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terça-feira, 7 de março de 2017

Futuro da medicina? Pílula inteligente libera remédio quando acha doença

Muitas vezes tomamos remédios desconfiados se precisamos mesmo deles, ou sem saber se foram ingeridos na dose correta


Imagine se deixássemos para os próprios comprimidos que adentram o nosso corpo e combatem as doenças na linha de frente a tarefa de avaliar quando e como agir.

Pesquisadores da Universidade de Eindhoven, na Holanda, criaram justamente isso: uma pílula inteligente, que libera sua carga química de acordo com o estado de saúde que encontra.

A equipe liderada pelo bioquímico Maarten Merkx conseguiu desenvolver um mecanismo que utiliza o DNA como um computador orgânico de bordo.

Assim, a pílula pode coletar dados, como a quantidade de anticorpos presentes do organismo, e "calcular" a dose necessária que deve liberar. O número de anticorpos, defesas naturais contra vírus invasores, sinalizaria o quanto precisamos de reforços. O estudo foi publicado na revista Nature Communications.

A pílula inteligente funcionou apenas em tubos de ensaio, e ainda não pode ser aplicada no combate de doenças reais. Mas o estudo abre portas para tratamentos muito mais precisos e rápidos, dispensando exames de sangue que comprovam a doença e livrando pacientes de certo grau de "achismo" dos médicos, que nos prescrevem medicamentos de acordo com os relatos e sintomas aparentes que apresentamos.

Além disso, as doses específicas liberadas reduziriam o risco de efeitos colaterais.

Computador que processa DNA
No experimento realizado em laboratório pela equipe de Maarten Merkx, uma parte de uma hélice de uma molécula de DNA conectou-se com parte semelhante de outra molécula de DNA - um processo chamado de hibridação DNA-DNA. Assim, uma nova molécula de DNA pode ser criada. "Com as sequências corretas, começam a ocorrer uma série de reações", diz Merkx.

Ele explica que é possível programar a pílula de forma que as combinações ocorram somente na presença de um anticorpo. Para os pesquisadores, com isso ocorrendo dentro do corpo, a pílula captaria sinais da doença que deve combater. A própria combinação de DNA funcionaria como chave para liberação de doses de medicamento.

A pílula inteligente poderia ser utilizada no combate ao vírus da gripe e do HIV, por exemplo, fornecendo anticorpos contra os invasores causadores das doenças assim que começasse a infecção --sem necessidade de diagnóstico.

Uol