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quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Geração Z e a mudança na Saúde

Blog Por dentro da Saúde Digital por Istvan Camargo
 
Na última semana um jornal de SP publicou um estudo do IEESE explicando que nossa longevidade será responsável por triplicar o custo dos planos de saúde até 2030. Não é pouco.
 
Isso por si só obrigaria qualquer gestor responsável a pensar com um pouco de carinho no futuro do setor e no de sua empresa.

 Igualmente instigante, entretanto, é pensar num outro fator muito pouco lembrado, mas que também fará muita diferença no futuro.
 
Daqui a 15 anos a população atendida pelos planos será formada, em grande parte, pelos filhos da revolução digital. A chamada geração Z. O que isso pode significar para sua empresa?
Em primeiro lugar, para termos uma dimensão dessa mudança, essa geração hoje representa 25% do total da população americana. No Brasil ela já representa 30%. Daqui a cinco anos irá representar mais da metade do total de brasileiros. Serão ampla maioria em 2030!
 
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Trata-se de uma geração que nasceu a partir de 1994; ou seja, crianças e jovens que cresceram conectados à internet. Seus primeiros representantes hoje já estão chegando na casa dos 20 anos.
 
Como cresceram num mundo pós 11/09, e fortemente marcado pela diversidade, são mais maduros, muito engenhosos e um tanto individualistas. Algo que pode ser desafiador para um sistema de saúde acostumado a ser paternalista, e onde os pacientes estão acostumados a serem tratados como pessoas virtualmente incapazes de colaborar durante o seu tratamento.
 
Eles também são fortemente inclinados à realização de pesquisa, sendo que 1/3 assiste aulas online, 1/5 lê livros em tablets e 1/3 interage com colegas de classe na web. Mais da metade utiliza o Youtube como ferramenta de busca para se informar.
 
Isso pode transformar-se num ponto negativo para provedores contrários ao empoderamento digital dos seus pacientes e que os obriga a comparecer a palestras presenciais para saber mais sobre temas como planejamento familiar, alimentação saudável e tabagismo.

 Coisas que eles simplesmente já terão feito de forma muito mais interessante.
 
Ainda temos que a maioria deles não gosta de se enxergar como funcionário de carreira de uma empresa. Impressionantes 75% deles pensam em se tornar autônomos em algum momento de suas vidas. Um problema para um sistema que só pensa em estratégias de saúde populacional focadas em pagadores empresariais.
 
Trata-se de uma geração de pessoas que se preocupa realmente com o mundo onde vive: 60% querem ter um trabalho de alto impacto social, 26% dos representantes mais velhos desse grupo já realizaram trabalho voluntário e 76% tem preocupação ambiental.
 
Um ponto que pode ser explorado por empresas que sabem se posicionar no campo da responsabilidade social e ambiental, muito além de fazer jogos de cena com a marketização de ações do bem.
 
Para finalizar, ele nos aponta que essa é uma geração multitelas (TV, notebook, PC, tablet, smartphone, MP3 etc) que obviamente terá grande resistência em se relacionar com uma organização através de formulários de papel, telefone e balcão de atendimento.
Além disso são jovens preocupados com questões de privacidade, exageradamente breves na hora de concentrar a atenção num assunto (8 segundos!) e que, obviamente, gostarão de saber que seus provedores estarão igualmente atentos a essas questões no momento de lidar com seus dados de saúde bem como na hora de estabelecer um canal de comunicação confiável.
 
Parece ameaçador? Na verdade irá tratar-se de uma oportunidade gigantesca para que o sistema reveja processos e, junto com eles, jogue no lixo alguns velhos hábitos que trouxe do século passado e se recusa a abandonar.
 
Mesmo porque, até lá boa parte desses jovens também deverão ser gestores de saúde.

Saúde Business

Torção testicular causa forte dor e exige tratamento rápido

O problema pode acontecer em qualquer idade, mas afeta principalmente crianças e adolescentes
 
Quando crianças ou adolescentes sentem uma dor súbita e intensa nos testículos, a principal causa é a torção testicular. Geralmente, o problema vem acompanhado de outros sintomas, como dor abdominal, inchaço no saco escrotal, náuseas e vômito.
 
A torção é considerada uma emergência médica e precisa ser tratada imediatamente, podendo se agravar e até mesmo resultar na remoção de um dos testículos. Por isso, exige atenção e diagnóstico rápido para evitar o comprometimento permanente do órgão.
 
Entenda o que é a torção testicular
A torção testicular ocorre quando o testículo gira em torno do seu próprio eixo, causando o estrangulamento e obstrução de vascularização, interrompendo o fluxo sanguíneo na área. O problema se manifesta com uma dor súbita no saco escrotal (que envolve os testículos), acompanhada de inchaço no local, aumento da temperatura e vermelhidão.
 
Outros sinais apresentados são náuseas, vômitos e dor abdominal. Em geral, esses sintomas variam de acordo com a idade do paciente.
 
Nos recém-nascidos, há aumento brusco do volume do saco escrotal do lado comprometido, endurecimento do testículo e pouca dor. Nas crianças e adolescentes, o quadro começa com dores abdominais ou inguinais, para depois se localizarem no testículo. No adulto jovem, a dor no testículo é o primeiro sintoma.
 
Pessoas de qualquer idade podem apresentar um caso de torção testicular, mas geralmente crianças e adolescentes entre 10 e 25 anos são os mais afetados. As causas do problema são malformações congênitas, exercícios violentos, traumas, banhos em água muito fria ou uma combinação de vários desses motivos.
 
Tratamentos para o problema
O diagnóstico da torção testicular é feito através de exame clínico, juntamente com ultrassonografia. A condição é uma emergência. Deve ser procurado um médico imediatamente para que o tratamento necessário seja realizado com rapidez. Caso não seja tratado dentro das primeiras seis horas após a torção, o testículo pode sofrer alterações irreversíveis, obrigando a sua remoção.
 
Após o diagnóstico, o primeiro passo é tentar realizar a distorção manual para voltar o testículo à sua condição normal. Quando não é possível, deve ser realizada então a cirurgia, em que é feita uma incisão no escroto, a distorção do testículo e a fixação do outro testículo não afetado, por meio de suturas na parede do escroto.
 
Nos casos mais graves de torção testicular, em que há o comprometimento permanente de um dos testículos, ele deve ser removido. Isso não deixa sequelas no paciente, pois o outro órgão sozinho é suficiente para manter a fertilidade e produção dos hormônios em níveis normais.
 
Além disso, existem implantes cosméticos que podem ser colocados no local para substituir o testículo removido, conservando a aparência normal no exterior do saco escrotal.
 
Terra

Suspensa comercialização e publicidade de produtos irregulares

A Anvisa determinou a suspensão da fabricação, distribuição, divulgação e comercialização dos produtos Critotec Criolipólise e Lipocavitaçao, Criotec Portátil, Criolipólise e Lipocavitação, Cavitec Lipocativção e Radiofrequência e Membrana para Criolipólise no www.lipotec.com.br
 
Nenhum dos produtos possui registro na Agência.
 
A medida, que está na Resolução 2.176/2015 publicada nesta quinta-feira (06/08) no Diário Oficial da União (DOU), também determina a apreensão e inutilização de todas as unidades dos itens citados.
 
ANVISA

Aumento de casos de caxumba tem assustado moradores do Rio

Foto/Reprodução
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, até o momento, foram recebidas mais de 650 notificações de casos suspeitos de caxumba, e o aumento do número de ocorrências vem assustando a população
 
Para entender a doença e como se prevenir dela, Dominique Thielmann, infectologista e integrante do corpo clínico do laboratório Sérgio Franco Medicina Diagnóstica, responde as principais dúvidas para você ficar bem informado.
 
1. O que é caxumba?
É uma doença viral aguda, causada pelo vírus da família Paramyxoviridae, gênero Paramyxovirus, caracterizada por febre e aumento do volume de uma ou mais glândulas salivares.
 
2. Como diagnosticar? Quais sintomas devem ser percebidos?
Os principais sintomas são febre e aumento do volume de uma ou mais glândulas salivares, geralmente a parótida. A inflamação desta glândula é a parotidite. Aproximadamente 30% das infecções podem não apresentar hipertrofia aparente dessas glândulas. O diagnóstico da doença é basicamente clínico-epidemiológico. Os testes sorológicos ou de cultura para o vírus são utilizados em situações específicas.
 
3. Qual o tratamento para a caxumba?
Não existe tratamento específico, indicando-se apenas repouso, analgesia e observação cuidadosa quanto à possibilidade do aparecimento de complicações.
 
4. Qual a forma de prevenção?
A transmissão se faz por via aérea, pela disseminação de gotículas ou por contato direto com a saliva de pessoas infectadas, portanto, deve-se evitar proximidade com pessoas infectadas, e o paciente com caxumba deve ser afastado de suas atividades até nove dias após o início da parotidite. A imunidade pode ser adquirida após infecções inaparentes ou aparentes ou depois de imunização ativa por meio da vacinação contra a caxumba. A administração da vacina está indicada antes da exposição. Entretanto, na ocorrência de surtos, deve ser realizada a vacinação de bloqueio dos suscetíveis.
 
5. Os adultos devem se preocupar com a caxumba? Existe risco para gestantes?
A doença é mais severa em adultos. Sua ocorrência durante o primeiro trimestre da gestação pode ocasionar aborto espontâneo.
 
6. Podemos relacionar o atual surto da doença a algum fator?
A parotidite infecciosa costuma apresentar-se sob a forma de surtos. Estima-se que, na ausência de imunização, 85% dos adultos poderão ter a doença, e um terço dos infectados não apresentarão sintomas. A hipótese de decaimento da eficácia da vacina específica está sendo investigada, porém, em surtos ocorridos em vários locais do mundo, tem sido descrita a ocorrência de casos em indivíduos vacinados.

Rachel Lopes
Assessoria de Imprensa
rachel@saudeempauta.com.br

Agosto, mês de combate ao colesterol

Foto/Reprodução
Yolanda Schrank, endocrinologista e integrante do corpo clínico do laboratório Bronstein Medicina Diagnóstica, é quem debate o tema
 
O colesterol consiste em lipídeo produzido pelo fígado ou adquirido pela alimentação. Após ser absorvido no intestino, ele entra na corrente sanguínea, na qual passa a incorporar as lipoproteínas (compostas por lipídeos e proteínas), que permitem a solubilização e o transporte da gordura no sangue. É o que explica Yolanda Schrank, endocrinologista e integrante do corpo clínico do laboratório Bronstein Medicina Diagnóstica. De acordo com a especialista, as principais lipoproteínas são os quilomícrons (ricos em triglicerídeos), o HDL (conhecido como o bom colesterol), o LDL (denominado mau colesterol) e o VLDL. “O colesterol é essencial para nosso organismo, sendo precursor dos hormônios esteroides, dos ácidos biliares e da vitamina D, além de também fazer parte da membrana celular. Mas, em excesso, ou seja, na presença de hipercolesterolemia, podem resultar problemas”, comenta.
 
“A hipercolesterolemia é resultado da interação entre fatores genéticos e ambientais. A principal consequência da hipercolesterolemia é a formação da placa aterosclerótica. A aterosclerose, por sua vez, é uma doença inflamatória crônica, de origem multifatorial, em que a hipercolesterolemia, a hipertensão e o tabagismo representam os três principais fatores predisponentes. A doença cardiovascular (DCV), representada pelo infarto agudo do miocárdio (entupimento dos vasos do coração) e o acidente vascular cerebral (entupimento dos vasos cerebrais) são consequência direta do processo aterosclerótico. Quando lembramos que a DCV é a principal causa de morte em adultos, entendemos a importância do controle do colesterol”, acrescenta.
 
Como é uma doença silenciosa, que não apresenta sintomas, o diagnóstico é feito por meio de análises do sangue do paciente. Por isso, é muito importante a realização de exames periódicos. “Eventualmente, o excesso de triglicérides (outra fração de gordura do sangue) pode levar ao surgimento de manchas ou erupções amareladas na pele, os chamados xantomas”, afirma.
 
O ideal é que o paciente procure um médico e se submeta às medidas necessárias. “O tratamento da hipercolesterolemia se baseia essencialmente na mudança de estilo de vida (alimentação adequada e atividade física regular) e, em alguns casos, há a necessidade de medicamentos, como as estatinas. Além disso, o paciente deve procurar eliminar fatores de risco, como o tabagismo”, conclui a médica.
 
Alimentos ricos em colesterol
Vísceras de animais (fígado, miolo, miúdos); leite integral e seus derivados (queijo, manteiga, creme de leite); biscoitos amanteigados; croissants; folheados; sorvetes cremosos; frios (presunto, salame, mortadela); pele de aves; frutos do mar (lagosta, camarão, ostra, marisco, polvo) e gema de ovo, entre outros.
 
Como aumentar o HDL-colesterol (o colesterol bom) e diminuir o LDL-colesterol (o colesterol ruim)
Mudança de estilo de vida, incluindo dieta equilibrada; exercício físico aeróbico (caminhada, corrida ou ciclismo, de três a seis vezes por semana, por 40 minutos); abstenção do fumo (o fumo leva à queda de HDL-colesterol) e perda de peso, nos casos indicados de combate à obesidade. O uso de gorduras insaturadas encontradas nos óleos de oliva e de canola, nas azeitonas, no abacate, na castanha, nas nozes e nas amêndoas reduz o colesterol total, sem diminuir o HDL-colesterol. Diminuir a ingestão de gordura saturada existente nas carnes gordurosas, no leite e seus derivados, na polpa de coco e no óleo de dendê, por exemplo.
 
O que fazer antes do exame no laboratório
Orienta-se manter jejum por um período de 12 a 14 horas. Recomenda-se não alterar a dieta habitual e o peso não deverá ter variações expressivas nas duas semanas que antecedem o exame. Evitar atividade física vigorosa nas 24 horas que precedem a coleta e suspender a ingestão de álcool 72 horas antes. Dessa forma, os resultados serão confiáveis. É indispensável que, por ocasião da amostra para os exames, mantenha-se sempre a rotina diária para que os resultados sejam comparáveis.
 
Priscila Pais
Assessoria de Imprensa

Banco nacional de leite sofre com desperdício e falta de doações

Ana Branco / Ana Branco: Alimentação natural.
Bebê que ainda não consegue mamar no peito toma no
copinho leite materno doado no Instituto Fernandes Figueira,
 no Rio: programa está estagnado
Entre 2009 e 2014, volume cresceu 9,3%, para 186 mil litros, o suficiente para atender apenas 60% da demanda das UTIs neonatais do país
 
Rio - Não decolou. É assim que o coordenador do Programa Ibero Americano de Banco de Leite Humano da Fiocruz, João Aprígio de Almeida, se refere à doação de leite materno no Brasil. Com 216 unidades, a rede nacional, que foi premiada pela Organização Mundial de Saúde em 2001 e teve seu modelo exportado para 21 países, dá sinais de estagnação. De 2009 a 2014, o volume anual de leite doado subiu apenas 9,3%, de 168.508 litros para 185.864 litros. Esse alimento é destinado a bebês recém-nascidos, grande parte prematura e internada em unidades de saúde. Hoje, a quantidade de leite só atende a 60% da demanda das UTIs neonatais do país.
 
Além disso, de todo o leite doado, cerca de 30% são perdidos, principalmente pela forma como são feitos o armazenamento e a coleta. Muitas mães utilizam potes com tampas de alumínio, que inviabilizam seu uso posterior, e também é comum o leite ser entregue contaminado por sujeira ou com algum problema decorrente do congelamento. Para João Aprígio de Almeida, falta comunicação.
 
— Não tenho um canal de interlocução com a população. E preciso dele. Porque a mulher é solidária. Não acho que não queira doar. Ela não sabe qual o processo. Além disso, há profissionais da saúde, entre eles os pediatras, que são pouco engajados. Poderiam ajudar com esclarecimentos e encaminhamentos — diz o coordenador do programa. — O número de bebês beneficiados está crescendo, e o de leite doado mantém a tendência desde 2009. Ou seja, o programa não decolou de forma efetiva.
 
Com o tema “Seja doadora de leite materno e faça a diferença na vida de muitas crianças”, o Ministério da Saúde lançou em maio campanha focada justamente na doação. Informou que foram feitos 1,2 milhão de folders e 20 mil cartazes distribuídos aos bancos de leite do país. Além desta iniciativa, que vai durar um ano, a pasta realiza diversas ações relacionadas à amamentação.
 
Bebês beneficiados são 180mil
Até sexta-feira, é comemorada a Semana Mundial de Aleitamento Materno. Campanhas no Brasil e em diferentes países incentivam as novas mães a alimentarem seus filhos recém-nascidos com o leite materno, que protege a criança de infecções e diminui o risco de doenças como hipertensão e obesidade. E como toda lactante é uma potencial doadora, as mães que não podem amamentar seus novos filhos veem nesta ocasião uma chance de aumentar o volume de doações. O número de recém-nascidos beneficiados chegou a 180 mil em 2014 (em 2010 eram 158 mil).
 
Mas, além da falta de divulgação, é preciso superar problemas de infraestrutura. Almeida cita o exemplo do Instituto Fernandes Figueira, no Rio. De 1999 a 2010, o banco tinha apoio do Corpo de Bombeiros para a coleta residencial. Quando a parceria acabou, o volume de leite doado caiu 41,5% (menos 1.200 litros). Hoje, a unidade conta com dois motoqueiros para a função (cada unidade tem autonomia para fazer a coleta segundo sua realidade financeira).
 
O pediatra Carlos Eduardo Corrêa, que trabalhou em banco de leite há dez anos, conta que mães já reclamaram do serviço em seu consultório em São Paulo:
 
— Já ouvi muitas queixas sobre visitas para coleta que foram marcadas, mas ninguém apareceu.
 
Desde a minha época era assim. Quando tinha carro para buscar, não tinha motorista ou gasolina.
 
Segundo Corrêa, algumas mães temem se tornar “escravas da doação”.
 
— Quanto mais se tira o leite, mais se estimula a produção. Muitas acreditam que, assim, se tornarão dependentes da doação, já que terão leite em excesso e precisarão ordenhá-lo. É importante esclarecer que isso é um mito. E que há várias formas de brecar a hiperprodução — explica o pediatra, que torce pela mudança de postura. — Se há uma fase da vida da mulher em que ela se torna mais generosa e solidária, é quando ela é mãe.
 
Almeida conta que Brasília é um caso de sucesso. Suas 15 unidades do banco conseguem atender todos os bebês prematuros e de baixo peso de hospitais e maternidades públicos e privados. E ainda dá conta de outras demandas de recém-nascidos.
 
— É possível dar até banho de leite nos bebês, porque lá não falta — brinca ele, explicando que, de uma forma geral, há períodos de baixa como férias escolares e festas de fim de ano. — Quando começa a rarear, principalmente fora de Brasília, nós nos restringimos aos casos mais graves.
 
Mas a pediatra Miriam Santos, coordenadora dos bancos no Distrito Federal, diz que não consegue atender todos que batem à porta.
 
— Há bebês saudáveis cujas mães morreram no parto, por exemplo. Eles voltarão para casa e não terão acesso ao leite dos bancos. Gostaria de atender a casos assim de forma efetiva — diz ela, para quem Brasília vive situação confortável principalmente porque soma “informação boca a boca” ao apoio dos Bombeiros.
 
Ailma Ribeiro, moradora de Brasília de 35 anos, é mãe de Davi e doadora desde que ele nasceu, há dois anos. Ela diz que pretende manter a rotina por mais meio ano, destoando da maioria das mães. A média de participação é de quatro meses.
 
— Tinha de tomar banho a toda hora, tamanha a quantidade de leite que vazava — conta Ailma, que tinha dores locais e de cabeça. — Melhor doar do que jogar fora. Nos primeiros quatro meses, doava dois potes por semana. Vou continuar enquanto estiver amamentando.
 
Ailma, que mora em Brasília, tira o leite duas vezes por dia. Mas às vezes “perde” a coleta da manhã:
 
— A mulher tem mil tarefas e o filho para cuidar. Mas sei que ajudo outras mães, que ficam frustradas por não conseguirem dar de mamar logo que o bebê chega.
 
O Globo

Por que mulheres sentem mais frio que homens no trabalho?

Estudo mostra que temperatura confortável para elas é 2,5°C maior que a desejada por eles – daí a briga pelo controle do ar-condicionado
 
Uma dupla de cientistas holandeses ofereceu recentemente uma nova resposta a uma velha e recorrente questão dos ambientes de trabalho: por que homens e mulheres reagem à temperatura de forma diferente?
 
Ou melhor: qual é a razão para mulheres correrem para seus casacos ao ouvirem os homens pedirem para aumentar o ar-condicionado?
 
Segundo o estudo, elas sentem frio mais rápido.
 
No teste realizado pelos pesquisadores, a faixa de temperatura mais confortável para as mulheres ficou entre 24°C e 25°C, dois graus e meio acima do termômetro desejado pelos homens.
 
O professor Paul Thornalley, da Escola de Medicina de Warwick, na Inglaterra, diz que a variação da taxa metabólica média e do calor do corpo “pode explicar porque há uma diferença na temperatura ambiente necessária para o conforto entre homens e mulheres”.
 
O metabolismo é responsável pelo crescimento e pela produção de energia, inclusive calor. E a taxa metabólica em repouso é a taxa mínima de energia gasta quando estamos em repouso, calculada por meio de um conjunto de equações. Em média, as mulheres têm uma taxa metabólica menor que a dos homens.
 
“Um determinante importante da taxa metabólica em repouso é a quantidade de massa magra (livre de gordura) no corpo das pessoas”, explica Thornalley.
 
A massa magra – que inclui todas as partes do corpo, como pele, ossos e músculos, excluindo a gordura – tem um peso importante na diferença de taxas metabólicas verificada entre homens e mulheres.
 
Como eles, em geral, têm mais massa magra do que elas, possuem taxa metabólica em repouso mais alta.
 
Os maiores órgãos, como fígado, cérebro, músculo esquelético e coração, são os que consomem mais energia.
 
A produção de calor sem movimento – quando a energia é gasta sem exercício ativo – ocorre na “gordura marrom”, segundo Thornalley. Humanos têm dois tipos de gordura: a branca, que abriga as calorias excedentes, e a marrom, que gera calor.
 
A gordura marrom produz calor involuntariamente por meio de um processo chamado termogênese.
 
Ele é regulado pelo hormônio da tireoide e pelo sistema nervoso, e pode ser responsável por uma variação adicional na taxa metabólica em repouso, particularmente em homens (para evitar a hipotermia, bebês têm níveis maiores de gordura marrom que adultos).
 
Essa maior proporção de massa corporal capaz de produzir calor significa que, em média, os homens não sentem frio tão facilmente como as mulheres. Por outro lado, têm uma tolerância menor ao clima quente do verão, já que seus corpos produzem mais calor.
 
Porém, como Thornalley ressalta, nem todas as pessoas são iguais. Alguns homens têm taxas metabólicas menores que algumas mulheres – logo, haverá casos em que João irá procurar por um casaco mais rápido do que Fernanda.
 
Há ainda quem sugira razões menos científicas para a genérica divisão entre gêneros quando o assunto é o ar-condicionado: algumas mulheres lançam mão de vestidos leves no verão, enquanto alguns homens continuam presos a seus ternos.

BBC Brasil / iG

Clínicas de aborto vendem tecido embrionário para pesquisa médica

Vídeos lançados por um grupo antiaborto nas últimas duas semanas chamaram a atenção para uma prática pouco conhecida: a compra e venda de tecidos embrionários obtidos em clínicas de aborto para uso em pesquisas acadêmicas.
 
O grupo por trás do venda desses tecidos – uma prática ilegal, negada veementemente pela Planned Parenthood. Deputados republicanos planejam investigar o caso, que pode ser apenas mais uma das batalhas na longa guerra nacional em torno da legalidade do aborto, ainda que ninguém saiba ao certo quem compra, quem vende, quem faz as pesquisas, quais tecidos embrionários são utilizados e até que ponto a prática é legal.
 
Cientistas de grandes universidades e de laboratórios do governo utilizam tecidos embrionários há décadas sem fazer alarde. Eles afirmam que essa é uma ferramenta importantíssima para determinados tipos de pesquisa, incluindo o estudo de doenças nos olhos, do diabetes e da distrofia muscular. Ainda assim, muitos deles só concordaram em conversar a respeito caso seus nomes e o de suas universidades não fossem divulgados, pois temem receber ameaças e retaliações violentas de pessoas contrárias ao aborto. As empresas que obtêm os tecidos nas clínicas e depois os vendem para os laboratórios funcionam na semilegalidade. Leis federais afirmam que as empresas não podem obter lucros a partir dos tecidos, mas nenhuma lei especifica quanto as empresas podem cobrar pelo processamento e o envio do produto.
 
Os Institutos Nacionais de Saúde gastaram US$ 76 milhões com pesquisas envolvendo tecidos embrionários em 2014 por meio de bolsas concedidas a mais de 50 universidades, incluindo Columbia, Harvard, MIT, Stanford, Yale e a Universidade da Califórnia, em Berkeley, Irvine, Los Angeles, San Diego e San Francisco. O organismo federal pretende gastar o mesmo valor nos anos de 2015 e 2016.
 
Os pesquisadores afirmam que o tecido embrionário é uma fonte extremamente rica de células-tronco, que dão origem a tecidos e órgãos especializados e que estudar seu desenvolvimento pode dar pistas sobre a criação de órgãos substitutos para pessoas que precisam de transplantes.
 
"Os tecidos embrionários são uma espécie de manual de instruções", afirmou Sheldon Miller, diretor científico do programa de pesquisas do Instituto Oftalmológico Nacional.
 
As células-tronco derivadas de tecidos adultos podem um dia substituir as células embrionárias, de acordo com os cientistas. Mas a ciência ainda não chegou lá. O tecido ocular retirado dos fetos teve um papel fundamental nos estudos que encontraram tratamentos para doenças degenerativas da retina, uma das principais causas de perda da visão à medida que as pessoas envelhecem, de acordo com Miller.
 
"Não seria possível obter essas informações de outra maneira", afirmou Miller. Segundo ele, o instituto oftalmológico adquiriu tecidos embrionários de uma empresa, desenvolveu culturas especializadas de tecidos da retina e enviaram essas amostras para outros pesquisadores.
 
Um pesquisador universitário que preferiu manter o anonimato depois de receber ameaças que obrigaram seu instituto a contratar um segurança para ficar na frente do laboratório afirmou que os tecidos embrionários são extraordinariamente úteis, "já que se você quer entender como um tecido ou uma doença se desenvolvem, é preciso compreender suas origens".
 
Outro pesquisador, também preocupado com as ameaças que recebeu, afirmou que os tecidos embrionários foram essenciais na pesquisa que levou ao desenvolvimento de tratamentos para doenças musculares degenerativas, uma vez que "para regenerar os tecidos de um ser humano, é preciso compreender como as células funcionam". Tecidos de origem animal só funcionam até certo ponto, segundo os pesquisadores, já que existem diferenças fundamentais no desenvolvimento de cada espécie.
 
Os tecidos embrionários só podem ser utilizados com o consentimento das mulheres que estão passando pelo aborto. Alguns pesquisadores recebem as amostras de clínicas de aborto que funcionam em suas próprias instituições, ou de bancos de tecido mantidos por determinadas universidades. Muitos compram as amostras de empresas que funcionam como atravessadoras. Essas empresas pagam pequenas taxas, em média menos de 100 dólares por cada espécime, às clínicas de aborto como a Planned Parenthood, que afirmam cobrar apenas o que precisam para cobrir os custos do procedimento. Em seguida, as empresas processam os tecidos que são vendidos aos pesquisadores a preços mais altos, com o objetivo de cobrir os custos desse processamento.
 
Os valores, que giram na casa dos milhares de dólares por um pequeno recipiente com células-tronco, não são ilegais, de acordo com Arthur Caplan, diretor da divisão de ética médica do Centro Médico Langone da NYU.
"Ao que tudo indica, todos os valores são considerados legais", afirmou Caplan, acrescentando que não parece haver qualquer tipo de supervisão das taxas de processamento. "É uma área muito incerta e não há determinação de quanto as empresas podem cobrar."
 
Muitos pesquisadores compram as células embrionárias de duas pequenas empresas da Califórnia.

A StemExpress, uma empresa criada a cinco anos com sede em Placerville, Califórnia, afirma ser "a maior fornecedora de material sanguíneo e de tecidos embrionários do mundo". A empresa também afirma oferecer "descontos especiais para a comunidade acadêmica".
 
A fundadora da empresa, Cate Dyer, é formada em Sociologia pela Universidade Estadual da Califórnia, em Sacramento. Ela fundou a StemExpress com apenas US$ 9 mil. Um artigo publicado em novembro do ano passado pelo Sacramento Business Journal afirmou que a empresa cresceu mais de 1.300 por cento em três anos. O faturamento total foi de US$2,2 milhões, de acordo com um relatório publicado em agosto de 2014 pela revista Inc.
 
Cate afirmou que o tecido embrionário responde por apenas 10 por cento do faturamento da empresa. Ela concordou em ser entrevistada, desde que não tivesse que responder perguntas sobre a investigação realizada pelo congresso em torno da parceria da sua empresa e da clínica Planned Parenthood. O advogado da empresa e um especialista em comunicação de crise estavam presentes durante a entrevista por telefone.
 
Ela afirmou que a empresa obteve tecidos embrionários de forma legal e de acordo com as regras estabelecidas pelos conselhos de ética das instituições que compraram as células, e que o tecido foi utilizado em estudos sobre a leucemia, o linfoma de Hodgkin e a doença de Parkinson.
 
A empresa tem 37 funcionários, incluindo cientistas, técnicos de laboratório e flebotomistas. A maioria dos clientes chega por indicação em busca de tipos de células difíceis de achar, afirmou a empresária.

A StemExpress conta com técnicos de adjudicação de contratos para obter o tecido embrionário. "Nós coletamos tecidos bioinfectantes e materiais de descarte", afirmou Cate. "Eles vão para hospitais ou para locais que coletam os tecidos a partir dos materiais descartados."
 
De volta à empresa, os técnicos de laboratório processam o tecido e tentam isolar os tipos de células específicos encomendados pelos pesquisadores: por exemplo, células-tronco hepáticas embrionárias. "Essas células são difíceis de isolar", afirmou Cate. "Esses processos são complicados e caros e é preciso gastar milhões de dólares em equipamentos. A simples tentativa de isolar alguns desses tecidos pode custar milhares de dólares e o processo nem sempre funciona.
 
O esforço é refletido nos preços: um frasco contendo cinco milhões de células-tronco hepáticas embrionárias CD133+ chega a custar mais de US$ 24 mil.
 
O produto final é enviado "in natura" ou congelado. As taxas de envio são acrescidas ao valor dos espécimes, e um envio em 24h para a Alemanha pode custar milhares de dólares, de acordo com Cate.
 
A venda de tecidos embrionários não se limita a células em frascos. Mais de uma dezena de artigos científicos publicados desde 2012 reconhecem que obtiveram olhos, corações, fígados e rins intactos retirados de fetos pela StemExpress.
 
Outro grande fornecedor de tecidos fetais é a Advanced Bioscience Resources Inc., ou ABR, uma ONG de 12 funcionários que registrou um volume total de vendas na casa do US$1,4 milhão, de acordo com um relatório da Dun and Bradstreet. A lista de valores de 2013 registrava preços como US$300 por um espécime de tecido de um feto do segundo trimestre, ou US$515 se o feto estivesse no primeiro trimestre.
 
Linda Tracy, enfermeira registrada e presidente da ABR, afirmou por e-mail que os preços cobrados pela empresa refletem o tempo, o trabalho e o espaço necessário para obter o tecido embrionário. Ela destacou que como os fundos para pesquisas acadêmicas são limitados, a empresa tenta manter os valores mais baixos possíveis.
 
"A Planned Parenthood definitivamente não obtém lucros com a participação no programa de doação de tecido embrionário", afirmou Tracy, acrescentando que os valores citados no primeiro vídeo – de 30 a 100 dólares por cada espécime – pareciam "razoáveis".

Os documentos da ABR afirmam que seus produtos foram utilizados em pesquisas de combate ao HIV realizadas por pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e da Universidade do Sul da Califórnia. Os tecidos fornecidos pela empresa também foram utilizados pelo Hospital Infantil de Cincinnati, além de outras pesquisas e transplantes de órgãos.
 
Um material informativo da StemExpress exposto pelo Centro pelo Progresso Médico, responsável pela divulgação dos vídeos, inclui o nome de uma filial da clínica Planned Parenthood. Ela cita a Dra. Dorothy Furgerson da Planned Parenthood Mar Monte afirmando que: "Nossa parceria com a StemExpress é benéfica de diversas maneiras". A citação descreve contribuições para "pesquisas que salvam vidas" e a confiança no anonimato dos pacientes.
 
Contudo, os críticos destacam diversas referências a benefícios financeiros para as clínicas. Por meio da parceria com a StemExpress, "você também irá contribuir para o crescimento fiscal de sua clínica", afirma o texto, algo que muitos acreditam indicar que as clínicas estejam obtendo lucros ilegais com a venda de tecidos embrionários.
 
George J. Annas, professor de Direito e bioeticista da Universidade de Boston, afirmou que "O que está acontecendo provavelmente é legal, mas vai desagradar o congresso".
 
Quanto às empresas, afirmou Annas: "Elas não devem ter ficado nada contentes com a divulgação. Isso é uma ameaça aos negócios. Mesmo que elas estejam fazendo algo legal, a lei pode ser modificada com facilidade".
The New York Times / Uol

Saiba mais sobre a licença paternidade

Para comemorar o Dia dos Pais, assistente social explica os direitos conquistados pelos homens
 
A licença paternidade é um benefício garantido a qualquer trabalhador, ele consiste em dar aos futuros papais o direito de se ausentar do emprego por cinco dias, após o nascimento do filho, sem qualquer prejuízo de salário, seja o filho adotivo ou biológico. A data de início da licença deve ser contada a partir do primeiro dia útil de trabalho após o nascimento da criança e, perante a lei, o empregador não pode negá-la ao trabalhador.
 
“Muitos pais costumam tirar férias no mês previsto para o nascimento da criança, para aproveitar mais o tempo ao lado do seu bebê e da sua companheira. Quando isso acontece e a criança nasce próximo ao início das férias, adentrando-o, as férias devem começar a contar a partir do 1º dia útil após a licença paternidade, que é de cinco dias. Quando o bebê nasce nos dias que antecedem o final das férias, e os dias de licença a ultrapassarem, a licença deve ser acrescida ao período de férias. Neste período, não poderá haver desconto de salário, nem qualquer prejuízo econômico ao trabalhador”, explicou Alessandra Mendes, assistente social do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).
 
A sociedade está mudando, e vem aumentando a participação dos pais nos cuidados dos filhos, assumindo atividades antes tidas como estritamente femininas, mas ainda há muito que avançar para fortalecer essa participação. “Existem, por exemplo, projetos de lei tramitando no Congresso Nacional que propõem a ampliação da licença paternidade para 15 dias, com garantia de 30 dias de estabilidade do pai no emprego, após o nascimento da criança, e também 120 dias de licença para pai adotante único. O mesmo Projeto prevê que o pai possa gozar o restante da licença maternidade no caso de falecimento da mãe da criança. Para que sejam aprovados é necessário que a sociedade se informe e se mobilize”, finalizou Alessandra Mendes.
 
Juliana Xavier
Assessoria de Imprensa
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