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sexta-feira, 23 de junho de 2017

Vacina pode ser nova arma contra colesterol

A imunoterapia pode ser uma alternativa mais efetiva e duradoura que as estatinas no combate às doenças cardíacas

Após pesquisas mostrarem que o próprio sistema imunológico pode reduzir o nível de colesterol, cientistas desenvolveram uma injeção que tem o potencial de prevenir ataques cardíacos. De acordo com um estudo publicado no periódico científico European Heart Journal, uma vacina, que ainda não foi testada em humanos, foi capaz de reduzir em 53% o colesterol de ratos. O enrijecimento das artérias, causado por acúmulo de gordura, também foi reduzido em 64% e os marcadores biológicos de inflamação nos vasos sanguíneos, em 58%.

A vacina
Segundo os autores, os resultados abrem espaço para a possibilidade de uma vacina anual capaz de manter os níveis de colesterol sob controle em pacientes de risco. A fórmula, conhecida como AT04A, funciona como um gatilho para a produção de anticorpos, que tem como alvo a enzima PCSK9, reguladora dos níveis de colesterol no sangue e que já mostrou impedir a depuração do colesterol LDL, o colesterol considerado ruim. Em tese, a vacina seria uma medida mais efetiva e confiável que as estatinas, medicamento que reduz riscos de infarto, derrame e insuficiência cardíaca. 

Imunoterapia
Ao contrário de uma vacina convencional, que visa conferir imunidade contra invasores estrangeiros como bactérias e vírus, o AT04A é um tratamento de imunoterapia, ou seja, organiza o sistema imunológico para combater uma das próprias proteínas do corpo. A PCSK9 é produzida no fígado e bloqueia as moléculas do receptor de LDL das células, que eliminam do corpo o colesterol ruim. A vacina em desenvolvimento faz com que o corpo produza anticorpos que inibam essa enzima, de modo que os receptores de LDL permaneçam ativos.

“O AT04A foi capaz de induzir anticorpos que visavam especificamente a enzima PCSK9 ao longo do período de estudo na circulação sanguínea dos camundongos tratados. Como consequência, níveis de colesterol foram reduzidos de forma consistente e duradoura, resultando em uma redução dos depósitos de gordura e inflamação nas artérias.”, disse Gunther Staffler, pesquisador e chefe de tecnologia da empresa austríaca AFFiRis, que desenvolveu a vacina.

“Se esses resultados se mostrarem em seres humanos, isso pode significar que, à medida que os anticorpos induzidos persistirem meses após a vacinação, podemos desenvolver uma terapia que, após a primeira dose, necessite apenas de um reforço anual. Isso resultaria em um tratamento eficaz e mais conveniente para os pacientes, bem como de maior adesão.”

Testes em humanos
Os testes para ver se a abordagem também funcionará em seres humanos já começaram. Em 2015, foi iniciado o estudo fase I, que buscou verificar a segurança e ação da vacina em 72 pacientes saudáveis na Universidade Médica de Viena, na Áustria. A pesquisa está programada para terminar no final deste ano. No entanto, antes de a vacina ser licenciada e administrada, outros testes focados na efetividade do produto precisam ser realizados. “Se efeitos similares forem percebidos em humanos, poderemos perceber uma redução na taxa de ataques cardíacos”, disse Tim Chico, professor de medicina cardiovascular na Universidade de Sheffield, no Reino Unido.

Redução de medicamentos
Chico ressalta que apesar do estudo ter sido bem conduzido, ainda é muito precoce e não é possível ter certeza que a abordagem funcionará em pessoas. Mas, reforça que “a teoria da vacina é sólida e acho que pode ter o potencial de substituir a necessidade de tomar medicamentos que reduzam o colesterol”. Para o especialista, “esta é mais uma das provas de que o colesterol causa doenças cardíacas e a redução do colesterol reduz os riscos. Isso confirma a importância de adotar um estilo de vida saudável e, para os pacientes de risco, utilizar medicamentos, como as estatinas.”

Possíveis efeitos colaterais
Segundo especialistas, um possível efeito colateral associado ao bloqueio da enzima PCSK9 na redução do colesterol é o aumento do risco de diabetes.

Veja

Nova regulamentação autoriza farmácias a aplicar vacinasface

As farmácias estão entrando em um novo mercado que é no momento atual dominado pelas clínicas de imunização. Uma nova resolução acerca dos requisitos mínimos para serviços de vacinação está em fase de análise pela Agência Nacional de Vigilância (Anvisa), e sendo aprovada, autorizará que farmácias apliquem vacinas

Atualmente somente as clínicas podem fornecer o serviço fora do SUS. A lei que autoriza as farmácias a aplicar vacinas existe desde 2014, mas só agora 3 anos depois que ela está passando por um processo de regulamentação na Anvisa.

Em maio, a proposta clínica passou por uma consulta pública, e no momento está na última etapa do processo de regulamentação antes do desfecho da decisão.

O setor farmacêutico tem como expectativa a redução de 50% no preço, entretanto os laboratórios particulares que hoje prestam esses serviços afirmam que antes as farmácias terão que disponibilizar a mesma estrutura exigida das clínicas.

De acordo com a Anvisa as farmácias e drogarias deverão passar por algumas adaptações, caso queiram oferecer o serviço futuramente, tais como:
  • Oferecer meios eficazes para o armazenamento das vacinas, garantindo sua conservação, eficácia e segurança, mesmo diante de falha no fornecimento de energia elétrica;
  • Responsável técnico (RT): profissional de nível superior habilitado;
  • Sala de imunização com toda a estrutura (lavatório, bancada), entre outras coisas.
Entidades que representam os farmacêuticos consideram que a nova regra vai agregar mais qualidade e principalmente ofertar mais opções para a população, além de enfatizar que a medida ampliará o acesso da população às vacinas. Em contrapartida, as entidades médicas não são contra a entrada das farmácias neste novo mercado desde que estes estabelecimentos adotem e cumpram as mesmas exigências das clínicas.

Segundo a Anvisa a aplicação de vacinas estava prevista desde 2014, através da Lei 13.021/2014, que dispõe sobre os exercícios das atividades farmacêuticas. Todavia, até então, a atividade não era colocada em prática pela ausência de um regulamento que tratasse do tema.

ANVISA