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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

América é a primeira zona livre de sarampo endêmico, diz Opas

Campanhas contra a doença ocorrem há 22 anos no continente. Doença chegou a matar meio milhão de crianças

Sesau realiza campanha de vacinação contra o Sarampo no estado  (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Vacina contra doença é distribuída no Brasil (Foto: Reprodução/TV Gazeta)

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) declarou nesta terça-feira (27) que a região da América é uma zona livre de sarampo endêmico, a primeira em todo o mundo, ao final de uma batalha que se estendeu durante 22 anos.

O governo do Brasil recebeu da Opas o certificado da eliminação da doença. O último caso relatado no país ocorreu no Ceará, em julho de 2015. Os últimos registros autóctones de sarampo ocorreram no ano 2000 e, desde então, todos os casos confirmados no Brasil foram importados.

"Esta data marca um momento histórico. Adeus ao sarampo na região americana!", comemorou Carissa Etienne, presidente da organização, em entrevista à AFP.

Trata-se, disse Etienne à agência, de "uma das doenças mais infecciosas conhecidas na humanidade e uma das principais mortais entre as doenças que são prevenidas com vacinas".

Há 25 anos, recordou a especialista, o sarampo "matava mais de meio milhão de crianças por ano, mundialmente. Por isso, é verdadeiramente um momento histórico".

A decisão da região de inciar os esforços para erradicar o sarampo data de 1994, recordou Etienne. "É uma façanha notável que não teria sido possível sem o compromisso dos países da região". Margaret Chan, diretora da Organização Mundial da Saúde (OMS), parabenizou os países da região pelo esforço que permitiu a erradicação da doença. "A transmissão endêmica do sarampo foi eliminada da região!", disse diante do Conselho Diretor da Opas.

As próximas metas
Merceline Dahl-Regis, presidente do Comitê Internacional de Especialistas que fez a verificação do processo, relatou que desde 2007 os especialistas compilavam dados sobre os resultados do esforço continental.

"Em 2007 começou o processo de documentação da eliminação do sarampo, da rubéola e da rubéola congênita. Agora temos que nos concentrar na eliminação mundial do sarampo", expressou Dahl-Regis.

Com relação ao futuro, os especialistas da Opas concordaram em assinalar que a prioridade é manter as estruturas de atenção à saúde para impedir que doenças erradicadas voltem a aparecer na população.

O subdiretor da Opas, Francisco Becerra, expressou sua esperança de que a região possa se ver livre do tétano neonatal em um curto prazo.

"Temos que verificar a situação no Haiti, e é possível que no final deste ano possamos considerar que a região erradicou o tétano neonatal", disse o especialista mexicano.

Em um prazo maior, acrescentou, os países da região estão fazendo um enorme esforço coletivo para erradicar a hepatite tipo B, e esperam ver resultados positivos nos próximos anos.

Esforço de duas décadas
O último caso de sarampo endêmico na América Latina foi notificado em 2002, ainda que nos anos seguintes tenham sido verificados casos importados, como ocorreu na Califórnia em 2015.

Trata-se da quinta doença que pode ser prevenida com vacina a ser eliminada da América, sendo que a última foi a rubéola congênita, em 2015. Antes, haviam erradicado a varíola (1971), a polio (1994) e a rubéola endêmica (também em 2015).

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, especialmente entre as crianças, que dá irritações na pele. Algumas complicações podem resultar em casos fatais de infecções pulmonares e graves problemas cerebrais.

A vacina contra o sarampo está disponível desde 1963, mas diversas regiões do mundo não conseguiram até agora obter sucesso na erradicação.

De acordo com a Opas, entre 1971 e 1979 cerca de 101.800 pessoas morreram na América por causa do sarampo.

Um estudo sobre a efetividade da eliminação do sarampo na América Latina e no Caribe considerou que, com a vacinação, 3,2 milhões de casos de sarampo e 16.000 mortes terão sido prevenidos na região entre 2000 e 2020.

G1