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domingo, 4 de janeiro de 2015

Instituto cria 'bar' em hospital para testar droga contra abuso de álcool

Foto: AP Photo/Cliff Owen: Garrafas de bebida têm em seu
 interior água colorida: réplica de bar insalada em hospital serve
 para testar droga para diminuir vontade de consumir álcool
Réplica de bar vai ajudar a checar se medicamento faz efeito. Projeto é dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos
 
Parece um bar como qualquer outro: garrafas de tequila e de vodca enchem as prateleiras, a iluminação é fraca e, nas paredes, há pôsteres de bebida. Mas ele fica dentro de um hospital.
 
Pesquisadores dos Insitutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos criaram uma réplica de bar para testar um novo tratamento para ajudar pessoas que bebem muito álcool a diminuir o consumo.
 
A ideia é que, ao se sentar no bar-laboratório, o cérebro dos voluntários sinta vontade de beber, ajudando a determinar se o medicamento experimental é capaz de conter esse desejo.
 
Água colorida
A verdade é que as garrafas estão cheias de água colorida. O álcool de verdade fica fechado na farmácia do hospital e é usado para que os voluntários possam sentir o odor da bebida e para testar se a droga é segura caso as pessoas bebam depois de consumi-la.
 
"O objetivo é criar um ambiente quase do mundo real, mas controlá-lo de forma estrita", diz o líder da pesquisa, Lorenzo Leggio, que está testando como um hormônio chamado grelina, que instiga o apetite das pessoas por comida, também afeta o desejo por álcool, e se bloqueá-lo funciona.
 
Problemas relacionados ao abuso de álcool afetam uma parcela grande da população e apenas uma fração pequena recebe tratamento. Não há uma terapia que serve para todos e o NIH está estimulando uma busca por novas medicações que tenham como alvo os processos do cérebro envolvidos no vício.
 
"Alcoólatras vêm em muitas formas", explica George Koob, diretor do Instituto Nacional de Abuso de Álcool e Alcoolismo (NIAAA) do NIH.
 
Qual é o limite?
Mas qual é o limite? Segundo o NIAAA, beber com "baixo risco" significa não mais do que 4 doses em um mesmo dia e não mais do que 14 em uma semana para homens e não mais do que 3 doses por dia e 7 por semana para mulheres.
 
Os genes também têm um papel em determinar quem tem mais risco de abusar do álcool, assim como fatores ambientais.
 
Os tratamentos podem variar desde internações para reabilitação até terapia comportamental e há poucos medicamentos disponíveis hoje. Koob, que é especialista na neurobiologia do álcool, diz que geralmente é preciso uma combinação de várias estratégias e, em última instância, "você tem que mudar sua vida".
 
O hormônio que está sendo testado no bar-laboratório, a grelina, pode ter relação tanto com o consumo excessivo de comida quanto com o abuso de álcool. Em um estudo recente, voluntários receberam diferentes quantidades do hormônio e seu desejo de beber álcool variou de acordo com a quantia de hormônio consumida.
 
Agora, Leggio está testando se bloquear a ação da grelina levaria também ao bloqueio da vontade de beber álcool.

G1

Em Nova York, ônibus oferece vitamina injetável para curar ressaca

Foto: Reuters/Carlo Allegri
Meredih Koko assiste televisão enquanto recebe solução de
 vitaminas na veia no Hangover Bus, em Nova York, no dia 1º
'Ônibus da ressaca' tem tratamento que promete ajudar em recuperação. Para receber solução intravenosa, consumidor paga até US$ 169
 
Os novaiorquinos tiveram uma ajuda extra para se livrar da ressaca no primeiro dia do ano.

O chamado "Hangover Bus", ou "Ônibus da Ressaca" ficou estacionado em uma rua de Nova York durante todo o dia 1º oferecendo soluções intravenosas que prometem curar a ressaca.
 
A ação foi criada pela empresa Hangover Club, especializada em oferecer esse tipo de tratamento, que consiste em hidratação, vitaminas, minerais, além de medicamentos contra náusea e dores.
 
Bolsas de solução intravenosa contra ressaca são vistas em "ônibus da ressaca", em Nova York (Foto:  Reuters/Carlo Allegri)
 Foto: Reuters/Carlo Allegri: Bolsas de solução intravenosa contra ressaca são vistas em "ônibus da ressaca", em NY
 
 Meredith Koko (esq.) e Nena Kallopoulos recebem tratamento intra venoso para ressaca em Manhattan (Foto: Reuters/Carlo Allegri)
 Foto: Reuters/Carlo Allegri
Meredith Koko (esq.) e Nena Kallopoulos recebem tratamento intra venoso para ressaca em Manhattan
 
Uma equipe de enfermeiras é encarregada de injetar a substância nos clientes, que pagam de US$ 129 a US$ 169 e ficam no local por cerca de 40 minutos.
 
G1

Estresse no trabalho, risco para a saúde

Segundo psiquiatra francês, um bom ambiente e apoio de amigos e família ajudam no equilíbrio
 
Rio - Nada como o início de um novo ano para se questionar sobre os objetivos que se quer atingir com um trabalho. E quais as competências para chegar a tal. Além de possivelmente encurtar o caminho, o autoconhecimento é uma das principais ferramentas para controlar o estresse no ambiente executivo. A recomendação é do psiquiatra francês Éric Albert, que há 30 anos estuda o tema, coordena o Ifas, um centro de gestão do estresse em empresas, e tem 15 livros publicados. O próximo, “Emoções e Saúde”, será lançado em março em parceria com o diretor médico da Med-Rio, Gilberto Ururahy.
 
Albert hoje presta consultoria e vive dando palestras, mas lembra que na primeira que ministrou ouviu a embaraçosa pergunta: “como você pode falar sobre o estresse sendo tão estressado?”.
 
— A pessoa que fez a pergunta estava corretíssima. Eu era terrivelmente estressado quando comecei.
 
Na verdade, nenhuma escolha é neutra, me engajei no assunto exatamente por isso. E fui aprendendo a lidar com ele. Pelo menos hoje eu tento fazer o que falo nas minhas palestras — conta Albert.
 
Nessas décadas de estudo e experiência acumulada, Albert diz que fez mudanças em sua vida para manter a adrenalina sob controle.
 
— Mudei a visão sobre o meu objetivo com o trabalho, sobre o sentido dele. Minha meta hoje não é ganhar cada vez mais dinheiro, mas fazer algo útil, inovador em minha área, ter um bom ambiente na minha equipe. Se sou capaz disso, ao final do dia sou mais feliz com o que faço, e, consequentemente, menos estressado.
 
Aposta na confiança entre pessoas
Albert diz que também aprendeu a gerenciar o Ifas apostando na confiança entre os funcionários.
 
Eliminou, por exemplo, os indicadores-chave de desempenho (KPIs), técnica criada nos Estados Unidos para quantificar a produtividade de seus funcionários e muito usada, sobretudo, por multinacionais.
 
— Paramos de medir o que cada consultor vendia, mas o que a empresa toda produzia. Também discutimos com todos os consultores se atingimos ou não um determinado objetivo; e em caso negativo, discutíamos o que mudar para atingi-lo. Dessa forma, as pessoas trabalham mais integradamente. Quando confiamos nos outros, eles respondem com confiança — afirma o psiquiatra, que critica o modelo americano. — Quanto mais atenção a empresa dá aos KPIs, mais o funcionário fica focado nos indicadores que serão base de sua avaliação e menos ele irá interagir com os colegas, porque isso significaria perda de tempo. E fica maior a competitividade entre eles. Nesse ambiente, não existe nenhum apoio social, que é algo extremamente importante. Como resultado, o estresse aumenta — critica o psiquiatra.
 
Esse apoio social, acrescenta Albert, pode vir de diversas maneiras e pessoas e é essencial para manejar o estresse. Pode ocorrer como um apoio emocional. Por exemplo, conversar sobre algo que nos deixa irritados já é uma forma de lidar com a emoção. Ou, ainda, dialogar para nos ajudar a encontrar uma solução para um problema, pedindo a opinião de alguém confiável. Nesse caso, família e amigos têm papel de destaque.
 
— Sou muito consciente da importância de passar tempo com amigos e família — explica o psiquiatra.
 
Outra ferramenta indispensável é a atividade física. Em rotinas em que o trabalho ocupa a maior parte das horas diárias e dos pensamentos, a tendência é deixar o exercício em segundo plano. Mas Albert lembra que ele traz mais disposição e é um ótimo regulador do estresse. Se a falta de tempo é um dos impedimentos, a opção é encaixá-lo nas atividades diárias já obrigatórias.
 
— Moro em Paris e uso minha bicicleta para ir ao trabalho todos os dias — sugere o especialista.

Gilberto Ururahy e Éric Albert concordam que todos vivem sob estresse, e ele é inclusive necessário para a sobrevivência, mas que em níveis elevados pode representar um fator de risco para diversas outras doenças. Sinais de que esse limite começa a ser ultrapassado são mudanças na forma de interagir com as pessoas, por exemplo com menos tolerância, além de dores no corpo, dificuldade para dormir e abuso de comida, tabaco e álcool.
 
— O estresse hoje é o principal fator de risco para a saúde do homem contemporâneo, e é uma queixa frequente entre executivos que atendemos. No livro “Emoções e Saúde”, relacionamos o quanto o estresse impacta no físico de cada pessoa de forma muito individual. Em uns observam-se alterações no cenário cardiovascular, em outros no trato gastrointestinal, na pele... — explica Ururahy.
 
Esta é a terceira publicação que surge da parceria entre os centros brasileiro e francês. Também foram lançados “Como se tornar um bom estressado”, em 1997, e “Cérebro Emocional”, em 2005.
 
Trabalho cada vez mais estressante
Não é mito que o estresse tem aumentado na sociedade contemporânea, e em parte isso ocorre pelo novo cenário profissional. Albert aponta alguns motivos para isso: primeiro, ele destaca que hoje vivemos mais sob pressão psicológica do que física, ou seja, se antes a exigência era principalmente braçal, por exemplo nas fábricas, hoje é psíquica, consequentemente gera-se mais estresse. Outra razão é a constante necessidade de adaptação.
 
— Vivemos numa sociedade em que todos temos que nos adaptar o tempo todo, muito mais e mais rápido do que antes. Empresas competitivas são aquelas que se adaptam mais rapidamente, mas adaptação gera estresse — afirma.
 
A sugestão de Albert é nunca deixar de se aprimorar. Isso trará mais segurança sobre suas competências naquela função e o deixará mais tranquilo para impor limites, para, assim, não ultrapassar a fronteira que abre portas às doenças provocadas pelo excesso de estresse.
 
O Globo

Alerta de saúde é decretado em Medellín por causa do chikungunya

As autoridades de saúde da cidade de Medellín, na Colômbia, decretaram neste sábado alerta sanitário para controlar a expansão do vírus do chickunguya, confirmou o vice-prefeito de saúde da cidade, Juan Carlos Giraldo Salinas
 
"Temos um alerta sanitário em toda a rede de hospitais para que perante a presença de um caso possamos intervir de maneira imediata, fornecer mosquiteiros, isolamento de algum tipo de paciente que se apresente com este vírus e realizar imediatamente as fumigações", disse o funcionário à "Caracol Radio".
 
A decisão foi tomada depois que foram detectados 600 casos suspeitos no departamento (estado) de Antioquia, dos quais cem correspondem a Medellín, a capital.
 
Entre essa centena de suspeitas, disse Salinas, já foram confirmados dez casos importados de outros lugares do país.
 
As medidas para reforçar a rápida detecção e atuação são um paliativo para enfrentar o vírus, para o qual não há, por enquanto, repelentes na cidade, segundo admitiu o funcionário.
 
"Infelizmente não temos repelentes. Os fornecedores nos disseram que entre segunda e terça-feira estarão chegando de novo à cidade, mas há uma escassez", lamentou.
 
O alerta em Medellín, a segunda maior cidade da Colômbia, confirma a rápida expansão do vírus no país, onde segundo os últimos números atualizados pelo Ministério da Saúde foram relacionados 74.566 casos.
 
A maioria dos contagiados se concentra na região do Caribe, onde se destaca o departamento de Bolívar, no norte, com 29.677 casos.
 
Em Cúcuta, na fronteira com a Venezuela, organizações médicas denunciaram a existência de mais de 15 mil casos da doença, cujo vetor de transmissão é o mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue.

EFE / Terra

Veja nove razões ocultas para a sua dor de cabeça

Causa para a dor de cabeça pode ser simples, como uma noite mal dormida, ou bem séria, como um aneurisma cerebral
 
Nove em cada dez pessoas sofre de dores de cabeça. Os dados da Organização Mundial da Saúde mostram que as cefaleias são comuns na vida de muitas pessoas e há diferentes causas para este tipo de problema. De qualquer forma é bom ter olho vivo, para descobrir se há alguma relação entre a dor de cabeça e outros tipos de problema.
 
É bom procurar um médico. “A automedicação não é recomendada, pois pode ocultar problemas mais sérios. No caso de cefaleias frequentes ou atípicas (as que se apresentam com um padrão de dor diferentemente do usual), deve-se procurar um neurologista para investigação diagnóstica e correta orientação", afirma Rubens Gagliardi, professor titular de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
 
Veja abaixo 9 razões ocultas para a dor de cabeça:
 
Aneurisma: o rompimento de um aneurisma cerebral provoca uma dor fortíssima na cabeça. É preciso buscar atendimento médico imediatamente
 
AVC: todo tipo de AVC pode dar dor de cabeça. É necessário procurar ajuda médica imediatamente
 
Enxaqueca: as causas da enxaqueca devem ser analisadas por um neurologista, pois as crises podem ser desencadeadas por cheiros, alimentos, além de outras razões
 
Estresse: a descarga de adrenalina pode causar dor de cabeça
 
Exercício: algumas pessoas tên dor de cabeça momentânea durante ou depois de se exercitar por conta dos batimentos cardíacos acelerados e hipoglicemia
 
Fome: após muito tempo em jejum, cai o açúcar do sangue o que causa hipoglicemia
 
Infecções: dor de dente, infecções no ouvido podem resultar em dor de cabeça
 
Ressaca: a desidratação com a bebedeira tende a resultar em dor de cabeça
 
Sono: o cansaço gerado pela privação de sono comprime os músculos causando a dor de cabeça
 
iG

É possível recuperar as lesões cardíacas da doença de Chagas, mostram estudos

A doença de Chagas é causada pelo protozoário
 Trypanosoma cruzi
Pesquisadores brasileiros buscam novas terapias para a doença de Chagas; remédios usados atualmente controlar os sintomas, mas não impedem o avanço das lesões causadas pela infecção
 
Ao menos três novos estudos brasileiros mostram avanços consideráveis no tratamento da doença de Chagas. A doença atinge atualmente cerca de 4 milhões de pessoas no Brasil.
 
O mais recente deles mostra que é possível recuperar lesões cardíacas de pacientes com a doença. Atualmente, o tratamento de pacientes na fase crônica, quando a infecção já se aloja nos músculos do coração e do aparelho digestivo, é feito em cima dos sintomas e não na causa da infecção.  Porém, testes feitos em camundongos  por uma equipe da Fiocruz, liderada pela pesquisadora Joseli Lannes Vieira, bloquearam a toxina que desencadeia os problemas cardíacos.
 
“Provamos que nossa hipótese estava correta, que existe relação direta entre a inflamação e a cardiopatia. O bloqueio da citocina com o uso de uma droga levou a uma melhora do quadro. Agora precisamos fazer novos testes usando outras formas de terapias que também reduzam o TNF [uma substância inflamatória] e não tenham tantos efeitos colaterais. Uma possibilidade é o omega 3, que é mais barato”, diz.
 
A equipe tinha observado que pacientes com cardiopatia por doenças de Chagas grave, além do aumento do tamanho do coração, apresentavam altos níveis de TNF solúvel no sangue. O coração aumenta de tamanho e tem batimento irregular, entre outros problemas.
 
Agora é preciso que se façam mais testes com outras terapias que reduzam do TNF no sangue e também fazer testes em humanos. “É um processo e demos o primeiro passo. Durante cem anos não se teve uma proposta terapêutica para a doença de Chagas. Mitigam-se os sintomas nos pacientes, a doença evolui de uma forma mais lenta, mas o paciente continua apresentando os mesmos problemas”, afirma.  
 
Joseli explica que a maioria dos pacientes com doença de Chagas no Brasil já está na fase crônica da doença, quando a infecção já se aloja nos músculos do coração e do aparelho digestivo. Na fase crônica, não há ainda comprovação da eficácia dos medicamentos disponíveis. Os remédios usados atualmente podem apenas controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, mas não impedem o avanço das lesões causadas pela infecção.
 
Depressão de Chagas
Outra descoberta importante, realizada em 2012, foi a comprovação de que a depressão faz parte da doença. “Conseguimos mostrar em modelo animal que a depressão faz parte da doença. Provamos que camundongos com doença de Chagas apresentavam sintomas da depressão”, diz.
 
Para Joseli, o importante dessa descoberta também está no fato de comprovar que pacientes com Chagas devem sem tratados também por psicólogos e psiquiatras.
 
“Acreditava-se que o paciente ficava deprimido por causa do estigma da doença, mas sabemos que o camundongo não vai ficar deprimido por conta disso. Logo, provamos que é algo biológico. Existe uma relação entre a infecção e a depressão”, afirma a pesquisadora que também participou deste estudo. 
 
Metas
Os estudos fazem parte de um esforço para desenvolver droga e novas propostas terapêuticas contra a doença de chagas.  A meta é que até 2019 – ano que a descoberta da doença faz 110 anos –, os pacientes tenham a cura.
 
Joseli afirma que há muito o que comemorar e também muito a ser descoberto, inclusive está em estudo a criação de uma vacina contra a doença. “Essa é uma doença negligenciada, uma doença da pobreza. Até 2005, o que se dizia é que se tratava de uma doença sem cura. Inicialmente, o que se fazia era combater o vetor, o barbeiro, mas pouco ainda havia sido estudado sobre como a doença age na pessoa infectada”, disse.
 
A doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida ao homem pela picada de um inseto conhecido como “barbeiro”, “potó”, “procotó” ou “chupão”. Após sugar o sangue da pessoa, o inseto libera fezes infectadas com o parasita. Pelo contato das mãos com as fezes do barbeiro ao coçar o local da picada ou levar a mão à boca ou aos olhos, o parasita penetra na corrente sanguínea. Há ainda outras formas de transmissão: da mãe infectada para o bebê ainda na barriga, por transfusão de sangue e contaminação por alimentos que contenham fezes do inseto.
 
No prazo do relógio
Em 2006, o Brasil recebeu um certificado da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Panamericana de Saúde (Opas) por ter conseguido interromper a transmissão da doença de Chagas pela espécie de barbeiro mais frequente no país: o Triatoma infestans.
 
No entanto, segundo o Ministério da Saúde, nos últimos anos, estão surgindo novos casos da infecção devido a uma forma alternativa de transmissão ligada à contaminação de alimentos. Principalmente na região amazônica, surtos de casos agudos vêm sendo registrados entre pessoas que consumiram suco de açaí e caldo de cana. As bebidas são contaminadas pelo T. cruzi quando barbeiros infectados são moídos acidentalmente junto com os alimentos.
 
Faltam ainda pouco mais de quatro anos para que os pesquisadores atinjam a meta de encontrar uma cura para a doença. “Ainda existe muita gente com a doença e muita gente em cidades grandes como o Rio e São Paulo, por exemplo. Na América Latina, nem se fala. Em Cochabamba, na Bolívia, 70% da população tem a doença. Por isso, pesquisar a doença de Chagas cabe a nós mesmos. Acredito que teremos muita coisa boa descoberta nos próximos anos”, afirma.

iG

10 passos para conseguir um novo emprego

Antes de procurar um novo trabalho, analise suas motivações
para mudar de emprego
Autoavaliação, atualização focada do currículo e estreitamento dos relacionamentos são importantes se mudar os ares profissionais estiver entre seus planos
 
A mudança de ano no calendário é, para muitas pessoas, o incentivo necessário para concretizar a busca por um novo emprego. Se você faz parte do grupo que quer uma nova realidade profissional, é hora de colocar um plano em ação. Mas primeiro pondere a motivação desse desejo, até para evitar que a troca seja de seis por meia dúzia.
 
“Não se dar bem com os chefes ou colegas pode ser um bom motivo para buscar um novo emprego, desde que não seja rotina. A pessoa que considera todos os ambientes insuportáveis precisa promover uma mudança em si, não de emprego. Sempre haverá chefes e colegas com as mais variadas personalidades”, afirma o psicólogo e consultor organizacional Fernando Elias José.
 
“Na realidade, o trabalho não é o melhor lugar para buscar satisfação afetiva. Naturalmente, é mais agradável trabalhar com quem se gosta, mas algumas pessoas criam expectativas demasiadas na figura do chefe, e recorrentemente se desapontam. Querer mudar porque está ‘de saco cheio’ não costuma ser um motivo promissor”, complementa a psiquiatra, psicoterapeuta e coach pessoal Elizabeth Zamerul. “Uma motivação que tem mais chance de funcionar é ter um plano de carreira, ou seja, que essa mudança de emprego faça parte de um planejamento mais longo para avançar e crescer”, continua.
 
Salários mais altos, menor distância entre a casa e a empresa e horários mais flexíveis são outros motivos comuns para desejar mudar de emprego. “Se forem fatores relevantes na vida da pessoa, devem ser levados em conta. É preciso entender, porém, que desafios diferentes surgirão por causa deles”, diz Fernando.
 
Para a coach e consultora de comunicação e sustentabilidade Karen Gimenez, tudo deve fazer parte de uma reflexão abrangente. “Algumas perguntas precisam ser feitas internamente. Que motivos a levaram a trocar de emprego nos últimos anos? O quanto sua comunicação é clara? Você precisa ganhar mais porque o seu salário está fora do mercado e da sua qualificação ou porque você não administra suas finanças adequadamente?”, lista.
 
Com todas as análises feitas, deixe o medo de lado e vá atrás do progresso. “Trocar de emprego faz parte da vida, não há problema nenhum nisso. Se a pessoa sente uma necessidade grande de mudar, tem que enfrentar esse desafio”, reforça o psicólogo Fernando Elias José.
 
Confira os dez passos que ele, Elizabeth Zamerul e Karen Gimenez sugerem para que seu plano finalmente saia dos sonhos e se torne realidade no ano que se inicia.
 
1. Faça uma autoavaliação profissional
Pense em todos os elogios e críticas profissionais que tenha recebido recentemente e os coloque em uma lista – por escrito, para não deixar nenhum de fora. A partir dela, bole maneiras de minimizar ou eliminar seus pontos fracos.
 
2. Determine que características deverá ter seu novo emprego
Achar que qualquer coisa é melhor do que seu emprego atual é apostar na decepção em curto prazo. Pense nas características que devem ser evitadas e nas que devem ser valorizadas nos anúncios e nas oportunidades que aparecerem daqui para a frente, para saber quando dizer não. Nada de metralhar o currículo só porque as vagas são da sua área de atuação.
 
3. Atualize seu currículo
Abra o arquivo de seu CV e separe algum tempo para deixá-lo atualizado. Seja realista e objetivo. Tenha em mente que o recrutador não vai gastar mais que dois minutos lendo seu currículo, então dê destaque às experiências realmente relevantes. Não minta sobre experiência ou formação, pois esses itens são facilmente checados e a mentira pode fazer você se queimar no mercado. E lembre-se que o currículo pode precisar ser adaptado para cada vaga, por isso leia cada anúncio detalhadamente para saber o que destacar, incluir ou excluir nessa versão atualizada.
 
4. Ative sua rede de contatos
Networking é algo que nunca deve ser abandonado. Mas se sua rede de contatos estiver um pouco inativa, marque almoços e cafés com amigos e ex-colegas. Tenha tato: nada de chegar já pedindo indicações, pois parecerá uma aproximação falsa. Converse, conte como andam as coisas, sonde a possibilidade de a pessoa saber de alguma vaga adequada para seu perfil e faça ela perceber que trocar de emprego é algo que você considera interessante no momento.
 
5. Inscreva-se em sites de vagas de empregos
Existem muitos sites gratuitos que anunciam vagas, direcionam seu currículo quando você decide se candidatar a elas e disponibilizam seu currículo para pesquisa de recrutadores. Cheque quais são mais focados na sua área e na sua cidade e inscreva-se em todos. Não esqueça de manter seu CV sempre atualizado neles também.
 
6. Entre em grupos de discussão sobre sua área de atuação
Participe dos tópicos levantados e mostre seus conhecimentos. Fuja de brigas e de polêmicas desnecessárias – recrutadores costumam entrar nesses mesmos grupos para procurar profissionais para suas vagas, e você não quer ser ter uma imagem encrenqueira.
 
7. Atualize-se com cursos e palestras
Por mais que você execute seu trabalho com maestria na empresa atual, o mercado quer profissionais atualizados. Procure cursos que possam turbinar seu currículo. Se o tempo estiver curto, opte pelos que possam ser feitos online e sem horário marcado. Se o problema for verba curta, procure cursos gratuitos pela internet ou presencialmente. Neste caso, o melhor caminho é o das universidades públicas, que costumam ter cursos de curta duração. Palestras também são uma boa forma de se atualizar, além de propiciarem o networking em seus intervalos. Não esqueça de levar seus cartões a elas.
 
8. Prepare-se para as entrevistas
Mantenha a seriedade e a objetividade e, ao ser perguntado por que procura um emprego mesmo estando no mercado, ressalte sua vontade de mudar de ares e encarar novos desafios. Não fale mal de seu atual emprego ou de seu chefe, pois isso pega muito mal (quem garante que, em alguns meses, você não fará o mesmo em relação ao emprego ao qual está concorrendo?). Venda suas qualidades ao recrutador, não seu desespero.
 
9. Mantenha a produtividade no emprego atual
Nada de fazer corpo mole porque não aguenta mais seu emprego. Tenha em mente que, quando sair dele, precisará mostrar energia na empresa nova, e é muito mais fácil chegar lá no embalo da produtividade do que se reerguer de um poço de desânimo de uma hora para a outra.
 
10. Ao sair, deixe as portas abertas
Esta é quase uma continuação do item anterior. Ao sair da empresa atual, opte pela elegância e pela discrição. Não queira lavar roupa suja com possíveis desafetos de sua permanência nela e não despeje todas suas frustrações na conversa final com seu chefe ou no formulário de demissão a ser preenchido no RH. Deixe claro que você está saindo em busca de novos desafios e que seus contatos estão à disposição. Não se esqueça: esses ex-colegas agora fazem parte de seu networking, que poderá ser necessário no futuro.

Delas

MG: Santa Casa pede doação até de comida a pacientes

Divulgação
Santa Casa de Camanducaia já acumula dívida de R$ 200 mil
Pedidos foram colocados em faixas na recepção
 
Funcionários da Santa Casa de Camanducaia, no Sul de Minas, optaram por um jeito diferente de mostrar à população as dificuldades financeiras enfrentadas pela instituição. Eles colocaram duas faixas com pedidos de ajuda na recepção da unidade.
 
Em uma das faixas estão listados os aparelhos instrumentais que precisam ser substituídos e seus valores. Na outra, são pedidas doações de dinheiro, mantimentos de todos os tipos, lençóis, cobertores, tinta para parede e até pneus e materiais para construção.
 
De acordo com Manuel Fernando Mosqueira Garcia, provedor do hospital, as faixas são para conscientizar a população sobre os altos gastos da unidade. Ele diz que a situação é resultado de um aumento da demanda de atendimento. Além disso, os repasses do Sistema Único de Saúde (SUS) seriam insuficientes e ainda estão sofrendo atrasos. “A população está crescendo, e a Santa Casa é o único hospital público da cidade. Além dela, só existem postos de saúde. E os repasses do SUS são inferiores ao valor dos procedimentos. Por cada cesariana, por exemplo, nos são enviados apenas R$ 450, sendo que o custo é de R$ 2.500”, diz Garcia.
 
Mensalmente, a Santa Casa de Camanducaia realiza cerca de 2.500 consultas e 60 cirurgias. Os gastos giram em torno de R$ 340 mil – R$ 192 mil são fruto de um convênio com a prefeitura para a manutenção do pronto-atendimento e R$ 60 mil são fornecidos pelo SUS; o resto dos recursos chega por convênios particulares e doações. A Santa Casa de Camanducaia ainda tem uma dívida no valor de R$ 200 mil.
 
Crise
Segundo Gustavo Henrique Macena, superintendente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas (Federassantas), a crise das Santas Casas teve início há aproximadamente cinco anos, por conta de atrasos em repasses públicos.
 
Um agravante foi o atraso mais recente, em dezembro, por parte do governo federal. Eles fazem com que as instituições contraiam grandes dívidas e tenham que recorrer a empréstimos. A União promete regularizar a situação.
 
O Dia