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segunda-feira, 12 de junho de 2017

Sem informação ou tratamento, grávidas transmitem sífilis a bebês

Doença, quando não mata a criança, pode causar uma série de distúrbios com variados graus de gravidade 

Jennifer costuma chorar alto. Faz pouco tempo, conta a mãe, descobriram que ela não ouve bem. Não escuta o próprio choro direito, conta a mãe, Ana Carolina Cerqueira. Jennifer, de 1 ano e 4 meses, chora como se ninguém a ouvisse. Trata também de uma doença tão antiga quanto a Humanidade e para a qual a sociedade parece surda. Ela e a mãe enfrentam a sífilis, uma das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) mais conhecidas do mundo, e que está em curva ascendente no Brasil desde 2015. O Rio é o estado mais atingido.

A maior preocupação é a sífilis congênita, transmitida da mãe para o feto em gestação. Quando não mata o bebê, pode causar uma série de distúrbios, em variados graus de gravidade — de anemia e problemas na fala e na motricidade a retardo mental severo. O bebê pode nascer ou não com sintomas. 

A maioria nasce sem sintomas e por volta da sexta semana de vida apresenta distúrbios, que podem ser graves — explica Márcia Galdino, chefe do setor de infectologia pediátrica do Hospital Federal dos Servidores do Estado e pediatra infectologista do Hospital Geral de Nova Iguaçu, mais conhecido como Hospital da Posse, referência para o atendimento de sífilis congênita na Baixada Fluminense.

Jennifer tem um irmão mais velho, Daniel, de 3 anos. Ele tem problemas nos ossos, não se equilibra direito e sofre com restrições alimentares graves — não pode comer quase nada sem passar mal. Daniel foi tratado da infecção, mas sofre com as sequelas que o levam todos os meses ao hospital.
— Nunca tinha ouvido falar de sífilis. Durante a gravidez do Daniel, achei que estava tudo normal. Quando ele nasceu, o teste mostrou que tinha sífilis congênita. Nem sabia o que era isso. Eu não tinha sintomas — lembra Ana Carolina, de 28 anos.
Mulheres são mais vulneráveis
Ela se tratou e Daniel também. Não adiantou. Na gravidez de Jennifer, a doença voltou a assombrar. O pai das crianças e ex-companheiro de Ana Carolina não quis levar o tratamento adiante. — Jennifer nasceu bem. Mas precisou tomar as injeções de antibiótico. Mesmo assim, agora os médicos descobriram que ela não escuta direito — diz Ana Carolina.
Márcia Galdino observa que nem sempre o tratamento é feito corretamente. Interrupção significa fracasso. Ana Carolina conta sua história na esperança de que mais pessoas possam se prevenir. A família mora em Miguel Couto, um bairro de Nova Iguaçu, e sua vida reflete a de outras tantas afetadas pela doença. Para cuidar de Daniel, Ana Carolina não pode trabalhar. Ela e os filhos moram com a mãe dela, depois que o ex-companheiro os deixou.
— Quando dá, faço um bico ou outro para pagar os remédios. E vivemos da pensão que ele paga para o Daniel — diz. O ex-companheiro só quis pagar pensão depois que um teste de DNA comprovou a paternidade. A pensão da Jennifer depende do teste de DNA. Ele não quis fazer o exame do tratamento de sífilis, mas esse de paternidade, exigiu — conta. Márcia diz que cerca de 10% dos parceiros de gestantes infectadas seguem o tratamento até o fim.
— Muitos homens não levam a sério porque não apresentam sintomas ou dizem que não têm tempo para ir ao hospital. Isso é uma tragédia. A mulher fica extremamente vulnerável. Ana Carolina se tratou e ficou negativa após ter o Daniel, mas o parceiro não — alerta Marcia. Se tratada corretamente, a sífilis é 100% curável. E a transmissão para o bebê, 100% evitável.
— Diferentemente da Aids, quase ninguém fala de sífilis, mas ela está muito presente. Tem cura e pode ser prevenida, mas não é isso o que vemos acontecer — afirma a pediatra. Especialista em sífilis, tema de sua tese de doutorado, Márcia diz que a disseminação de uma doença tão antiga e com prevenção e tratamento baratos e eficientes tem causas sociais:
— Vemos um nó na saúde pública. Falta informação, sífilis é um assunto indigesto. Além disso, há deficiências na qualidade do pré-natal e até mesmo no preenchimento da ficha médica das pacientes. É uma doença que junta estigma, desinformação e crise na saúde. Ela explica que, após o tratamento, a gestante deve ser testada todo mês.
— Só que isso muitas vezes não ocorre. É um exame barato, tem no SUS. Mas não é raro solicitar o teste e dois meses depois a mãe dizer que já fez, mas não recebeu o resultado. Elas vêm de longe se tratar. Muitas vezes não têm dinheiro para a passagem. Aí enfrentam atrasos, erros simples.
Histórias de falhas no pré-natal não são raras de encontrar. E podem obrigar bebês a passarem por um tratamento que exige dez dias de internação. Mesmo em mulheres atentas para a doença. Também atendida por Márcia na Posse, Michelle Batista, de 40 anos, descobriu a sífilis quando esperava o terceiro de seus quatro filhos. Como a doença foi detectada no início da gestação, ela e o marido puderam se tratar e o menino, hoje com 8 anos, nasceu sem a doença. Quando engravidou de novo, no ano passado, Michelle fez todo o pré-natal.
— Foi um susto descobrir que estava positiva no final do oitavo mês da gestação. Já não dava mais tempo de tratar para evitar a transmissão, pois o antibiótico precisa ser dado pelo menos um mês antes do nascimento. Fiquei arrasada porque é muito triste ver um filho correr um risco desses — diz ela. O bebê hoje com 3 meses nasceu saudável, mas positivo. Precisou ficar internado e faz o tratamento.
— Eu e meu marido viemos de casamentos anteriores. Não sabemos quem infectou quem. Mas nos tratamos e achamos que estava tudo certo. A gente passou a vida com medo de Aids, nem ouvia falar de sífilis e agora tem que enfrentar isso — conta Michelle. Infectologista do Instituto Fernades Figueira (IFF), Carlos Eduardo Figueiredo observa que a sífilis se tornou uma doença de cunho social: Há um tabu de falar sobre DSTs no Brasil. Falta educação sexual e ainda há o machismo. A mulher, ao engravidar, descobre a doença, mas continua vulnerável porque os homens não se tratam.
O Globo

Norma fixa limite para aditivos em nutrição enteral

Empresas têm prazo até 31 de maio de 2019 para se adequar às regras para aditivos alimentares autorizados para uso em fórmulas para nutrição enteral

A Anvisa publicou hoje a norma que trata dos aditivos alimentares e coadjuvantes de tecnologia autorizados pela Agência para uso em fórmulas para nutrição enteral, a Resolução da Diretoria Colegiada de número 160, a RDC 160/2017.

As empresas que produzem fórmulas para nutrição enteral terão prazo até 31 de maio de 2019 para adequar seus produtos à resolução da Anvisa, a RDC 160/2017, publicada na edição desta quinta-feira (8/6) do Diário Oficial da União

Alimentação enteral

A nutrição enteral é administrada por meio de sondas para aqueles que estão com dificuldade ou impossibilitados de garantir uma nutrição adequada por via oral.

Os aditivos são componentes que modificam o produto alimentício industrializado e estão na composição de sua fórmula, como, por exemplo, os antioxidantes, os antiumectantes e os acidulantes.

Os coadjuvantes de tecnologia são recursos utilizados no processo industrial para produzir alimentos industrializados. No caso da nutrição enteral são dois gases: dióxido de carbono e nitrogênio, apenas fazem parte das etapas de produção.

Limites de aditivos
RDC 160/2017 define as funções, os limites máximos permitidos e as condições de uso dos aditivos alimentares e dos coadjuvantes de tecnologia autorizados em fórmulas para nutrição enteral.

Segundo a nova norma, os coadjuvantes de tecnologia devem atender às especificações mais atuais estabelecidas pelo Comitê da FAO/OMS de Especialistas em Aditivos Alimentares (em inglês, Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives – JECFA) ou pelo Código dos Produtos Químicos Alimentícios (do inglês, Food Chemicals Codex – FCC).

No texto da RDC 160/2017 estão apontadas as mudanças de redação de normas anteriores da Anvisa que também tratavam de aditivos e coadjuvantes, como a RDC 18/2008, a RDC 21/2015 e aRDC 22/2015.

As fórmulas para nutrição enteral deverão estar adequadas ao estabelecido pela RDC 160/2017 até o dia 31 de maio de 2019. E os produtos fabricados até a data limite do prazo de adequação poderão ser comercializados até o fim do seu prazo de validade.

ANVISA

Medicamentos - cuidado com promessas milagrosas

Os medicamentos não são bens de consumo comuns e sim bens de saúde, por isso, sua propaganda está sujeita a regras específicas

Todos os dias são divulgadas na internet muitas propagandas de produtos para a saúde e medicamentos. Algumas oferecem medicamentos que só podem ser comprados em farmácias, mediante apresentação de receita médica de controle especial ou anunciam promessas milagrosas sem comprovação.

A Anvisa atua na fiscalização de propagandas de medicamentos, que devem apresentar informações completas, claras e equilibradas e alertando para os riscos inerentes ao seu uso, sem destacar apenas os benefícios do produto.

Para o público em geral, só é permitida a publicidade de medicamentos de venda isenta de prescrição médica, ou seja, propagandas de medicamentos que não possuem tarja vermelha ou preta em suas embalagens. Os medicamentos que exigem prescrição médica (tarja vermelha ou preta) só podem ser anunciados aos profissionais de saúde que podem receitar (médicos ou dentistas) ou dispensar (farmacêuticos) medicamentos.

Os medicamentos devem ser registrados na Anvisa para que possam ser comercializados e anunciados em propagandas. Na dúvida, verifique se o produto tem registro no portal da Agência, na Consulta de Produtos, pois pode se tratar de um produto irregular ou mesmo de uma falsificação.

Fiscalização de propagandas na internet
Somente em 2016, a Anvisa atuou contra 1.293 anúncios irregulares de produtos em sites de compras na internet. Entre as promessas mirabolantes, foram identificadas propagandas de emagrecimento sem sacrifícios, tratamento dermatológico não aprovado e até comércio irregular de medicamentos. Em 2015 a Agência proibiu 657 anúncios.

No primeiro semestre de 2017, já foram removidos 1.503 anúncios irregulares. O número se refere à parceria entre a Anvisa e o Mercado Livre que implementa ações permanentes para excluir do site de vendas produtos e anúncios irregulares.

As principais ações se referem a propagandas de produtos clandestinos ou que prometem resultados que não foram aprovados pela Agênciaa. Mas tambám há a venda de medicamentos controlados como Ritalina e Sibutramina que só poderiam ser vendidos em farmácias, com receita especial e usados segundo prescrição de um médico.

Denúncias
Além da atuação específica junto ao Mercado Livre, a Anvisa realiza outras ações contra propagandas irregulares em outros sites, conforme denúncias.

Por isso, é importante que você denuncie: se identificar propagandas ou promoções que apresentem irregularidades nas informações sobre produtos sujeitos a vigilância sanitária (medicamentos, alimentos, cosméticos, saneantes, produtos para saúde etc.), encaminhe uma mensagem para a Ouvidoria da Anvisa.

Promessas falsas
Algumas das propagandas proibidas foram dos produtos:
  • Dermapen e Dermaroller (procedimento que perfura a pele com várias agulhas prometendo tratar rugas, estrias, acne, além de ajudar no rejuvenescimento e no melasma).
  • Exo Hair (método de escova progressiva).

No caso de anúncio de medicamentos controlados como Desobesi, Sibutramina e Ritalina, além da proibição da publicidade, a Anvisa encaminhou os casos para investigação policial, pois se trata de casos em que há empresas envolvidas e falsificação ou venda irregular de produto registrado.

A Anvisa abre um processo de investigação, que resulta em fiscalização, autuação ou arquivamento. Quando há pessoas físicas envolvidas a denúncia é encaminha também às autoridades policiais, para atuação conjunta com a Agência.

Então fique atento e desconfie de promessas mirabolantes. Em caso de dúvida, entre em contatocom a Anvisa.

ANVISA