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sexta-feira, 10 de julho de 2015

Saiba quando a Justiça pode amparar pacientes no acesso às novas terapias de câncer

Advogada explica procedimentos e dificuldades sobre o processo
 
A advogada de Porto Alegre Tamara Granitoff tem entre seus clientes várias pessoas com câncer, que buscam amparo da Justiça para custear o tratamento com novas drogas.
 
Qual o procedimento legal para conseguir que o SUS ou os planos de saúde paguem o tratamento de câncer?
 
Os tratamentos de câncer de forma geral são disponibilizados pelo SUS e pelos planos de saúde e ambos têm obrigação de proporcionar a terapia adequada ao paciente, por fundamentações jurídicas diversas, mas sempre baseada na indicação do médico que acompanha a evolução clínica do paciente. Aos planos de saúde compete estabelecer quais doenças terão cobertura contratual, sem poder limitar o tipo de tratamento a que deve ser submetido o paciente, tocando ao profissional da saúde, e não à seguradora, a escolha do tratamento. Havendo negativa ao tratamento prescrito pelo médico, seja pelo SUS ou pelo plano, o paciente pode optar pela via judicial.
 
O que fazer quando o remédio é experimental? Ou quando ele não é autorizado no Brasil mas liberado no exterior?
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Para as operadoras de saúde e para o Estado, o tratamento com medicamento ainda não aprovado pela Anvisa no Brasil (mesmo com o respectivo registro em países de primeiro mundo) é considerado experimental. No entanto, deve-se ter clara a distinção entre o tratamento que a indústria farmacêutica utiliza em pacientes que se propõem a participar de pesquisas, o que representa situação muito mais frágil e polêmica, e aquele que ainda não tem o devido e completo registro na Anvisa, levando-se em consideração que é de conhecimento geral toda a morosa burocracia que envolve este órgão. Quando a medicação pretendida é indicada para o quadro clínico do paciente e já está autorizada pelas agências das regiões de primeiro mundo equivalentes à Anvisa, tais como a americana e a europeia, há suficiente segurança e comprovada eficácia para sua utilização, o que, acrescentado a outros requisitos processuais, justifica a busca judicial. O Estado e as operadoras de saúde devem ser obrigados a proporcionar a continuidade do tratamento com base em princípios constitucionais como o do direito à saúde e à vida e o da dignidade da pessoa humana, bem como pela obrigação contratual prevista no Código de Defesa do Consumidor, respectivamente, já que se trata da preservação da qualidade de vida do paciente ou também da cura da doença.
 
Quanto tempo leva todo o processo?
Tendo em vista a urgência comum a todos os processos para fornecimento de medicamento para casos graves, como são os oncológicos, diante da possibilidade de rápida evolução da enfermidade, o principal objetivo sempre é o deferimento do pedido em antecipação de tutela, principalmente em sede liminar, ou seja, o acesso ao medicamento para o início do tratamento antes mesmo da defesa do réu no processo. Isso acaba levando no mínimo cerca de um mês, a depender do local onde tramita o processo, pois existe o trâmite judicial para obtenção dos valores e o trâmite para a importação do medicamento. Um ponto positivo foi a instauração do processo eletrônico no âmbito federal, o que permite a atuação mais rápida e prática pelos advogados nos processos em todo o Brasil.
 
Quais as maiores dificuldades?
Muitos acham que se trata de um processo simples, mas para que se tenha sucesso nessas ações judiciais é imprescindível a atenção a diversos requisitos para justificar a pretensão e aos diversos entendimentos jurisprudenciais que podem levar o processo a caminhos diferentes, especialmente considerando a urgência apresentada pelos pacientes de enfermidades graves, como os oncológicos.
 
Quando se recorre ao SUS e não aos planos?
Considerando que todos os cidadãos têm direito constitucional à assistência integral à saúde garantida pelos entes da federação (Município, Estado e União, solidariamente) através do SUS, independentemente de possuírem também assistência privada, e que os planos de saúde têm obrigação contratual à cobertura do tratamento indicado para determinada doença do segurado, baseada no Código de Defesa do Consumidor, pode-se ajuizar a ação para fornecimento do medicamento/realização do tratamento em desfavor de ambos, quando o paciente possui plano. Caso não possua, o processo é direcionado apenas ao Estado para tratamento junto ao SUS.

O Globo

Médicos chineses implantam com sucesso osso fabricado com impressora 3D

Reprodução/3der.org
Esterno de titânio fabricado com impressora 3D
A receptora está se recuperando da operação e não sofreu nenhuma complicação
 
Uma equipe médica da China implantou com sucesso um esterno de titânio fabricado com impressora 3D em uma mulher que sofria de um tumor nesse osso, a primeira operação deste tipo realizada no país.
 
A operação foi realizada no final de junho no hospital Tangdu de Xian, capital da província central de Shaanxi, informou nesta quinta-feira a agência oficial "Xinhua".
 
A receptora, de sobrenome Gu, é uma aposentada de 54 anos da província central de Henan e está se recuperando da operação, apesar de não ter sofrido nenhuma complicação, segundo confirmou a paciente.
 
Gu foi diagnosticada de um tumor em seu esterno o ano passado, que media entre 6 e 7 centímetros de diâmetro antes da operação, explicou Wang Xiaoping, cirurgião do hospital que a operou.
 
Os médicos dedicaram meio mês para desenhar o esterno de Gu e pediram ajuda de um laboratório especializado da Universidade Politécnica do Noroeste para imprimi-lo com tecnologia 3D.
 
Os implantes fabricados com impressora 3D se espalharam pela China desde o ano passado impulsionados sobretudo pelo Hospital da Universidade de Pequim, dois anos após realizar a primeira operação com um implante deste tipo.
 
Pesquisadores chineses em medicina averiguam também a construção de órgãos mediante as técnicas de impressão 3D. No ano passado especialistas da Universidade Huazhong da província oriental de Zhejiang afirmaram ter conseguido "criar" protótipos de rins humanos com esta nova tecnologia.
 
EFE / R7

Remédio contra sífilis está em falta no país

Foto Reprodução
Ampolas prometidas para julho não aliviarão os estoques de penicilina
 
Rio - A penicilina benzatina, que trata a sífilis e outras infecções, continua faltando no Brasil. Este mês, o estoque no país ainda pode ter um respiro. A expectativa do Ministério da Saúde é ter 1,2 milhão de ampolas, que suprem a demanda mensal nacional, disponíveis para a venda para o mercado público e privado. A compra do medicamento é de responsabilidade dos municípios e estados, que contam com subsídio federal. O problema é que não há garantia da mesma oferta para os meses seguintes. Assim, o ministério mantém a busca por alternativas para sair do “volume morto”.
 
O antibiótico está em falta desde o ano passado no país. A Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro informou que, hoje, não tem estoque e que todas as licitações para a compra do insumo terminam “desertas”, sem oferta. E que, para sífilis congênita e febre reumática, os hospitais fazem compras pontuais, emergenciais, pois não há substituição terapêutica. Já a Secretaria Municipal se negou a informar a capacidade do estoque e em quais unidades o medicamento está em falta. Afirmou que a utilização dos “estoques reduzidos é para os casos prioritários.”
 
O ministério explicou que o problema é resultado da escassez mundial no suprimento de matéria-prima. Essa situação atingiu, principalmente, a Eurofarma, que importava insumos de Áustria e China, e cuja produção é estimada em 500 mil doses (seu mercado é basicamente doméstico).
 
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além da Eurofarma, existem outras três empresas com registro para produzir a penicilina benzatina: Fundação para o Remédio Popular (Furp), Teuto Brasileiro e Novafarma. Mas dessas, apenas duas, a Eurofarma (Benzetacil) e a Teuto (Bepeden), venderam seus remédios em 2015. A Anvisa informou ainda que, em janeiro, recebeu notificação da Novafarma sobre a “descontinuação temporária” do medicamento.
 
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A Eurofarma informou ao GLOBO que há pouco voltou a produzir “com sua capacidade máxima”. Isso porque, desde setembro, passou a importar matéria-prima de novo fornecedor estrangeiro, após homologação da Anvisa. Já a Teuto, cujo mercado é o hospitalar, nega a crise e informou que a produção “encontra-se dentro da normalidade”.
 
No Instituto Fernandes Figueira, centro de referência no Rio no atendimento à mulher, a medicação acabou no mês passado.
 
— Não temos mais — admitiu o vice-diretor Carlos Eduardo Figueiredo, que contorna a situação com remédios alternativos, seguindo o protocolo do Ministério da Saúde. — Mas para sífilis é mais complicado. Principalmente no caso das grávidas, porque elas não podem tomar a medicação alternativa. Além disso, para os demais casos, o tratamento alternativo se torna mais longo, caro, e a tolerância para adultos é pior. O remédio causa náuseas, por exemplo, e a adesão cai.
 
A preocupação em relação à doença está ligada, principalmente, aos casos de mortes de bebês com sífilis congênita, que quase triplicou entre os anos de 2008 e 2013. Em 2013, houve 161 óbitos de crianças com menos de um ano e foram registradas 21.382 gestantes com a doença.
 
O Globo

Quando o preço do remédio impede o tratamento…

 
O mais recente encontro da Sociedade de Oncologia Clínica, em Chicago, teve palestra de abertura do professor de negócios de Harvard, Michael Potter, autor do best-seller “Repensando a Saúde”. As reflexões que preocuparam os mais de 30 mil médicos presentes são pelo problema que vem crescendo há anos e, agora, colidiu com a prática médica: a saúde ficou cara demais.
 
Quando remédios deixam de ser usados por questão econômica, é inevitável que a discussão entre na pauta de eventos médicos. Se o problema é realidade em países ricos, é maior no Brasil. Mesmo que a Constituição brasileira seja clara – saúde é um direito de todos e dever do Estado – esta prerrogativa bem-intencionada é, em última análise, irrealista. O sistema é insuficiente e subfinanciado e a população envelhece e adoece mais. Médicos acostumados a abordar questões pessoais e delicadas, como funcionamento do intestino ou função sexual de alguém, não são treinados para falar sobre a possibilidade de um paciente – ou do sistema de saúde – pagar pelo seus exames e remédios.
 
Nas análises, ainda tímidas, de custo-efetividade existem várias incertezas. Efetividade esbarra no potencial viés de uma agenda científica que tem necessidade de gerar resultados econômicos para os investidores. No que diz respeito a custos, o sistema de saúde não os tem medido em todo circuito de assistência. Pelo contrário, as medidas geralmente são parciais, fragmentadas e com base em preços.
 
As formas de mudar essa balança de custo e efetividade são reduzindo custo – improvável neste cenário de alto investimento para cada produto novo – ou aumentando efetividade através da identificação de quem é o melhor respondedor ao tratamento. Aqui que a medicina personalizada ou, também conhecida como medicina de precisão, ganha espaço.
 
Identificação de um gene específico, cujo um dos exemplos mais interessantes é uso de panitumumabe e cetuximab em câncer de cólon em pacientes com gene NRAS sem mutação (que sucede um modelo prévio com uso exclusivo de pesquisa de mutação de outro gene chamado KRAS).
 
Esta abordagem permitiu melhor assertividade, reduzindo custos desnecessários e melhorando resultado para aqueles expostos a terapia. Os dados não só mostraram aumento de sobrevida global quando o medicamento é usado em associação com quimioterapia convencional, mas revelou que o uso desta linha de remédios sem essa informação pode ser deletéria! Tem todo sentido, mas corremos o risco de esbarrar em uma questão prática: os órgãos reguladores exigem estudos comparativos (por definição, conhecidos como fase III) e nestas condições de hiper categorização de doenças, essa construção científica pode ficar inviável. É um impasse que vai demandar redefinição de critérios burocráticos.
 
Em uma análise mais ampla, o desafio é garantir equidade. A palavra “insustentável” é usada com tanta frequência, que deixou de causar impacto. Uma forma sensata de buscar solução é parametrizar conceitos científicos (o que é valor em saúde?) e desestigmatizar estas questões em debates com a sociedade. Boa medicina não é simplesmente empilhar tecnologias, mas fazer as escolhas certas. O dilema é mundial e o Brasil não só deve estar presente, como deve acelerar a discussão que assola de forma mais evidente nossos cofres maltratados e raspados.
 
Saúde Business

Qual a relação da dor com o custo da Saúde?

Por Dr. Durval Campos Kraychete*
 
A dor é um sintoma prevalente em pacientes oncológicos e, apesar da alta incidência – em torno de 80% -, ainda é subdiagnosticada e tratada como um aspecto secundário da doença. Por se tratar de uma experiência física e emocional desagradável, tem alto impacto na qualidade de vida do indivíduo e, muitas vezes, prejudica adesão ao tratamento, afetando os índices de sobrevida. A dor normalmente é provocada pelo próprio tumor e seu avanço no organismo, mas também pode ser decorrente das terapias antineoplásicas.
 
A publicação do Consenso Brasileiro sobre Manejo da Dor Relacionada ao Câncer, ocorrida no último ano, foi um passo importante para incentivar a discussão do tema. No entanto, é pouco efetivo trabalhar a conscientização dos médicos e demais profissionais de saúde se o acesso aos tratamentos para dor ainda é restrito a uma pequena parcela da população.
 
Em 2013, os pacientes com câncer foram beneficiados com a aprovação da lei 12.880, que garantiu o acesso ao tratamento domiciliar e por via oral contra os efeitos colaterais da terapia oncológica oferecidos pelos planos de saúde. A Diretriz de Utilização Terapêutica aprovada pela ANS, entretanto, prevê em seu texto que o tratamento seja oferecido apenas aos pacientes que sofrem com dores oncológicas neuropáticas. Aqueles que apresentam outros tipos de dores, e que representam quase 30% do total, não foram contemplados com a medida. Como a maioria dos pacientes não pode arcar com os altos custos dos tratamentos particulares, acabam recorrendo ao tratamento hospitalar, mais invasivo e custoso.
 
Impactos econômicos
Nos Estados Unidos, uma análise recente dos registros hospitalares mostrou que 26% das internações não programadas foram associadas à dor não controlada, resultando em um custo total aproximado de US$ 5 milhões em um período de um ano, custo que poderia ter sido evitado com tratamentos paliativos e de controle da dor.
 
No Brasil, a situação não é diferente. Um estudo publicado em abril no Jornal Brasileiro de Economia em Saúde (JBES) avaliou os custos de medicamentos e hospitalizações em pacientes submetidos ao tratamento domiciliar, utilizando com oxicodona de liberação prolongada, em comparação ao tratamento hospitalar, sob as perspectivas dos sistemas de saúde público e privado no Brasil.
 
No sistema público, a adição do tratamento domiciliar reduziu o tempo de hospitalização, apresentando uma economia de até R$ 143 por paciente, o que representa uma redução de 12% no custo total da internação; já no sistema de saúde privado, a economia chegou a R$392 por paciente, reduzindo em até 14% o valor total do tratamento durante a hospitalização. Isso significa que, além da influência na qualidade de vida do paciente, agora é possível medir, de maneira concreta, o impacto econômico que o manejo adequado da dor representa na saúde pública e privada.
 
A cada dois anos, a Resolução Normativa que define o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde é atualizada. Qualquer indivíduo, seja médico, paciente ou interessado no assunto, pode contribuir com seu ponto de vista por meio da Consulta Pública organizada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Neste momento, um dos pontos de atenção são as diretrizes de utilização do tratamento domiciliar oral contra os efeitos colaterais das terapias antineoplásicas.
 
Retirar a palavra ‘neuropática’ do texto atual irá permitir que mais pacientes com dor de câncer de qualquer diagnóstico etiológico sejam tratados de forma igualitária e passem a ter amplo acesso ao tratamento domiciliar. Desse modo, os pacientes não precisarão mais se deslocar a um hospital em busca do alívio para suas dores, resultando em uma diminuição dos gastos com atendimentos, internações e medicamentos desnecessários – mudança que também significa mais comodidade, qualidade de vida e maior adesão ao tratamento. Quem sabe, em um futuro próximo, irá também possibilitar que o câncer seja encarado como sinônimo de vida, e não de dor.
 
*Dr. Durval Campos Kraychete é presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED) e um dos maiores especialistas em tratamento da dor no Brasil.
 
Para participar da Consulta Pública, basta acessar www.ans.gov.br/participacao-da-sociedade/consultas-publicas/consulta-publica-n-59 e contribuir com sua opinião até o dia 19 de julho.
 

Uso de antidepressivos na gravidez aumenta riscos de má formação do bebê

Inibidores seletivos da recaptação da serotonina têm relação com defeitos cardíacos e anomalias que afetam o crânio e a parede
 
Uma equipe de pesquisadores dos EUA e do Canadá confirmou a relação entre o uso de antidepressivos comumente prescritos por grávidas e o pequeno aumento de risco de má formação de bebês no nascimento. Esses inibidores seletivos da recaptação da serotonina (SSRI, na sigla em inglês) já tinham sido relacionados a defeitos cardíacos e anomalias que afetam o crânio e outras partes do corpo, e este novo estudo incluiu peritos dos respeitados Centros de Controle e Prevenção de Doenças que confirmaram a ligação. O estudo foi publicado na “British Medical Journal”.
 
Atualmente os médicos evitam prescrever esses medicamentos para mulheres grávidas, a menos que a menos que, pela gravidade do estado da mãe, os benefícios ultrapassem os riscos.
 
Este estudo revisou dados de 17.952 mães de crianças nascidas com má formação e 9.857 mães de crianças sem anomalias. Os pesquisadores analisaram o uso, pouco antes ou logo no início da gravidez, de cinco antidepressivos SSRI. Os pesquisadores não encontraram a relação com má formação em três drogas, incluindo sertralina, a mas comumente usada pelas mulheres catalogadas no estudo. Mas para paroxetina (Paxil) e fluoxetina (Prozac) foram relatados um leve aumento nas deformidades.
 
O Prozac foi relacionado a defeitos na parede do coração e a craniossinostose, condição em que os bebês nascem com um crânio de forma irregular. Quanto ao Paxil, cinco defeitos congênitos reportados anteriormente também foram observados, incluindo malformações cardíacas, anencefalia (má formação do tubo neural) e defeitos da parede abdominal no qual os intestinos — e em alguns casos, o fígado — se desenvolvem na parte externa do corpo.
 
O Globo

Governo regulamenta condições de segurança e saúde para descanso de motoristas

Valter Campanato/Arquivo/Agência Brasil
A portaria estabelece melhores condições de conforto para
motoristas de transporte de cargas e passageiros
O Ministério do Trabalho e Emprego publicou ontem (9), no Diário Oficial da União, portaria regulamentando condições de conforto, segurança, sanitárias e de repouso em locais de espera para motoristas profissionais do transporte rodoviário de cargas e passageiros. Entre as determinações, a exigência de que os gabinetes sanitários sejam privativos e tenham porta de acesso
 
A portaria estabelece ainda que haja um gabinete sanitário, um lavatório e um chuveiro, por sexo, a cada 20 vagas destinadas aos veículos conduzidos pelos motoristas profissionais. Também fica proibido o uso de banheiros químicos. Segundo o Ministério do Trabalho, as instalações sanitárias devem ter chuveiros com água fria e quente e condições de higiene e conservação adequadas.
 
O ministério determina prazo de um ano para que os locais de descanso já existentes se adequem às distâncias exigidas para instalações sanitárias. Também é de um ano o prazo para cumprir a necessidade de pavimentação ou calçamento da área de circulação de veículos.
 
De acordo com a portaria, o ambiente de refeições pode ser de uso exclusivo dos motoristas ou compartilhado com o público, mas deve sempre permitir acesso fácil às instalações sanitárias e ao sistema de água potável.
 
Uma portaria tratando do mesmo tema já havia sido publicada em abril. Segundo o Ministério do Trabalho, o texto de hoje substitui o anterior, que fica revogado. Ainda segundo a pasta, a nova portaria “complementa e retifica” as regras publicadas em abril.
 
Agência Brasil

Combinação de diabetes, derrame e cardiopatia pode reduzir 20 anos de vida

A combinação de doença cardíaca, diabetes e derrame cerebral pode reduzir em mais de 20 anos a expectativa de vida
 
E nos casos de diabetes e ataque cardíaco a redução da vida útil pode chegar a uma década. Essas são as conclusões de um estudo da Universidade de Cambridge, publicado no periódico Jama, da Associação Médica Americana, nesta semana.
 
O risco é cada vez maior se os três problemas surgirem juntos até os 40 anos de idade. Em casos como este, a expectativa de vida tem redução de até 23 anos, apontam os cientistas.
 
No entanto, estima-se que a maioria dessas doenças pode ser prevenida pela prática regular de exercícios físicos e por uma dieta saudável que evite o sobrepeso, além de evitar fumar e beber demais.
 
Segundo os cientistas, que analisaram 1,2 milhão de pessoas e 135 mil mortes ligadas a essas doenças, e calcularam as possibilidades, homens com até 40 anos que tinham diabetes e que já tinham sofrido um ataque cardíaco e um derrame poderiam esperar para ter a sua vida abreviada em 23 anos, enquanto mulheres na mesma situação teriam uma redução de 20 anos.
 
“Nós mostramos que ter uma combinação de diabetes e doença cardíaca está associada com uma esperança de vida substancialmente mais baixa”, disse Emanuele Di Angelantonio, da Universidade de Cambridge, principal autora do estudo. A pesquisadora descobriu, por sua vez, que a perda de vida útil tendia a ser maior quanto mais jovem fosse o doente.
 
“Um indivíduo nos seus 60 anos, que apresenta as mesmas condições de saúde [as três doenças apontadas] tem uma redução média da expectativa de 15 anos de vida”, afirma Di Angelantonio. A redução é um pouco menor se o idoso apresentar dois dos problemas: 12 anos.
 
Já entre as mulheres com até 60 anos de idade, as estimativas correspondentes foram de 13 anos de expectativa de vida reduzida nas que apresentavam dois dos problemas de saúde apontados e 16 anos nas que tinham sofrido de diabetes, derrame e um ataque cardíaco.
 
UOL

Pesquisadores testam vírus e esperam poder reverter formas de surdez genética

Nova terapia pode tratar de surdez na infância
Nova terapia pode tratar de surdez na infância
Cientistas dos Estados Unidos e da Suíça afirmam que conseguiram reverter alguns tipos de surdez em cobaias com o uso de um vírus
 
Problemas no DNA são responsáveis por cerca de metade dos casos de perda de audição na infância.
 
O estudo com camundongos foi publicado na revista especializada Science Translational Medicine e mostrou que um vírus pode corrigir o problema genético e restaurar parte da audição.
 
Segundo os especialistas, os resultados poderão levar à disponibilização de um tratamento dentro de dez anos. A pesquisa se concentrou em analisar os pelos minúsculos dentro do ouvido, que convertem os sons em sinais elétricos que podem ser interpretados pelo cérebro.
 
Mas mutações no DNA podem fazer com que estes pelos não consigam criar o sinal elétrico, o que leva à surdez. A equipe de pesquisadores desenvolveu um vírus geneticamente modificado que pode infectar as células dos pelos do ouvido e corrigir este erro.
 
Injeções
A nova terapia foi testada em camundongos que sofriam de "surdez profunda", que não escutariam nada nem mesmo estando em meio a um barulhento show de rock, com níveis de som chegando aos 115 decibéis.
 
Injeções do vírus modificado nos ouvidos levaram a uma "melhora considerável" na audição, apesar de não ter restaurado aos níveis normais. Depois do tratamento, os animais conseguiam ouvir o equivalente de ruído dentro de um carro em movimento, ou cerca de 85 decibéis.
 
Eles também apresentaram alteração no comportamento em resposta a sons durante o período de 60 dias do estudo.
 
"Estamos muito animados, mas também estamos com um otimismo cauteloso, pois não queremos dar esperanças falsas. Seria prematuro dizer que encontramos uma cura", disse à BBC Jeffrey Holt, um dos pesquisadores participantes do estudo e que trabalha no Hospital Infantil de Boston, nos Estados Unidos.
 
"Mas em um futuro não tão distante poderia se transformar em um tratamento para a surdez genética. Então, esta é uma descoberta importante", acrescentou. A equipe afirmou que a pesquisa ainda não está pronta para o início de testes clínicos em humanos.
 
Eles querem provar que o efeito é duradouro. Por enquanto, sabem que a terapia funciona por alguns meses, mas o objetivo é que o tratamento funcione para a vida toda do paciente.
 
Genes diferentes
O estudo conseguiu corrigir uma mutação em um gene chamado TMC 1, que é o responsável por cerca de 6% dos casos de surdez hereditários. No entanto, existem mais de cem genes separados que já foram ligados à surdez.
 
"Posso prever pacientes com surdez tendo seus genomas sequenciados e um medicamento personalizado e preciso injetado em seus ouvidos para restaurar a audição", disse Holt.
 
O tratamento visa apenas ajudar as pessoas com surdez causada por problemas nos genes e não os adultos que sofrem de surdez decorrente de ouvir música alta. Para Tobias Moser, do Centro Médico da Universidade de Gottingen, na Alemanha, os resultados da pesquisa são "promissores".
 
Moser afirma que o estudo dá "esperança de que a restauração da audição será disponível para algumas formas de surdez na próxima década".
 
"Acho que esta pesquisa representa um avanço muito animador em nossa compreensão do que pode ser alcançado usando a abordagem de transferência de genes no ouvido interno para reduzir o impacto de mutações danosas", afimou Karen Steel, cientista britânica do King's College de Londres.
 
"No momento, a função (audição) é resgatada apenas em parte, mas é um começo e provavelmente a metodologia poderia ser desenvolvida para melhorar o resultado", acrescentou.
 
BBC Brasil / iG

O médico que mentiu e levou à quimioterapia centenas que não tinham câncer

Quimioterapia pode salvar vidas, mas pode gerar danos graves se aplicada a pessoas saudáveis
Quimioterapia pode salvar vidas, mas pode gerar danos graves
 se aplicada a pessoas saudáveis
Pacientes tiveram sequelas depois de serem submetidos a tratamento desnecessário
 
Nesta semana, dezenas de pessoas compareceram a um tribunal em Detroit, nos Estados Unidos, para testemunhar contra o médico Farid Fata, chamado por alguns de "Doutor Morte".
 
Elas chegaram ao local fragilizadas, apoiadas por bengalas, alguns com suas articulações enfaixadas e quase todas exaustas pelo desgaste físico e psicológico causado por anos de quimioterapia. Ali, revelaram um fato aterrorizante: seu oncologista havia mentido para elas, que nunca haviam tido câncer.
 
Ao menos 553 pessoas se submeteram a este duplo sofrimento (dos efeitos colaterais do tratamento e o fato de acharem que tinham uma das doenças mais fatais do mundo) sem padecer deste mal, segundo a queixa criminal aberta pela polícia federal americana, o FBI, contra Fata.
 
Durante os testemunhos das vítimas, realizados nesta semana, Fata ficou sentado a três metros delas. Imóvel, escutava enquanto elas contavam sobre o que passaram.
 
'Você é um monstro'
"Mesmo que não esteja morta, sou uma sombra do que era", disse Maggie Dorsey, uma das pacientes.
 
"Há dias em que não consigo nem ficar de pé". Monica Flagg disse à emissora CBS estar furiosa: "Não posso crer que um médico tenha traído tanta gente desta forma".
 
O FBI afirma que Fata não apenas diagnosticou e tratou casos falsos de câncer como também prescrevia tratamentos caros e agressivos a pacientes que estavam em fase terminal e não teriam chances de sobreviver.
 
"Eu te odeio, Farid Fata", disse Laura Stedfeld ao médico em tom de voz elevado. "Você é repugnante. Você é um monstro. Evidentemente, é um covarde já que não consegue nem me olhar. Você me envenenou, me torturou e matou meu pai."
 
Alguns especialistas que testemunharam diante do juiz Paul D. Borman, na cidade de Detroit, disseram que o médico administrou uma substância chamada rituximab. Ela deve ser aplicada no máximo oito vezes em linfomas agressivos, mas Fata chegou a aplicá-la 94 vezes em um paciente.
 
As motivações do médico eram claramente econômicas, segundo a denúncia da acusação. Entre 2007 e 2013, Fata apresentou faturas num total de US$ 225 milhões (R$ 725 milhões) ao Medicare, o sistema de seguro de saúde estatal dos Estados Unidos.
 
Esta fraude era feita por meio da sociedade Michigan Hematology Oncology, que dispunha de sete clínicas no Estado de Michigan.
 
Danos a pessoas saudáveis
A quimioterapia é um tratamento que permite destruir as células cancerosas que provocam metástase ou que tenham se espalhado pelo corpo. É administrada em ciclos que variam entre dias e meses. Mas, como se trata de uma medicação agressiva, ela não afeta apenas as células doentes, mas também aquelas saudáveis. Por isso, pode causar problemas de saúde e deixar doentes pessoas que não tenham câncer, como foi o caso das vítimas de Fata.
 
Estes efeitos colaterais afetam de forma distinta a cada pessoa, de acordo com sua sensibilidade e estado de saúde. Segundo a Sociedade Americana Contra o Câncer, as células sãs com probabilidades de serem prejudicadas pela quimioterapia são aquelas que produzem sangue na medula óssea, assim como as da boca, do trato digestivo, do sistema reprodutor e capilares.
 
Alguns medicamentos quimioterápicos podem gerar danos a células do coração, rins, bexiga, pulmões e sistema nervoso. Outros tipos de quimioterapia causam efeitos colaterais a longo prazo, como infecções no coração ou danos aos nervos, assim como problemas de fertilidade.
 
A organização americana esclarece que a maioria dos efeitos desaparece lentamente após o fim do tratamento, mas adverte que "em certos, casos eles podem durar por toda a vida".
 
No julgamento, Fata declarou-se culpado de 16 acusações, entre elas conspiração, fraude e lavagem de dinheiro - e agora está sendo forçado a ouvir os testemunhos das pessoas cujas vidas arruinou antes de o juiz decretar sua sentença.
 
A promotoria demanda uma pena de prisão de 175 anos para o médico, enquanto seus advogados pedem que este tempo seja reduzido para 25 anos.
 
BBC Brasil / iG

Hormônio da pílula anticoncepcional diminui chance de câncer de mama, dizem cientistas

Progesterona pode ajudar no tratamento da doença, segundo pesquisa
 
Pacientes que sofrem com câncer de mama podem se beneficiar de hormônio que está na fórmula da pílula anticoncepcional, a progesterona. De acordo com estudo publicado na revista Nature, o hormônio pode conter o crescimento de tumores. As informações são do site DailyMail.
 
Há muito tempo, os pesquisadores estudam os efeitos da progesterona nos tumores, já que parte das pacientes, cujos tumores continham receptores do hormônio, tiveram melhores resultados no combate à doença.
 
O estudo mostrou como o receptor da progesterona “conversa” com outros receptores sensíveis ao estrogênio, que “abastecem” o câncer de mama. Isso funciona como um freio na habilidade do estrogênio de estimular o crescimento de tumores, explica Jason Carroll, pesquisador do Instituto de Pesquisas do Câncer da Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
 
— Estamos usando a tecnologia para ver o efeito de “corte” que o efeito da progesterona tem no organismo. A pesquisa mostra que é possível adicionar o hormônio aos medicamentos contra o câncer de mama.
 
Emma Smith, executiva do Instituto de Pesquisa de Câncer no Reino Unido, afirma que o resultado precisa de comprovação, mas que pode ser uma ótima alternativa para o tratamento do câncer de mama.
 
— Essa descoberta pode ser muito barata para o desenvolvimento de medicamentos contra o câncer. O hormônio é extremamente acessível a todas as mulheres.
 
R7