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quarta-feira, 15 de abril de 2015

Unidades de saúde de SP têm médicos apenas duas vezes por semana e superlotação

Médicos da AMA Jardim das Laranjeiras atendem apenas às quintas e sextas
Anderson Passos/iG São Paulo: Médicos da AMA Jardim
 das Laranjeiras atendem apenas às quintas e sextas
Organização social que faz a gestão das unidades alega crise. Prefeitura reconhece o problema e diz que fará cobranças
 
Unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMAs) localizadas na zona leste da capital paulista convivem com falta de médicos para atender a população. "O corte de horas extras começou em março. Aqui só tem atendimento às quintas e sextas. Nos outros dias, a gente tem que encaminhar para outras AMAs. Casos mais graves enviamos para o [hospital] Santa Marcelina. Aqui é referência em pediatria. Hoje só tem um clínico atendendo", lamentou um funcionário da AMA Jardim das Laranjeiras, localizada na Cidade Tiradentes.
 
Em visita à unidade na semana passada, o setor de pediatria estava superlotado. Procurada, a gerência da unidade não confirmou o número de pediatras que estavam dando expediente e sugeriu que a assessoria de imprensa da Secretaria da Saúde fosse questionada sobre o tema.
 
A pasta, em nota, esclareceu que "não há autorização para redução do atendimento nas unidades administradas pela instituição. A Prefeitura irá cobrar da entidade a reposição dos profissionais uma vez que no plano de trabalho aprovado, consta a obrigatoriedade da contratação de médicos e sua reposição".
 
Segundo funcionários da unidade que conversaram com o iG, a redução da presença de médicos nas unidades se dá porque a organização social que faz a gestão das unidades, a SPMD, cortou as horas extras alegando crise econômica. As AMAs têm por finalidade cuidar do atendimento ambulatorial nas áreas de pediatria e clínica geral.
 
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o contrato entre a Prefeitura e a SPDM prevê que três clínicos e dois pediatras façam plantões de 12 horas entre 7h e 19h de segunda à sábado.
 
Outras unidades
Na AMA Vila Antonieta, havia quadro similar - e filas intermináveis. "Aqui só tem médico quinta e sexta. A gente fica horas na fila", comentou uma usuária com uma criança de colo.
 
Uma servidora relatou que, com o acúmulo de pacientes, os médicos também têm alegado que estão ficando doentes e não comparecem ao trabalho. "Daí o médico que tem de cobrir não vem trabalhar, porque sabe que atenderá todo mundo sozinho."
 
Em outra unidade visitada, a AMA Vila Carrão, a escala de plantão fixada na parede confirmava o atendimento limitado às quintas, sextas e sábados, sendo dois pediatras e dois clínicos às quintas e três pediatras e dois clínicos às sextas. No sábado, apenas um pediatra estaria escalado para atender a demanda.
 
Lacunas na escala
As três unidades são geridas pela organização social Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM). As AMAs prestam atendimento à população no horário das 7h às 19h de segunda à sábado. No total, a SPDM administra 51 AMAs no município de São Paulo. Cinco funcionam 24h por dia, promete a OS em seu site oficial.
 
Procurada, a SPDM não respondeu às indagações sobre o valor do contrato com a Prefeitura de São Paulo e sobre a orientação de corte das horas extras dos profissionais de medicina.
 
A Coordenadoria Regional de Saúde Sudeste (CRSS) revelou que existem nove vagas de plantão abertas na AMA Antonieta e 14 vagas na AMA Carrão. Na AMA Jardim Laranjeiras, a Coordenadoria Regional de Saúde Leste (CRSL) informa que há 22 vagas de plantão abertas.
 
iG 

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