores mais frágil: as crianças. Elas, alerta João Breda, o autor sênior do estudo, não estão preparadas para metabolizar a quantidade de substâncias contidas nesse produto.
 
A cafeína é, segundo Breda, o maior perigo. Ao contrário do café, os energéticos não são consumidos quentes. Logo, a ingestão é mais rápida e em maior quantidade, o que aumenta os riscos de intoxicação.
 
Na Europa, um estudo da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) constatou que as bebidas energéticas eram responsáveis por 43% do consumo de cafeína entre as crianças. Para adolescentes e adultos, as quantidades correspondiam a 13% e 8%, respectivamente.
 
Correio Braziliense

Especialistas defendem conforto no parto normal para diminuir cesáreas

O Brasil é o país recordista mundial em cesarianas      
 
 Recordista mundial em cesarianas, o Brasil precisa acabar com a violência durante o parto para que gestantes percam o medo de parir naturalmente. Para isso, é preciso acelerar a formação dos profissionais da rede de saúde e atender bem a gestante, oferecendo conforto no momento em que ela estiver dando à luz. A avaliação é de especialistas na área de obstetrícia, que se reúnem nesta terça-feira (13/10) e quarta-feira (14/10), no Rio de Janeiro, em conferência internacional para 1,3 mil pessoas.

Pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Maria do Carmo Leal lembra a Pesquisa Nascer no Brasil: Inquérito Nacional Sobre o Parto e Nascimento para listar fatores que fazem o país ter 56% de partos cesarianos, enquanto a média mundial é 18%. Revela que as gestantes brasileiras são proibidas de caminhar e de se alimentar para aliviar contrações, recebem ocitocina (hormônio sintético) para acelerar o parto e passam por procedimentos como episiotomia (corte vaginal para aumentar a dilatação) e ruptura artificial da bolsa.

“Essas coisas acontecem sem nenhuma anestesia, com as mulheres sofrendo muito, de forma que elas tenham pavor óbvio do parto normal”, analisou a pesquisadora. Entre 2011 e 2012, ela coordenou a pesquisa com 23 mil mulheres em todo o país. Conforme Maria do Carmo, as mulheres ficam na “pior posição possível” na hora do parto. "Elas ficam deitadas e, apesar de ser lei federal, muitos hospitais, públicos e privados, não permitem a entrada de um acompanhante. Ou seja, o Brasil não não estimula um bom parto”, salientou.

A pesquisa Nascer do Brasil, que acompanhou mulheres e bebês, revelou que, no início da gravidez, seis em cada dez mulheres preferem parir naturalmente. A avaliação muda durante a gestação e, principalmente, na hora do parto, por causa da violência, explica a enfermeira obstétrica Heloisa Lessa, com doutorado na área. “O melhor ambiente para o parto é aquele parecido com o local onde o bebê foi concebido, com luz baixa. A mulher tem de se sentir tranquila”, explicou. “Se ela estiver relaxada, vai parir melhor”, assegurou.

Maria do Carmo e Heloísa Lessa destacaram que, entre as vantagens do parto normal, estão a redução da morte materna, de complicações hemorrágicas e infecciosas. Para os bebês, diminui o risco de morte intrauterina, complicações respiratórias e problemas como asma e obesidade na infância. Pesquisas com esses indicadores serão apresentadas no evento. “Temos de trazer as evidências para quem está na ponta colocar em prática”, assinalou Heloisa.
 
As especialistas acreditam que as mulheres estão mais conscientes dos benefícios do parto normal e têm cobrado o sistema de saúde. Para a enfermeira, o próximo passo é exigir das redes pública e privada que o parto normal possa ser feito em casa. Ela também defende a ampliação do número de casas de parto. No Rio, apenas uma está funcionando.

Na quinta-feira (15/10), para diminuir o número de cesáreas desnecessárias, o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar publicarão consultas públicas sobre duas resoluções. Uma delas prevê a apresentação de um partograma explicando procedimentos feitos durante o parto.  
 
Correio Braziliense

Apenas metade das receitas médicas feitas no país seguem as regras da OMS

Falhas na formação dos médicos e pressão da indústria farmacêutica estão entre as razões do problema
 
Apenas pouco mais da metade, 51,4%, dos pacientes que chegam ao serviço público de saúde brasileiro recebem o tratamento conforme as diretrizes estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No caso da terapia contra a pneumonia, o cenário é pior: 49,3% dos indivíduos tratados ingerem o antibiótico apropriado.
 
Os dados analisados entre 2002 e 2008 fazem parte de um relatório global divulgado na revista científica PLOS Medicine pela agência de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU). Eles formam um conjunto de 10 indicadores usados para medir a eficácia do uso racional de medicamentos e têm como referência índices fornecidos por órgãos oficiais de cada uma das 56 nacionalidades analisadas.

Os indicadores funcionam de maneira simples. Melhor será a utilização de fármacos quão menor for a prescrição de antibióticos e injeções, especialmente para o tratamento de infecções do trato respiratório superior, como sinusites, rinites, amigdalites, faringites e laringites.
 
Em busca dessa excelência, deve ser maior a prescrição de genéricos e de drogas inclusas na lista de remédios essenciais, além de o tratamento contra pneumonias ser feito com o antibiótico apropriado.
 
Um problema específico é monitorado como referência para esses indicadores: a diarreia. A recomendação é de que o tratamento tenha um percentual baixo de drogas, optando preferencialmente pela solução oral de reidratação.

Na análise, o Brasil foi listado com outras nações de baixa e média renda per capita e, apesar de apresentar taxas de certo modo satisfatórias desses indicadores, a comparação com realidades muito contrastantes à brasileira acende um alerta para o cenário atual da saúde pública nacional.
 
Quanto ao uso correto do antibiótico contra a pneumonia, o Brasil, com o índice de 49,3%, tem a sétima pior performance, atrás de países como Moçambique (97%), Ruanda (90%), Tanzânia (86,5%), Chile (83,1%) e Camarões (80%).
 
As diretrizes padrão da OMS para tratamento também são mais bem seguidas no Senegal (78,5%), Peru (76%), Egito (74%) e República Democrática Popular Lao (74%).
 
A prescrição de medicamentos é outra situação que traz índices expressivos e de contrastes que chamam a atenção. Quase 80% das drogas prescritas no país pertencem à lista de medicamentos essenciais, ao mesmo tempo em que locais como Gâmbia, Camboja, Indonésia, Irã, Malásia e Zâmbia atingiram 100%.
 
Medicamentos essenciais são aqueles que satisfazem as necessidades prioritárias da população e que devem estar sempre disponíveis para as comunidades em quantidades adequadas, com qualidade assegurada, nas formas farmacêuticas apropriadas e a um preço acessível.

Correio Braziliense

Dúvidas de mãe: como acalmar as cólicas do bebê?

Massagem e compressa morna na barriga ajudam a amenizar as dores da criança
 
O choro não cessa mesmo quando o bebê está bem alimentado, bem vestido, bem descansado e sentado ou deitado em posição adequada. Na absoluta maioria dos casos, a razão de todo o barulho é cólica.
 
Para amenizar o quadro de dor de seu filho, em primeiro lugar é preciso que os adultos ao redor dele estejam calmos. “A ansiedade dos pais não ajuda a acabar com a cólica”, afirma a pediatra Amira Consuelo, do Departamento de Pediatria do Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
 
Adultos tranquilos e com os ânimos sob controle podem fazer uma massagem na barriguinha do bebê para começar a aliviar suas cólicas. Os movimentos devem ser circulares, no sentido horário. “Isso mobiliza os gases”, esclarece a médica. Ela também recomenda que os pais façam movimentos suaves de ir e vir nas pernas do bebê. “É como pedalar no ar, o que também elimina o excesso de gases”, diz.
 
Compressas mornas na barriguinha, com toalhas felpudas passadas a ferro, têm efeito analgésico e podem ajudar muito a acalmar as cólicas de seu filho. Se estiver em dúvida sobre a temperatura, anote a dica da pediatra: teste o calor em sua própria face – se estiver agradável para você, estará para o bebê. Um banho morno tem o mesmo efeito, assim como deitá-lo de bruços sobre a barriga ou apoiá-lo de bruços no antebraço dos pais.
 
Mesmo sob muito choro, mantenha a calma e lembre-se: até os quatro meses, as cólicas passam. “E elas só aparecem em bebês saudáveis”, finaliza Amira.
 
Confira, na galeria abaixo, dicas para amenizar as cólicas do bebê:
 
- Massageie e barriga da criança com os dedos indicador e médio. Os movimentos devem ser circulares, no sentido horário, ao redor do umbigo. Isso ajuda a eliminar gases.
 
- Dobre as pernas do bebê empurrando-as sobre a barriga. Faça o movimento com delicadeza e várias vezes, pois ele também ajuda a eliminar gases.
 
- Adote a massagem Shantala no dia a dia. Ela tem se provado muito eficaz para ajudar a prevenir as cólicas e também para acalmar os bebês outros momentos do dia e da noite.
 
- Dê um banho morno na criança. Pode ser na banheirinha habitual ou em um balde de ofurô infantil. Mais quentinha, ela fica mais calma e relaxa a musculatura, o que diminui a dor.
 
- Faça uma compressa quente sobre a barriga da criança. Pode ser com bolsa de água morna ou com paninho passado a ferro imediatamente antes. O calor ajuda a diminuir a dor.
 
- Deite o bebê de bruços sobre sua barriga. O princípio é o mesmo da compressa: o contato pele a pele aquece a barriga do bebê, relaxa a musculatura dele e ajuda a diminuir a dor.
 
- Passeie com o bebê: “Crianças em movimento choram menos”, afirma Camila. Apoie a criança de bruços sobre seu antebraço e ande com ela assim.
 
Delas

Plano de saúde indenizará cliente que deu à luz em hospital público

Cobertura foi recusada com o argumento de que o local do parto estava fora da área de abrangência do plano
 
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve em R$ 50 mil o valor de indenização por dano moral a ser pago por Amico Saúde Ltda. a uma beneficiária que teve a cobertura de seu parto negada pelo plano de saúde.
 
A cobertura foi recusada sob o argumento de que o local do parto estava fora da área de abrangência prevista no contrato. O colegiado entendeu que é cabível a indenização por dano moral quando a operadora do plano de saúde se recusa de forma indevida e injustificada a autorizar a cobertura financeira de procedimento a que esteja legal ou contratualmente obrigada, pois essa atitude agrava a situação física ou psicológica do beneficiário.
 
Segundo o ministro Moura Ribeiro, relator do caso, é pacífica a jurisprudência da Segunda Seção do STJ em reconhecer o dano moral nessas situações, que configuram comportamento abusivo.
 
A beneficiária do plano é cliente da Amico desde 1988. O contrato foi assinado em Ribeirão Preto (SP). Em segunda gravidez, ela mudou-se para a cidade de Jundiaí, também no interior paulista, e a operadora garantiu seu atendimento em hospital da rede própria localizado na capital.
 
Embora a Amico tenha autorizado exames e consultas do pré-natal na capital paulista, o pedido de cobertura para o parto foi negado. A beneficiária teve de retornar a Jundiaí, utilizando transporte público, e lá, após nova negativa do plano, foi encaminhada a um hospital público, onde seu filho nasceu.
 
Na Justiça de primeira instância, a operadora foi condenada a indenizá-la em R$ 60 mil por danos morais. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) manteve a condenação, mas reduziu o valor para R$ 50 mil.
 
O TJSP entendeu que a Amico preferiu dar uma interpretação meramente formal à cláusula contratual em detrimento da vida – tanto da beneficiária quanto da criança –, razão pela qual deveria ser reconhecida sua responsabilidade.
 
O tribunal estadual levou em conta que o pré-natal foi feito em São Paulo com o consentimento da empresa, por isso, independentemente da discussão sobre a área de abrangência, a atitude de negar a cobertura do parto, no momento de maior necessidade, “contrariou a lógica e a boa-fé contratual”.
 
No STJ, a Amico sustentou que  seguiu as cláusulas do contrato. Segundo ela, o fato de ter se apoiado em norma previamente pactuada, que restringia a cobertura à área de Ribeirão Preto, não pode ser considerada conduta ilícita. Quanto ao valor da indenização, a operadora afirmou que foi muito alto diante das peculiaridades do caso.
 
Os ministros da Terceira Turma não entraram na discussão sobre a validade ou mesmo a existência de cláusula que respaldasse a atitude da operadora. Para Moura Ribeiro, o valor estabelecido pelo TJSP está em consonância com o que o STJ tem decidido. A decisão foi acompanhada pelos demais ministros do colegiado.
 
* Com informações do STJ
 
iG

Pesquisa lança alerta sobre vício em internet entre jovens adultos

Thinkstock Photos: Afastar-se de familiares e amigos por
 causa da internet pode ser sintoma de vício
Estudos já mostraram que vício é similar à dependência de drogas ou álcool e libera dopamina da mesma maneira
 
Um número significante de jovens adultos pode estar sofrendo com o vício em internet, de acordo com uma pesquisa feita pela empresa de marketing Digital Clarity. Segundo ele, 16% dos pesquisados apresentaram sintomas do vício, admitindo gastar mas de 15 horas por dia na internet.
 
O levantamento foi feito com 1300 jovens adultos, de idades entre 18 e 25 anos. Especilistas permanecem divididos sobre o que é uma desordem de dependência da internet.
 
- Passar horas online
 
- Ficar irritado ao ser interrompido durante a navegação na internet
 
- Se sentir culpado após passar muito tempo na internet
 
- Isolar-se da família e de amigos devido a atividades excessivas na internet
 
- Sentir euforia quando está conectado e pânico quando está off-line
 
Malissa Scott, uma estudante de Middlesex, diz acreditar estar sofrendo dessa desordem. "Eu estou online na maior parte do tempo em que estou acordada e me sinto enjoada e deprimida se perder meu acesso à rede".
 
"Eu sei que isso saiu do controle nos últimos 12 meses e isso definitivamente afetou minha relação com amigos e membros da família".
 
Estudos anteriores sugeriram que 'dependência da internet' seria um termo genérico para uma variedade de cenários que incluem jogar de forma excessiva ou ver pornografia obsessivamente. Eles mostram que esse vício é similar à dependência de drogas ou álcool e libera a substância química dopamina da mesma maneira.
 
Mas outros psiquiatras dizem acreditar que os efeitos do vício em internet são apenas sintomas de outros problemas psicológicos.
 
Distúrbio real
Em um relatório publicado nesta semana no jornal Addictive Behaviours, o pesquisador Andrew Doan ressalta sua opinião de que o vício na internet é algo real.
 
Ele descreve um caso de vício no dispositivo Google Glass, que disponibiliza em óculos o mesmo tipo de informações acessadas em um smartphone.
 
Um ex-militar da marinha americana de 31 anos identificado durante um programa de recuperação do alcoolismo. Enquanto era tratado, o homem se mostrava irritado por não estar usando o aparelho.
 
Ele disse que usou o Google Glass por 18 horas por dia e começou até a sonhar que estava usando o aparelho. Isso é uma evidência, segundo Doan, de que o vício na internet era um distúrbio real.
 
Contudo, o vício em internet ainda não consta no American Psychiatric Association's Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais da Associação Americana de Psiquiatria, em tradução livre), um livro referência usado pelos psiquiatras como Manuela de referência.

BBC Brasil / iG

Estudo indica traços de consciência em pacientes vegetativos

Reprodução: Testes mostraram que certos pacientes têm
atividade cerebral semelhante à de pessoas saudáveis
Pesquisas sugerem que alguns pacientes podem estar de fato conscientes do que ocorre e só não conseguem se comunicar
 
Cientistas descobriram sinais no cérebro de pacientes vegetativos que sugerem que eles podem estar com um grau de consciência – mesmo que pequeno – quando se encontram neste estado.
 
Médicos normalmente consideram que estes pacientes, que sofreram sérios danos cerebrais, não tomam conhecimento do mundo à sua volta, apesar de parecerem estar acordados.
 
Os pesquisadores esperam que seu trabalho ajude a identificar aqueles que estão de fato conscientes e apenas não conseguem se comunicar.
 
Depois de sofrer danos graves no cérebro, como os que podem ocorrer em acidentes de trânsito ou ataques cardíacos, algumas pessoas pessoas parecem estar acordadas, mas não reagem a acontecimentos ao seu redor. Médicos descrevem este estado como vegetativo.
 
Normalmente, pacientes abrem seus olhos e olham ao seu redor, mas não têm reações a comandos e não realizam movimentos por vontade própria. Algumas pessoas podem ficar assim por muitos anos.

Mas pesquisas recentes sugerem que alguns pacientes podem estar de fato conscientes do que ocorre ao seu redor e só não conseguem se comunicar.
 
Atividade elétrica
Uma equipe de cientistas da Universidade de Cambridge estudou 13 pacientes em estado vegetativo, mapeando a atividade elétrica de seus nervos e depois comparando os resultados com os de pacientes saudáveis.
 
Em ambos os casos, os sinais encontrados foram bem parecidos. "Isso sugere que algumas das redes neurais que dão suporte à consciência em adultos saudáveis podem estar bem preservadas em pessoas que se encontram em um estado vegetativo duradouro", disse o pesquisador Srivas Chennu, que liderou o estudo.
 
Num segundo estágio da pesquisa, os cientistas escanearam o cérebro com um aparelho de ressonância magnética enquanto pediam a eles para imaginarem que estavam jogando tênis.
 
Estudos anteriores haviam mostrado que a área do cérebro de pacientes vegetativos ligada a movimentos planejados se acendia quando era pedido a eles para realizar esta tarefa.
 
E o time de Cambridge descobriu resultados parecidos nos quadro de pacientes estudados, o que sugere que eles estavam conscientes o suficiente para entender a ordem e para decidir segui-la. "Isso pode ser útil para as famílias dos pacientes e dos profissionais de saúde que cuidam deles", afirmou Chennu.
 
O cientista Tristan Bekinschtein também fez parte do estudo e esclarece que o teste tem algumas limitações, mas que, junto com outros exames, isso pode ajudar na avaliação dos pacientes.
 
"Se as redes cerebrais da consciência de um paciente estão intactas, então, sabemos que eles provavelmente estão conscientes do que se passa à sua volta."

BBC Brasil / iG

Ministério Público Federal recomenda sigilo de dados de suspeitos de ebola

De acordo com MPF no DF, divulgação de paciente vindo da Guiné provocou manifestações racistas e xenófobas contra ele
 
O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF/DF) recomendou à Polícia Federal (PF) e à Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, nesta sexta-feira (17), que sejam mantidos em sigilo os dados pessoais de possíveis suspeitos de infecção pelo vírus ebola no Brasil.
 
O MPF/DF solicitou às instituições que adotem providências para assegurar o sigilo, além de pedir ao Ministério Público Federal no Estado do Rio de Janeiro, ao Ministério Público do Estado do Paraná no Município de Cascavel e ao Conselho Federal de Medicina (CFM) que apurem o vazamento de informações do primeiro paciente com suspeita de infecção pelo vírus.
 
De acordo com o Ministério Público Federal no Distrito Federal, a quebra do sigilo de identidade do paciente vindo da Guiné provocou manifestações racistas e xenófobas contra ele. O homem de 47 anos chegou ao Brasil em 19 de setembro, depois de passar por países que já haviam registrado casos da doença. Após ter apresentado febre, ele foi classificado como suspeito. Exames, no entanto, afastaram a possibilidade de o guineense, que passou pelo Paraná e pelo Rio de Janeiro, estar contaminado.
 
“Quase imediatamente a imprensa já divulgava o nome completo do enfermo, além de diversas outras informações privadas, como sua foto, folhas do passaporte, pedido de refúgio e vídeo com imagens do paciente na sala de espera da UPA [Unidade de Pronto-Atendimento]. Em consequência dessa divulgação maciça, o Ministério Público aponta que o refugiado foi alvo de hostilidades de caráter racista e xenófobo nas redes sociais”, diz em nota o Ministério Público.
 
Para o procurador da República Felipe Fritz Braga, autor da recomendação, o medo de sofrer agressões físicas ou verbais pode levar pessoas com sintomas semelhantes aos da doença a não procurar assistência médica. “As imagens na televisão do paciente esperando na UPA de Cascavel escancaram um Estado que não está preparado para proteger a pessoa e que cede aos apelos da mídia.  Isso tudo poderá levar pessoas com os sintomas a adiar a ida ao médico”, afirmou Braga.
 
Agência Brasil