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segunda-feira, 29 de maio de 2017

Profissão de auxiliar de farmácia poderá ser regulamentada

Proposta foi aprovada em Comissão
A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou a proposta que regulamenta o exercício da profissão de auxiliar de farmácias e drogarias.

O profissional poderá exercer a atividade se tiver nível médio completo e curso profissionalizante. Será exigido registro na Carteira de Trabalho que comprove o ofício.

O texto aprovado é um substitutivo do deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) ao Projeto de Lei 668/11, do ex-deputado Policarpo e a outra proposta apensada (3360/12). “A aprovação se justifica pelo mais alto interesse público, uma vez que ampliará a qualidade e segurança dos serviços oferecidos à sociedade”, diz Almeida.

A proposta retirou o detalhamento das atribuições do auxiliar, previstas no texto original, como a organização do ambiente de trabalho e o zelo pela ética profissional e comercial na venda de produtos prescritos por profissionais de saúde.

Uma das respostas do auxiliar será orientar o consumidor sobre fórmulas, bulas, prescrição medicamentosa, indicação e contraindicação de tipos de fármacos, nomes de laboratórios, distribuição, controle e conservação de medicamentos e de outros produtos correlatos.

Foi retirada a previsão de os órgãos de saúde firmarem convênios com as entidades de classes de auxiliares de farmácias e drogarias para participação desses profissionais em campanhas educacionais de saúde e de vacinação.

O projeto, que tramita em caráter conclusivo, ainda será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Agência Câmara/Guia da Farmácia

Cientistas criam ovário 3D que recupera a fertilidade de ratas e pode ser esperança para mulheres

Bioprótese faz com que ratas inférteis ovulem e procriem. Segundo pesquisadores norte-americanos, o procedimento poderá beneficiar mulheres que perderam a capacidade de engravidar após tratamentos contra cânceres

Um ovário impresso em 3D e com baixo risco de rejeição surge como solução promissora para mulheres que sofrem com a infertilidade. A solução foi criada por pesquisadores dos Estados Unidos e testada em ratas inférteis. Depois de submetidas ao implante, as cobaias tiveram filhotes saudáveis. Os autores da pesquisa, publicada na última edição da revista Nature Communications, ressaltam que o novo dispositivo precisa de mais testes, mas a equipe está otimista com os resultados obtidos até agora e aposta que mulheres que sonham com a maternidade poderão ser beneficiadas pela técnica.

O objetivo inicial era criar uma réplica de ovário que fosse completamente funcional e aceita sem riscos pelo corpo feminino. Os cientistas utilizaram como matéria-prima o hidrogel biológico, substância gerada a partir da quebra do colágeno, com uso seguro em humanos. Os pesquisadores explicam que o material também se destaca por ser rígido o suficiente para ser manipulado durante a cirurgia de implante e pela porosidade, propriedade necessária para que a prótese possa interagir naturalmente com os tecidos do paciente.

“A maioria dos hidrogéis é muito fraca, uma vez que são compostos principalmente por água. Mas nós encontramos uma temperatura que permite que o material tenha sustentação, levando à construção de camadas múltiplas”, explica, em comunicado à imprensa, Ramille Shah, pesquisadora da Universidade de North-western, nos Estados Unidos, e participante do estudo. A peça impressa é uma espécie de empilhamento de pequenas placas quadradas de hidrogel biológico.

No experimento, ratas tiveram os ovários retirados e receberam o implante de ovário bioprotético. Como resultado, as cobaias voltaram a ovular, concluíram a gestação e tiveram filhotes saudáveis. Os cientistas explicam que o sucesso do procedimento se deu graças à forma com que a estrutura foi construída, o que permitiu uma ligação direta com folículos ovarianos — células que ajudam na produção de hormônios e são responsáveis pela formação do óvulo.

Design facilitador
Os investigadores também perceberam que o design do ovário garantiu espaço suficiente para que vasos sanguíneos se formassem dentro do implante, o que fez com que os hormônios circulassem na corrente sanguínea das cobaias, desencadeando a lactação após o parto. “Este é o primeiro estudo que demonstra que a arquitetura do produto faz a diferença na sobrevivência do folículo. Não seríamos capazes de fazer isso se não tivéssemos usado uma plataforma de impressoras 3D”, ressalta a autora Shah.

Cientista e diretora do Instituto de Pesquisa em Saúde Feminina de Feinberg, nos Estados Unidos, Teresa K. Woodruff antecipa a aplicação do dispositivo. “A pesquisa mostra que o ovário bioprotético tem função duradoura. Usando a bioengenharia, conseguimos criar a estrutura de um órgão, fazer ele funcionar e restaurar a saúde do tecido ovariano”, diz. Para a equipe, mulheres submetidas a tratamentos contra câncer e que se tornaram inférteis poderão ser as maiores beneficiadas do procedimento.

Genevieve Coelho, ginecologista especialista em reprodução humana e diretora da clínica IVI Salvador, na Bahia, também acredita que a técnica ajudará pacientes oncológicas. “Aquelas que enfrentaram o câncer muitas vezes têm a necessidade de retirar os ovários. Há também as mulheres que nascem sem eles, nesses casos, a réplica seria uma boa opção.” Para outros casos de infertilidade, Coelho conta que uma técnica em teste tem surtido resultados positivos. “O grupo de pesquisa do qual participo injetou células-tronco diretamente na artéria ovariana, recuperando, assim, a ovulação, sem a necessidade de uma réplica do órgão”, detalha.

Coelho também destaca que, apesar de interessante, o uso de uma cópia ovariana está longe de se tornar realidade. “É um projeto que pode render resultados, mas daqui a 20 anos, provavelmente. Hoje, a maioria dos trabalhos tem buscado maneiras de rejuvenescer os ovários, uma forma de fazer com que os óvulos possam ser renovados quando a mulher chega à menopausa, depois da idade reprodutiva”, explica.

As autoras do estudo trabalham, agora, para criar um órgão que possa ser usado em qualquer idade da vida. “A finalidade dessa réplica é recapitular como um ovário funcionaria. Estamos pensando em uma opção que possa reproduzir cada estágio da vida da mulher, a puberdade, a idade adulta e até a menopausa natural”, detalha Monica Laronda, coautora do trabalho e professora assistente no Instituto de Pesquisa Infantil Stanley Manne.

Técnicas promissoras
Liderado por especialistas do Instituto Valenciano de Infertilidade (IVI) e do Hospital La Fe de Valência, ambos na Espanha, um grupo internacional de cientistas conseguiu fazer com que quatro mulheres engravidassem de forma natural após submetidas à técnica de aplicação de células-tronco na artéria ovariana. Outro procedimento em que a equipe trabalha é a fragmentação do tecido ovariano, na qual uma amostra desse tecido é retirada por meio da laparoscopia, fragmentada e, depois, devolvida ao local de origem, com o objetivo de ativar os óvulos adormecidos.

Estatina reduz risco de infarto, derrame e insuficiência cardíaca

Um novo estudo mostrou que pessoas que tomam estatinas são menos propensas a terem corações anormalmente grandes

Um novo estudo acaba de comprovar mais um benefício das estatinas para a saúde cardíaca. Além de ter o colesterol controlado, pessoas que tomam estatinas têm menor probabilidade de terem o músculo do coração espesso, condição conhecida como hipertrofia ventricular esquerda, que aumenta o risco de infarto, insuficiência cardíaca e derrame no futuro.

Menor volume e espessura
No estudo, apresentado durante o EuroCMR 2017, conferência sobre exames de imagem cardíaca realizada em Praga, na República Tcheca, pesquisadores da Universidade de Londres analisaram, por meio de exames de ressonância magnética, o coração de 4.622 pessoas na Inglaterra, das quais 17% tomavam estatinas. Os resultados mostraram que, em comparação com quem não fazia tratamento com o medicamento, aqueles que faziam tinham câmaras ventriculares esquerdas com uma porcentagem de massa muscular 2,4% menor. Seu volume de massa ventricular esquerda e direita também eram menores.

Mas, na prática, o que isso significa? De acordo com Nay Aung, autor do estudo, essas características correspondem a uma redução no risco de desfechos adversos associados a um coração grande e espesso, como infarto, insuficiência cardíaca e derrame, em pacientes que, teoricamente já estavam em risco mais alto de desenvolver problemas cardíacos, em comparação com aquelas que não usam o medicamento. Os resultados foram confirmados mesmo após os cientistas contabilizaram outros fatores que podem afetar o coração, como etnia, gênero, idade e índice de massa corporal (IMC)

Possível explicação
Segundo informações do jornal britânico The Guardian, outros benefícios já comprovados das estatinas incluem melhoria da função dos vasos sanguíneos, redução da inflamação e estabilização dos depósitos de gordura nas paredes das artérias. Embora o estudo atual não tenha analisado o porquê desse efeito benéfico das estatinas na estrutura e função cardíaca, pesquisas anteriores já haviam mostrado que o medicamento reduz o stress oxidativo e a produção de fatores de crescimento, químicos naturais que estimulam o crescimento celular. Essas características podem ter influência em seu efeito sobre a estrutura cardíaca. As estatinas também ajudam a dilatar as veias sanguíneas, levando a uma melhora no fluxo e redução do stress do coração.

Medicina personalizada
Apesar dos resultados, Aung ressaltou que isso não significa que todas as pessoas acima dos 40 anos devem tomar estatinas.”As recomendações sobre quem deve ou não tomar estatinas são claras. Há um debate sobre se deveríamos reduzir o ‘corte’ e, o que nós descobrimos é que para pacienteis que já estão tomando o medicamento, existem efeitos benéficos que vão além da redução do colesterol, e isso é bom. Mas, em vez de liberar a prescrição, precisamos identificar as pessoas que mais se beneficiaram desse tratamento, algo conhecido como medicina personalizada“, finalizou.

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