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quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Perguntas e respostas sobre a Febre Amarela

febreamarelaO Ministério da Saúde recomenda que as pessoas que residem ou viajam para regiões silvestres, rurais ou de mata dos municípios que compõem a Área com Recomendação de Vacinação, se vacinem contra a febre amarela. A vacina é ofertada no Calendário Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e é enviada, mensalmente, para todo o país

Para saber mais sobre a Febre amarela, confira as informações.

O que é a febre amarela?
É uma doença infecciosa febril aguda, causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes), que pode levar à morte em cerca de uma semana, se não for tratada rapidamente.

Os casos de Febre Amarela (FA) no Brasil são classificados como febre amarela silvestre ou febre amarela urbana, sendo que o vírus transmitido é o mesmo, assim como a doença que se manifesta nos dois casos, a diferença entre elas é o mosquito vetor envolvido na transmissão.

Na FA silvestre, os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes transmitem o vírus e os macacos são os principais hospedeiros; nessa situação, os casos humanos ocorrem quando uma pessoa não vacinada adentra uma área silvestre e é picada por mosquito contaminado. Na FA urbana o vírus é transmitido pelos mosquitos Aedes aegyptii ao homem, mas esta não é registrada no Brasil desde 1942.

Na imagem, é possível entender melhor como funciona o ciclo de transmissão do vírus da Febre Amarela:

febreamarela

Qualquer pessoa está em risco de contrair febre amarela silvestre?
Sim. Qualquer pessoa sem ter sido vacinada que viva ou visite áreas onde há transmissão da doença, pode ter Febre Amarela, independentemente da idade ou sexo.

A febre amarela é contagiosa?
A doença não é contagiosa, ou seja, não há transmissão de pessoa a pessoa. É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus da febre amarela

Quais os sintomas da Febre Amarela?
Os sintomas iniciais incluem febre de início súbito calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Cerca de 20-50% das pessoas que desenvolvem doença grave podem morrer.

Vale chamar atenção para um detalhe: A Febre Amarela pode levar à morte em cerca de uma semana, se não for tratada rapidamente.

Como se manifesta a Febre Amarela?
O período em que o vírus irá se manifestar no homem varia de 3 a 6 dias, após a picada do mosquito infectado, podendo se estender até 15 dias. A maioria das pessoas apresenta melhora após os sintomas iniciais, no entanto cerca de 15% apresentam apenas um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença.

Esse homem doente pode servir como fonte de infecção para outros mosquitos transmissores durante no máximo 7 dias (entre 24 a 48 horas antes do aparecimento dos sintomas até 3 a 5 dias após).

Nos casos que evoluem para a cura, a infecção confere imunidade duradoura. Isso quer dizer que você só pode ter febre amarela uma vez na vida.

O que você deve fazer se apresentar os sintomas?
Depois de identificar alguns dos sintomas, procure um médico na unidade de saúde mais próxima e informe sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas e se você observou mortandade de macacos próximo aos lugares que você visitou. Informe, ainda, se você tomou a vacina contra a febre amarela, e a data.

Como a febre amarela é tratada?
Não há nenhum tratamento específico contra a doença. O médico deve tratar os sintomas, como as dores no corpo e cabeça, com analgésicos e antitérmicos. Salicilatos devem ser evitados (AAS e Aspirina), já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas. O médico deve estar alerta para quaisquer indicações de um agravamento do quadro clínico.

Importante: Somente um médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente a doença.

Como a doença pode ser evitada?
A única forma de evitar a Febre Amarela é através da vacinação. A vacina está disponível gratuitamente durante todo o ano, nas 36 mil salas de vacinação, distribuídas no País

Confira as indicações:

- Crianças de 6 meses a 9 meses de idade incompletos: A vacina só está indicada em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem inadiável para área de risco de contrair a doença.

- Crianças de 9 meses até antes de completar 5 anos (4 anos 11 meses e 29 dias de idade): Nessa idade, a vacina está disponível para todas as crianças brasileiras. A primeira dose deve ser administrada aos 9 meses e o reforço, aos 4 anos de idade. Se a criança não foi vacinada aos 9 meses exatos, deve tomar a vacina e o reforço, com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.

- Pessoas que receberam uma dose única da vacina antes de completar 5 anos de idade: Devem tomar o reforço, ainda que sejam adultos, com intervalo mínimo de 30 dias.

- Pessoas a partir de 5 anos de idade, que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação: Devem tomar a primeira dose da vacina e, 10 anos depois, o reforço.

- Pessoas a partir dos 5 anos de idade que receberam 2 doses da vacina: Não precisam tomar nenhuma dose. Já estão vacinados.

- Pessoas com 60 anos e mais, que nunca foram vacinadas ou sem comprovante de vacinação: O médico será responsável avaliar o benefício e o risco da vacinação, levando em conta o risco da doença e o risco de eventos adversos nessa faixa etária.

- Gestantes, independentemente do estado vacinal: A vacinação não é indicada! Na impossibilidade de adiar a vacinação, como em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco de contrair a doença, o médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação.

- Mulheres que estejam amamentando crianças com até 6 meses de idade, independentemente do estado vacinal: A vacinação não está indicada, devendo ser adiada até a criança completar 6 meses de idade. Na impossibilidade de adiar a vacinação, como em situações de emergência epidemiológica, vigência de surtos, epidemias ou viagem para área de risco de contrair a doença, o médico deverá avaliar o benefício e o risco da vacinação. Em caso de mulheres que estejam amamentando e receberam a vacina inadvertidamente, o aleitamento materno deve ser suspenso preferencialmente por 28 dias após a vacinação (com um mínimo de 15 dias).

- Viajantes Viagens internacionais: seguir as recomendações do Regulamento Sanitário Internacional (RSI).

Viagens para áreas com recomendação de vacina no Brasil: vacinar, pelo menos 10 dias antes da viagem, no caso de primeira vacinação. O prazo de 10 dias não se aplica no caso de revacinação

Que lugares são classificados como áreas de risco?
Locais que têm matas e rios onde o vírus e seus hospedeiros e vetores ocorrem naturalmente são identificadas como áreas de risco. No Brasil, no entanto, a vacinação é recomendada para as pessoas a partir de 9 meses de idade (ver “Orientações para vacinação”) que residem ou se deslocam para os municípios que compõem a Área Com Recomendação de Vacina, conforme o mapa abaixo.

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Fonte SVS/MS

Para mais informações sobre a Febre Amarela, consulte a página do Ministério da Saúde.

Gabi Kopko, para o Blog da Saúde

Doença de Crohn: pacientes contam com novo medicamento oferecido pelo SUS


Os pacientes que tratam a Doença de Crohn pelo Sistema Único de Saúde (SUS) vão contar agora com um novo medicamento: o Certolizumabe Pegol

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Ele vai compor a lista do Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas para esta enfermidade com outros sete fármacos já oferecidos na rede pública de saúde. Além do recém-incorporado Certolizumabe Pegol, o tratamento é feito com ciclosporina, azatriopina, metotrexato, sulfasalazina, mesalazina, infliximabe e adalimumabe. Toda esta lista é indispensável para quem convive com a doença, que é inflamatória, crônica e afeta o intestino dos pacientes.

Com a incorporação do novo medicamento, o Ministério da Saúde quer garantir melhor qualidade de vida a quem sofre com o nível moderado a grave desta patologia. A doença não escolhe público específico e pode ser diagnosticada em qualquer pessoa, com qualquer idade.

A Doença de Crohn acomete os intestinos delgado e grosso. “Ela pode comprometer todo o trato digestivo, desde a boca até o ânus. A origem dela é multifacetada. Isso quer dizer que pode ser de caráter infeccioso, de caráter inflamatório, de caráter hereditário, de caráter social”, detalha o gastroenterologista, Francisco Machado, do Hospital das Forças Armadas de Brasília. O diagnóstico é feito por meio de exames endoscópicos.

Fraqueza, alterações no ritmo abdominal e intestinal (que causam anemia, diarreia e perda de peso) são os principais sintomas. “Além de sinais como evacuações dolorosas e sanguinolentas”, completa o gastroenterologista. E os medicamentos usados no tratamento servem justamente para controlar esses sintomas e evitar que outros órgãos sejam comprometidos. Em casos mais graves, além do tratamento com remédios, os médicos recorrem às cirurgias.

Certolizumabe Pegol
É importante lembrar que a incorporação do Certolizumabe Pegol no tratamento da Doença de Crohn passou pela avaliação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS. Para tal decisão, a Conitec se baseou em evidências científicas de eficácia, efetividade e segurança da tecnologia proposta. A Comissão também analisou a relevância e o impacto da nova incorporação ao SUS.

“Os medicamentos são de suma importância para os pacientes, especialmente porque a doença, infelizmente, não tem cura. Portanto, o medicamento é importante porque ajuda no tratamento e provoca a melhora da situação do paciente, que muitas vezes precisa até de um tratamento psicológico”, destaca Francisco Machado.


Erika Braz, para o Blog da Saúde