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sábado, 1 de julho de 2017

Hospital é condenado após médicos operarem pé errado de paciente em SP: 'Sofri muito'

Decisão, contra a Santa Casa de Santos, ainda cabe recurso

Após três anos, Francisco desabafa: 'Não desejo ao meu pior inimigo' (Foto: Reprodução/TV Tribuna)
Após três anos, Francisco desabafa: 'Não desejo ao meu pior inimigo' (Foto: Reprodução/TV Tribuna)

A Santa Casa de Misericórdia de Santos, no litoral de São Paulo, foi condenada pela Justiça a pagar indenização a um paciente que teve o pé errado operado por um médico do hospital. A decisão ainda cabe recurso.

A cirurgia ocorreu em 2013. Francisco Ferreira de Melo Junior, hoje com 53 anos, teve o pé esquerdo operado quando, na verdade, estava com o dedão do outro pé quebrado.

Foi o próprio paciente quem notou o erro médico, após sair do centro cirúrgico e acordar do efeito da anestesia. Ele reclamou com a equipe e ficou com medo de como foi tratado.

"O médico se aproximou com uma seringa para me aplicar uma nova sedação. Eu disse que só voltaria para a cirurgia quando algum familiar meu estivesse no hospital", lembra.

Após o ocorrido, e com os dois pés operados, ele registrou um boletim de ocorrência e resolveu processar o hospital. Em primeira instância, perdeu o pedido de indenização.

"Enquanto isso, entramos com um recurso na Justiça e aceitamos um acordo com o médico, que também estava envolvido no processo", explica o advogado do paciente, Felipe Vieira.

Sem acordo com a Santa Casa, o processo continuou. Na sexta-feira (30), ele foi informado da decisão do desembargador Eduardo Sá Pinto Sandeville, que condenou o hospital.

A indenização quantificada é de R$ 8 mil. Segundo a decisão, o "montante se mostra adequado para as circunstâncias da causa, reparando adequadamente os danos sofridos pelo autor".

"O valor é mínimo, mas tudo bem, a justiça está sendo feita. Não tem dinheiro no mundo que pague o que eu passei. Fiquei deprimido e sofri muito", desabafa Junior.

Na época, Francisco tinha dois comércios, que fecharam após ele não ter condições de continuar com os negócios. Hoje, ele trabalha como segurança em um estabelecimento.

"O que eu passei, não desejo para o meu pior inimigo. Lembro do médico vindo com a seringa na minha direção. Fui tratado como um lixo e a Santa Casa nunca se preocupou comigo ", afirma.

Por meio de nota, a Santa Casa de Santos informou que ainda não foi comunicada oficialmente da decisão. O hospital limitou-se a dizer que tomará as medidas cabíveis assim que notificado.

G1