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quarta-feira, 6 de abril de 2016

STF decide que USP pode suspender fornecimento de fosfoetanolamina

Fosfoetanolamina sintética (Foto: Ely Venâncio/EPTV)USP deve distribuir somente estoque já existente da 'pílula do câncer'. Lewandowski citou falta de estudos que provem eficácia da substância

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, determinou que a Universidade de São Paulo (USP) deverá fornecer a fosfoetanolamina somente "enquanto remanescer o estoque" do composto.

Depois disso, o fornecimento poderá ser suspenso tendo como justificativa a ausência de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a falta de estudos publicados sobre os benefícios de sua utilização na cura do câncer, a falta de estudos que atestem sua segurança e o desvio de finalidade da instituição de ensino.

A decisão foi tomada depois de a USP apresentar um pedido ao STF contra uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo que determinou o fornecimento da fosfoetanolamina para pacientes com câncer sob pena de multa.

Infográfico - Fosfoetanolamina sintética (Foto: G1)Em sua decisão, Lewandowski afirmou que "não caberia ao Poder Judiciário respaldar a prática de uma medicina não baseada em evidências". A decisão suspende todas as decisões judiciais proferidas em âmbito nacional que tenham determinado à USP o fornecimento da substância até que elas sejam julgadas em definitivo.

Entenda
A fosfoetanolamina, que ficou conhecida como "pílula do câncer", vinha sendo distribuída pelo Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP havia vários anos de forma irregular, desde que um professor da unidade, Gilberto Orivaldo Chierice, desenvolveu um método de síntese da substância.

O pesquisador trabalhava com a hipótese de que o composto seria capaz de tratar câncer, porém tinha obtido apenas resultados preliminares em modelos experimentais sobre esse possível efeito.

A substância não passou pelos estudos necessários para comprovar sua ação antitumoral e sua segurança para o uso em pacientes, portanto, não é um medicamento.

Quando Chierice se aposentou, o IQSC deixou de fornecer a substância para pacientes, levando diversas famílias a acionarem a justiça para conseguir a pílula. O Tribunal de Justiça de São Paulo, então, determinou que a universidade deveria fornecer a substância sob pena de multa. A USP, por sua vez, recorreu dessa decisão no STF, o que levou à decisão desta terça-feira.

Projeto de lei
Em 22 de março, o Senado aprovou, em votação simbólica, o projeto de lei que que permite a fabricação, distribuição e o uso da fosfoetanolamina sintética.

Pelo projeto aprovado, pacientes com tumor maligno poderão usar a “pílula do câncer”, desde que exista laudo médico que comprove a doença. O paciente ou seu representante legal terá ainda que assinar um termo de consentimento ou responsabilidade. A proposta vai além e também permite a fabricação da fosfoetanolamina sintética mesmo sem registro sanitário.

Diante da decisão, a Anvisa anunciou que iria recomendar à presidente Dilma Rousseff o veto ao projeto de lei. Para a agência, é perigoso distribuir para a população uma substância que não passou pelos testes que comprovem sua segurança.

Estudos
Atualmente, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) coordena, ao lado do Ministério da Saúde, uma iniciativa federal para pesquisar a fosfoetanolamina, anunciada em outubro de 2015. Na ocasião, foi anunciado que o projeto teria um financiamento de R$ 10 milhões por parte do MCTI.

Três laboratórios estão participando dessa etapa inicial do estudo: o Centro de Inovação e Ensaios Pré-clínicos (CIEnP), em Santa Catarina, o Laboratório de Avaliação e Spintese de Substâncias Bioativas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASSBio-UFRJ) e o Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos da Universidade Federal do Ceará (NPDM/UFC).

Resultados iniciais, divulgados em março, apontam que as cápsulas têm uma concentração de fosfoetanolamina menor do que era esperado e que somente um dos componentes da cápsula -- a monoetanolamina --- apresentou atividade citotóxica e antiproliferativa, ou seja, capacidade de destruir células tumorais e inibir seu crescimento.

Está em curso ainda uma outra iniciativa para pesquisar a substância, esta financiada pelo governo do estado de São Paulo e coordenada Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp).

Foto: Ely Venancio/EPTV

G1

USP cria sistema que usa matemática para detectar casos de esquizofrenia

Software elaborado em São Carlos (SP) compara diferenças entre cérebros. Laudo afirma com 80% de chances se há tendência ou não para a doença

Programa analisa cérebros e dá diagnóstico com 80% de acerto (Foto: Paulo Chiari/EPTV)
Programa analisa cérebros e dá diagnóstico com 80% de acerto, diz USP (Foto: Paulo Chiari/EPTV)

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos desenvolveram um software que identifica as diferenças entre cérebros de quem tem ou não esquizofrenia. Usando cálculos matemáticos, o computador afirma com 80% de chances se há tendência de ter ou não a doença.

Segundo a pesquisa do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), o programa interpreta exames de ressonância magnética, calcula a distância entre várias partes do cérebro e compara características de um órgão saudável com outro doente.

Sistema
De acordo com o pesquisador Francisco Rodrigues, o objetivo principal da pesquisa, iniciada em 2012, era desenvolver um modelo matemático computacional que permitisse fazer o diagnóstico sem qualquer tipo de experimento invasivo. Ele explicou que, quando a pessoa tem a doença, o cérebro é menos organizado em determinadas regiões do que o de uma pessoa que não tem a esquizofrenia.

Os códigos matemáticos podem ajudar no diagnóstico precoce. “Se você pega um jovem ou uma criança que ainda não manifestou a doença e faz esse mapeamento, o programa vai falar qual é a chance dessa pessoa desenvolver ou não. Com isso, pode-se fazer um monitoramento e, se a pessoa tem uma tendência, pode-se acompanhar e aí talvez usar algum tipo de medicação para evitar que a doença evolua”, disse o pesquisador.

A doença
A esquizofrenia é um transtorno mental complexo que dificulta a distinção entre as experiências reais e imaginárias, interfere no pensamento lógico e tem causas ainda desconhecidas.

“São frequentes alucinações olfativas, visuais, auditivas, a sensação de estar sendo perseguido. Rituais paranoides em que a pessoa tem a sensação de que existe algum plano contra ela. Perda do controle de suas ações e geralmente culmina sempre com a necessidade muito grande de atender as demandas sociais”, explicou o neurologista Francisco Márcio de Carvalho.

A doença atinge mais de 1,5 milhão de brasileiros. São cinquenta mil novos casos por ano no país e um dos desafios é o diagnóstico mais preciso. “O diagnóstico é essencialmente clínico. Não há um exame que faça a confirmação de certeza. O diagnóstico pode ser difícil, principalmente em caso em que tenha uma tendência do paciente a omitir o seu sofrimento e, algumas vezes, um isolamento social que afasta ele das pessoas e dos familiares”, avaliou o especialista.

Recuperação
O aposentado José Eduardo Rodrigues Júnior hoje cuida das plantas e dos cães em casa, mas não imaginava que um dia pudesse fazer isso. Quando era criança, ele ouvia vozes, tinha dificuldades para estudar e era agressivo. Deu muito trabalho em casa e na escola. Só muitos anos depois, já adulto, que teve o diagnóstico correto: esquizofrenia. Passou a tomar os remédios, voltou a estudar, casou-se e fez amigos. “Eu consegui concluir o segundo grau e me dar melhor com as pessoas”, contou.

Rodrigues disse acreditar que, se tivesse sido diagnosticado com a doença mais cedo, teria sofrido bem menos. “Eu teria emprego, seria mais calmo, teria mais amigos e seria mais feliz”, completou.

G1

OMS: Número de adultos diabéticos se multiplicou por quatro em 35 anos

Doença afetava 422 milhões no planeta em 2014, diz OMS. Houve aumento dos fatores de risco, como o sobrepeso e a obesidade

Aumento dos fatores de risco, como o sobrepeso e a obesidade, fez com que o número de adultos diabéticos quadruplicasse desde 1980 (Foto: David Gray/Reuters)
Aumento dos fatores de risco, como sobrepeso e obesidade, fez com que o número de adultos diabéticos quadruplicasse desde 1980 (Foto: David Gray/Reuters)

O número de adultos que sofrem de diabetes quadruplicou desde 1980 e o problema afetava 422 milhões no planeta em 2014, devido sobretudo à obesidade, afirma o primeiro relatório global da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a enfermidade crônica.

Em escala mundial, a OMS calcula que 422 milhões de adultos sofriam diabetes em 2014, contra 108 milhões em 1980.

A situação foi provocada sobretudo pelo aumento dos fatores de risco, como o sobrepeso e a obesidade

Como evitar
Se você tem excesso de peso ou cintura muito larga, pode evitar ou atrasar a diabetes tipo 2 mantendo uma dieta saudável e sendo mais ativo fisicamente. Estima-se que cada quilo a mais aumente o risco da doença em 16%.

Não foi comprovado que algum método de perda de peso específico seja mais efetivo do que os outros.

Recomenda-se uma dieta rica em vegetais, que tenha poucas calorias e muitas vitaminas e minerais, temperados com gorduras saudáveis como azeite de oliva, acompanhados de nozes, castanhas e peixes.

As proteínas também são importantes. Entre as boas fontes estão carne sem gordura e não-processada, lentilhas, iogurte grego, ovos, grãos e, novamente, as nozes, castanhas e peixes.

E frutas: ainda que as tropicais tenham muito açúcar, isso não quer dizer que precisam ser banidas.

Fazer exercício é essencial para ter uma boa saúde, mas lembre-se de que atividades comuns contam: caminhar, limpar a casa, brincar com as crianças - qualquer coisa que faça você se movimentar ajuda a controlar seu peso e pode reduzir o nível de açúcar no sangue, pois contribui para que o corpo use insulina mais efetivamente.

Beber água
Com frequência se confunde sede com fome e, por isso, é aconselhável se manter hidratado se você está comendo bem.

A melhor bebida é a água, que não tem calorias e não há nenhuma dúvida de que faz bem. Outras bebidas costumam ter muito açúcar ou contêm cafeína e aditivos.

Refrigerantes, bebidas energéticas e cafés com muito leite são particularmente ruins.

Considere as bebidas adoçadas com substâncias artificiais como um luxo que você se dá às vezes, pois há provas de que elas aumentam nosso desejo de consumir alimentos doces.

Se você não gosta de água, acrescente ingredientes como frutas cítricas, gengibre ou hortelã. Ou tome chá de ervas.

A quantidade de água que você precisa varia, mas a urina clara é bom sinal de que você está bebendo o suficiente.

Quanto é muito?
Em nosso mundo de porções extragrandes, é difícil saber qual o tamanho de uma porção sensata.

Não apenas o tamanho das porções cresceu nos últimos anos, mas também o dos pratos. A fórmula é simples: pratos menores = porções menores.

É mais fácil conseguir uma porção ideal em um prato menor, e muitos de nós enchemos os pratos sem nos importar com seu tamanho.

Use sua mão como guia
Sua mão é um ótimo medidor para o tamanho da porção ideal. Uma porção de proteína deve ser mais ou menos do tamanho da palma da sua mão; uma de cereal ou massa, do tamanho do punho; manteiga e azeites devem caber na ponta de seu dedo.

Congele o que sobrar
Cozinhar grandes quantidades é bom para economizar tempo, mas vira um problema se você não resiste e acaba repetindo.

Guarde as sobras imediatamente para deixá-las prontas para as próximas refeições. Se estiverem congeladas, e não na geladeira, é menos provável que você belisque.

Dieta rígida e reversão
Novos estudos mostraram que os níveis de açúcar no sangue de pessoas que sofrem de diabetes tipo 2 podem se normalizar quando elas adotam uma dieta muito baixa em calorias durante oito semanas.

Os investigadores selecionaram indivíduos altamente motivados, que tinham mais possibilidade de seguir a dieta, e os mantiveram sob rígida supervisão médica.

O estudo indica que uma perda de peso significativa reduz a quantidade de gordura presente no fígado e no pâncreas.

Isso, por sua vez, causou um funcionamento melhor da insulina e o retorno a níveis normais de açúcar no sangue.

Os resultados foram menos animadores no caso de participantes que haviam tido diabetes tipo 2 durante mais de quatro anos.

Ainda que a pesquisa seja promissora, ainda é preciso obter mais detalhes. Além disso, a perda de peso tem que se manter para que os benefícios continuem.

Isso é difícil - e muita gente tem dificuldade em seguir dietas restritivas.

Por isso, uma mudança no estilo de vida que inclua exercícios e rotina pode ser preferível e mais fácil de manter.

Tentar uma dieta rígida sem assistência médica pode ser perigoso. Por isso, é importante consultar um médico antes de começar uma dieta.

G1