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terça-feira, 27 de outubro de 2015

Lançado novo caderno de Boas Práticas sobre Sífilis Congênita

caderno sifilis“O município de Aparecida de Goiânia foi escolhido graças ao trabalho de vocês – e estamos aqui pessoalmente para agradecer por esse bom exemplo”, disse na última quarta-feira (21/10) a diretora-adjunta do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais (DDAHV), Adele Benzaken, a dezenas de servidores municipais de Saúde, reunidos para o lançamento nacional do Caderno de Boas Práticas sobre o Uso da Penicilina na Atenção Básica para a Prevenção da Sífilis Congênita no Brasil do Ministério da Saúde
 
O evento foi realizado na Unidade Integrada Sesi Senai Aparecida de Goiânia e contou também com a presença de uma delegação do DDAHV e do prefeito da cidade, Maguito Vilela (PMDB). A cerimônia ocorreu ainda em celebração ao Dia Nacional de Combate à Sífilis, que deve ser celebrado no terceiro sábado de outubro, conforme lei em tramitação no Congresso Nacional.
 
“Temos aqui recursos humanos maravilhosos, e é preciso disseminar esses fatos positivos da Saúde nacional”, disse Verônica Barbosa, jornalista responsável por texto e fotos da publicação. A jornalista viajou pelo país em busca das boas práticas no combate à sífilis levadas adiante por Aparecida de Goiânia e outros três municípios brasileiros – Vitória da Conquista/BA, São Paulo/SP e Londrina/PR – que foram bem-sucedidos em um desafio comum a todos: reduzir a sífilis congênita (transmitida de mãe para filho) para níveis mais próximos da meta de 0,5 casos por mil nascidos vivos, estabelecida pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
 
Em 2010, a média brasileira era de 3,78 casos a cada mil nascimentos – e, em 2013, subiu para 4,7 casos a cada mil nascidos vivos. O agravamento da epidemia da sífilis resulta de uma série de fatores complexos que interagem entre si e interferem na cadeia de transmissão – como o sexo desprotegido, a multiplicidade de parceiros e a ocorrência cada vez mais precoce da gravidez entre as adolescentes brasileiras, para citar alguns. Além disso, antes a doença não era de notificação obrigatória e o Brasil passou a fazer um esforço gigantesco de testagem para cobrir essa lacuna.
 
Felizmente, o tratamento da sífilis em gestantes é relativamente simples e a prevenção de sua transmissão para o recém-nascido é 100% eficaz mediante a administração de penicilina benzatina – único medicamento capaz de atravessar a barreira placentária e chegar até o feto.
 
Fatos positivos
Nesse cenário epidemiológico, o Caderno de Boas Práticas de Sífilis atesta que há, sim, o que comemorar.
 
Um dos fatores a elegerem Aparecida de Goiânia a lugar de destaque no cenário nacional de luta pela erradicação da sífilis foi o rigoroso trabalho de capacitação e conscientização realizado com os profissionais de saúde municipais – assim evitando, entre eles, a notória resistência em aplicar a penicilina, o que ameaça o tratamento da sífilis no Brasil. A cidade também se destacou pela eficiente coordenação entre todos os diferentes atores envolvidos no processo; e pela sensibilização dos profissionais de saúde quanto à necessária celeridade no tratamento do agravo.
 
Além disso, os profissionais são orientados a detectar se as gestantes que chegam a eles apresentam fatores de vulnerabilidade: se são pessoas que usam drogas ou em situação de rua, por exemplo.
 
O município
Segundo maior município do estado de Goiás, Aparecida de Goiânia tem 511.323 habitantes (IBGE/2014) e, naquele mesmo ano, apresentava uma taxa de incidência de sífilis congênita equivalente a 1,69 casos por mil nascidos vivos. A cidade – que abriga uma das maiores taxas de crescimento populacional do país – enfrenta diversos desafios quanto às políticas locais de saúde. Entre esses desafios há a baixa ou tardia adesão ao pré-natal.
 
Segundo o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, um dos vice-presidentes da Frente de Prefeitos do Brasil, é um orgulho para a cidade sua escolha para o caderno de Boas Práticas. Em sua atuação na frente, o prefeito defende que boas práticas, administrativas ou técnicas, devem ser difundidas entre os gestores municipais.

Mais informações:
 

Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com Doenças Falciformes

27 10 Dia Nacional de luta Doença FalciformeA Doença Falciforme (DF) é uma das doenças hereditárias mais comuns no mundo
 
A mutação teve origem no continente africano e pode ser encontrada em populações de diversas partes do planeta, com altas incidências na África, Arábia Saudita e Índia. No Brasil, devido à grande presença de afrodescendentes, que é uma das bases da população do país, a DF está no grupo de doenças e agravos relevantes.

Sua principal característica é a alteração das hemácias (glóbulos vermelhos do sangue). Essas células alteradas tomam a forma de foice (daí o nome falciforme) e não circulam facilmente pelos vasos sanguíneos. Esse bloqueio na circulação impede a chegada do oxigênio aos tecidos, o que desencadeia uma série de sintomas. As pessoas com doença falciforme podem apresentar anemia crônica e episódios frequentes de dor severa, decorrentes da má circulação.
 
Estima-se que 25 mil a 50 mil pessoas tenham a doença no Brasil, que apresenta alta morbidade e mortalidade precoce. A doença se manifesta, na maioria das vezes, após os seis meses de vida do bebê, mas o diagnóstico deve acontecer na primeira semana de vida, como é estabelecido no Programa Nacional de Triagem Neonatal/PNTN, por meio do “Teste do Pezinho”.
 
Todos os medicamentos que compõem a rotina do tratamento estão normatizados e são distribuídos gratuitamente no SUS. A vacinação estabelecida no calendário nacional também é outro importante fator de redução da mortalidade infantil por infecções, pois as crianças com doença falciforme possuem um risco aumentado em 400 vezes em relação à população em geral.
 
Este ano, as pessoas com doença falciforme passaram a contar com uma nova opção para o tratamento, com possibilidade de cura. O Ministério da Saúde publicou em 1º de julho a Portaria SCTIE/MS nº 30/2015, que incorpora ao Sistema Único de Saúde (SUS) o Transplante de Células Tronco-Hematopoéticas (TCTH) entre parentes a partir da medula óssea, de sangue periférico ou de sangue de cordão umbilical. Estudos já demonstravam um aumento na sobrevida de dois anos em 90% dos casos transplantados e em outros foi evidenciado que pessoas com doença falciforme deixaram de utilizar a morfina para o controle da dor após o transplante.
 
A novidade foi incorporada pelo Ministério da Saúde por indicação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC), após ampla discussão com diversos segmentos da sociedade por meio de consulta pública. “O Brasil, que já tem o maior sistema público de transplantes do mundo, e agora tem também mais uma alternativa terapêutica para quem têm doença falciforme. O transplante é uma arma a mais para ajudar no combate à doença e no tratamento dessas pessoas”, destaca o coordenador-geral do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde, Heder Murari Borba.
 
Outro avanço foi a implantação do sistema informatizado Hemovida Web – Doença Falciforme e outras Hemoglobinopatias – HWDFH que foi desenvolvido com o objetivo de sistematizar informações, permitindo o monitoramento da doença falciforme e contribuindo para o planejamento das ações da Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme, possibilitando uma melhor organização da atenção a essas pessoas.
 
Para aumentar a visibilidade da data, neste 27 de outubro, Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com Doença Falciforme, acontecerão ações de esclarecimento, educação, informação e intensificação do diagnóstico da Doença Falciforme, reunindo estudantes, profissionais de saúde, gestores, pesquisadores, pessoas com a doença e familiares para debater o assunto. A ação vai acontecer em várias partes do país e será coordenada pelas secretarias de saúde, em parceria com associações de pessoas com doença falciforme, universidades e organizações vinculadas ao atendimento dessas pessoas.
 
Fonte: Gabriela Rocha/ Blog da Saúde

Benefícios da Escarola

Benefícios da escarola incluem prevenção ao câncer de cólon
Reprodução da Internet
A escarola é bastante conhecida pela população brasileira, principalmente por fazer parte de recheios e saladas. No entanto, nem todos conhecem os inúmeros benefícios que esta verdura pode proporcionar à saúde
 
Fonte de betacaroteno e vitamina C e de sabor característico, a escarola é um acompanhamento ideal para sopas, massas e outros pratos quentes.
 
Benefícios da escarola
A escarola é rica em vitaminas A, B2, B5, C e betacaroteno, além de conter fibras e outras substâncias benéficas à nossa saúde.
 
Confira a seguir os benefícios desta verdura:
 
- Prevenção do câncer de cólon – A escarola é rica em fibras e também contém uma substância denominada inulina, que favorece o trânsito intestinal e protege contra o câncer de cólon. Além disso, o consumo de escarola também promove a melhor absorção de nutrientes e sais minerais no intestino.

- Proteção dos ossos – Além de ferro, a escarola é uma verdura rica em cálcio, mineral fundamental para a formação dos ossos e manutenção da massa óssea durante a vida. O cálcio também é essencial na prevenção das doenças relacionadas aos ossos, como a osteoporose.
 
- Prevenção das doenças cardiovasculares – A escarola também é rica em carotenoides, substâncias que auxiliam na proteção das células do corpo contra ação maléfica dos radicais livres. Por este motivo, o consumo desta verdura ajuda a retardar o envelhecimento das células e a reduzir os riscos de determinadas doenças, como as cardiovasculares. A escarola também contém outro antioxidante: o betacaroteno, que ajuda a manter o sistema imunológico funcionando perfeitamente bem.
 
- Proteção do sistema imunológico – Além do betacaroteno, que é um aliado do sistema imunológico, a escarola também contém elevadas quantidades de sais minerais, incluindo o ferro. Este mineral é essencial na formação dos glóbulos vermelhos do sangue e na prevenção de anemia. A vitamina C presente nesta verdura auxilia na absorção do ferro, potencializando a sua ação. E, claro, a vitamina por si só já atua nas defesas do nosso organismo.
 
Indicação de consumo da escarola
Consumir escarola é indicado para todas as pessoas de todas as faixas etárias, sendo que cada benefício pode ser melhor aproveitado de acordo com a idade e outros critérios.
 
Para os idosos, a ingestão de escarola é recomendada porque as fibras presentes na verdura facilitam a eliminação das moléculas de gordura, evitando que caiam na corrente sanguínea. Além disso, o alimento também é fonte de potássio e auxilia na normalização da pressão arterial.
 
Devido à presença de cálcio e potássio, esta verdura é bastante indicada para os atletas. O cálcio ajuda na estruturação dos ossos; já o potássio favorece a reposição mineral após as atividades físicas e permite a recuperação dos músculos.
 
A escarola também é bastante recomendada para as mulheres grávidas, pois é rica em ácido fólico (vitamina B9), nutriente que está relacionado à produção de material genético e pode evitar problemas na formação do bebê.
 

Humor: Desculpe. Só uso Ritalina

Cervarix: conheça a vacina que protege contra o HPV

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Foto: iStock, Getty Images - Cervarix é o medicamento usado
na vacina de prevenção do HPV em mais de 50 países
Cervarix é a vacina que protege o organismo feminino contra a infeção de dois tipos do vírus HPV. Essas variações são as principais responsáveis pelo desenvolvimento do câncer de colo de útero
 
Existem mais de 150 tipos do papilomavírus humano (HPV), mas a ciência já sabe que os denominados 16 e 18 são responsáveis por 70% dos casos do câncer que atinge a parte inferior do útero. Também são responsáveis pelo surgimento de tumores no pescoço e na cabeça.
 
Tudo sobre o Cervarix
O Cervarix é o medicamento usado na vacina de prevenção do HPV em mais de 50 países. No Brasil, ela é oferecida de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pode ser feita sem agendamento prévio, basta comparecer na unidade mais conveniente. Além de proteger contra a infecção da doença, o medicamento reforça o sistema imunológico.
 
O medicamento é voltado para meninas entre 9 e 13 anos. São duas doses, sendo que a segunda deve ser feita seis meses após a primeira. A idade é limitada entre uma faixa etária em que, na maioria dos casos, ainda não há atividade sexual, ou seja, as chances de contato com a doença são mínimas.
 
A vacina pode causar alguns efeitos colaterais, como dor e vermelhidão no local da aplicação. Dor de cabeça, mal-estar e desmaios já foram registrados em algumas ocasiões, mas os sintomas tendem a passar logo.
 
HPV no Brasil
Estima-se que mais da metade da população brasileira sexualmente ativa já tenha sido contaminada por alguma das variações do HPV. Essa é considerara a doença sexualmente transmissível mais comum. Na maioria dos casos, não há grandes riscos para a saúde e o sintoma mais comum é o aparecimento de verrugas na região genital.
 
O Ministério da Saúde alerta que, além de serem responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo de útero, os tipos 16 e 18 do HPV também estão associados a 90% dos casos de câncer anal, 60% dos casos de câncer de vagina e 50% dos casos de câncer vulvar.
 
Além da administração do Cervarix, a única outra forma de proteção contra qualquer um dos tipos do HPV é o uso de preservativos em todas as relações sexuais. Isso inclui sexo oral e anal, já que o vírus instala-se na região de contato e não transita pela corrente sanguínea.
 
Não existem medicamentos capazes de eliminar o HPV, mas em alguns casos o próprio sistema imunológico combate o vírus sozinho. As verrugas podem ser eliminadas com o uso de medicamentos tópicos.
 
Em razão do grande percentual da população que tem algum tipo do vírus HPV no organismo, é fundamental que as mulheres sexualmente ativas façam o exame preventivo do câncer de colo de útero anualmente. A doença, quando detectada em estágio inicial, é perfeitamente tratável sem a necessidade de procedimentos invasivos.

Doutíssima

Excesso de antibióticos faz crianças engordarem

Obesidade: 40% das crianças obesas atendidas por ambulatório em SP não dão continuidade ao tratamentoUm novo estudo mostrou que o uso frequente desses medicamentos na infância contribui para o ganho de peso e o efeito permanece na fase adulta
 
Crianças que usam antibióticos de forma regular ganham peso mais rapidamente do que aquelas que nunca tomaram o medicamento. Além disso, estes efeitos podem permanecer até a idade adulta. É o que diz um grande estudo publicado no periódico científico International Journal of Obesity.
 
Os pesquisadores, liderados por Brian Schwartz, da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, nos Estados Unidos, analisaram registros de saúde de 163.820 crianças, com idade entre 3 e 18 anos, que continham informações sobre o uso de antibióticos, altura e peso.
 
Os resultados mostraram as crianças que haviam ingerido uma quantidade sete vezes maior na infância chegavam aos 15 anos pesando 1,5 quilo a mais do que aquelas que não tomaram antibióticos.
 
Além disso, os estudiosos descobriram que cada vez que as crianças tomavam estes medicamentos, elas ganhavam um pouco de peso, os quais eram perdidos logo após a interrupção da medicação.
 
Os autores acreditam que esse efeito dos antibióticos no ganho de peso aconteça porque os medicamentos afetam os microbiomas (populações de bactérias) intestinal. Estudos mostram que as bactérias "do bem", além de ajudar a digerir os alimentos, contribuem para a manutenção da saúde do sistema imunológico e do trato intestinal -- e podem afetar o peso corporal. Os antibióticos destroem algumas bactérias.
 
"Um único antibiótico pode acabar com todo um microbioma intestinal. Se o uso destes medicamentos não é frequente, o microbioma pode se recuperar. Mas se é excessivo, os impactos sobre o microbioma serão duradouros e as bactérias do trato intestinal não voltarão ao normal", afirmou o pesquisador Schwartz, à Time.
 
De acordo com autor, os resultados ressaltam a necessidade de prescrever e usar antibióticos somente quando absolutamente necessário. O excesso desses medicamentos, além de levar à criação de bactérias resistentes, pode aumentar o risco de desenvolvimento de obesidade, mesmo em crianças que se alimentam e exercitam de forma
 
Veja

Brasileiros desenvolvem colírio que evita doenças que levam à cegueira

A substância pode controlar e reverter a retinopatia da prematuridade (ROP) e a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), condições responsáveis pela perda de visão nos primeiros e nos últimos anos de vida, respectivamente
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 285 milhões de pessoas sofram com problemas de visão, sendo 39 milhões delas completamente cegas. A combinação de estratégias de prevenção de doenças infecciosas e avanços nos tratamentos, porém, tem reduzido as complicações. Uma das inovações foi anunciada por brasileiros na última edição da Science Translational Medicine: um colírio que pode controlar e reverter a retinopatia da prematuridade (ROP) e a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), condições responsáveis pela perda de visão nos primeiros e nos últimos anos de vida, respectivamente.

A vasotide, substância que interrompe o nascimento de vasos sanguíneos que causam deficiências visuais, é fruto do trabalho da bioquímica Renata Pasqualini, chefe da Divisão de Medicina Molecular da Universidade do Novo México (EUA), e do oncologista Wadih Arap, chefe da Divisão de Hematologia Oncológica da mesma instituição. Eles contaram com o reforço de Ricardo José Giordano, do Departamento de Bioquímica da Universidade de São Paulo, onde o casal de cientistas estudou na década de 1980.

“Em 2010, apresentamos na revista Pnas uma substância que inibe a retinopatia quando aplicada como colírio. Na época, demonstramos que ela se liga aos receptores do fator de crescimento endotelial vascular que estimulam a angiogênese”, conta Giordano, referindo-se à vasotide. O achado rendeu um prêmio de U$S 3 milhões para a continuação do estudo.

A dupla pode testar o medicamento em roedores e macacos. “Os (resultados) fornecem um alto nível de confiança na relevância médica (...) porque antecipamos a reação dos achados terapêuticos em pacientes”, conta Pasqualini. “Estou muito empolgado e feliz de ver que o que fiz há cinco ou seis anos está oferecendo resultados tão bons”, complementa Giordano.

A cientista diz que, se os testes seguintes forem bem-sucedidos, será possível formular variações de vasotide em gotas e até em lentes de contato. Isso, acredita, aposentará as injeções intraoculares usadas no tratamento de DMRI. “São repetitivas, caras, pesadas e desagradáveis para os pacientes”, diz Pasqualini. A substância foi licenciada para a AMP Farmacêutica, que busca financiamento para ensaios clínicos em pacientes humanos.
 
Correio Beaziliense

Rivotril, um dos remédios mais vendidos do Brasil e que é uma febre entre executivos

rivotril1Mais vendido do que o analgésico paracetamol ou a pomada Hipoglós, Rivotril se tornou o remédio da moda. Mas, como um medicamento tarja preta, vendido apenas com retenção de receita, conseguiu estar entre os mais vendidos do Brasil?

Lançado no Brasil em 1973 para amenizar os efeitos da epilepsia, o Rivotril passou a ser usado como tranquilizante por apresentar muitos benefícios em relação aos medicamentos usados na época. Em pouco tempo virou o queridinho das farmácias e já esteve em segundo lugar na lista dos remédios mais vendidos do país. Entre agosto de 2011 e agosto de 2012, o medicamento foi o 8º mais consumido em todo o Brasil. No ano seguinte, o seu consumo ultrapassou os 13,8 milhões de caixas.
 
Não é por acaso que o medicamento virou febre entre executivos. Com uma vida agitada, é preciso esquecer os problemas de alguma maneira – e o Rivotril promete a paz em forma de pílulas ou gotas. Afinal, a droga faz parte da classe dos benzodiazepínicos: são medicamentos que afetam a mente e o humor de quem os consome, deixando essas pessoas mais calmas.
 
Por essa qualidade, os “benzos” costumam ser indicados em casos de síndrome do pânico, ansiedade ou distúrbios do sono. Mas os médicos vão além: uma busca rápida na internet mostra que até mesmo dentistas e ginecologistas estão receitando o fármaco, que deveria ser de uso controlado. Em alguns casos os próprios farmacêuticos encontram uma maneira de vender o medicamento para pacientes que não possuem a receita.
 
Foi o que aconteceu com *Luísa, que começou a tomar Rivotril por orientação médica. “Depois que ele diminuiu a dosagem, eu conseguia com o farmacêutico mais caixas e pegava mais receitas com a secretária (do médico). Teve épocas que tomava 2 ou até 4 (comprimidos) de 2 mg por dia. Não percebi que era dependência, pois fazia tudo normal. E não tinha sono como todos têm, pelo contrário, ficava ligada… Era como um propulsor”, diz ela, que tomou o medicamento por mais de 3 anos.
 
A dependência é justamente o maior risco do uso contínuo do remédio. A própria bula do medicamento alerta para esse fato, informando que “o uso de benzodiazepínicos pode levar ao desenvolvimento de dependência física e psíquica. O risco de dependência aumenta com a dose, tratamentos prolongados e em pacientes com história de abuso de álcool ou drogas”. Ou seja, a dependência pode ocorrer mesmo em pacientes que utilizam o remédio sob orientação médica e costuma ser acompanhada de crises de abstinência que podem se tornar verdadeiros pesadelos, incluindo psicoses, distúrbios do sono e ansiedade extrema. Parece irônico que as pessoas recorram a um remédio justamente para evitar este tipo de sintoma e vejam seus problemas agravados ao deixar o medicamento. Especialistas concordam que não há doses seguras contra a dependência.
 
Comecei a tomar o Rivotril por indicação médica, inicialmente contra crises de pânico, fobia social e insônia aliado ao uso de fluoxetina contra depressão. No início foi ótimo, como tinha dificuldade de fazer provas e ir à faculdade, o medicamento me tranquilizava. O que era para ser de maneira esporádica passou a ser frequente, passei a tomar o Rivotril para insônia antes mesmo de tentar dormir. Após o uso excessivo e diante de uma crise no final de um semestre acabei sendo internado em uma clínica por uma semana. Lembro-me de ver um médico recém internado em crise de abstinência ingerir quase o triplo da quantidade que tomava para dormir e continuar de pé!”, conta *Alexandre, que acrescenta que teve acompanhamento psiquiátrico durante todo o tempo e, após a internação, encontrou na terapia cognitiva um aliado contra as crises de pânico e a insônia.
 
As histórias se repetem e acendem um sinal vermelho em relação aos riscos de dependência de benzodiazepínicos. No caso do Rivotril, especialistas indicam que há risco de dependência após três meses de uso. Por sorte, não foi o que aconteceu *Rafaela, que começou a tomar o medicamento por indicação médica ao descobrir que estava com depressão: “No começo, eu tinha que tomar para dormir, depois 0,5 mm não adiantava mais. Aí ele começou a servir para me acalmar também quando eu tenho crises. Se eu fico muito nervosa ou muito triste…. Diariamente eu tomo pelo menos 1 mm, às vezes 2 – o que já é bem alto para ansiolíticos”. Para evitar o aumento gradativo da dose, ela trabalha, com acompanhamento médico, aumento, corte e diminuição da dosagem.
 
Atitudes como essa previnem Rafaela de aumentar as estatísticas que apontam que os medicamentos figuram entre as principais causas de intoxicação no Brasil, sendo responsáveis por mais de 31 mil casos apenas em 2012, segundo o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox). Nos Estados Unidos o problema é igual: uma pesquisa da Drug Abuse Warning Network (DAWN) indica que em 2009 mais de 300.00 pessoas foram parar na emergência dos hospitais do país por abuso de benzodiazepínicos. Isso ocorre em grande parte graças ao crescente número pessoas que tomam o medicamento sem acompanhamento médico.
 
São executivos, trabalhadores, donas de casa e estudantes que parecem estar felizes e tranquilos com suas vidas, mas no fundo não conseguem lidar com seus problemas pessoais e recorrem ao fármaco como uma forma de libertação dos problemas do dia-a-dia. O Rivotril acaba virando um grande amigo, responsável por diminuir os momentos de estresse e a pressão social enfrentada por estas pessoas.
 
Mas o que faz com que o remédio tenha se tornado tão popular no Brasil? Afinal, por se tratar de um medicamento com venda controlada, a Anvisa proíbe que sua imagem seja veiculada ou seja alvo de promoções voltadas ao público leigo. Entretanto, essa proibição não vale para os médicos, que são a porta de entrada para este tipo de fármaco. Em Minas Gerais, o assunto estourou no ano passado e deu início a uma investigação do Conselho Regional de Medicina (CRM-MG) e das secretarias municipal e estadual de Saúde. Diversos profissionais que receitam o medicamento estão sendo investigados no estado e, caso seja constatado que houve conduta inapropriada, podem até mesmo ter seus diplomas cassados.
 
Uma reportagem da Superinteressante aponta que o Brasil é o maior consumidor do mundo de clonazepan, o princípio ativo do Rivotril. Mas isso não quer dizer que nosso consumo de benzodiazepínicos seja maior que o de outros países. Pelo contrário: neste quesito, nós ainda nos encontramos na 51ª colocação. Como explicar a diferença? É simples, ao pensarmos que uma caixinha com 30 comprimidos responsáveis pela tranquilidade em drágeas custa menos de R$ 10 nas farmácias.
 
“O sucesso do Rivotril é decorrência do aumento dos casos de transtornos psiquiátricos e do perfil único do nosso produto: ele é seguro, eficaz e muito barato”, conta Carlos Simões, gerente da área de produtos de neurociência e dermatologia da Roche, laboratório responsável pela produção do fármaco, em entrevista à Revista Época. Talvez por isso o remédio tenha figurado no topo do ranking dos medicamentos mais prescritos entre fevereiro de 2013 e fevereiro de 2014.
 
Será que não somos realmente capazes de lidar com nossos problemas de outra maneira e precisamos consumir a felicidade em formato de pílulas? É claro que não se podem ignorar as estatísticas: um em cada três moradores de regiões metropolitanas apresenta distúrbios decorrentes de ansiedade, enquanto cerca de 15% a 27% da população adulta apresenta problemas de sono (Fonte: Veja Rio).
 
O Rivotril pode ser a solução em casos mais extremos, mas um medicamento que apresenta altos índices de dependência e efeitos colaterais que incluem depressão, alucinações, amnésia, tentativas de suicídio e dificuldades para articular a fala, não deveria ser a primeira opção nestes casos. Com a popularização, o remédio hoje é usado como um elixir capaz de curar qualquer problema do dia-a-dia, mas não é o que deveria ocorrer. Quem sabe não aprenderíamos a lidar melhor com nossas próprias angústias caso precisássemos resolvê-las de outras maneiras? Ou isso, ou nos acostumamos a conviver com os efeitos colaterais de uma sociedade incapaz de resolver seus próprios dilemas. É isso, afinal, que queremos?
 

Catapora tem pico sazonal na primavera

Casos aumentam em mais de 650% em relação aos primeiros meses do ano
 
Do início da primavera, em setembro, até a chegada do verão, no mês dezembro, a varicela, popularmente chamada de catapora, tem um pico sazonal que se observa todos os anos. O aumento do número de casos nessa época não tem uma razão específica, mas a incidência da doença cresce de forma relevante.

Desta forma, os pais devem ficar atentos já que a catapora é altamente contagiosa. O infectologista do Hospital Infantil Sabará, Dr. Francisco Ivanildo de Oliveira, alerta para algumas orientações sobre a doença:

Vacinação a partir de um ano: a vacina da catapora faz parte do calendário nacional de imunização e, portanto, está disponível na rede pública para todas as crianças a partir de um ano de idade.

Catapora não é doença “do bem”: assim como outras doenças comuns na infância, a catapora pode evoluir para forma grave mesmo em crianças saudáveis. Por isso, de acordo com médico, aquele velho costume de incentivar o contágio entre irmãos ou outros membros da família, não é uma prática recomendada.

Sintomas
A varicela tem como primeiro sintoma comum a febre. No dia seguinte há o surgimento das primeiras manchas na pele que evoluem para uma mancha elevada e depois para bolhas com líquido. Na fase final da doença, as bolhas começam o processo de cicatrização com uma “crosta” seca. “Um alerta importantíssimo para as famílias é de que o risco de transmissão da catapora só acaba quando todas as lesões de pele estão na fase da crosta”, explica Dr. Francisco.

Tratamento
uma vez diagnosticada, o tratamento da catapora se dá por meio de recomendações médicas que aliviam os sintomas durante o ciclo da doença. Os pais devem seguir as instruções do pediatra e dentre elas está a restrição ao uso do ácido acetilsalicílico (AAS).

Evitar contato
A criança não vacinada que teve contato com outra criança com catapora ou com suspeita da doença, não deve ir à escola, shoppings e parques com objetivo de evitar maior contágio, pois a doença começa a ser transmitida dois dias antes do aparecimento dos primeiros sintomas.
 
Guia da Pharmacia

OMS classifica carne processada como alimento cancerígeno

Reprodução
Carnes processadas – como salsicha, presunto, linguiça, hambúrguer e bacon – foram classificadas como alimentos cancerígenos para seres humanos, conforme divulgado hoje (26) pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
 
Já a carne vermelha, incluindo partes do boi, porco, carneiro, bode e cavalo, foi classificada como alimento de provável risco cancerígeno.
 
A decisão foi tomada pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC, na sigla em inglês) e levou em consideração evidências de que o alto e frequente consumo de carne processada provoca câncer colorretal. “Especialistas concluíram que, para cada porção de 50 gramas desse tipo de carne consumida todos os dias, o risco de câncer colorretal aumenta em 18%”, alertou a agência.
 
As classificações foram definidas com base em mais de 800 estudos que tratam da associação de cerca de 12 tipos de câncer ao consumo de carne vermelha ou de carne processada em países e populações de dietas variadas. As evidências mais fortes, segundo a IARC, vieram de um grupo de estudo conduzido nos últimos 20 anos.
 
Ainda de acordo com a agência, braço da OMS, as descobertas reforçam a orientação do consumo limitado de carne entre humanos, sem deixar de levar em consideração que o alimento tem valores nutricionais.
 
Agência Brasil

Os perigos da Ritalina

Reprodução
Apesar dos efeitos colaterais, o medicamento passou a ser usado indiscriminadamente e para várias finalidades
 
Joanice de Deus
Da Reportagem
 
Usado para o tratamento de crianças com quadros de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, o metilfenidato, princípio ativo do medicamento mais conhecido comercialmente como “Ritalina” e Concerta, passou a ser popular e é procurado com bastante frequência nas farmácias e drogarias de Cuiabá.
 
Apesar dos efeitos colaterais que pode causar, o medicamento passou a ser usado para outras finalidades, como por exemplo, para uma suposta melhoria da concentração durante os estudos, inclusive para realização de concursos públicos.
 
“A Ritalina é mais vendida por ser mais acessível que o Concerta. Mas, ambas são bastante procuradas, mas só é vendida com receita (amarela)”, disse a responsável por uma farmácia, localizada na Avenida Historiador Rubens de Mendonça (CPA), que preferiu não ter o nome divulgado.
 
Em outro estabelecimento farmacêutico, que fica na mesma avenida, a responsável também confirma que a droga ganha cada vez mais adeptos. “Nesta loja não é tão comercializado. Mas, já trabalhei em uma farmácia que fica em um shopping e lá a venda era mais frequente. Acho que é por ficar em uma região de classe mais alta. O remédio é bastante usado por estudantes, porque estimula a memória”, disse, reforçando que a venda só ocorre com a prescrição médica. Ela também preferiu não divulgar o nome.
 
Nas farmácias, a caixa da Ritalina de 10mg, com 30 comprimidos, fica em torno de R$ 32. Já o Concerta 18mg, com a mesma quantidade de comprimidos, sai por R$ 313,50. No início deste mês, o Ministério da Saúde (MS) publicou uma recomendação sobre uso abusivo do medicamento, na qual indica que estados e municípios publiquem protocolos de dispensação (entrada e saída) do medicamento.
 
De acordo com informações da Folha UOL, a medida adotada pelo MS visa a coibir um possível uso abusivo do produto e evitar a "medicação excessiva" de crianças. “Segundo o ministério, a medida ocorre diante da ‘tendência de compreensão de dificuldades de aprendizagem como transtornos biológicos a serem medicados’ e de um ‘aumento intenso’ no consumo do psicotrópico”, informa.
 
Conforme a reportagem da Folha, dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apontam crescimento de 21,5% na venda do metilfenidato em quatro anos – de 2,2 milhões de caixas em 2010 para 2,6 milhões em 2013 (último dado disponível).
 
No entanto, o MS diz que há estimativas "bastante discordantes" sobre a ocorrência de TDAH (Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade) em crianças e adolescentes – de 0,9% a 26,8%. O Brasil é considerado o segundo mercado consumidor da substância no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

Diário de Cuiabá

Por que placebos estão fazendo mais efeito em pesquisas?

Especialistas ficaram intrigados ao descobrir que, nos últimos 25 anos, diferença na eficácia de medicamentos reais e inertes em testes clínicos diminuiu mais nos EUA do que em outros países
 
Antes de novos medicamentos serem colocados à venda, testes clínicos avaliam seu desempenho na comparação com o de remédios inertes conhecidos como placebos.

Mas pesquisas mostram que, nos últimos 25 anos, a diferença de eficácia entre medicamentos reais e falsos diminuiu - mais nos Estados Unidos do que em outros países. Os americanos são mais suscetíveis ao efeito placebo, ou há outra explicação para isso?

O fenômeno em que pacientes se sentem melhor simplesmente porque acreditam que um tratamento os ajudará é conhecido como efeito placebo.

Para testar o efeito placebo, são realizados testes clínicos em que alguns participantes recebem a droga real e outros recebem placebo - normalmente, os participantes não sabem qual remédio estão tomando.

A eficácia do medicamento é determinada pela diferença entre o efeito placebo - o quanto pacientes neste grupo se sentem melhor - do efeito do medicamento. Para que um remédio seja colocado à venda nos EUA, ele precisa superar a performance do placebo por uma margem significativa.

Mas parece que isso está ocorrendo cada vez menos, porque o efeito placebo está aumentando gradualmente. Testes mostram que alguns conhecidos medicamentos para depressão e ansiedade teriam dificuldades em passar em seus testes clínicos se fossem testados novamente em 2015.

Essa tendência virou uma grande dor de cabeça para a indústria farmacêutica. Muitas drogas fracassaram nos testes clínicos finais - medicamentos que, a essa altura, já tinham consumido mais de US$ 1 bilhão em pesquisa e desenvolvimento.

Ninguém sabe por que o efeito placebo está aumentando, mas um novo estudo da revista científica Pain ("Dor") pode ajudar a descobrir respostas.

Ao analisar dados de 80 testes de medicamentos para dor neuropática, os pesquisadores, coordenados por Jeffrey Mogil, da Universidade McGill, em Montreal (Canadá), descobriram que a tendência estava sendo puxada por estudos conduzidos nos EUA - onde se verificou que os participantes pareciam sentir melhoras pelo simples fato de estarem participando desses testes, independentemente de terem tomado o remédio ou o placebo.
 
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No topo da lista das possíveis explicações está o fato de que, ao contrários de alguns outros países, a propaganda de medicamentos dirigida diretamente ao consumidor é permitida nos EUA.

O efeito placebo está ligado à expectativa dos pacientes, e os anúncios podem estar tendo efeitos nas mentes de pacientes tomando remédios, mesmo como parte de um teste clínico.

A hipótese preferida de Mogil, entretanto, não tem relação com propaganda mas com o fato de os testes americanos terem se tornado maiores e durarem mais tempo que os feitos fora dos EUA.
 
Para ele, as farmacêuticas provavelmente esperavam que testes maiores e mais ambiciosos fossem mais eficientes para demonstrar os efeitos reais das drogas, mas pode ter acontecido o contrário.
 
Um teste ambicioso que envolve altos gastos pode gerar toda um série de pequenos fatores que, juntos, acabam dando espaço à crença dos pacientes de que estão participando de um processo benéfico. O mero fato de criar um logotipo para um teste, por exemplo, pode fazer a pessoa se sentir mais otimista.
 
Mogil acredita que empresas americanas costumam contratar mais organizações de pesquisas para realizar o teste. Pode ser que os funcionários que trabalham para essas empresas sejam mais simpáticos que os ocupados pesquisadores que conduzem testes acadêmicos. Só isso já é outro fator que pode fazer as pessoas se sentirem melhor.
 
"Houve uma pressão para reunir dados, para não ter dados faltando", diz John Farrar, um neurologista e epidemiologista da Universidade da Pensilvânia.

"Então presta-se muito mais atenção aos pacientes, há muito mais contato com pacientes para se certificar que preencham os formulários corretamente, e houve um aumento no que é dito sobre a atividade da droga - eles falam mais sobre a ciência por trás dela, como pode funcionar, etc. E tudo isso leva, potencialmente, a grandes expectativas em pacientes."

Mas Farrar acrescenta que os fins lucrativos das empresas de pesquisa podem estar fazendo com que recrutem pessoas que não deveriam estar fazendo testes em princípio. Um médico procurando participantes pode encorajá-los a classificar seus sintomas como mais graves do que eles realmente são para que possam participar do teste.
 
"Também houve um aumento do que chamamos de 'pacientes profissionais' - pacientes que se candidatam a testes clínicos porque descobrem que podem fazer dinheiro com isso", diz Farrar.
 
Em ambos os cenários, após serem aceitos para os testes, os pacientes podem começar a dar relatos mais precisos sobre seus sintomas, que podem ser considerados como respostas positivas a placebos.
 
Farrar defende mudanças no formato dos testes para reduzir o efeito placebo, como mais controle ao recrutar pacientes, ser mais específico sobre critérios de seleção e acrescentar um terceiro grupo aos testes, que tomaria um medicamento já aprovado - se este grupo e o grupo que recebe o novo medicamento não superarem o placebo, os pesquisadores saberiam que o teste é falho.
 
Também há um tentativa de diminuir, por meio de conversas com pacientes, suas expectativas sobre fazer parte de um teste. Qual a melhor forma de fazer isso? "Diremos a verdade a eles", diz Nathaniel Katz, presidente da Analgesic Solutions, uma consultoria que ajuda farmacêuticas a evitar fracassos em testes.
 
Sua empresa também treina funcionários que participam de testes para evitar "linguagem corporal otimista inapropriada", como colocar o braço ao redor do paciente, apertar sua mão ou olhá-los nos olhos. "Isso aumenta as expectativas", diz Katz.
 
Mas ele acrescenta que, se você diminuir muito as expectativas dos pacientes você certamente irá minimizar o efeito placebo, mas você também pode diminuir o efeito do medicamento sendo testado.
 
Isso foi demonstrado em uma experiência no ano passado feita por Ted Kaptchuk na Escola de Medicina de Harvard. Ele deu a pacientes com enxaqueca o remédio Maxalt ou placebo. Mas eles foram divididos em três subgrupos. Os grupos receberam seu envelope com um dos três selos: "Maxalt", "Placebo" ou "Maxalt ou placebo".
 
"Quando dávamos a eles placebo e o envelope dizia Maxalt, a resposta positiva foi muito boa", disse Kaptchuk à BBC. "Quando demos Maxalt e dissemos que era placebo, a resposta foi a mesma, o que significa que, só por mudar as palavras no envelope, podemos fazer o placebo tão eficaz quanto o medicamento."
 
O desafio, na visão de Kaptchuk, é achar uma forma de traduzir o extraordinário poder do placebo na prática diária do dia a dia. Enquanto pesquisadores tentam diminuir as expectativas dos pacientes, médicos fora dos laboratórios deveriam poder tirar proveito dessa fabulosa força da imaginação para ajudar seus pacientes.
 
BBC Brasil / iG

Bebê tem pés queimados ao ser levado de UTI para quarto de hospital

Miguel com os dois pés enfaixados (Foto: Fernanda Aguiar/Arquivo Pessoal)
Foto: Fernanda Aguiar/Arquivo Pessoal
Miguel com os dois pés enfaixados
Criança foi transportada em berço no DF, junto com uma garrafa térmica. Hospital de Brasília informa que instaurou comitê interno para apuração
 
A Polícia Civil do Distrito Federal investiga as circunstâncias em que um bebê de 1 ano sofreu queimaduras de segundo grau nos dois pés dentro do Hospital Brasília, no Lago Sul. Segundo a mãe, a publicitária Fernanda Aguiar, de 34 anos, o incidente aconteceu quando Miguel era transferido da UTI para o quarto, após 18 dias de internação por causa de uma otite. O menino foi levado em pé em um berço junto com uma garrafa térmica, que vazou água quente. O líquido atingiu o menino. A unidade de saúde instalou comitê interno para apurar os fatos.
 
A mãe afirma que uma série de erros aconteceu nos dias em que Miguel esteve internado, desde alimentação errada até má prestação de serviços. "Ele tem alergia à proteína do leite e era sempre oferecido mingau, por exemplo. Eu trazia a mamadeira de casa e não deixavam a gente esterilizar lá. Pedia todos os dias um raio X e nada era feito. Mais tarde, fomos descobrir que ele estava com pneumonia e que a otite tinha se agravado. Só não transferimos ele de lá porque não havia outras vagas."
 
O garoto foi levado para o quarto na última quinta-feira (22). Ele tomaria os últimos antibióticos e seria liberado para tratamento em casa, na véspera da festa de aniversário do 1 ano. Fernanda e o marido, deixaram o garoto aos cuidados da avó materna para poder limpar a casa.
 
"A medicação foi feita e tudo estava correndo como previsto. Às 23h17, a minha mãe me liga, desesperada ao telefone com o nosso menino aos berros, informando que Miguel estava com os pés queimados. Eu fiquei desesperada, só pensava coisas ruins. Quando cheguei até o hospital e vi o jeito que as queimaduras estavam, entrei em choque. Ele estava desfalecido, todo molinho e suado de tanto  chorar", conta Fernanda.
 
Segundo a publicitária, o transporte do paciente dentro do berço é um procedimento do Hospital de Brasília. A medida ocorre porque carregar a criança no colo pode colocá-la em risco de queda. A mãe diz que Miguel foi transportado em pé, com todos os objetos pessoais – mala, sacola de brinquedos e caixa de fraldas – e a garrafa térmica.
 
"O berço virou um caminhão de mudanças. As coisas dele estavam há 14 dias no chão, porque não havia lugar para colocar. A garrafa térmica, que era o único jeito de esterilizar as mamadeiras, estava fervendo. Ela foi trazida da copa por uma funcionária. A enfermeira responsável pela UTI Pediátrica autorizou e acompanhou a transferência nessas condições. Foi uma sessão de terror, erros primários que ocasionaram em queimaduras de 2° grau."
 
Após o episódio, um cirurgião plástico conversou com os pais e fez curativos. Porém, segundo Fernanda, o Hospital Brasília não se pronunciou e nem pediu desculpas pelo erro. Ela registrou um boletim de ocorrência e pretende entrar na Justiça contra a empresa.
 
"Ele [cirurgião] me disse que as queimaduras não afetaram nenhum tecido, nenhuma articulação e que não irá comprometer os movimentos dele. Eu só queria um pedido de desculpas, um telegrama. Eles não entraram em contato comigo para nada", lamentou.
 
Por nota, o Hospital de Brasília informou ao G1 que está prestando todo o atendimento para tornar a recuperação de Miguel mais breve possível. Segundo a empresa, a criança está sendo acompanhada por equipe de cirurgia plástica e permanecerá com estes cuidados até recuperação total.
 
"Sobre o episódio ocorrido no dia 22 de outubro nas dependências do Hospital Brasília, informamos que a criança estava internada para tratamento de uma síndrome infecciosa. No dia da alta da UTI para o apartamento ocorreu um incidente, e desde então o hospital está prestando todo o atendimento. O Hospital Brasília informa que instaurou um comitê interno para apuração dos fatos."
 
A mãe de Miguel diz que a única coisa que resta é rezar para que o filho se recupere rapidamente e possa voltar a andar normalmente, sem problemas físicos. Segundo ela, mantê-lo tranquilo tem sido uma missão difícil. Ela diz que a  criança está assustada, com medo até de pessoas conhecidas e extremamente sensível.
 
"Meu filho está de volta em casa, mas em condições que jamais pensei trazê-lo de um hospital, ainda mais sendo particular e renomado. Olho para ele e não consigo não pensar na dor que sentiu. Fico imaginando como seria bom tê-lo de volta andando e brincando. Tenho fé que suas feridas vão curar e que Deus vai derramar suas bênçãos para que ele não fique com nenhuma cicatriz nem sequela.”

G1